T1809 revista de seguros jan/fev/mar de 2000 ocr

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VI SIAS

A Fenaseg vai promover um grande debate sobre "A Tecnologia no Marketing de Atendimento no Novo Milênio e você é convidado especial.

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Informações: (21) 524-1204 Ramal 104 - 342-9699 www. fenaseg.org. br/sias/


FENASEG Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Diretoria Presidente: João Elisio Ferraz de Campos Vice-Presidentes: Júlio de Souza Avellar Neto, Luiz Tavares Pereira Filho, Nilton Molina, Olavo Egydio Setubal Junior, Renato Campos Martins Filho, Rubens dos Santos Dias. Diretores: Brian John Guest, Cesar Jorge Saad , Maurício Accioly Neves, Santi Cianci , Sérgio Ricardo Miranda Nazaré, Sérgio Timm , Valdery Frota de Albuquerque. Conselho Fiscal Membros Efetivos: Antônio Carlos Ferrara, Lúcio Antônio Marques, Orlando Vicente Pereira. Suplentes: Jorge Carvalho , José Maria Souza Teixeira Costa. Conselho Consultivo Presidente: João Elisio Ferraz de Campos Membros Efetivos: Acácia Rosa de Queiroz, Alfredo Fernandez de Larrea, Armando Erik de Carvalho, Eduardo Baptista Vianna, Francisco Caiuby Vidigal , João Júlio Proença, Jayme Brasil Garfinkel, José América Peón de Sá, José Castro de Araújo Rudge, Júlio Albuquerque Bierrenbach, Luiz de Campos Salles , Luiz Henrique S. L. de Vasconcellos, Mário José Gonzaga Petrelli , Mário Santiago Salgado B. Costa Duarte , Mário Teixeira Almeida Rossi , Patrick Larragoit, Pedro Pereira de Freitas, Sérgio Sylvio Baumgarten Jr., Simon Brett. Membros Natos: Alberto O. Continentino de Araújo, Antônio Tavares Câmara, Eugênio Oliveira Mello, João Gilberto Possiede, Miguel Junqueira Pereira, Minas Alphonse Roelof Mardirossian , Paulo Miguel Marraccini, Sérgio Passold.

SUMÁRIO

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José Américo Peón de Sá fala sobre a Conferência Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização, da qual é coordenador geral

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CAPA

Conferência de Seguros vai levar mercado a refletir sobre o futuro

REVISTA DE SEGUROS Órgão Informativo da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização - Fenaseg. PUBLICAÇÃO INTEGRANTE DO CONVÊNIO DE IMPRENSA DO MERCOSUL - COPREME. Em . conjunto com SIDEMA (Serviço Informativo do Mercado Segurador da República Argentina) , EL PRODUCTOR (Publicação da Associação de Agentes e Produtores de Seguro da República Oriental do Uruguai) e Jornal dos Seguros (Publicação do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalização do Estado de São Paulo) . Editor: Geraldo Balda Editora Executiva: Ângela Cunha (MTb. 12.555) Coordenação Editorial: \!~ ~ Tel ./fax: (021} 262.5215 e 262.4736 Jornalista Resp.: Vania Mezzonato (MTb . 14.850) Programação Visual: Mariza Good (Tel. : 275.5307) Colaboradores: Ana Paula Nogueira, Heloisa Daddario, Nice de Paula, Jorge Clapp, José Sérgio Rocha, Rozane Monteiro, Silvia Noronha e Suzana Liskauskas. Equipe ASCOM: Adriana Beltrão e Valéria Machado. Escritório Fenaseg/Brasília · SCN/Quadra 1/Bioco C · Ed. Brasília • Trade Center · sala 1607 Fotografia: Arquivo Fenaseg e Arquivo Porto Seguro Ilustração: Janey Capa: Scalla Assessoria e Design Fotolitos: Dressa Colar Gráfica: Zit Gráfica e Editora Distribuição: Serviços Gerais/Fenaseg Redação e Correspondência: Assessoria de Comunicação e Imprensa · Fenaseg (Rua Senador Dantas, 74/12° andar, Centro · Rio de Janeiro (RJ) · CEP. 20.031·201 ·Telex: (021) 34505 · DFNES Fax: (021) 240.9558 · Tel.: (021) 524.1204 ·Ramais 1401158 Periodicidade: Trimestral Circulação: 5 mil exemplares As matérias e artigos assinados são de responsabi· lidade dos autores. As matérias publicadas nesta edição podem ser reproduzidas se identificada a fonte. Distribuição Gratuita.

ENTREVISTA

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1NVESTIMENTOS

Capital estrangeiro aterrissa no Brasil em grandes fluxos

INDICADORES

Mercado teve crescimento de 7,7% no ano passado, comparado ao desempenho de 98

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SIAS

Nova edição vai mostrar que a tecnologia é questão de sobrevivência

EDITORIAL. ............... 4 ARTIGO SAÚDE ............ 17 NEGÓCIOS .................. 18 ACIDENTE TRABALH0 .... 22 MEIO AMBIENTE ............ 24 ARTIG0 ........................ 31

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RESSEGURO

Privatização do IRB Brasil Re vence mais um round

EUREKA ................. 32 FUNENSEG ............. 34 OPINIÃ0 .................. 36 RÁPIDAS ................. 3 7 NOMES & NOTAS ...... 38

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EDITORIAL

m setembro será realizada aqui no Rio de Janeiro a Conferência Brasi leira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização. Oúltimo evento dessa natureza aconteceu há 12 anos, quando o mercado, tanto em números quanto em sofisticação, nem de longe imaginava o que seria nos dias de hoje. Essa Conferência pode representar, portanto, um "divisor de águas" entre o passado e o futuro de nossa atividade que vive, hoje, um dos momentos mais importantes em seu processo de evolução e transformação. O fim do monopólio do resseguro, por exemplo , muda completamente o paradigma das relações entre seguradores e resseguradores. Até agora, as companhias de seguros precisavam bater sempre na mesma porta em busca do respaldo do resseguro para os produtos que criavam . De agora em diante, provavelmente , receberão a visita de resseguradores que, concorrendo entre si , estarão sempre interessados em encontrar uma solução p9ra os seus clientes. Com isso, deve-se ampliar oleque de produtos no mercado com reais benefícios para toda a sociedade . Há outros temas re levantes, como a reforma da previdência e a privatização do seguro de acidentes do trabalho, mas é preciso , fundamentalmente , uma grande reflexão sobre o espaço que devemos ocupar em outros segmentos de especialidade típica dos gestores de riscos, que é a denominação mais correta para os seguradores. Fundos de pre-

vidência fechados , previdência pública, e o FGTS em seu conceito original também devem ser tratados com rigor profissional e dentro das mais avançadas técnicas atuariais e de capitalização pelo que representam para a tranqüilidade e bem estar de cada indivíduo e, principalmente, pelo seu peso na formação da poupança do País. Esses e todos os assuntos que interessam ao mercado brasileiro de seguros, previdência privada, resseguros e capitalização, à vista não só das potencialidades internas mas também da globalização da economia mundial , serão abordados e debatidos na Conferência. O programa está sendo criteriosamente montado em função desses princípios e os conferencistas, do Brasil e do exterior, escolhidos levando-se em conta a formação intelectual , experiência profissional e as contribuições que poderão trazer para o debate e aperfeiçoamento de nossa atividade. O sucesso da Conferência, no entanto , mais que a abrangência dos temas e a qualidade dos palestrantes, vai depender da nossa participação, da participação de todos nós que trabalhamos no Brasil com seguros, resseguros, previdência privada e capitalização. Por isso, quero deixar desde já o meu apelo para que todos se envolvam e voltem suas atenções para esse evento que, certamente, será um marco nas transformações que estão acontecendo em nossa atividade e uma sinalização para o futuro que já começa a acontecer.

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JoM-

f~ Fevv~ de,; Campay Presidente da Fenaseg

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JOSÉ AMÉRICO PEÓN DE SÁ

Coordenador-geral da Conferência Brasileira de Seguros Privados e Capitalização, que acontece em setembro deste ano, Peón de Sá, presidente da Áurea Seguros, promete expositores de grande gabarito e projeção internacional para o evento e defende que, na ocasião, seja feita uma reflexão sobre o futuro

especialista não tem dúvidas de que a conferência trará muitas novidades, mesmo para quem já conhece seguro a fundo, e enfatiza que todas as palestras e workshops despertarão interesse porque palestrantes e debatedores terão sempre como norte inserir cada tema no contexto da economia globalizada. Afinal , quando nem se falava em globalização, esta já era a essência do seguro, uma atividade que nasceu internacionalista. Peón de Sá acredita que a conferência acontece num momento importante para o mercado, devido às mudanças no papel do IRB

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Brasil Re e às exigências do consumidor. "O mercado ficou mais inteligente, o consumidor exige mais, todo mundo está aprendendo a fazer seguro corretamente". O As seguradoras brasilei-

ras estão preparadas para a abertura do mercado? - Quando alguém quer fazer realmente algo novo, nunca está preparado. Me lembro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) em seu começo. Fizeram essa pergunta ao Mário Trindade. Ele respondeu que era preciso desequilibrar economicamente o processo. Se colocamos dinheiro num prato da 5

balança, ela pende imediatamente. Se alguém com capacidade de produzir é posto no outro prato, tira parte do dinheiro e equilibra a balança. Foi o que aconteceu nos bons tempos do SFH , que financiou 6 milhões de moradias.

parte, mas quem esperou 61 anos pode suportar mais dois. A conferência será um momento de reflexão sobre o futuro. O mercado ficou mais inteligente, o consumidor exige mais, todo mundo está aprendendo a fazer seguro corretamente.

Quais são suas expectativas em relação à conterência que o senhor coordenará? - Vai acontecer num momento de evolução, marcado pela mudança do papel do IRB. O IRB é uma marca importante, vai continuar existindo e terá o first refuse , o direi to à primeira recusa. O monopólio continua em

Como o senhor vê a atuação do IRB hoje? - Num momento de transformações , é natural que o IRB esteja sofrendo certa instabilidade decorrente do processo de transição. Para começar, os resseguradores chegaram e foram contratando suas melhores cabeças. Lembro do primeiro risco absoluto dos fornos de Volta REVISTA DE SEGUROS


Redonda. Foram feitos muitos estudos, de seguro, de engenharia, a negociação com o exterior para buscar experiência, e tudo era levado ao IRB, que dava cobertura padronizada e tinha muita força e competência. O E o novo papel da Susep, que vai herdar algumas atribuições do IRB? - Antigamente , tudo era muito normatizado, até o logotipo das companhias precisava ser aprovado pela Susep. O frontispício da apólice tinha um padrão de desenho, uma marca d'água. Enfim, era um excesso de regulamentação , tudo muito burocratizado, e que nem sempre impedia que ocorressem irregularidades. A Susep hoje também está mudando, contratou muita gente nova que está aprendendo seguro. Temos que rediscutir o seu papel. Ela pode ajudar se especializando como fiscalizadora e controladora do processo, auxiliando o mercado. 1Atualmente, a Susep passa por um momento de transição.

uo Brasil não tem poupança interna

O E seguro agrícola? Quais

são as perspectivas no campo? - O seguro Agrícola está aparecendo agora porque o governo deixou de subsidiar a agricultura nos moldes de antigamente. Mudaram os tipos de subsídio, o financiamento teve seu viés alterado e a demanda para cobrir o risco que o governo cobria por vias diretas ou indiretas, através do Proagro, aumentou. Então, o risco aparece hoje claramente e o agricultor está correndo atrás do seguro privado. A agricultura tem mantido a estabilidade do real. Deu produtividade nos últimos anos, enquanto a indústria e os serviços passaram por situação calamitosa e o comércio era aquele vainão-vai .. .

de longo prazo e hoje o trabalhador na ativa paga por quem se aposentou e pelas viúvas dos que morreram. A reforma da previdência só atingirá os objetivos quando o regime de capitalização retornar" Como diz o presidente da Fenaseg, João Elisio Ferraz de Campos, onde há uma economia bem desenvolvida, existe um mercado de seguro desenvolvido. Só com os Acidentes de Trabalho e o seguro Agrícola, o tamanho desse mercado vai quadruplicar. O comércio eletrônico, os processos industriais inerentes às novas tecnologias, tudo isso será discutido. Vamos falar de Responsabilidade Civil na indústria, nos produtos, nos profissionais Iiberais, na construção civil. Veja o caso do Palace \1, na Barra da Tijuca (o edifício que desabou no Rio há cerca de dois anos). Se houvesse um seguro de RC, aquele pessoal não estaria morando de favor em hotel. A seguradora pagaria. As pessoas estão aprendendo que há responsáveis pelos prejuízos que sofrem. Essa cultura está começando e os advogados já estão interessados em ver esse ramo desenvolvido. Na informática, com o tempo, não duvide que haverá

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Que temas serão mais atraentes nos workshops da conferência? - Todos. Teremos sempre ganchos com a economia global izada. Vamos mergulhar nesse mercado que está para explodir com a abertura.

s pessoas estão aprendendo que há responsáveis pelos prejuízos que sofrem. Essa cultura está começando e há advo ados já inter ssados m ver sse ramo desenvolvido. Com o tempo, não duv"de que haverá interesse pela ação dos hackers'' IJ

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interesse pela ação dos hackers. Ainda é prematuro um seguro contra eles, mas vai acabar acontecendo, criando-se um sistema adequado, com certas Iimilações. O As mudanças no resse-

guro fazem parte da pauta. O que o senhor diz sobre isso? - As maiores empresas já se instalaram aqui como prestadoras de serviços. O processo de resseguro transfere tecnologia e know how e o mercado brasileiro vai se desenvolver com isso. Não haverá limites. O ressegurador está sempre no fulcro dos acontecimentos por distribuir seu produto em todos os continentes. Tem a experiência do mundo, tenta descobrir afinidades com os problemas que terá aqui. Ele vem e nos diz como fez na Indonésia. Nós ponderamos que Brasil não é Indonésia, mas se tupiniquinizamos a solução, a coisa vai· dar certo. Acabam aprendendo que, se tentarem aplicar mecanicamente no Brasil o que aprenderam lá fora, vão

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perder dinheiro a rodo e quebrar a cara em dois mi I pedaços.

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O Oque o senhor espera da Previdência Privada? - Mais uma explosão. Previdência privada, seguro de vida e capitalização são fundamentais para o desenvolvimento. Peter Drucker diz que o socialismo foi implantado nos Estados Unidos pelos seguros de vida e fundos de pensão, que distribuem mais renda. As reservas técnicas são aplicadas na indústria, comércio, serviços. Os aposentados e as viúvas são os donos da economia americana por causa dos seguros de longo prazo. O Brasil não tem poupança interna de longo prazo e hoje o trabalhador na ativa paga por quem se aposentou e pelas viúvas dos que morreram. A reforma da previdência só atingirá os objetivos quando o regime de capitalização retornar. O O que se discutirá no workshopping sobre saúde?

- A saúde complementar. A lei aprovada pelo Congresso afeta mais os planos de saúde do que as seguradoras, que já davam cobertura para a Aids, por exemplo. Mas a grande diferença é que as seguradoras, obrigadas a fazer reserva, estavam mais garantidas para riscos futuros e corridos. Os planos, não. A prestação de serviços de alguns planos era até melhor que a das seguradoras, mas quem pensou em segurança preferiu fazer convênio com o seguro. Mesmo assim, dos 40 milhões beneficiários, apenas sete milhões estão nas seguradoras. A partir de certo momento, grandes empresas reformaram seus planos e deram preferência às seguradoras.

"O comércio eletrônico vai merecer atenção especial. Como se deve proceder em relação aos riscos, principalmente quando o sujeito paga e não recebe o produto. A arbitragem é outro item interessante. Começou no seguro Marítimo e está passando para outros ramos." tem um tratamento igual ao de outra empresa qualquer. E não pode ser assim. O ativo todo é para pagar as obrigações, primeiro com o fisco , depois com a Previdência Social, depois os empregados ... Os segurados, que são donos da reserva técnica, só recebem se houver dinheiro no fim disso tudo. E não sobra quase nada. Como devia ser? A lei de seguro deveria determinar a incomunicabilidade entre o ativo do segurado e o ativo do acionista. Separar os ativos devia ser o primeiro passo dos liquidantes.

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O que acontece quando uma empresa não tem solvência para honrar seus compromissos? - No caso das empresas de seguros, acho que há um grande erro. Uma seguradora, quando no processo de liquidação,

O O programa vai dedicar atenção especial ao seguro de Acidentes de Trabalho? - Será possível fazer agora coisas que o INSS nunca fez: a recuperação plena do trabalhador acidentado. Não basta indenizá-lo, pois dinheiro acaba e, sem condições para trabalhar, sem

"Uma seguradora, quando entra num processo de liquidação, é tratada como qualquer outra empresa. E não deveria. A lei de seguro tinha que determinar a incomunicabilidade entre o ativo do segurado e o ativo do acionista. Separar os ativos devia ser o primeiro passo dos liquidantes" JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2000

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readaptação , o sujeito morre na miséria. Se for torneiro-mecânico e perder a mão, tem que aprender a usar a outra. A recuperação plena fará parte do novo seguro.

O Que outros pontos em debate na conferência podem ser destacados? - O comércio eletrônico vai merecer atenção especial. Como se deve proceder em relação aos riscos, principalmente quando o sujeito paga e não recebe o produto. A arbitragem é outro item interessante. Começou no seguro Marítimo e está passando para outros ramos . Qual será o novo cenário a partir daí, com questões sendo resolvidas rápida e consensualmente. O papel do underwriting é outro tema fundamental. Antes, a análise do seguro era feita pelo IRB Brasil Re. Outro bom tema: a liqüidação dos sinistros, que é uma verdadeira arte. REVISTA DE SEGUROS


CONFERÊNCIA

s primeiras conseqüências da abertura estimulam o bom humor dos operadores, que apostam no setor de seguros como um dos negócios mais charmosos da economia brasileira. Os executivos do mercado não são otimistas arrebatados , mas também não pecam por ingenuidade. As previsões mais conservadoras estimam que, somente com o resgate da carteira de Aciden tes de Trabalho - há décadas monopolizada pela Previdência Social -, a participação do setor no PIB (Produto Interno Bruto) duplicará em poucos anos. Hoje, está na casa dos 2% . As mais otimistas prevêem que a taxa deve quadruplicar. No ano passado, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) , o crescimento do mercado de Seguros, Previdência Privada e Capitalização foi de 7%, com arrecadação de prêmios superior a R$ 25 bilhões. Refletir e crescer - Há motivos de sobra para festejar. Um dos destaques, na opinião de diz João Gilberto Possiede, membro da comissão organi-

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Fim do monopólio do resseguro, volta da cobertura de Acidentes de Trabalho ao setor privado, expansão dos ramos Vida e Previdência que já vem repercutindo nas páginas de economia, perspectivas bastante animadoras em outras modalidades - Responsabilidade Civil, Agrícola, Garantia, etc. Estas são algumas das novidades que vieram à tona com a abertura do mercado de seguros ao capital externo e que darão a tônica da Conferência Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização, que acontece entre 10 e 13 de setembro, no Rio de Janeiro.

de examina.coletivamente o passado e os dias atuais pa.-a, então, faze.- a .-enexão sob.-e o que vl.-á adiante" úlio Avelar (Sul América)

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zadora do evento e presidente da J. Malucelli, do Paraná, é o do seguro Garantia, que mal iniciou suas operações no país. O desempenho da carteira deu um salto quando o Brasil assinou o Acordo de Basiléia. "As fianças bancárias ficaram mais caras e raras, e foram sancionadas leis regulamentando todo o processo de licitação e contratação de obras e serviços públicos", observa Possiede. O seguro Garantia deu um salto, crescendo mais de 1.000%, entre 1994 e 1999. Ainda assim, tem muito espaço para crescer: hoje representa 0,29% do total de prêmios, enquanto em outros países do continente chega a 3%. Espera-se um salto também no ramo Responsabilidade Civil estendido a diferentes públicos, com o surgimento de uma nova cultura entre os consumidores, mais exigentes e cientes de seus direitos. Um seguro deste tipo poria fim, por exemplo, ao drama dos moradores do Palace 11 , o edifício da construtora Sersan, que desabou na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, há cerca de dois anos. O leque de opções é variado, mas a grande estrela de RC, avaliam especialistas, deve ser mesmo o Automóvel. As previsões apontam ainda para a manutenção do trio Automóvel-Saúde-Vida na liderança do mercado. Hoje, as três carteiras juntas representam cerca de 70% dos negócios do mercado . No futuro , muitos apostam em grande impulso dos seguros pessoais e pode haver mudanças na liderança do mercado. Oramo Vida, cada vez mais dissociado da idéia de morte, passou a atrair com a estabilização da moeda. Saúde Individual, ainda engatinhando , está prestes a explodir.

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dades , atentas para as projeções do seguro Agrícola, principalmente porque o governo parou de subsidiar a agricultura nos moldes antigos. Há uma demanda crescente entre os produtores , observada por quem acompanha diariamente a rotina do agrobusiness. Conferência - Há um consenso de que o espírito da Conferência será o de estimular o mercado a promover uma refle"Há muita demanda xão sobre o fu .-ep.-imida no sequ.-o. turo . "A Conferência ensejará São excelentes os sinais uma bem-vinda de .-etomada do .-itmo oportunidade indust.-ial" para a discussão Edvaldo Cerqueira (Bradesco Seguros) das perspectivas e das alternati vas de desenvolvimento do seEdvaldo Cerqueira, vice-preguro no Brasil , em um dos mais sidente da Bradesco Seguros significativos momentos de para os ramos Vida e Saúde, pretransição do mercado brasileifere não arriscar previsões, mas ro de seguros", avalia o secreadianta que espera um crescitário-geral do evento, Ronaldo mento global de 1O% a 15% em 2001 . A participação no PIB , Mendonça Vilela Na parte da manhã, a Conacrescenta, deve ficar entre 3,5% ferência será ocupada por pae 4,5%. "Há muita demanda relestras de especialistas europrimida no seguro. São excelenpeus e norte-americanos de tes os sinais de retomada do ritgrande expressão , além de exmo industrial", avalia. positores brasileiros conheciNa maior fronteira agrícola dos do mercado, que abordaintocada do planeta, o seguro rão as questões macropolíticas Rural chama a atenção dos resseguradores recém-chegados , e econômicas, voltadas principalmente para a economia gloque já começam a oferecer suas balizada. À tarde haverá workexperiências para quem se inshops e painéis técnicos de diteressar. Existem grandes seferentes segmentos do setor. guradoras, de outras especiali-

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O presidente Fernando Henrique Cardoso e vários integrantes de seu ministério já foram convidados a participar. Essa reflexão , segundo Miguel Junqueira Pereira, também integrante da comissão organizadora do evento, se atingir a profundidade desejada, "implicará na incorporação de novas práticas por parte dos empresários brasileiros do setor", mudanças que considera necessárias tendo em vista os desafios que virão. Também participam das discussões, os seguradores e resseguradores estrangeiros que já desembarcaram no país atrás de gordas fatias do mercado. Aproveitando a reunião de tantos setores, Miguel Junquei ra, que preside a Previdência do Sul , de Porto Alegre, propõe uma cruzada para incrementar o mercado interno . "Todo indivíduo que trabalha com seguros deve se tornar um lutador pela melhor distribuição de renda no país. A nossa é indecente. O sujeito que não tem recursos para satisfazer suas necessidades fundamen tais de saúde , educação , alimentação e moradia, não tem condições de fazer seguro. Para ele, só serve o seguro de Vida porque é o único patrimônio que tem para segurar. A empresa que não envolver seus produtos com um apelo social será preterida. A exigência de balanços sociais é uma prova disso", avisa. O vice-presidente da Sul América, Júlio Avelar, faz coro. "O real vai bem do ponto de vista monetário, de contenção da inflação, mas questões fundamentais não são atendidas . Só haverá poupança se houver desenvolvimento , emprego e investimento em educação. A

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"O consumido.- se.-á cada vez mais exiqente e cob.-ado. Busca.-á se.-viços, p.-eço, qa.-antia e, sob.-etudo, t.-anspa.-ência nas inro.-mações. As sequ.-ado.-as devem busca.- especialização" Sérgio Timm (Vera Cruz)

econom ia andou de lado em 1999. Os anos anteriores foram melhores. Já o mercado se julga moderno e consentâneo com a sociedade. Será mesmo? Oconsumidor e o produto andam largados. Até os menos atentos percebem que o ambiente sofre transformações rápidas. A conferência será um belo ponto de parada e de observação em meio ao corre-corre. O momento é de examinar coletivamente o passado e os dias atuais para, então, fazer a refl exão sobre o que virá adiante. Examinar o que incomoda, sem preconceitos", propõe . Contribuições - A Conferência poderá contribui r para que os con sum idores' conheçam melhor os produtos oferecidos pelas seguradoras, garantindo a transparência e a clareza necessárias, que durante anos foi re legada a seg undo plano. A opinião é do coo rd enador logístico do evento, Sergio Timm , presi dente da Vera Cruz, de São Pau lo. Out ra tema qu e merece atenção é a retomada da carteira de Acidentes de Trabalho. Mesmo coexistindo com o seguro governamental, o seguro REVISTA DE SEGUROS

as seguradoras começam a operar com Acidentes do Trabalho em 2001. José Arnaldo Rossi , consultor da Fenaseg, expl ica que o mercado aguarda o redesenho desse ramo e acredita que as segurado ras rapidamente se capacitem para operá-lo novamente. Falta definir muita coisa, a começar pelas tarifas, mas as alterações feitas na Constituição dão margem ao otimismo. "Está sendo abandonado o conceito de ri sco social. Na Previdência Pública, a responsabilidade pelo acidente é da sociedade . Agora será do em-

será capaz de duplicar a participação setorial no PIB, mediante a agregação de fat ia exp ressiva de segurados à iniciativa privada. Há um pouco de rece io de que o governo tente aviltar a taxa, to rnando as operações deficitárias, mas predomina a impres-são de que , ao longo do tempo, o seguro oficial perca para o particu lar em prestação de serviços e operacionalidade Se não houver novos empeci lhos,

pregador, que vai assumir o ri sco e pagar por ele", diz. As estatísticas oficiais sobre acidentes de trabalho não são confiávei s. Mas os últimos número, fechados em 1998, indicam 400 mil contra 420 mil acidentes ocorridos no ano anterior. A previsão é de queda e o que se espera, com a velha e boa prevenção - mesmo pagando o prêmio do seguro, os empregadores preferem não se arriscar -, é a confi rmação dessa tendência decrescente . O redesenho da atividade se prende a razões óbvias: essa modal idade foi estatizada há 34

HISTÓRICO DAS G A primeira companhia brasileira, a Boa Fé da Bahia, foi criada em 1808 pelo príncipe regente Dom João VI. Da abertura dos portos à abertura do mercado, o negócio fi cou em mãos particulares e oficiais que dividiam os riscos com resseguradores estrangeiros até a fundação do IRB em 1939 . Os seguradores brasileiros começaram a debater os problemas comuns em agosto de 1953, durante a 1a Conferência Bras iIeira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização, no Rio de Janeiro. Ficou decidido que

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as reuniões seriam bienais e, a partir de 1955, acrescescentariam a palavra Capital ização em seu título. Os efeitos da inflação sobre o seguro de Vida foram o destaque do evento de 1957 em Porto Alegre (RS) . Dois anos depois, outra reunião, em Belo Horizonte, e a descrença na utilidade das conferências prevaleceu. Seis anos se passaram e, no início do regime militar, diante da anunciada intervenção estatal no setor, os operadores de seguros acharam melhor retomar a prática. Os temores tinham fundamento:

pouco depois, o seguro de Acidentes do Trabalho era estatizado. Em 1968, novo encontro, desta vez em Curitiba (PR) , com bons resultados: resolveu-se formar com urgência novos técnicos para o mercado e usar mais os meios de comunicação, sobretudo a TV, para popularizar o seguro. A 7a Conferência, em Recife (PE) , no ano de 1970, foi marcada pela presença de corretores, até então .distantes das discussões. Marketing e Automóveis foram os assuntos predominantes em 1972, em Porto Alegre , com mais de

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anos, quando a população era metade da atual e o tamanho da economia bem menor. Não há memória dos procedimentos, mas certamente o Bras iI de 1966 era outro país. E-commerce - Certamente também vai mobilizar as discussões da conferência a massificação do e-commerce , aguardada com caute la. Há quem aposte no sucesso da venda direta do produto seguro e quem acredite na criatividade do corretor. Para Júlio Avelar, o gargalo está na distribuição e o corretor conti nuará representando seu papel histórico de principal agente transformador do mercado. A maioria das seguradoras e dos corretores de todos os portes está na Internet. Como em muitos outros setores econômicos, ainda não se tem idéia do volume global das consul-

200 seguradoras reunidas e muita informação trocada. Em 1975, o Brasil já era a oitava economia do mundo e uma das preocupações do setor era a regulamentação dos fundos de pensão. O incêndio do edifício Joelma, em São Paulo, de onde várias pessoas em desespero se jogaram do prédio em chamas, motivou a tese mais polêmica, propondo a cobertura de suicídios em casos semelhantes. Naquele ano, 3,7 milhões de brasileiros possuíam seguro de Vida, contra 1,7 milhão, em 1967, graças à expansão do ramo Vida em Grupo. Oseguro abri-

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"Vale.-á aqo.-a a qualidade do p.-oduto e a ro.-ma como se.-á ap.-esentado. Os neqódos via lnte.-net são os que i.-ão mexe.- mais com a cabeça dos p.-orissionais de sequ.-os e consumido.-es" João Gilberto Possiede (J. Malucelli)

gatório de carros foi regulamentado também em 1975. A então recente regulamentação dos seguros Saúde e Previdência Privada glamurizou a Conferência de 1977. Em 1980, nova reunião, tendo como tema central "Como preencher os espaços vazios". Naquele ano, operavam no país 93 seguradoras contra 176 que estavam em atividade dez anos antes - 83 desapareceram por motivo de fusão, incorporação ou irregularidades. A 12a conferência foi a primeira sediada em Brasília. A 13a, em 1988, no Rio de Janeiro,

coincidiu com a promulgação da nova Constituição. Doze anos depois, será realizada a 13° edição do evento . Se o hiato entre as conferências é agora o maior de todos, a discussão não se interrompeu em outras instâncias e o setor produziu um plano diretor, encomendado pela Fenaseg aos consultores da McKinsey e Delphos. Parte dos cenários atuais foi antecipada pelas projeções desse relatório que data de 1994. Hoje se fala em rever o plano e a Conferência também pode ser um bom ambiente para falar nisso.

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tas de preços ou dos negócios fechados com o clique do mouse. "Antigamente, um papel levava um tempo enorme para chegar ao balcão de vendas. Como arri scar previsões com esse vapt-vupt?", pondera Miguel Junqueira. Mesmo acreditando na criatividade mercantil dos velhos tempos, João. Gilberto Possiede lamenta o fim, para ele próximo, do tradicional corpo-acorpo, onde o que contava era a perspicácia e a simpatia do vendedor. "Na venda eletrônica, as empresas terão que contar com a vontade do consumidor, que deverá ser estimulado a realizar a compra. Valerá agora a qualidade do produto e a forma como será apresentado. Os negócios via Internet são os que irão mexer mais com as cabeças dos profissionais de seguros e consu midores", acred ita. Comercialização e distribuição devem merecer muita atenção dos conferencistas e da platéia, de acordo também com Sergio Timm . Ele pede mais agi lidade, sofisticação e expansão dos canais hoj e existentes. Serão necessidades que o mercado buscará nos próximos anos e, para isso, muito deverá ser investido nessa área. "O consum idor será cada vez mais exigente e cob rado . Buscará serviços, preço, garantia e, sobretudo, transparência nas informações. As seguradoras devem bu sca r especialização. Haverá diminuição do número de empresas operando", diz. Na sua opinião , o capital estrangeiro por certo aumentará sua participação no mercado, o que considera benéfico para o setor. Com maior com petitividade e busca de resu ltados operacionais, acrescen-

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"Se as l"eflexões atinqil"em a pl"ofundidade desejada, implical"ão na incol"pol"ação de novas pl"áticas pol" pal"te dos , empl"esanos bl"asileil"os do setol""

.

Miguel Junqueira Pereira (Previdência do Sul)

ta, tendo em vi sta a redução dos ganhos financeiros, as áreas técnicas e atuariais das empresas serão mais valorizadas e respeitadas. "Voltaremos a ser seguradores", comemora o operador que começou na profissão há 44 anos, sempre no Grupo Vera Cruz. Na área do resseguro, globalização não é novidade, por se tratar de uma atividade internacionalista por natureza. Re sseguro é cap ilar, não tem pátria. O Lloyd's, um ressegurador típico com formato de cooperativa, até há bem pouco tempo continuava funcionando num saguáo cheio de boxes e operadores calculando riscos e preços em pedaços de papel. Mas até o velho Lloyd's pendurou o chapéu-coco e está abolindo a papelada. Hoje tem até homepage (www. lloydsoflondon .co.ukJ . Mocinho ou vilão - Nas operações de resseguro com o mercado livre, os técnicos brasileiros vão ter que agir como subscritores de ri scos, analisando-os com vistas a estabelecer taxas e condições, e os resul-

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PALESTRAS O Dia 11 de setembro

1) Macroeconomia e a 3° via 2) A Teoria do Risco O Dia 12 de setembro

3) O Mercado Brasileiro e os Desafios do Século XXI 4) Perspectivas Internacionais do Mercado Segurador O Dia 13 de setembro

5) Mercado Segurador Brasileiro I Perspectivas 6) Resseguro - Panorama Internacional

WORKSHOPS • Previdência Privada- Novo Ambiente Regula tório • Capitalização . • Seguro de Automóvel- Novos Valores de Subscrição o Seguro de Transporte- Novas Condições Gerais OSeguro de Vida - Experiências Internacionais OSeguro de Vida (11)

lados de suas carteiras pesarão fortemente no resultado final. Antes, tudo isso cabia ao velho Instituto de Resseguros do Brasil , hoje IRB Brasil Re. Em sua fase de transição para se tornar um ressegurador como os outros - ou quase, tendo em vista que concentrará ainda 60% das operações nos próximos dois anos - , o IRB Brasil Re terá a oportunidade de se apresentar com um novo perfil. Especialistas com muitos anos de vivência no mercado ficam no meio da estrada entre a euforia com o fim do monopólio e a preocupação imediata com a mudança repentina de papel dos atores em cena, sobretudo o IRB, e suas conseqüências sobre a economia. Há quem tema evasão de divisas ou gastos em moeda forte capazes de criar algum tipo de turbulência na balança de pagamentos. Mas existe também a certeza de que, com a privatização concluída e mais amadurecimento no setor, a concorrência brigará ainda mais pela oferta de serviços e preços melhores. A quebra do monopólio do IRB não era uma reivindicação apenas das seguradoras brasileiras. Junqueira, que será um dos conferencistas em sua especialidade de mercosseguros, contou que o Brasil era o único dos quatro países do bloco que detinha o monopólio, na época da assinatura do Tratado de Assunção. Ouviu queixas de argentinos, uruguaios e paraguaios. O órgão representava um entrave, reclamavam. Os vizinhos não se sentiam à vontade de fazer nenhuma integra ção tendo um parceiro estatal e monopolista. Por José Sérgio Rocha

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Asbace e ATP S.A.: contribuindo para a melhoria do processo de arrecadação no Brasil Juarez Lopes Cançado*

1

Asbace e sua empresa ATP S.A. estão ajudando a aprimorar o processo de arrecadação de multas de trânsito e tributos no país. Dois grandes projetos já estão praticamente prontos, devendo entrar em operação até o final deste primeiro semestre: o Renacom, para o recebimento de multas interestaduais de trânsito, e o Siap, para o pagamento de contas de luz, telefone, água e impostos. O Registro Nacional de Compensação de Multas Interestaduais Renacom foi desenvolvido com o propósito principal de combater o chamado "sentimento de impunidade" em relação à não-aplicação de penalidades aos motoristas adicionalmente, de infratores e, proporcionar ao Estado o incremento da arrecadação e do fluxo de recursos provenientes do recolhimento de multas de trânsito ocorridas em localidade diferente daquela da habilitação do condutor e em unidade da federação diversa daquela do licenciamento do veículo. Estudos já realizados a respeito do assunto indicam que, em função de dificuldades operacionais e deficiências tecnológicas no âmbito dos próprios Estados, essas infrações não são sequer processadas e convertidas em notificações, o que reduz drasticamente a capacidade de aplicação de penalidades e, por conseqüência, de arrecadação para o Denatran e demais órgãos autuadores participantes do Sistema de Trânsito Brasileiro. Por conta disso, estima-se que a evasão de receitas de multas interestaduais possa chegar a 20% do total de multas aplicadas em todo o território nacional. A partir da sua efetiva implantação, o Renacom vai possibilitar ao Denatran as condições necessárias para que, com maior alcance e abrangência, possa pôr em prática ações voltadas para a segurança e a educação de trânsito. Com isso, ganha o Brasil, ganham os brasileiros e ganha o Estado, no caso representado pelo Denatran, na medida em que passa a desempenhar melhor uma de suas funções típicas e indelegáveis e que só poderá ser ampliada a partir de uma regularização das fontes de recursos que a financiam, possibilitando, como resultado, maior justiça social para o país e maior

A l I I

racionalidade à ação pública, baseada no binômio arrecadação-custos. Além de garantir o controle e a efetivação dos repasses financeiros aos órgãos envolvidos na aplicação de multas interestaduais ocorridas em unidade da federação diferente daquela do licenciamento do veículo, ó Renacom permite o registro, a baixa e a troca de informações entre o órgão autuador e o Detran de domicílio cadastral do veículo ou do condutor infrator. Isso possibilita um amplo e rigoroso gerenciamento dos dados relativos à emissão e ao processamento dos autos de

infração, com a vantagem de também produzir informações gerenciais ao Denatran, Detrans de domicílio e demais autoridades de trânsito. Essa situação facilita o fluxo regular de recursos, resultando em maior racionalidade no seu uso e melhores condições operacionais para o Denatran. Para implantar e gerenciar o projeto Renacom, a Asbace e a ATP S.A. estão disponibilizando quase 18.000 pontos de arrecadação e 20 unidades regionais de processamento de documentos, nas principais cidades do país, além de uma sofisticada rede chamada ATPNet, para transmissão e recepção de dados. As duas organizações ficarão responsáveis pela operacionalização de todas as etapas relacionadas com o recebimento, o processamento e o repasse financeiro dos recursos oriundos da arrecadação de multas de trânsito interestaduais. O propósito é, com o projeto, eliminar a deficiência logística, operacional e tecnológica de troca de informações que se verifica entre agentes arrecadadores, Denatran, órgãos autuadores

e Detrans de domicílio dos veículos autuados. Adicionalmente, a Asbace também atua, desde 1991, na gestão da arrecadação do seguro Obrigatório- DPVAT, respondendo por aproximadamente 71% do total de bilhetes arrecadados em todo país. Após o disposto no Decreto 2.867 e na Portaria Interministerial 4.044, o papel da Asbace foi intensificado devido à determ.inação de que parte dos recursos seja destinada ao SUS e ao Denatran, cabendo à rede arrecadadora gerida pela Asbace a responsabilidade de repasse dos percentuais devidos à Fenaseg e ao Denatran. O segundo projeto pronto para entrar em atividade brevemente é o Sistema ·Integrado de Arrecadação e Pagamentos Siap. Trata-se de uma rede alternativa de recebimento e pagamento que conta com mais de 30 instituições credenciadas, entre elas bancos estaduais, federais, privados e empresas não bancárias de atendimento ao público. Por meio do Siap, o cidadão poderá efetuar o pagamento de contas de água, luz e telefone, além de tarifas, taxas e impostos dos governos estaduais, municipais e federal . O Siap deve iniciar suas operações em Brasília e em seguida será expandido para as seguinte capitais: Goiânia, Cuiabá e Campo Grande. Possivelmente no prazo de um ano o Siap já estará cobrindo as demais regiões do Brasil e operando também através da ATPNet, um dos maiores complexos eletrônicos existentes no país para a integração de redes. A ATPNet reúne o que há de mais moderno e sofisticado em termos de tecnologia, estando preparada para se unir às principais redes do mercado. O Renacom e o Siap são dois projetos direcionados para a melhoria do processo de arrecadação no país. Por esta razão, orgulham-se a Asbace e a ATP S.A. de poderem deles participar e, assim, contribuírem com o efetivo aprimoramento e desenvolvimento do sistema. À disposição do Renacom e do Siap estão a sólida experiência da Asbace e da ATP S.A. na prestação de serviços e as condições logísticas e operacionais adequadas para administrá-los com a eficiência que a sociedade requer.

* Doutor em Administração, é diretor-executivo da Asbace e da ATP S.A.


INVESTIMENTOS

s anos 90 serão lembrados como a época da grande abertura econômica no Brasil. Reservas de mercado foram extintas, barreiras comerciai s eliminadas ou muito reduzidas e importantes empresas estatais compradas por estrangeiros. O Pa ís pa ss ou a experimentar grandes fluxos não só de mercadorias, mas de capital externo, principalmente nos últimos cinco anos. O investimento direto líquido chegou a US$ 30 bilhões no ano passado, superando os US$ 26 ,8 bilhões alcançados em 1998. A Engenheiros Financeiros & Cia (EFC) elaborou uma pesquisa a partir dos estoques de investimentos diretos em dezembro de 1995 e dos fluxos líquidos anuais de 1996, 1997, 1998 e dos nove primeiros meses de 1999. O estudo permitiu a comparação do estoque de 1995 com o de 1999: houve um crescimento de US$ 42 ,5 bi lhões para US$ 107,4 bilhões. Não é pra menos. O País, que já tinha como atrativo um grande mercado potencial , uma economia diversificada e uma posição estratégica, ,passou a contar com a estabilização monetária. Com ela , investidores estrangeiros puderam ver o Brasil dentro de uma perspectiva de mais longo prazo. Além disso, muitas empresas brasi leiras, descapitalizadas e expostas a novas condições de competição, entraram em crise e tornaram-se razoavelmente mais baratas. Não foi à toa que a década foi marcada também por um grande número de fu sões e aquisições.

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CAPITAL ESTRANGEI O aterrissa no Brasil

Carlos Coradj (EFC): "O nível de recursos vindos de fora tem crescido desde o começo do Plano Real . Mesmo em 1999, que foi um ano turbulento, o volume cresceu. Com a expectativa de queda nas taxas de juros e na inflação, a tendência é de crescimento nos investimentos diretos, mesmo contando com poucas privatizações"

Grupos estrangeiros -

num universo de 175 operações. Em 1999, esse número pulou para 208, de um total de 309. Há ainda quem veio atraído por subsídios dados pelo governo brasileiro e pela desvalorização do Real. "É o caso de algumas multinacionais do setor automotivo, boa parte delas instaladas na Argentina, que resolveram migrar para o Brasil ", lembra o sócio da EFC , Carlos Coradi . Ele ressalva que a vinda

Segundo dados da consultoria Price Waterhouse e Coopers , foram realizadas 3.274 operações, das quais um número significativo envolveu grupos estrangeiros. O interesse cresceu a partir da estabi lização econômica, em meados dos anos 90. Levantamento da KPMG mostra que em 1994 foram realizadas 94 transações de fusões e aquisições envolvendo estrangeiros,

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dessas empre sas automotivas não pode ser considerada como investimento direto da Argenti na no Brasil. "As empresas que vieram são em grande maioria multinacionais", frisa Coradi , ao lembrar da vinda das francesas Renau lt, Peugeut e Citróen . "A Argentina, por seus problemas internos, não tem um perfil de grande investidor estrangeiro ", acrescenta. No ranking de investimentos diretos feito pela EFC , a Argentina caiu da 1oapara a 93 posição, em 1995, para a 21 a colocação, em 1999. Mas duas grandes empresas do setor de alimentos se destacaram entre os investimentos argentinos no Brasil: a Bunge e a Socma, do grupo Macri. Junta-se a tudo isso, ainda, as privatizações. Sem dúvida, a venda das estatais foi a responsável pela entrada de um número substancial de empresas estrangeiras e recursos no País. Esse ano o governo deverá contar com um número pequeno de privatizações. As grandes vendas esperadas para este exercício, das geradoras de energia elétrica - cujas privatizações, na verdade, estavam previstas para o final do ano passado -, ainda en-

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Brasil Re. "Acredito que a venda irá sair ainda este ano e contar com o interesse de um número grande de empresas", avalia. Outro fator que deverá atrair capital estrangeiro é o boom das empresas ligadas à Internet no Brasil. Não só as que lidam diretamente com a rede (provedores), mas também as que começam avender produtos através do computador, que já estão sendo cobiçadas por companhias estrangeiras. No final do ano passado, o maior provedor brasileiro, o UOL, pertencente aos grupos Folha e Abril, anunciou avenda de 12,5% da participação acionária para um grupo de investidores estrangeiros. O grupo, liderado pelo Morgan Stanley Dean Writter & Co, deverá pagar algo em torno · de US$ 100 milhões. Para especialistas do setor, os principais provedores nacionais contam com capital estrangeiro para poder expandir seus negócios. Não se sabe quais são os benefícios líquidos dessa entrada maciça de capital estrangeiro. A curto prazo, o dinheiro está servindo para financiar o déficit em transações correntes, que inclui a balança comercial e de serviços, e as transferências unilaterais. Os recursos _servem para compensar principalmente a saída de dinheiro para o pagamento de juros da dívida externa .. O sócio da EFC admite que a entrada de capital estrangeiro pode gerar uma certa dependência por esses fluxos de capital na hora de fechar as contas. "Mas acho que não tem outra alternativa a curto prazo". comenta. Para Carlos Coradi, o grande desafio do Brasil a longo prazo é registrar um superávit comercial, através do aumento das exportações e da redução das importações de "produtos supérflu-

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O FIM DAS AMARRAS Omercado financeiro brasileiro começou o ano 2000 se abrindo para o investidor externo. O Conselho Monetário Nacional (CMN) surpreendeu o chamado investidor indireto, que aplica no mercado de capitais e de renda fixa, com novas regras que visam a facilitar a entrada de recursos . A estrutura complexa, que separava os investimentos por tipo, através dos chamados anexos , dá lugar à abertura total. O capital externo passa a ser reconhecido apenas como "investimento de não residente ". E acaba a exigência das contas coletivas. O investidor vai poder ter acesso individual . seja ele pessoa física ou jurídica. A expectativa de analistas de mercado é que essa liberação traga novos recursos para o País. Com o fim dos anexos, o

"não residente" também poaplicação possa ser feita . derá movimentar suas apliPara remeter dinheiro para o cações livremente - da renBrasil, os não residentes tamda fixa para a bolsa de valobém enfrentarão menos bures, por exemplo. Pela regurocracia. Te rã o de preencher lamentação antiga, o aplicaformulários elaborados à imador estrangeiro em bolsa de gem e semelhança dos WB valores tinha que retirar os norte-americanos. No formarecursos do País e retornar to antibo. era possível perder caso pretendesse colocá-los até 60 dias até que a remesem fundo de renda fixa . A sa de capital percorresse tomedida dá maior flexibilidados os trâmites da legislação de para os investidores exbrasileira. ternos que acabavam optanApesar do otimismo do do por investir apenas em mercado em relação às mefundos dedicados a mercadidas, que entram em vigor dos emergentes. Agora, os em 31 de março, é consenso mesmos produtos vendidos no mercado financeiro que as para os poupadores brasilei regras sozinhas não garantem ros serão acessíveis também um fluxo positivo de capital ao estrangeiro. externo no País. O estrangeiAs novas regras tendem ro levará em consideração o ainda a baratear o custo dos · cenário macro-econômico do investimentos no Brasil. AcaPaís antes de aplicar seus reba a exigência da atuação de cursos . De qualquer forma , um gestor de recursos sedianalisam especialistas, é o fim ado no exterior para que a de uma amarra.

em 1999. Já os portugueses evoluíram do 21 a lugar para a ya posição (veja box com os dez maiores investidores na pág. 15). Vale lembrar que os dois países entraram fortemente nas privatizações do setor de telecomunicações e energia elétrica. A Telefónica da Espanha, uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, comprou nada menos que a Telesp (Telecomunicações de São Paulo) e a Tele Sudeste Celular (Rio de Janeiro e Espírito Santo). Participa ainda do capital da Tele Leste Celular (Bahia e Sergipe) , junto da Portugal Telecom, e da CRT (Rio Grande do Sul). Os espanhóis participam também fortemente do setor elétrico , em

os". "O Brasil tem que parar de importar, por exemplo, cenoura e arroz - e, como todos os países fazem, fazer algumas restrições aos produtos comprados lá fora", destaca. Ibéricos - A pesquisa fei ta pela EFC sobre investimentos diretos mostra que os ibéricos descobriram de novo a América do Sul. O estudo, a partir dos estoques de investimentos diretos em dezembro de 1995 e pelos fluxos líquidos anuais de 1996, 1997, 1998 e dos nove primeiros meses do ano passado, destaca o forte crescimento dos investimentos da Espanha e de Portugal. Os espanhóis, que ocupavam a 20a posição em 1995, passaram para a segunda

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empresas como a Coelba (Bahia) , Celpe (Pernambuco) , Cosern (Rio Grande do Norte), Cerj (Rio) e Colelce (Ceará), através de empresas como a lberdrola e a Endesa. Pela pesquisa, os Estados Unidos, apesar das mudanças, continuam campeões dos investimentos no Brasil. Já a Alemanha, tradicional investidor, caiu da 2a posição para a 5a posição. É su rpreendente o volume de investimentos diretos vindos dos paraísos fiscais (Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, Ilhas Bahamas , Luxemburgo): em 1999, o estoque desses quatro países somava US$ 12,4 bilhões - garantindo o segundo lugar. Por Ana Paula Nogueira

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contram obstáculos políticos. De grande mesmo só a venda do Banespa (Banco do Estado de São Paulo} , marcada para maio deste ano , e a privatização do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB Brasil Re) . Perspectivas animadoras - Mas quem acha que a falta das privatizações irá frear os grandes fluxos de capital estrangeiro poderá ter uma surpresa. Até os analistas mais cépticos já começam a se render à onda de otimismo depois que saiu o resultado do fluxo de capitais no mês de janeiro. A entrada de investimentos diretos foi recorde: US$ 3 bilhões, sem qualquer privatização. O montante chegou a surpreender os técnicos do Banco Central. O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Daniel Gleizer, acredita que os investimentos diretos este ano, antes estimados em US$ 25 bilhões, podem repetir o resultado do ano passado, de cerca de US$ 30 bilhões. Esse número não considera os recursos que entraram no país para aplicações no mercado financeiro, o chamado "capital especulativo" , que poderá registrar crescimento este ano. Em janeiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) baixou regras facilitando a entrada de investidores para as aplicações em bolsas de valores e em renda fixa. Carlos Coradi é ainda mais otimista que o Governo e acredita que os investimentos diretos este ano possam chegar a US$ 35 bilhões. "O nível de recursos vindos de fora tem crescido desde o começo do Plano Real. Mesmo em 1999, que foi um ano turbulento , o volume cresceu ", ressalta. "Este ano , com a expectativa de queda nas taxas de juros e na inflação - os japoneses, por exemplo, têm

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sição de uma empresa, o investidor precisa fazer novos aportes de recursos para torná-la eficiente e competitiva. "As empresas de telecomunicações e de infra-estrutura, como energia elétrica, ainda têm muito o que investir, uma vez que esses setores estavam defasados tecnologicamente" , comenta Coradi . Mas, o sócio da EFC lembra que essas mesmas empresas estarão enviando dinheiro para o exterior, através do pagamento de dividenJosé Rubens Alonso (KPMG): "As dos para os controladograndes companhias estão res e royalties. O que montando um posto de observação, pode pressionar negapara ver a melhor oportunidade e tivamente o balanço de evitar os erros cometidos por outras pagamentos. companhias no passado" Para o sócio da pavor de investir em países com KPMG , José Rubens Alonso, as inflação alta -, a tendência é de operações de fusões e aquisicrescimento nos investimentos ções também deverão estar em diretos, mesmo contando com alta no ano 2000. Alonso destapoucas privatizações", diz. ca o segmento de seguros que, Ootimismo de alguns espesegundo ele, ainda tem bastante cialistas também é atribuído ao espaço para a entrada de comfato de que, uma vez feita aaquipanhias estrangeiras, seja atra-

ESTOQUE DEl,/95

vés da compra de seguradoras brasileiras ou de associações. O especialista observa um movimento diferente no segmento, com grandes companhias abrindo filiais ou pequenos escritórios no País. "Isso pode significar que as empresas estão montando uma base no Brasil , como se fosse um posto de observação, para ver a melhor oportunidade e evitar os erros cometidos por outras companhias no passado", ressalta. José Rubens Alonso destaca alguns grupos estrangeiros que ainda não entraram no País, ou participam de forma ainda pequena se comparada com o seu tamanho , mas que teriam interesse no mercado de seguros brasileiros. "A Axa, maior grupo do mundo, ainda tem uma presença pequena no Brasil, através da UAP Seguros; outras potenciais candidatas seriam a Zurique e a National Wide", comenta. Privatização do IRB - O especialista lembra ainda que este ano o setor irá contar com um evento importante, que deverá atrair empresas de capital estrangeiro: a privatização do IRB

ORDEM DE ESTOQUE

PAÍSES

10.852,.20

1

Estadoo Unidoo

26.176,'l'J

Ale:rrwlha

5.828,00

2

Espanha

11 .666,76

:3

Suíça

2.815,Xl

:3

Países Bai.><.os

8 . 164,~

4

Japão

2 .658,~

4

Ilhas Cayman

7.974,10

5

FI'811Ça

2 .0:31,~

5

FI'811Ça

7.114,89

6

Canadá

1.819,00

6

Ale:rrwlha

7.050,91

7

Reino Unido

1.792,&1

7

Portugal

4.94:3,88

8

Ilhas

Vir~ns

1.7:35,&1

8

Japão

:3 .650,72

9

Países Bai.><.os

1.5:34,~

9

Suíça

:3 .521,65

10

I1âlia

1.258,&1

10

Reino Unido

:3 .:306,72

ORDEM DE ESTOQUE

PAÍSES

1

Estadoo Unidoo

2

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ESTOQUE SET/99

REVISTA DE SEGUROS


SANTOS FILHO

é diretor da Vitae Consultoria e Projetos

contem porane idade vem se caracterizando como uma época onde as relações entre o público e o privado passam por significativas modificações em relação a seu tempo histórico imediatamente anterior. Também no campo político se evidenciam estas mudanças. Do que se trata? Parece haver uma certa perda dos limites claros que antes caracterizavam certas oposições como esquerda e direita, governamental e não-governamental, em termos de conceitos e práticas. Estamos em um novo tempo , um tempo marcado por novas e complexas referências. É parte fundamental desta época o desenvolvimento exponencial da tecnologia da in formação, ligando mundos muito distantes em todos os sentidos, em tempo real , permitindo as mais variadas operações, nos mais variados campos, dos "negócios" à cultura, gerando o fenômeno da globalização. Este, outro responsável pela nova caracterização de limites, interpe-

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A ciência nas mãos das seguradoras mento" das operadoras e seguradoras, na verdade cria um fato novo, com uma certa complexidade . Num primeiro momento parece que as seguradoras apenas intermediarão uma relação de prestação de serviços entre seus segurados e os prestadores, ficando numa atividade relativamente "asséptica ", cuidando apenas de números, prêmios, sinistralidades etc. Na verdade, com o tempo, a produção de conhecimento em saúde, que antes era posse da academia, do setor público, pode progressivamente migrar para as operadoras e seguradoras, na medida em que estas, até para gerir custos, dentro de seus processos de referenciamento e gestão, sentirem necessidade de domínio maior deste mesmo conhecimento. Novos fatores envolvendo a relação prêmio-risco-sinistro devem entrar em jogo, e entre eles está a mediação por este novo conhecimento, cuja característica é a de pertencer a uma área que está em pleno processo de construção, seja em relação à

netrando mundos e culturas, hábitos e modos de viver. No Brasil , assiste-se a uma nova relação entre os setores público e privado. As privatizações, vistas como parte de um movimento contemporâneo brasileiro, são responsáveis pela delegação ao setor privado do que anteriormente era exclusivo do setor público. Desde a adoção da "pracinha" por uma empresa à expansão de uma atividade essencial, como a educação, pelo setor privado está aí esta nova articulação, produzindo uma nova "cultura" empresarial com evidentes conseqüências sobre as pessoas e os grupos. No setor saúde pode-se interpretar a lei 9656/98 e suas resoluções posteriores, em alguns de seus aspectos, como uma certa delegação ao setor privado , à saúde suplementar, de determinadas atribuições antes reservadas ao setor público, como, por exemplo , a assistência à saúde mental. O que à primeira vista poderia parecer apenas uma regulamentação, um "enquadra-

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sua conceituação teórica e clínica, seja em relação à prática assistencial. Assim, saúde mental pode ser simultaneamente um problema e um produto surgido desta nova articulação entre atos atuariais e conhecimento e entre assistência e produção de saúde. Omodelo de saúde mental, onde prevenção e tratamento se entrecruzam - basta pensar em um programa de prevenção de dependência química ou os programas em puericultura - pode, ainda como modelo, alcançar outras áreas clínicas e cirúrgicas em adultos e crianças, em que programas de assistência e prevenção produzidos pelas próprias seguradoras possam reduzir sinistros. E, assim , produzir novas formas de conhecimento em saúde a serem divulgados em congressos, seminários, chegando à academia, à universidade e, finalmente, ao setor público, configurando uma outra relação público-privado, mais além da simples definição de regras e controle das seguradoras pelo setor público. Talvez seja uma questão de tempo e de aposta.

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NEGÓCIOS

ano 2000 chegou sem que se concretizassem as profecias e sem ......_ _, que o Bug do Milênio causasse o estrago anunciado. Mas duas perguntas ficaram no ar na manhã do dia 1° de janeiro: afi nal , que surpresas nos reserva o ano 2000 e qual há de ser o melhor negócio para os próximos tempos? A resposta, para muitos, já chega a milhares de lares há alguns anos e vai , aos poucos, se integrando à rotina nossa de cada dia. A Internet - que vem se agregando às necessidades básicas domésticas e, principal mente, se transformando em ferramenta indispensável à ampliação dos horizontes de empresas de qualquer setor é a grande vedete desse novo milênio. A escolha da Internet como o melhor negócio deste novo século é comum a dois repre se ntantes de duas das mais importantes empresas do País. Concordam, sem titubear, quanto à importãncia da rede mundial de computadores, um dos sócios da KPMG Auditores Independentes do Brasil, José Rubens Alonso, e o fundador e presidente do conselho da

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INTERNET A vedete do século XXI Salles D'Arcy Publicidade Lida , vência ficar atento às mudano publicitário Mauro Salles. ças instantãneas que a rede produz, o que significa que o Para os dois, não há dúvidas que era um bom negócio há um quem não se valer da Internet de alguma forma vai perder o par de anos já não é mais agobonde da história. ra. Ele exempl ifica, lembrando "É a grande sacada. Vai gaque até há pouco tempo tornarnhar dinheiro quem dominar as se provedor era o grande negótécnicas da Internet e imaginar cio. A questão é que já não há meios de sua utilização", premais tanto espaço para novos vê Alonso , que tem acompaprovedores e a idéia já não promete mais tanto êxito. Em miúnhado os "investimentos mados: quem tinha que se tornar ciços das grandes corporações provedor já tomou a iniciativa. direcionadas para negócios relacionados à Internet", o que Agora, a luta é estar presente inclui a própria KPMG, que, na rede e, assim, tirar o melhor claro, tem seu site na Internet proveito dela, transformando-a em alavanca para a ampliação Salles, cuja empresa também dos negócios. "A Internet está tem vida e obra registradas na rede, ratifica: "A Internet está produqanhar- dinheir-o zin do a grande revolução das comudominar- as nicações". icas da Inter-net e Alavanca de meios de sua negócios - Para Alon so, é uma questão de sobreviJosé Rubens Alonso (KPMG)

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numa fase de mudanças muito rápidas" , alerta. Novos costumes - Alonso também ressalta que a Internet ainda oferece alguns riscos, especialmente, para o uso doméstico. Para compras, por exemplo, se forem levados em conta fatos que recheiam o noticiário mundial. São incontáveis os casos de internautas que tiveram os números de seus cartões de crédito utilizados de forma ilegal - por justamente tê-los deixado disponíveis na rede - e de sites que andaram sendo tirados do ar pelos piratas cibernéticos, os hackers, que têm por diversão provar que podem sabotar a vida alheia. O poderoso Yahoo, por exemplo, ficou mudo recentemente e os chefões do site , depois de se desculparem, disseram ao mundo que o incidente poderia se repetir. O sócio da KPMG , no entanto, é otimista, e lembra que

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mação , entre outros setores. Salles, jornalista, ._ ....,....... do a qrande advogado e publiciução das tário de renome , connicações" corda com Alonso e insiste na essência de todo o processo de surgimento e crescio caos inicial é equivalente ao mento da Internet. Para ele , que que se deu quando, por exemdescreve a grande rede como plo, os cartões de crédito e "revolução ", deve-se estar semos caixas eletrônicos comepre atento à possibilidade que çaram a dar seus primeiros a Internet oferece de permitir passos. A desconfiança inicial aos usuários - em cada lar, dos usuários em potencial em cada empresa ou em cada o mundo inteiro - parecia pequeno escritório de todo o transformar as duas invenções mundo - "integrar-se e interem fracasso absoluto. Hoje, ferir no que é emitido ", como como se sabe , considerando descreve o criador da que é hoje o público economicamente uma das cinco maiores agênativo, não há quem não viva cias de publicidade do País, tem sem qualquer um dos dois. cerca de 40 grandes clientes e Revolução - Alonso arse uniu no dia 3 de janeiro deste risca um prazo de dois anos ano à americana D'Arcy Masius para que a Internet esteja abBenton & Bowles (que tem 131 solutamente integrada ao diaescritórios em 75 países) para a-dia desse público. "As pescriar a Salles D'Arcy. soas incorporam novos cosSalles fala da imensa rede tumes", diz um dos sócios da de comunicação que une todo empresa que nasceu em Amso mundo e que dá a ele a posterdã, tem cerca de 1000 essibilidade, sempre, de ir mais critórios em 155 países, está além e criar uma espécie de no Brasil desde 1913 e lida moto-contínuo da informação. com auditoria, consultoria tri butária e tecnologia da inforPor Rozane Monteiro

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PREVIDÊNCIA PRIVADA: UM TOQUE DE MIDAS Para a pergunta "qual o melhor negócio do ano 2000?", o presidente da comissão de Marketing da Fenaseg, José Carlos Vieira, também tem a resposta na ponta da língua. Ele aposta na previdência privada como o toque de Midas no Brasil. Omotivo é simples. Num país em que o governo tem tratado a previdência da forma como todos sabemos, a única saída é, mesmo, correr para o que de melhor a iniciativa privada puder oferecer. "A falência da previdência pública é cada vez mais evidente", avalia. Vieira até admite que uma geração que ainda é economicamente ativa nasceu e cresceu acreditando que a previdência provida pelo governo haveria de lhe garantir um descanso tranqüilo - um conceito que vem sendo revisto aos poucos. Mas a nova geração já nasceu atenta à possibilidade de que isso pode não dar certo. Eé no jovem que o setor aposta. Vieira acredita que a geração que está acabando de entrar no mercado - embora ainda tenra demais para se preocupar com o dia em que vá parar de trabalhar - já dá sinais de que começa a pensar no futuro e que, por isso, procura as empresas que oferecem planos de previdência privada. Os números animam e sacramentam o setor como o melhor negócio do novo ano. Segundo Vieira, em 1999, as empresas de previdência privada arrecadaram R$ 3 bilhões e 800 milhões, o que representou um crescimento de 20% em relação a 1998. · As reservas técnicas encerraram o ano em R$ 10,4 bilhões, um crescimento de 50% em relação ao ano anterior. Para 2000, a expectativa é de uma arrecadação de R$ 4,9 bilhões no setor - crescimento de 30%. As reservas técnicas devem aumentar de novo, em 50%. Ea expectativa é que, durante a próxima dé~ cada, a previdência privada atraia 1 milhão de pessoas por ano. '---~---~------~ 19

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INDICADORES

DE EMPENHOD

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arrecadação do mercado de seguros. capitalização e previdência privada totalizou R$ 28.2 bilhões no ano passado, o que representou um crescimento de 7.7% em relação ao ano de 1998, segundo dados estatísticos consolidados pela Superintendência de Seguros Privados - Susep. O seguro respondeu por R$ 20.3 bilhões. 4,8% maior que o mesmo período de 98. A arrecadação da capitalização foi de R$ 4.09 bilhões, registrando 15% de crescimento, enquanto o de previdência privada foi 17% superior. com receita de R$ 3.8 bilhões. Os ramos com maior produção em 1999 foram Automóvel (31%) , Saúde (24,2%) e Vida (17,3%) . Nesse período houve um aumento da sinistralidade do mercado de seguros, que passou para 68,9%, contra 66,3% em 98. Confira a seguir os dados do setor. REVISTA DE SEGUROS

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DIVISÃO DO MERCADO

REVIDÊNCIA PRIVADA 14% Fonte : SUSEP Dados: Janeiro a dezembro de 1999

PRÊMIOS TOTAIS POR UF DEMAIS 5%

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4% 2%

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Fonte: SUSEP Dados: Janeiro a dezembro de 1999

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20

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DISTRIBUIÇÃO DO PRÊMIO POR RAMO

AUTOMÓVEL 31,0%

DEMAIS RAMOS 5,1% TRANSPORTE 2,2% ACIDENTES PESSOAIS 3,0%

RISCOS DIVERSOS 1,8%

SAÚDE 24,2%

VIDA 17,3%

Fonte: SUSEP Dados: Janeiro a dezembro de 1999

SINISTRO RETIDO POR RAMO

4.824.404 AUTOMÓVEL SAÚDE VIDA RISCOS DIVERSOS HABITACIONAL INCÊNDIO DPVAT ACIDENTES PESSOAIS TRANSPORTE DEMAIS RAMOS

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1.000.000

2.000.000

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5.000.000

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Fonte: SUSEP Dados: Janeiro a dezembro de 1999

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ACIDENTE DO TRABALHO

PROPOSTAS DAFENASEG

buscam consenso Fenaseg vem desempenhando o papel de canalizador de idéias e propagador de propostas visando agilizar o processo de regulamentação do seguro de Acidentes do Trabalho. A pedido do Ministério da Previdência Social , a Federação assumiu a responsabilidade de sugerir uma tarifa referencial para a carteira, com base em estudo já encomendado à Tillinghast-Towers Perrin. A missão mais importante , no entanto, é a apresentação de um conjunto de propostas que resuma o pensamento de diferentes segmentqs da sociedade, com o intuiio de facilitar a tramitação do projeto de regu lamentação. Até agora, já foram ouvi dos os corretores de seguros, as federações das indústrias dos principais estados brasileiros e a Associação Brasilei ra de Gerência de Riscos (ABGR) . Em breve, haverá troca de idéias também com as centrais sindicais e os engenheiros de segurança no trabalho, fechando ciclo que certamente resultará

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"Uma das propostas prevê a possibilidade de paqamento de indenização para os acidentados, não prevista pelo sistema atual" Oswaldo Mário Azevedo (Fenaseg)

des que favorecem os trabalhadores. "A principal delas é a possibilidade de pagamento de indenização para os acidentados , não prevista pelo sistema atual" , adianta. Se a sugestão for aprovada, a indenização terá dimensão proporcionalmente inversa à idade do trabalhador. Quanto mais jovem o acidentado, maior será a indenização, no caso de invalidez permanente ou morte. O limite máximo de indenização será equivalente a US$

na adoção, no Brasil , de um modelo de seguro moderno e eficiente. "Nossa meta é ter um projeto consensual ", explica Oswaldo Mário Azevedo, presidente do grupo de trabalho criado pela Fenaseg A proposta base, elaborada por esse grupo, engloba algumas novida-

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100 mil para os mais jovens com salários acima de R$ 1,2 mil. Nos acidentes mais graves, quando o trabalhador precisar contratar profissionais que lhe ajudem a realizar suas necessidades básicas, o valor da indenização será 25% maior. Reabilitação profissional - Outro aspecto importante é a possibilidade de reabilitação profissional do trabalhador acidentado , que também não ocorre hoje. Caberá à seguradora buscar meios apropriados para prover a recuperação do trabalhador, permitindo que ele volte a exercer sua função original ou ainda outra semelhante , se houver

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algum impedimento Além disso, dependendo da gravidade do acidente, o trabalhador pode ser também preparado para exercer função totalmente distinta daquela que executava até então. Ainda nesse contexto , está sendo proposto que as seguradoras possam ter, como atividades de apoio , laboratórios, hospitais, clínicas e centros de reabilitação. Para as empresas, o ponto mais importante, sem dúvida, é a cobrança de preço justo pelo risco oferecido por cada atividade. A proposta da Fenaseg é que as seguradoras possam operar com tarifa livre, negociando caso a caso , de acordo com as necessidades dos seus clientes. Assim, atividades que oferecem baixo risco, como os escritórios, pagarão menos pelo seguro. Mas, também os segmentos que envolvem maiores riscos poderão ter o preço do seguro reduzido, se investirem em programas de prevenção de acidentes e de proteção ao trabalhador. No que se refere às caberturas propostas, há ainda alguma dúvida quanto à do trajeto casa-trabalho. Esse tipo de garantia, de difícil caracterização e alvo fácil para fraudadores, tem peso significativo no preço final do seguro e vem sendo abolida em vários países, entre os quais os Estados Unidos. Origem dos recursos Paralelamente às consultas aos demais segmentos da sociedade interessados na matéria, a Fenaseg também tem intensificado as conversações com o governo. Em pauta, além da regulamentação em si, há o questionamento referente a alguns pontos ainda indefinidos,

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analisando a proposta inicial da Fenaseg , com o objetivo de oferecer suas próprias considera ções , os repre sentantes dos segmentos que tiveram acesso ao documento de monstraram satisfação com o que já puderam ver. O presidente do Sincor-SP, João Leopoldo Bracco de Lima, considera "muito bom" o contorno dado à matéria pela Federação, principalmente " ão há como no que diz respeito à reabilitaimplantar o novo ção do trabalham delo sem definir dor acidentado. previamente e com Mas ele ressalta que é preciso exatidão de onde e • aprofundar as como v1rao os recursos discussões. "Espara o INSS fazer frente tamos indo no ao run-ofP' caminho certo e Therezinha Corrêa (Fenaseg) é elogiável o esforço da Fenaseg. Mas precisamos como o da origem dos recurdetalhar aspectos do projeto", sos para administrar o run-off afirma João Leopoldo , que é do sistema monopolizado. "Não um entusiasta das perspectihá como implantar o novo vas profissionais que o seguro modelo sem definir previamente de acidentes de trabalho ofee com exatidão de onde e como rece aos corretores. virão os recursos para o INSS João Leopoldo aponta a parfazer frente ao run-off, incluinticipação do governo como um do o remanescente judicial predos pontos que devem ser rasente e ações que vierem a ser pidamente esclarecidos, pois na promovidas no futuro, referenavaliação dele, é uma questão tes ao período de cobertura do fundamental para que o novo INSS" , adverte Therezinha Cormodelo funcione satisfatoriarêa, outra integrante do grupo mente. de trabalho da Fenaseg. Também foi positiva a priEmbora até o fechamento meira impressão que o projeto desta edição ainda estivessem causou ao presidente da ABGR,

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Luiz Paulo Monteiro. Ele elogiou especialmente a apresentação de "propostas radicais", do ponto de vista técnico, embora ressalte a necessidade de se detalhar mais as propostas. Monteiro solicitou aos associados da entidade que preside que apresentem sugestões, principalmente no aspecto técnico da questão, que possam contribuir para o aprimoramento da proposta inicial da Fenaseg. Ele entende que a participação de vários segmentos nas discussões vai facilitar a eventual aprovação , no Congresso, de anteprojeto regulamentando a matéria. Pesquisa de dados - Os industriais, de maneira geral, também elogiaram o arcabouço de propostas para o seguro de Acidentes do Trabalho apresentado pela Fenaseg nos dias 17 e 18 de fevereiro, respectivamente, em São Paulo e no Rio de Janeiro e, anteriormente, em reunião na Federação. Os maiores elogios foram para o cuidado no trabalho de pesquisa, que engloba dados estatísticos de 97 até hoje. Mas tanto na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp} , quanto na do Rio de Janeiro (Firjan}, há também preocupação com a participação do governo no processo e com o preço final do seguro, após o fim do monopólio. "O importante é que o modelo apresentado pela Fenaseg parece mais concreto que o do governo ", assinala o chefe da Divisão de Saúde Operacional da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan}, José Luiz Pedro de Barros, que participou de reunião na Fenaseg para apresentação do projeto. Por Jorge Clapp

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SEGURO AMBIENTAL ale a pena pagar a cobertura ou jogar com o ri sco? Até agora, a política tem sido a de apostar no risco. Não se avaliou ainda o prejuízo da Petrobras, com a poluição da Baía de Guanabara, mas o episódio sacudiu o mercado de companhias de seguro e serviu como um alerta para as empresas enquadradas na categoria de alto risco. Como a Petrobras, a maioria das indústrias que convivem com esta possibilidade de acidente - ou catástrofe ambiental - não tem este tipo de seguro no Brasil , com exceção das multinacionais distribuidoras de gasolina, que são obrigadas a ter seguro, feito no exterior, e que cobre sinistros em qualquer parte do mundo. No Brasil , a realidade é bem diferente.

p ou quebrar o caixa? Consciência ambiental Há 20 anos, a cobertura para danos ambientais praticamente não existia no mercado mundial. Mas o aumento de sinistros de grandes proporções, o crescimento da consciência ambiental e o surgimento de partidos verdes e Organizações Não Governamentais (ONGs) de deREVISTA DE SEGUROS

lesa do meio ambiente mudaram o mercado de seguros internacional, que movimentava em 1998 US$ 1 bilhão e cresce, hoje, cerca de 15% ao ano. No Brasil, raras são as empresas a contratar o seguro ambiental. A cobertura para este tipo de seguro está relacionada com a Apólice de Seguro

Civil , RC , que inclui a cobertura para a Poluição Súbita. Segundo Sebastião Furtado Pena, da Gerência de Riscos de Propriedade do IRB-Brasil Re, "esta cobertura existe no Brasil desde o início dos anos 90 e algumas empresas, como indústrias farmacêuticas e de minérios, já têm este contrato."

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Além da cobertura para a Poluição Súbita , existe outra específica para a chamada Poluição Ampla - provocada, por exemplo, por pequeno vazamento que demora até resultar numa explosão. Segundo o IRB Brasil Re, calcula-se que entre 1% e 5% das empresas em todo País têm este tipo de cobertura.

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Custo e confiança - O pequeno percentual de empresas com este tipo de cobertura se explica, em primeiro lugar, pelos custos. Em segundo lugar, é preciso haver entre segurador esegurado uma relação de confian ça. Uma cooperação conjunta, aberta e verdadeira, pois o segurado deve estar preparado para revelar ao segurador todos os aados necessários à análise de risco. A cobertura de Poluição Ampla exige uma apólice específica, com laudos dos si stemas operacionais, dos locais onde operam e do padrão das instalações. A cobertura é taxada· pelo faturamento da empresa. Para a Poluição Súbita,

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ela incide em 20% do faturamento. Para a Poluição Ampla e nas apólices que englobam os dois tipos de cobertura, ela é bem maior. Se a atividade é exposta, merece um estudo ainda mais detalhado, que avalia o potencial de ri sco. Quando há este potencial , a seguradora faz a cobertura e ressegura com o IRB-Brasil Re que, por sua vez, faz o resseguro no exterior. "Os laudos são caros, pois é preciso fazer uma radiografia da empresa. Mas diante do que aconteceu com a Petrobras, a realidade pode começar a mudar", aval ia Sebastião Furlado. A relação cu sto x benefício em caso de sinistro tem que pesar na decisão da empresa. São enquadradas na categoria de alto risco quem opera com petróleo, agrotóxicos, usinas nucleares e lixos atômicos, material explosivo , produtos químicos , água e esgoto , aterros sanitários, que gradualmente podem contaminar o lençol freático e emissários submarinos. Entretanto, pela Lei de Crimes Ambientai s, empresas enquadradas na categoria de alto ri sco não são obrigadas a fazer seguro. A partir desta realidade, parece continuar valendo a tese de que é melhor apostar no ri sco . "Os danos ocorrem porque não há lei, consciência, nem responsabilidade civi I", diz Carlos AI berto Caputto, Diretor Gerente Regi onal da Latin American Rein surance Company, empresa internacional sediada nas Bermudas e associada à ECS International , que detém 30% do seguro de poluição em todo o mundo. "No caso da Petrobras, o prejuízo é de centenas de

QUEM FAZ, QUEM NÃO FAZ E QUEM DEVERIA FAZER SEGURO Todas as empresas multinacionais de petróleo têm seu pacote que cobre o que acontece em qualquer parte do mundo. "As indústrias químicas dificilmente fazem o seguro no Brasil . No exterior, quase todas as petroquímicas, as que transportam materiais poluentes, as empresas de água e esgoto e de energia nuclear têm seguro. Aqui não têm", compara Carlos Alberto Caputto. Sebastião Furtado Pena acredita que à medida em que as empresas forem privatizadas e houver a terceirização dos serviços de água, esgoto e rodovias, por exemplo, a cobertura passa a ser uma exigência, já que o Estado exige seguro de responsabilidade civil e patrimonial. "É preciso também que o consumidor se mobilize e passe a cobrar a responsabilidade civil. O Estado, por sua vez, tem que agilizar o processo judicial , já que os processos se arrastam durante anos", diz. Roberto Caputto concorda que a mobilização da sociedade é essencial, mas reconhece também que um cidadão comum que reivindicar seus direitos esbarra na morosidade da justiça. Mas este cenário, continua ele, deve mudar em se tratando de grandes riscos. "Quando uma grande empresa prejudicar a outra, com certeza a situação vai ser diferente", aposta.

milhões de dólares, o que provavelmente consumiu tudo que a empresa lucrou. A Petrobras 'raspou o caixa "', avalia. Definindo coberturas O seguro, diz ele, tem que evitar o sinistro, indicando a utilização da mais moderna tecnologia. E, em seguida, ressarcir os prejuízos . "Se a empresa avalia que as possibilidades de risco são mínimas, ela faz a cobertura com franquias maiores. Mas cobre o risco. Um Gerente de Risco tem que analisar o caixa da empresa e estabelecer qual o prejuízo, por exemplo, se uma plataforma afundar, se uma indústria química explodir ou se um duto romper e contaminar uma baía. Imaginar sempre o pior cenário e 25

quantificar o prejuízo em bilhões de dólares". Poluição da Baía da Guanabara, vazamento de toneladas de esgoto in natura por segundo na Lagoa Rodrigo de Freitas e nas praias cariocas, totalmente poluídas e com a areia contaminada - como se não bastasse, os ambientalistas acenam para o perigo de 2.100 toneladas de lixo nuclear estocado em 6 mil tambore s, alguns com césio, em Angra dos Reis. A usina nuclear Angra 11 começa a funcionar em abril. Mas ainda não se sabe o que fazer com o resíduo tóxico. Quem é responsável pelos imensos danos ambientais e pelo lixo tóxico em Angra dos Reis? Por Heloisa Daddario

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SIAS

TECNOLOGIA

é questão de sobrevivência ralar o cliente de maneira personalizada é a meta de nove entre dez empresas do setor de seguros. No chamado marketing de relacionamento, é preciso direcionar as informações adequadas ao perfil de cada consumidor. E é praticamente impossível alcançar esses resultados sem investimentos em tecnologia, pois o segredo da identifi cação dos produtos que poderão interessar determinados cli entes começa com uma base de dados inteligente. Atentos a esta tendência, os organizadores do Simpósio de Automação em Seguros (SIAS) escolheram como tema da edição deste ano a tecnologia que está por trás do marketing de atendimento. A sexta edição do evento, marcada para os dias 5, 6 e 7 de junho no Hotel Intercontinental , no Rio, reunirá mais de 50 empresas em pa)estras , painéis eárea de exposição. Com o tema "A tecnologia no marketing de atendimento no novo milênio", o evento terá quatro palestras-âncoras, nove painéis e 12 apresentações. Pesquisa - Ricardo Ro meiro, gerente de projeto da Fenaseg, diz que, durante o SIAS, serão apresentados os resultados de uma pesquisa sobre as condições tecnológicas das seguradoras brasileiras. Os organizadores esperam apresentar ain-

T

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da os dados sobre os recursos de tecnologia disponíveis nas seguradoras da América Latina. Entre os palestrantes internacionais já confirmados , estão Jonathan Mizel , da Ciberware Media, e German Marcano, da Consis lnternational. Mizel vai mostrar os recursos de marketing na era moderna e explicar como implementar as estratégias de serviços on-line para o consumidor. Já Marcano, que trabalha com projetos de tec-

nologia para seguros, abordará as ferramentas disponíveis na Internet para aárea, apresentando maneiras de explorar os potenciais da rede para reduzir custos efraudes e agilizar o contato com os clientes e melhorar a qualidade desta relação . Entre as principais palestras do evento, estão assuntos como as oportunidades de negócios oferecidas pelos provedores de acesso e serviços e a tendência do e-business no ramo de segu-

ros (veja quadros com a programação do evento). Dependência tecnológica - A escolha do tema do SIAS deste ano está relacionada à mudança das relações entre fornecedores e clientes ocorridas nos últimos cinco anos no mercado mundial. Romeiro explica que a relação das empresas, de todas as áreas da economia, com seus clientes depende cada vez mais de um processo tecnológico. Para o gerente de pro-

PAINÉIS Manhã- 1Q dia -Dia 05/06

D Fábrica de "Software" Gennari & Peartree G&P Mário Fernando A. Santos D Uso da Tecnologia na Captação de Negócios S.A.R Sistemas S. A. Paulo Sardelich D Racionalização de Processos de Troca de Informações entre Seguradoras e Corretoras Lavoronet - Eurosoft. Cesar Sasson D Gerenciamento de Fraudes e Abusos em Seguros-Saúde IBM Artur Miranda D Seguro Saúde - Cobertura Farmacológica Objeto Tecnologia em Informática Eduardo Menezes

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D Ferramentas de Produtividade para Venda e Administração de Seguros Sistemas Seguros Silvio Gardin Marcelo Barbosa D SGS - Sistemas de Gerenciamento de Sistemas Magna Renato Viana Lotus Celso Fontenelle D Alcançando a Tecnologia de Ponta em Assistência "24 horas" lnterpartner Assistance Alexandre Smith D Geradores de Produtos de Seguros - "Projeto Superkit" Broker Soluções Paulo Egídio

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duto, a Internet vem exercendo um papel fundamenta l nesta mudança de relacionamento. "A rede está aproximando mais as empresas de seus clientes, inclusive na área de seguros. Não há como negar que a Internet representa uma ferramenta de tecnolog ia muito importante para o desenvolvimento de um projeto de marketing de relacionamento. No ramo de seguros, o uso da Rede é fundamental para agi Iizar contato em situações de sini stro, por exemplo", comenta Romeiro. Produtos de informática - No primeiro dia do evento , serão apresentados nove painéis entre 9h e 13h. O objetivo é divu lgar produtos de informática desenvolvidos especialmente para a área de seguros e corretagem. As palestras-âncoras serão apresentadas nos outros dois dias, sempre na parte da manhã. Durante a tarde , haverá duas apresentações simultâneas. Entre os temas, estão soluções específicas para corretores, assistência 24 horas, saúde e previdência. Para o evento deste ano , Romeiro está criando um clima descontraído, em que se possa continuar as negociações iniciadas nas palestras e na área de exposições num ambiente menos formal. Por conta deste objetivo, no fim de cada dia de trabalho, haverá uma happy hour para os participantes. No setor de exposições, estarão reunidas 34 empresas. De acordo com o gerente de produto da Fenaseg, a participação dos expositores é muito disputada, pois no pré-lançamento do VI SIAS, em novembro passado , foram negociados 36 estandes dos 54 que vão participar da feira de produtos e eventos.. Por Suzana Liskauskas

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PALESTRAS INTERNACIONAIS Manhã -

2º dia -Dia 06/06

D ASP - Application Service Providers - Um novo ambiente de Negócios Unisys

Paulo Cesar Freitas - Dir.Marketing D Marketing na Internet Ciberware Media

Jonaathan Mizel

Manhã -

3º dia -

Dia 07/06

D Tecnologia de Seguros na Internet Delphos

German Marcano - VP Exec.da CONSIS INTERNATIONAL C.A D Reinventando Seguros com E-Business IBM

Douglas WSnadecki PALESTRAS NACIONAIS Tarde -

2º dia -Dia 06/06

D Competitividade, Resseguro e Tecnologia da Informação no Novo Milênio

Tarde- 3º dia -Dia 07/06

O Data Markef/Data Minning Xerox do Brasil

José Roberto PiresFerreira

ISO (IBM)

José Francisco, Luiz Fernando Londono da Silva, Carlos Leonardo, Henry Gil D Segurança na InternetjExtranet Privacidade e Integridade, Controle de Acesso, Auditoria Four Way

D Balance Score Card Montre Micro

Fernando Quintella

O C R M - Conceito Implantação Plusoft Seguradoras Virtuais

Nestor Panetta

Antonio Bucci, Anna Zappa

D A Importância da Informática na Operacionalização do Resseguro em Mercado Livre Adjoin

BeatrixMoura,Christina S.Miranda, Servio Viola D Gerenciamento Eficaz da Informação, Agregando Valor à Gestão do Risco Atuarial e ao Combate à Fraude Serasa

D Aumentando a Capilaridade Comercial Unisys

AnteroBraga

O Business Intelligence C R M Montre Micro

Fabiano Funari D Conceito de Full Outsourcing

Adriana Mazzeto

Delphos

GuilhermedeAlencar Lima

D Resseguro Livre Sistran Consultoria

Juan Pablo Lastoria D Como Equacionar Marketing, Tecnologia, Seguradoras e Corretores LDA

MiryamAvzaradel, José Guilherme Miranda SIAS - Dias 5, 6 e 7 de junho - Hotel Interconti n ental Horário: Palestras de 911 às 1Bh -Exposição de 1211 às 22h Preço: R$ 490 (até 1O de maio) : R$ 530 (após 1O de maio) , com direito à participação nos três dias de evento: almoços, happy hour e coffee-breaks incluídos Inscrição: (21) 342-9699 e 445-1808 ou pelo site da Fenaseg <www.fenaseg.org.br>

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RESSEGUROS privatização do IRBBrasil Re ainda não se ___nJ concretiZOU, mas acaba de produzir um resultado prático para as seguradoras brasileiras : até final de abril , elas começam a receber de volta os cerca de R$ 400 milhões que investiram nos fundo s e consórcios, formados em conjunto com o IRB para proteger o mercado contra eventuais sinistros catastróficos ou desequilíbrio financeiro das empresas. O primeiro montante liberado serão os cerca de R$ 180 milhões - dos quais R$ 116 milhões são das seguradoras- do Fundo Geral de Garantia Operacional (FGGO). Na reunião de 19 de fevereiro, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) fixou prazo de 60 dias para o retorno dos recursos do FGGO aos caixas. A mesma reunião também aprovou outras duas resoluções que definem prazo para que sejam repassados às empresas os recursos referentes aos consórcios de Reservas de Sinistros a Liquidar, estimado em R$ 40 milhões, só a parte das seguradoras, e do Fundo de Vida e Aci dentes Pessoais - este tem um saldo em torno de R$ 236 mi lhões, incluindo participação das seguradoras e do IRB. Restam ainda outros dois consórcios menores, o de Risco Nuclear e o de Danos Pessoais causado s por Embarcaçõe s (DPEM} , que terão a data de liberação dos recursos definida na próxima reunião do CNSP, prevista para abril. A volta desses recursos ao mercado é uma conseqüência direta da privatização do IRB que, como órgão regulador que era, exigia a formação /\

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M desses pools para garantir a sol vência do mercado. Circulares - No dia 29 de março , no Diário Oficial , foram publicadas três novas circulares da Susep . A de n° 123 lista os procedimentos para aoferta preferencial aos resseguradores locais. A de n° 124 mostra como deve ser feito o cadastramento do ressegurador admitido, a manutenção do mesmo, e de que forma a Susep poderá cancelar este cadastro . Pela Circular, o ressegurador admitido, além de apresentar a comprovação, emitida por autoridade de supervisão no país de origem, de que

está em situação regular e autorizado a subscrever resseguros locais e internacionais nos ramos que pretende operar, deve, entre outros documentos, comprovar a abertura de conta bancária, em moeda estrangeira, vinculada à Susep , com saldo mínimo de US$ 5 milhões- em banco autorizado a operar com câmbio, de acordo com as normas do Conselho Monetário Nacional. A Circular n° 125 dispõe sobre as agências classificadoras e as classificações mínimas para resseguradores admitidos eeventuais e revela o nome das agências classificadoras que serão aceitas automaticamente pela Susep . São elas: A . M. Best Company , Duff and Phelps Credit Rating Co. , Moody's lnvestors Services e a Standard & Poor's. No caso de ser classifica-

do por uma agência não mencionada, o ressegurador estrangeiro deverá encaminhar documentação traduzida para análise da Susep, com os critérios e metodologia utilizadas pela agência. Mudanças - Mas o que promete sacudir mesmo o mercado a partir de abril , é a abertura do resseguros, depois de mais de 60 anos de monopólio do IRB. "O mercado brasileiro tem que aprender com essenovo momento. Jogar tudo fora e começar uma vida nova, com pessoas diferentes e numa relação estritamente comercial ", analisa Maria Elena Bidino, superintende técnica da Fenaseg. Por essa vida nova entendase que as empresas terão que assumir sozinhas os riscos e responsabilidades de negociar e contratar resseguro, uma função que até hoje era realizada pelo IRB. Como único operador e regulador do mercado, o instituto

emp.-esas vão p.-edsa.- de soai tecnicamente bem pa.-ado pa.-a neqoda.- bons t.-atos. Se.-á necessá.-io lk--ca.- as melho.-es taxas e dições" Lúcio Antônio Marques (Previdência do Sul)

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definia os modelos de resseguros e as proteções que deveriam conter. As empresas não tinham outra alternativa, mas não corriam risco de o ressegurador não honrar o contrato, porque o IRB garantia tudo. "Agora, a eficiência na hora de escolher o ressegurador e negociar o contrato será fundamental para os resultados da empresa", diz Bidino. "As empresas vão precisar de pessoal tecnicamente bem preparado para negociar bons contratos. Agora será necessário negociar, buscar as melhores taxas e condições", faz coro Lúcio Antônio Marques, diretor da Previdência do Sul. A busca pela formação de um quadro técnico capaz de atuar neste novo mercado é outro efeito que se antecipou à venda do IRB. "Muitas empresas absorveram profissionais especializados que saíram do IRB através do Programa de Afastamento Voluntário" , diz Lúcio Marques. "Hoje não existe essa mão-de-obra especializada disponível no mercado e as seguradoras que têm dinheiro estão promovendo treinamento no exterior. As médias e pequenas empresas precisam começar a se mexer para resolver essa questão ", alerta José América Peón de Sá, presidente da Áurea Seguradora. Potencial - Segundo os números da Fenaseg, o prêmio total do IRB em 1998 ficou em torno de R$ 1.4 bilhão - cerca de 7% dos RS 20 bilhões de prêmio total do mercado segurador. Aoferta de taxas melhores do que as que vinham sendo operadas pelo IRB pode atrair para o mercado contratos hoje operados sob forma de co-seguros. Esse tipo de contrato foi a alternativa encontrada pelas seguradoras para obter taxas menores do que as praticadas pelo IRB. "Com a

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me.-cado aqo.-a vai vive.- o mundo com mocinhos e bandidos. A e neqoda.- o cont.-ato rundamental pa.-a os .-esultados emp.-esa" Maria Elena Bidino (Fenaseg)

abertura, a tendência é que esse mercado se transfira para o resseguro, porque o co-seguro tem para a empresa a grande desvantagem de abrir suas informações para o concorrente", explica Maria Elena Bidino. Transição - O governo criou uma espécie de regra de transição para a abertura do me rcado. Nos dois primeiros anos depois da privatização, as empresas serão obrigadas a oferecer

60% de todo o seu prêmio destinado a resseguro para resseguradores locais - na prática, uma reserva de mercado para o IRB-Brasil Re , único a operar logo após a privatização. Os outros terão que aguardar seis meses para conseguir cumprir as exigências burocráticas e começar a operar. Já as resseguradoras estrangeiras, sejam eventuais ou admitidas , terão sua atuação limitada a 40%.

Essa reserva de mercado agrega valor ao IRB-Brasil Re e ajuda a puxar para cima o preço de R$ 519,3 milhões. Embora o prêmio de R$ 1.4 bilhão captado não represente uma cifra impressionante - o mercado mundial de resseguros movimenta cerca de US$ 70 bilhões anuais não é desprezível, já que corresponde a 50% do prêmio de resseguro da América Latina. Tudo indica que a queda de

AÇÕES JUDICIAIS: PEDRAS NO CAMINHO 21 senadores. A complementar exige pelo menos 257 deputados e 41 senadores. An tecipando-se à discussão, a Fenaseg encomendou pareceres a alguns dos mais respeitados juristas do país, e os resultados indicam que o argumento não se sustenta. Para o professor Celso Bastos, especialista em Direito Constitucional , a ausência de lei complementar regulando o funcionamento do mercado de seguros não prejudica o processo de pri vatização, porque foi a emenda constitucional 13/96 que pôs fim ao monopólio do IRB. "O resseguro é uma atividade privada Independentemente de lei complementar ", afirmou em seu parecer. Uma análise semelhante

As privatizações brasileiras têm sido marcadas pelas ações judiciais que tentam impedir o leilão. Com o IRB não será diferente. Partidos de oposição e representantes dos funcionários já têm pronta uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal. Vão argüir a nulidade da Lei 9932/99 aquela que transferiu para a Susep as funções reguladoras exercidas pelo IRB por se tratar de uma lei ordinária. O texto constitucional prevê lei complementar. A diferença é o quorum necessário para a aprovação. A lei ordinária pode ser aprovada com o voto de no mínimo 129 dos deputados e

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fez o jurista José Luiz Bulhões Pedreira: "A autorização e o funcionamento de sociedades privadas resseguradoras não dependem da promulgação da lei complementar prevista no artigo 192 da Constituição, pois as normas do Decreto-lei no 73/ 66, recepcionadas pela Constituição de 1988 como integrantes do regime de lei complementar do artigo 192, atribuem competência ao CNSP e à Susep para regular a autorização e o funcionamento de quaisquer tipos de sociedades seguradoras, inclusive as resseguradoras", escreveu. E na conclusão do parecer, afirma: "A matéria tratada no artigo 6° Decreto-lei no 73/ 66 pode ser regulada por lei ordinária. "

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braço do leilão se dará entre a alemã Munich Re ea suíça Swiss Re, respectivamente, primeira e segunda colocadas no ranking mundial. Se a previsão se confirmar, o que vai a leilão não é apenas o mercado brasileiro , mas também a liderança do setor. Se uma dessas duas comprar o IRB, levará também a primeira posição no ranking mundial. Mas haverá mais feras nessa briga, como as americanas General Re e Transatlantic, além da possível participação de gigantes nacionais. Não é, portanto, por falta de candidatos que o IRB-Brasil Re ainda continua estatal . Oprocesso de privatização vem se arrastando lentamente - há quase quatro anos que a emenda constitucional n° 13, de 21 .08 .96, quebrou o monopólio do resseguros. Desde então, houve uma demora de mais de três anos até que a lei seguinte (9.932) tramitasse pelo Congresso e fosse sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em 20 de dezembro do ano passado. Essa lei transferiu do IRB para a Susep as atribuições de regular e fiscalizar o mercado. No dia 14 de janeiro o CNSP publicou a regulamentação 001 , que estabelece normas para operação das empresas de resseguros no ,país. Entre as determinações, está a proibição de que seguradoras em atividade no Brasil operem resseguros e as normas de funcionamento das resseguradoras estrangeiros admitidas e eventuais. As primeiras precisam ser cadastradas na Susep, fazer um depósito de US$ 5 milhões em conta vinculada à superintendência e ter património líquido de pelo menos US$ 85 milhões. As eventuais não precisam se cadastrar na Susep e nem fazer

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oje não existe mão-de.-a especializada disponível me.-cado e as sequ.-ado.-as e têm dinhei.-o estão omovendo t.-einamento exte.-io.-" José América Peón de Sá (Áurea Seguros)

o depósito, mas devem ter um patrimônio de no mínimo US$ 100 milhões e terão atuação limitada a 1O% do mercado. Para a formação de uma empresa resseguradora local , a exigência do CNSP é de um patrimônio líquido de R$ 50 milhões. Leilão - O leilão foi marcado para o dia 25 de abril , às 1Oh , na Bolsa de Valores do Rio. Mas o edital de venda, publicado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) , sofreu várias alterações. Até o fechamento desta edição, em 12 de abril , os dados eram os seguintes: serão vendidas 450 mil

ações ordinárias, que correspondem a 90% do capital votante e 45% do capital total , pelo lance mínimo de R$ 528,4 milhões. No total , o IRB foi avaliado em R$ 1,056 bilhão. Os lances serão apresentados em envelopes fechados, mas se a diferença entre as maiores ofertas for menor que 10% haverá disputa viva-voz. Aos funcionários será destinado um lote de 50 mil ações ordinárias, avaliadas em R$ 26,4 milhões. Também ficou decidido que a sede do IRB terá que permanecer no Rio de Janeiro, pelo menos nos cinco anos seguintes à privatização.

As primeiras resseguradoras internacionais chegaram no Brasil em 1997 e hoje já são 21 instaladas ou em processo de mudança. Nesse tempo , têm se dedicado à tarefa de conhecer o mercado e se fazer conheci das, em busca da confiança mútua, fundamental nas operações de resseguro. "As empresas que estão aqui há mais de dois anos já conhecem a estratégia, a política e o corpo técnico de cada uma das empresas do mercado brasileiro. Esta experiência pesa na hora de uma seguradora escolher seus parceiros", avalia Maria Elena.

CRONOLOGIA DA ABERTURA DO MERCADO O 21 . 08. 1996 -

Emenda constitucional # 13 quebra o monopólio do setor de seguros

o

20. 12. 1999 - Lei 9.932 transfere para a Susep as funções de regular e fiscal izar o mercado de seguros, até então atribuições do IRB

o

14. 01 . 2000 - Resolução 001 do CNSP define norma de funcionamento das resseguradoras locais e estrangeiras

O 19. 02. 2000 - Resoluções no CNSP definem prazos para devolução dos saldos dos consórcios do IRB e seguradoras: FGGO: 60 dias

o o

Vida e Acidentes Pessoais: 90 dias Reservas de Sinistros a Liquidar: 90 dias O 01. 03. 2000 - Reunião extraordinária do Conselho Nacional de Desestatização marca o leilão do IRB para 25 de abril e fixa o preço mínimo em R$ 519,3 milhões. O 09. 03. 2000 - BNDES publica o edital privatização do IRB o Previsto para 25. 04: venda do IRB e, no mesmo mês, a definição do prazo de liberação dos consórcios de Riscos Nucleares e DPEM

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JANEIRO/ FEVEREIRO/MARÇO DE 2000


/

ANTÔNIO PENTEADO MENDONÇA

é jornalista e especialista em Seguros e Previdência

e 1999 não foi um ano gordo para as seguradoras que operam no Brasil - principalmente por causa do seguro de automóvel , que apresentou um desempenho ruim -, 2000 pode ser visto com mais otimismo. Em primeiro lugar, por conta da retomada do crescimento da economia e, em segundo, porque as reformas da Constituição vão saindo, ainda que bem aquém das expectativas. Até agora os indicadores econômicos têm sido unânimes em mostrar o Brasil saindo do poço, com a atividade empresarial mostrando fôlego suficiente para um crescimento modesto e o governo fazendo sua parte e reduzindo seu déficit. A não ser que algum fator externo venha novamente interferir no cenário nacional, dificilmente este ano deixará de ser um ano marcado por investimentos produtivos e pelo reaquecimento econômico, e

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E preciso rever os clausulados ambas as situações necessitam apólices de seguros, para garantir os próprios investimentos e também os riscos decorrentes do aumento da produção. Todavia, mesmo dentro de um cenário positivo, nem tudo são flores para os seguradores. Há uma série de ameaças,

suficiente para colocar em xeque a sobrevivência destas empresas. A concorrência no seguro de automóveis também continua sendo uma ameaça concreta para as companhias menores, sem condições de enfrentar os movimentos mais agressivos das seguradoras de grande porte. Mas estes são cenários "SÃO AS PRÓPRIAS conhecidos e APÓLICES QUE tidos por ineviALIMENTAM A JUSTIÇA táveis numa época de muCOM A MUNIÇÃO danças como a NECESSÁRIA PARA QUE que o mundo e AS SEGURADORAS SEJAM o Brasil atravessam. AconSEMPRE CONDENADAS" tece que também existem algumas sérias, pairando não riscos que não estão sendo sobre o mercado em geral, mas percebidos em toda a sua sobre várias companhias, peabrangência e que por isto não los mais diversos motivos. estão tendo a devida atenção. As incertezas que pairam Entre eles, merece destaque, sobre a competência de algupelo estrago já causado no ano mas seguradoras navegarem passado, as sentenças judicinum cenário de livre contrataais , que vão criando regras ção de resseguro são sérias o novas, feitas por quem não é

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do ramo, para o pagamento das indenizações previstas nas apólices. E o grave é que esta situação é culpa das próprias seguradoras, que, ao longo dos anos, se habituaram a ter as tarifas únicas como referência obrigatória para a emissão de suas apólices. Acontece que as tarifas únicas deixaram de vi gorar faz tempo e o Código de Defesa do Consumidor veio introduzir uma nova ordem nas relações entre segurado e segurador. De acordo com o Código , as exclusões de cobertura não são proibidas, todavia, todas as limitações de direito do segurado precisam ser destacadas. Eé ai que a porca torce o rabo: a maioria das companhias ainda não modificou seus velhos clausulados e, por isso, com redação imprecisa e sem destaque, são as próprias apólices que alimentam a Justiça com a munição necessária para que as seguradoras sejam sempre condenadas.

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EUREKA

NOVAS ARMA contra as fraudes

ma idéia na cabeça, pape I e caneta na mão e muita determinação para agir. Esta tem sido a máxima de algumas empresas que, cansadas de enfrentar as altas taxas de sinistra/idade do mercado - de janeiro a novembro do ano passado o percentual foi de 68,69%, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) - têm inovado e investido cada vez mais no processo de gerenciamento do sinistro. Nessa linha está, por exemplo, a Liberty Paulista Seguros, que já lançou mão de várias ferramentas no gerenciamento do sinistro e, consequentemente, no combate à fraude, e em outubro passado implantou o Disk-Denúncia. Os esforços parec~m estar dando resu liado. "Em 1999, dos 2.500 casos investigados, conseguimos comprovar 700 fraudes e a seguradora deixou de pagar R$ 9,8 milhões de sinistros fraudulentos ", contabiliza Moisés Dorival Ferreira , gerente da Unidade de Investigações Especiais da companhia. Com estratégia diferente, mas objetivo similar, a Real Previdência e Seguros também tem investido nessa área. Até julho será instalado um cal!-

[!]

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center cuja tecnologia, entre

trabalhando com o conceito próativo", diz. Disk-Denúncia - Este é um serviço de telefonia exclusivo , através do número 0800551707 , onde são recebidas denúncias sobre sinistros forjados. O modelo é uma cópia do já utilizado pela Liberty Mutual nos Estados Unidos e também na Argentina. Desde outubro do ano passado, quando foi implantado, o serviço já contabilizou 250 denúncias. Segundo Moisés Dorival Ferreira, gerente da Unidade Especial de Investigações, quase a metade das denúncias de fraudes recebidas pela empresa

outros pontos, trará embutida os indicativos mais comuns de fraude. Ou seja, quando o sinistro for avisado, o próprio sistema 'apontará' se este é um caso simples ou se merecerá atenção redobrada. Maurício Accioly, vice-presidente de Ramos Elementares da Real Seguros enfatiza, no entanto , que este não será o principal benefício da nova tecnologia. Segundo ele, a intenção é na hora em que ocorre o sinistro, oferecer ao segurado cada vez mais serviços de assistência 24 horas, e antecipar-se às suas necessidades. "Estamos

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corresponde a bônus indevido. O restante divide-se em falso roubo (9%} , empréstimo do seguro (6%) , inversão de responsabilidade (17 %) - que acontece quando o segurado não é o culpado, mas assume a culpa para receber o seguro ; perfil do segurado (30%) , e alcoolismo (8%). Mas, se as denúncias ajudam a iluminar casos onde já havia alguma suspeita, comprovar a fraude não é tão fácil assim. Das 250 denúncias, apenas em seis a seguradora conseguiu comprovar a fraude , deixando de pagar R$ 212 mil de sinistros fraudulentos.

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Destes casos, um dos que mais chamou a atenção da equipe , pelo ineditismo, foi o de um segurado que tinha um Renault fora de linha. Voltando de uma festa, o segurado encontrou um amigo que estava bêbado e pediu a este para ajudá-lo a forjar um sinistro, jogando o seu Renault em uma mureta. O objetivo era destruir o carro provocando perda total e receber o seguro , que na época estava avaliado em R$ 9.800 ,00 . O amigo , bêbado , prestou o favor, mas dois meses depois por "estar com a consciência muita pesada", segundo relatou aos investigadores, resolveu denunciar o segurado através do Disk-Denúncia. A companhia então , após comprovar a falsidade do sinistro, entrou com uma ação de indébito e conseguiu recuperar o valor da indenização paga. Know-how internacional - Para não intimidar as pessoas que desejam fazer alguma denúncia, o atendimento no Disk-Denúncia é feito por uma voz gravada. A estratégia tem dado certo. Cerca de 95% das denúncias recebidas são anônimas. "As mensagens são gravadas e depois apuradas por nossos investigadores", explica Moisés Ferreira. A equipe é grande. São dois investigadores internos para o ramo de automóveis - maior carteira

da companhia e também a que tem maior índice de sinistralidade - um para outros ramos, e mais uma equipe terceirizada composta por 30 pessoas. O executivo informa que desde o ano passado a seguradora é associada à Internacional Association of Special lnvestigation United, um "bureau" norte-americano especializado em treinamento para investigadores de fraudes em seguros. Com isso, os profissionais brasileiros têm oportunidade de assistir a cursos e palestras ministrados por professores treinados em instituições renomadas e internacionalmente reconhecidas como CIA, FBI ou Scotland Yard . O know-how internacional já ajudou a implantar uma série de indicadores de fraude, denominados pela empresa de 'pauta filtro '. "São alguns indícios que nós levamos em conta na hora de investigar o sinistro", conta Moisés Ferreira. Bastante discreto na hora de fa lar sobre eles, o executivo prefere citar apenas os indícios mais comuns, como o sinistro ocorrido no período de 30 dias do início da vigência do seguro, ou o veículo roubado próximo à fronteira, o que significa um forte indício de que o roubo foi facilitado. Além do Disk-Denúncia, a Liberty Paulista Seguros utiliza outras ferramentas para o gerenciamento de sinistro. Entre elas está um Newsletter men~ue..-elmOIS aq..-eqa..sal com dados sobre .......... c ao sinist..-o e as fraudes apuradas, da..- sua imaqem, informações dos casos mais comuns e esta á..-ea também como identificá-los. pa..-te da p..-estação "Este é um trabalho se..-viços" de conscientização Maurício Accioly (Real Seguros) dos funcionários" , ex-

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ano passado, dos 2.500 casos ·es1uoados, consequimos ..-ova..- 700 f..-audes e a ..-ado..-a deixou de paqa..- R$ 9,8 ,.,,..~ de sinist..-os f..-audulentos" 1. .

Moisés Oorival Ferreira (Liberty Paulista de Seguros)

plica o gerente da Unidade Especial de Investigações. A companhia investe também em treinamento para analistas de sinistros e peritos e, periodicamente , promove palestras para os corretores de seguros com os quais trabalha. "A parceria com o corretor é fundamental na luta contra a fraude", avalia Moisés Ferreira. O valor total investido em todo esse aparato o gerente prefere não revelar, mas adianta que de cada R$ 1 investido na sua área em 1999, R$ 6,80 foram revertidos para a companhia. Call-center - A Real Seguros também está investindo pesado na área de gerenciamento de sinistro. De agosto do ano passado até fevereiro de 2000, a empresa gastou R$ 800 mil , e até julho esse valor deve chegar a R$ 2 milhões. "Estamos mudando o software e adaptando plataformas", explica Maurício Accioly, vicepresidente de ramos elementares da empresa. Até ju lho deverá estar funcionando a todo vapor o ca/1-center da empresa. A nova tecnologia vai permitir que, ao receber o aviso de sinistro , o sistema consiga detectar se há algum indício de fraude. Na verdade, é como se o sistema acendesse uma luz amarela para os sinistros onde há suspeita e vermelha para aqueles em que a atenção deve ser redobrada. "É o que chamamos de categoriza-

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ção do sinistro", explica o executivo. Por enquanto , o sistema só será aplicado aos si nistros com perda total. O executivo da Real Seguros esclarece, no entanto, que mais do que auxiliar no gerenciamento do sinistro , o ca/1center vai ser uma importante ferramenta de suporte para o novo conceito que a empresa está implantando: a prestação de serviços pró-ativa. "Queremos agregar serviços ao sinistro e mudar sua imagem, pois esta área também faz parte da prestação de serviços" , explica Accioly. A idéia é que, no momento do aviso de sinistro, a empresa tenha uma estrutura ágil e eficaz para oferecer ao cliente todo o tipo de assistência, 24 horas por dia. Para colocar tudo isso em prática, um projeto piloto no ramo de automóvel já está funcionando desde agosto do ano passado. "Quando o sinistro é avisado, providenciamos a remoção do segurado em caso de emergência, entramos em contato com a oficina, providenciamos guincho, despachante, enfim, tudo o que for necessário" , explica. Mais do que nunca, em tempos de competição acirrada, a prestação de se rviços pró-ativa, além de cativar o cliente, ao que tudo indica, também poderá se transformar em uma proteção contra a fraude.

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FUNENSEG

O MERCADO de portas abertas 14 de fevereiro de 2000. Nesta data, 140 corretores de seguros recém-formados iniciaram uma nova experiência no setor: estágio em seguradoras. Aprovados no Curso de Habilitação de Corretores de Seguros da Funenseg (Fundação Escola Nacional de Seguros), eles puderam não só colocar em prática o que aprenderam em sala de aula, como adquirir conhecimentos que só o dia-a-dia de trabalho numa companhia de seguros pode proporcionar.

m

até mesmo resultar em uma relação profissional. Num mercado cada vez mais competitivo, como o de seguros, e na atual crise de desemprego, o projeto é saudado com entusiasmo. As primeiras empresas a aderirem ao projeto foram a Marítima e a Porto Seguro. Foi

nhuma das partes integrantes novidade chama-se do convênio . E nem poderia. "Projeto Porta AberA legislação específica do setor ta" e foi lançada pela é clara quando diz que o corFundação , com o obretor de seguros não pode ser jetivo de servir como ponte empregado de seguradora . entre o corretor recém-habiliDependendo do desempenho tado e a seguradora. O estágio do estagiário e da necessidatem duração de 20 horas e não é remunerado. Portanto, não cria · de da empresa de seguros, o estágio pode ser renovado ou vínculo empregatício para ne-

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assinado um convênio de âmbito nacional (matrizes e sucursais) com essas companhias. Mas, nesse plano piloto , o estágio está ocorrendo somente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Limitar a área de atuação do "Porta Aberta " faz parte da estratégia da Funenseg. "Facilita o processo de

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I

CURSO DE HABILITAÇÃO

ÍNDICES DE APROVAÇÃO Pólo

Inscritos

Nº de Aprovados

Brasília

43

37

86,04%

Porto Alegre

105

72

68,57%

Blumenau

37

25

67,56%

Salvador

27

18

66,66%

Rio de Janeiro

215

143

66,51%

Curitiba

111

67

60,36%

São Paulo

364

219

60,16%

Recife

35

18

51,42%

avaliação do grupo piloto, quando temos que definir o que precisa ser mudado e o que deve ser mantido para os próximos grupos de estagiários ", explica a superintendente de Tecnologia Educacional da Fundação, Luzia Regina Gomes dos Santos Alves. Além disso, destaca, o estágio vai ajudar também a identificar aspectos do curso que podem ser melhorados. O curso foi retomado depois de nove anos, quando foi substituído pelo sistema de exame. Mão dupla - Os estagi ários percorrem as áreas técnica e comercial da seguradora, sob a supervisão de um funcionário. Ao final de cada etapa, eles elaboram um relatório contendo as atividades executadas, críticas e sugestões, e são avaliados pela seguradora. Informações que partem das duas pontas do processo e que resultam em benefício mútuo. "O "Porta Aberta" é uma via JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2000

Curso

% Aprovados

Universo 1 2 Grau 2 2 Grau 3 2 Grau

lºSem/99

1103

9%

45%

46%

2ºSem/99

937

12%

51%

36%

Brasília. Segundo Luzia, o nível de escolaridade verificado tanto no Curso quanto no Exame de Habilitação de Corretor de Seguros (ver quadros) tem sido tão alto, que a Funenseg está pensando em fazer mudanças no pré-requisito . "Os dados revelam que não se justifica a manutenção do grau mínimo hoje exigido", explica. Parceria - Com a retomada do curso em sala de aula, totalmente reformulado, a Funenseg pretende mostrar que mais importante que a diferença quan-

de mão dupla, porque ajuda o corretor a se preparar para o mercado de trabalho, e a seguradora a promover mudanças onde houver necessidade", avalia a superintendente. Os 140 estagiários são integrantes de uma turma de 852 alunos aprovados no 1o Curso de Habilitação de Corretor de Seguros, realizado no período fevereiro/julho de 1999, nas cidades de Blumenau (SC} , Brasília (DF} , Curitiba (PR} , Porto Alegre (RS) , Recife (PE} , Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). O evento atraiu 1.103 inscritos, com expressiva concentração em São Paulo (527) e no Rio de Janeiro (364) . "A média de aprovação foi de 77,24% ", comemora Luzia Alves . No 2° Curso, de agosto/ 1999 a janeiro/2000, a média foi de 63,50%. Dos 937 que se inscreveram, foram aprovados 595. O maior índice de aprovação (86,04%) ficou com 35

titativa dos índices de aprovação - Exame e Curso - é a diferença do tipo de profissional que se lança no mercado, nos dois casos. Os egressos do Curso de Habilitação, garante a superintendente , estão muito melhor preparados para atender às exigências do mercado atual. Sobretudo os que participam do "Projeto Porta Aberta". As seguradoras têm a sua parcela nessa formação e podem fazer muito mais. Daí o apelo da superintendente: "Precisamos da parceria das seguradoras".

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OPINIÃO

O Luiz Mendonça é

jornalista e consultor técnico de segu ros

ida de cachorro é expressão cunhada para qualificar uma existência humana muito difícil. Aplica-se a quem, sem eira nem beira, apesar de tudo, subsiste, roendo o osso da adversidade. Aliás, não se pode garantir que sejam poucos os seres humanos em tal situação. Cachorro é vocábulo de muitas acepções. Mas, por sinal , quase sempre carregado de um sentido de inferioridade. Tem esse nome, por exemplo, a escora de navio usada nos estaleiros. Assim também é chamada, na construção civil, a peça (em balanço) que funciona como elemento de sustentação, nos beirais de telhados e nos pisos (de sacadas e balcões). Soltar os cachorros é descompor, agredir, insultar. O cafajeste, o velhaco, o patife é indivíduo que também recebe, por vezes, o qualificativo de cachorro - e sua ação tem o rótulo verbal ,

l!J

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Seguro-Saúde pra cachorro um tanto chulo, de cachorrada. Mera substituição de palavra não resolve, pois o indivíduo mau e vil também é chamado de cão. E a superstição popular, para os que preferem evitar a palavra Diabo, criou numerosos sinõnimos, entre eles a palavra Cão. Tudo isso talvez nada tenha a ver com o comportamento do animal. Trata-se de simples capricho semântico do homem, também autor de conhecida sentença desagravante (para o cão): "Entre os amigos, só encontrei cachorros; entre cachorros, só encontrei amigos". A grande verdade é que, não obstante esses maltratas lingüísticos, o cão se tornou o mais valorizado dos animais domésticos. A legião dos cinófilos vai ficando cada vez maior. A cinologia faz constantes progressos, multiplicam-se os clubes para aprimoramento genético dos cães e as competições para

escolha e premiação dos exemplares mais apurados das variadas raças de elite dessa espécie animal. O cão sem dúvida subiu de valor, no apreço e no preço dos homens. A Dinamarca deu há alguns anos mais um importante testemunho dessa valorização , criando seguro-saúde para cães. A apólice pode ser comprada para animais de três meses a sete anos de idade e seu preço é de 100 coroas anuais (cerca de US$ 770) O seguro é feito com franquia: em cada enfermidade, corre por conta da empresa seguradora a despesa que ultrapasse a 150 coroas. Só no primeiro ano de lançamento do seguro foram emitidas 5 mil apólices (mais de 400 por mês). Nesse ritmo, as perspectivas não podiam deixar de ser animadoras, pois o último censo revelou que, no país, a população canina era da ordem de 600 mil cabeças. A Dinamarca é um país com

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pouco menos de 43 mil km 2 (menor do que o Espírito Santo) e pouco mais de 5 milhões de habitantes (aproximadamente , a população do Ceará). No entanto, segundo os últimos dados conhecidos, seu mercado segurador atingiu, em 1996, o faturamento de US$ 11 bilhões, cerca de 6,4% do PIB. Em seguros de vida, o mercado dinamarquês arrecadou naquele ano um pouco mais de US$ 6,6 bilhões. Na Dinamarca, o que mais impressiona é o fato de avizinhar-se dos US$ 1.255,00, per capita, o volume de recursos aplicados em seguros de vida, o sexto mais elevado índice do mundo. Lá, na renda pessoal existe larga folga financeira para a compra (1 00 coroas anuais) de seguro-saúde pra cachorro. Aqui , a intervenção estatal atrapalha até mesmo o desempenho do segurosaúde para seres humanos.

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2000


RÁPIDAS

DDG para sinistro

AXA no Brasil O Grupo AXA, maior companhia de seguros do mundo, chegou ao Brasil. De origem francesa, o grupo está hoje presente em mais de 60 países, totalizando 40 milhões de clientes em todo o mundo e cerca de 160 mi I colaboradores. Na América do Sul , a AXA já tem filiais na Argentina, no Uruguai e no Chile. No ano passado, o Grupo faturou US$ 72 bilhões, o que lhe atribuiu o 16D lugar no ranking mundial da revi sta Fortune. No Brasil , a AXA estava representada apenas pela seguradoras de pequeno porte UAP Seguros e Motor Union, que serão agora incorporadas à marca AXA do Brasil. A nova companhia terá sede no Rio de Janeiro e, inicialmente, contará com oito sucursais e oito escritórios no Sul e Sudeste do país.

Galo de Ouro A campanha "Galo de Ouro" , promovida pela lcatu Hartford, consagrou no ano passado 12 "Galistas" (os melhores de cada categoria) e 57 "Medalhista", entre 749 participantes, distribuídos entre corretores autônomos, pessoas jurídicas e parceiros comerciais das áreas de seguros de Vida, Previdência e Capitalização. Os campeões passaram quatro dias em Cancún, no México, com direito a acompanhante e receberam, além do troféu, um prêmio em dinheiro em dinheiro de R$ 3 mil. A premiação aconteceu no Centro de Convencões de Cancún, seguida de jantar comemorativo. Os premiados viajaram juntos com a diretoria da lcatu Hartford, com tudo pago - passagem aérea, terrestre, hospedagem em hotel cinco estrelas e ajuda de custo para despesas diárias - e conheceram os principais pontos turísticos do balneário, como o famoso parque aquático X-Caret.

Inspeção de risco

Novos contratos

A Linces está implementando seu projeto de atuação em âmbito nacional para inspeções de risco. A meta é atender as 50 seguradoras que já fazem parte de seu portlól io de clientes. Os Laudos de inspeção da Linces estão disponíveis através de sistemas informatizados exclusivos da empresa, sendo distribuídos às seguradoras com grande agilidade. Dona de 20% do mercado em vistórias-prévias de automóvel no país, a Lince tem uma rede de franquias que cobre mais de 3 mil municípios.

A Brasil Assistência, empresa do Sistema Internacional de Asistencia Mapfre - SIAM, um dos maiores grupos de assistência do mundo, presente em 33 países de forma direta, fechou 40 novos contratos em 1999. Agora, a empresa líder do segmento passa a prestar Assistência 24 horas a mais de 5,5 milhões de usuários em todo o território nacional , atendendo a 48 empresas 24 do setor de seguros, 7 do setor de cartões de crédito, 4 de medicina de grupo, 4 automobilísticas, 2 empresas

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2000

A CGU Seguros está lançando em abril mais uma linha de Discagem Direta Gratuita (DDG), desta vez exclusiva para aviso. de sinistros de Automóvel. Isto significa que os clientes da carteira de Auto estarão iniciando o processo de sinistros através de uma única ligação telefônica, que será registrada pela central telefônica da CGU . Automaticamente, a central gera o aviso de sinistro nos sistemas da empresa e o corretor é contatado imediatamente. Caso haja necessidade, o serviço Helpline 24h será acionado . Em breve a empresa irá estender o mesmo serviço para as outras carteiras que comercializa, além de também disponibilizar a consulta do processo de sinistro.

Nova Sede de telefonia e mais 7 de outros segmentos. Em 1998, a empresa faturou R$ 56 milhões e, no ano passado, atingiu a marca de R$ 66 milhões, um crescimento de 17,85%. A empresa investiu, em 1999, uma quantia estimada em R$ 1,2 milhão no treinamento e capacitação de sua rede de 37 mil prestadores credenciados, garantindo uma capacidade extra para atender os novos clientes, saltando de 397 mil atendimentos realizados em 98 para cerca de 472 mil no ano passado.

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A Sucursal de Campinas da Minas-Brasi l Seguradora inaugurou uma nova sede na cidade - Rua Maria Monteiro, 1016 - Cambuí. Para este ano, a Minas-Brasi l programou uma série de reformulações para as sucursais localizadas no interior de São Paulo . As mudanças têm o objetivo de conquistar novas parcerias e cansai idar as já existentes, reforçando a atuação da seguradora na região. A empresa fechou o ano passado com lucro líquido de cerca de R$ 6 milhões.

REVISTA DE SEGUROS


NOMES E NOTAS AGF investe em e-commerce A seguradora AGF, do grupo alemão Ali ianz, lança em abril o primeiro projeto de comércio eletrônico do grupo no mundo, que servirá de piloto para outros mercados. O AGF Commerce vai permitir que os corretores de seguros realizem vendas dos produtos AGF via online, utilizando seus próprios sites. Osistema vai cobrir todas as etapas de uma contratação de apólice, desde o cálculo do seguro, passando pela impressão da apólice e a emissão do documento de cobrança. "Queremos oferecer ao corretor condiçôes para competir no mercado com maior rapidez, qualidade e de baixo custo ", explica Flávio Faggion , responsável pelo desenvolvimento da estratégia da companhia na WEB. Inicialmente serão comercializados os seguros de Vida, Acidentes Pessoais, Residência Simplificado, Automóvel e Previdência Priva-

LIVROS Esta edição da Revista de Seguros traz o resumo de mais 4 livros que podem ser encontrados na Biblioteca da Funenseg. E-mail: biblioteca@funenseg.org.br

Contabilidade e análise econômico financeira das seguradoras Affonso Silva Aborda de maneira atual o mercado de seguros no Brasil. Apresenta os diversos conceitos de seguros e seus aspectos técnicos. Livro texto para estudantes do curso de graduação em Ciências Contábeis e Atuariais. Ed . Atlas 1999 - 1444 págs.

Flávio Faggion

da. A estimativa de utilização do e-commerce a curto prazo é das melhores, tendo em vista que, dos 8.000 corretores de seguros que trabalham em parceria com a AGF, 2500 já navegam pela Internet. O e-commerce consumiu R$ 5 milhôes e, espera a segu radora , deve se transformar em um dos quatro principais canais de vendas de seguros do mercado brasileiro nos próximos dois anos.

Desafios e oportunidades no mercado de seguros: uma coletânea de estudos Cláudio R. Contador Coletânea de pesquisas realizadas no CEPS/ UFRJ, analisando a indústria de seguros sob diferentes aspectos. Aborda as dificuldades existente no ramo, traçando as perspectivas para este segmento na economia. Registra ainda o expressivo crescimento do ramo de seguro-saúde no Brasil. Ediouro 1999 - 223 págs.

Administrar, hoje Luiz Marins Filho

Fenacor faz Bodas de Prata A Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de C9pitalização e de Previdência Privada (Fenacor) comemorou 25 anos de existência no dia 21 de março, com um almoço oferecido aos representantes do mercado segurador, no Restaurante Aspargus, no Rio de Janeiro. Mais de 200 pessoas estiveram presentes, entre elas, o superintendente da Susep, Hélio Portocarrero, o presidente da Fenaseg , João Elisio Ferraz de Campos, o presidente da Fenacor, Leoncio Arruda, e auto-

REVISTA DE SEGUROS

Guia prático no qual o autor utiliza exemplos de situaçôes vivenciadas no trabalho e em família para apresentar novos conceitos e dicas para um bom trabalho nos dias atuais. Ed. Habra 1988 - 188 págs.

ridades , como os deputados federais Herculano Anghinetti (PPB/MG) e Paulo de Almeida (PPB/RJ) , entre outros. Na ocasião, o presidente da Fenaseg previu um acelerado crescimento para o mercado de seguros nos próximos anos, mas enfatizou que a união entre corretores e seg uradores será a condição primordial para que isto venha acontecer. Durante o almoço, houve também uma homenagem aos ex-presidentes da Fenacor presentes, como Paulo Gyner, Octávio Milliet e Renato Bechara.

Legislação da Previdência 8. Calheiros Bomfim

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de forma sistemática toda a legislação da previdência: leis, medida provisória, decretos, portarias, ordem de serviço, resoluçôes com destaque para o decreto 3.048 de 06.05.99 e a lei 9.876, de 26 .11.99. Ediçôes trabalhistas 1999 - 800 págs.

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