T1744 - Revista de Seguros - janeiro de 1986_1986

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D o ORGAO OFICIAL DE DiyULGApAO ,QA-E£NASEG - ANO 66 • 767 • JAN/86 t?' ■V: w - • LLi= ✓ k

DO trAnsitoagora

NUM SEGUROSO

Quern tern carro, corre tres tipos de riscos. 0 nsco do carro ser roubado, incendiado ou acidentado.

O nsco pessoal dos passageiros, em case de addente nor nm. o nsco de prejuizos a terceiros.

Ate hoje, a unica forma de se profeger destas wentualidades era fazer v^ios seguros diferentes. teo significava vafias apolices, v^os vendmentosrv^rias-nolas de.segurc^ mpita burocrada. ficou niais^dl. Com urn unico seguro simpliricado,^e r^Ive os tres probletnas de-uma vez. • E ganha mais tranquilida(^q para viver sd-os prazeres qoe 0 carro Ine da.

♦Prqfure seu con@br.

I

REVISTA DE SEGUROS'- Oigao Oflcial da Fcdeia;ao Nacional das Empresas de Seguios Privados e de Capitalka^ao (Fenaseg). Rua Senador Dantas, 74/12? andaj. Tel.; 210-1204. Endereso Telenafico; Fenaseg.Telex:34505FNESBR.CEP 20031.

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®|uetor Responsavel: Victor ArAiv.*^ Renault. Editor Executivo: Alberto Lopes. Reda^So - Secie^o: Alberto Salino. Colaboiatam neste numero: Adrian.e Gonzales Almeida, Villas-Boas Conea, Rubens Pcnha Cysnc. Jaguar, Luis J-obo, Alberto Lopes, Francisco da Silva Medciros, Luiz Mendon?3i Maria Celia Ncgreiros, Alberto pdd- I-"'s Eduardo dc Carvalho ® Silva, Jomar Pereira da Silva, Roberto Terziani.

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• Pundador: Josd Veloso Borba Revista de Seguros - filiada a ABERJE.

Cs artigos aaainados sSo dere^Kiaaabflldade linica eexdiutva de Kus autores.

44 Cronica do Bonde.

0 Condutor ao Fiscal - Nao marque aquele pequenino quc vai no estribo. Todo o niundo sabc que ele nunca foi "passagciro".

Theo - 0 Globo (14-6-1945)

8 As recentes medidas fiscais, impostas pelas autoridades, poderSo afetar negativamente as companhias de seguros. Roberto Terziani, presidente da Abamec, analisa o impacto sobre o mercado

14 Com posse marcada para o dia sete de abril, o novo presidente da Fenaseg 6

gaiicho, naturalizado carioca e foimado pela Faculdade Nacional de Economia da Univeisidade do Brasil. A busca do diilogo, como mola propulsora para o desenvolvimento do mercado, o apoio efetivo das companhias de seguros e a maior aproximafSo do segurado s3o alguns dos pontos que Sergio Augusto Rlbeiro defende, em entrevista concedida i Revista de Seguros

CjpatCtia^ao - h'illy Foto - lucvaldo Vicirc

ABERTURA

4 Luiz Mendon^a Pesquisa analisa fraude no seguro

PERSPECTIVA

ECONOMICA

6 Rubens Penha Cysne InfhifSo. causalldade e controlabilidade

BASTIDORES

10 Villas-Boas Correa Rompimento ajuizado

c»municacAo & MARKETING

11 Jomar Pereira da Silva Bradesco Seguros, urn premio d competincia

HIOJETO

12 Govemo cria o Documento Onlco de Veiculos

OJLTURA & LAZER

20 Luis Lobo

Notas sobre a psicologia da superstifdo

22 Maria Celia Nemiros Livros, artes pmticas, leatro, mtlsica e bald

QUATRO VENTOS

27 Atualidades

CENSO EOONOMICO

30 J. A. Lcpe.s

Uma nova imogem para OS censos do IBGE

ASTRONOMIA

32 Halley, a EstrelaVassoura

PERSPECTIVA

34 Securitdrios ffinham 17% acima do IPCA

SEM FRONTEIRAS

41 Alberto Lopes Seremos os tiltimos moiisiros pri-hisidricos?

CONTOS DE RfilS

40 A mentdria do s^uro

GRAFITE

48 Supercomputadores produzirdo a Inleligdncia Artificial Como a nossa cli'vida i visia Id fora

HUMOR 50 Jt^uar

TODOS OS RKCOS
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Revista de seguros

SEGURO

Pesquisa analisa fraude no seguro

OS Estados Unidos, o "Insu rance Information Institute"

Jdeddiu realizar, dn male do ano passado, uma pesquisa de opiniao publica sobre fraudes contra o seguro. Para tanto contratou os serviqos de empresa espedalizada, a"Cambridge Reports,Inc.".

Nessa pesquisa ficou apurado que sete entre cada dez americanos consideram aquele genero de fraude como um "delito aceitivel". Aceitar, em ul tima ancilise, 4 o mesmo que tolerar ou desculpar, ou quase esvaziar a frau de de seu conteudo delituoso.

Apurou-se ainda que 74% das pessoas ouvidas declararam acreditar que seus concidadSos n£o hesitariam em exagerar nos pedidos de indenizagSo apresentados a empresas seguradoras.

Entre essas mesmas pessoas, 40% entenderam que tais pidticas "s3o muito correntes e 34% que sSo "mais ou menos correntes."

Tais juizos de valor, cabe fiisar, s£o perfilhados por um piiblico considerado em todo o mundo como "insuran ce minded". Na verdade, em nenhum outro pafs o seguro esta t£o disseminado, pois o mercado segurador dos Es tados Unidos tern faturamento equivalente a 7% do PNB do par's, e seu volu me de receita corresponde ao da receita conjunta de todos os demais mercados do mundo. Mais ainda; 150 milhdes de americanos(2/3 da populagSo) possuem alguma forma de seguro devlda.

Pois nesse povo "insurance min ded" 4 cuiioso que, paradoxalmente, possa haver tSo elevado indice de toleranda 4 fraude contra o seguro. Li, como no resto do mundo, su-

I WANT YOU FOR FRAUD

- £ com voce mesmo que estou falando. Lembre-se: o maior lesado na fraude contra as companhias de seguros 4 o prdprio segurado

p5e-se que as lesdes patrimoniais causadas pelas fraudes resultam em prejuizo exclusivo das empresas segura doras, bastantes sdlidas e ricas para absorverem e suportarem tais conseqilendas. Trata-se de puro e ingenuo engano. As fraudes, quando nSo descobertas e evitadas, apenas tern o efeito de passarem como casos de legi'timas perdas indenizdveis. Dessa maneira, incorporam-se as estatr'sticas dos acidentes autdnticos, distorcendo e elevando os respectivos custos. Em outras palavras: contiibuem para falsear e aumeitar os ptegos dos seguros. E pelo

custo das fraudes, portanto, em ulti ma instancia, termina pagando o publico que, na pesquisa do "Insurance In formation Institute", revelou tSo ele vado indice de tolerancia a fraude que se pratica contra ele.

Certamente, os resultados daquela pesquisa irdo gerar ampla campanha de esclarecimento do piiblico americano.

E este, conscientizado que 4 do seu prbprio interesse o combate a fraude contra o seguro, com o tempo mudard de ofiinido a respeito dessa categoria de delito. Aos poucos, deixard de set "delito aceitdvel". •♦r

Como tudo o que a Banerj Seguros faz, anuncio ela tambem faz bem.

E quando um anuncio e HA feito com carinho, honestidade e respeito pelo consumidor, esse anuncio ganha premio.

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REVISTA DE SEGUROS
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SEGUROS s.y

•^um quarteirao pontilhado

discussSo,quatro grupos, em cada esquina, chamavam a atengSo dos passantes. No primeiro, discutia-se fervorosamente a questao da causalidade entre pregos e salirios.

Um indivi'duo, o mais excitado do grupo, defendia a todo o custo a id^ia de que o aumento continue e indiscriminado de pregos nao poderia encontrar outra fonna de defesa, por parte dos trabalhadores, que nSo a indexagdo dos salcirios a inflagSo passada. Para este, estava suficiente e indiscutivelmente claro que o reajusie de salirios ndminais era uma simples conseqtlSncia, e jamais uma causa, da elevagao jd ocorrida do nivel de pregos.

Fazendo-lhe oposigSo, encontravam-se outros que defendiam o ponto de vista radicalmente oposto: os empresdrios, uma vez aumentada a remuneraqSo nominal de seus empregados, ndo teriam opqSo, de forma a manter a sua margem de lucres, senSo aumentar, na mesma proporgSo, os pregos dos produtos que vendem.

Na outra esquina, o problema girava em tome dos pregos e da moeda. Alguns estavam certos que a falta de controle monetdrio, excitando a demanda agregada, aos pregos correntes, adma da capacldade de oferta da economia, nSo poderia encontrar outre mecanismo corretor que nSo a elevagdo do ni'vel geral de pregos. O ponto de vista oposto defendia a tese de passividade monetaria: ao Banco Central, uma vez aumentados os pregos dos bens e servlgos dispom'veis na economia, nSo restaria outra opgdo que nSo elevar a

Inflacaa eausalidadP eontrolabilldade

quantidade dispom'vel de meios de pagamento. Caso contrario, a queda do poder de compra do estoque monetdrio a disposigdo do setor nSo bancano da economia teria como contrapartida uma elevagSo das taxas de juros, que da dos investimentos privados e conseqiiente aumento de desemprego.

O PRAZER DE DISCUTIR

Formando o triangulo isdsceles com OS nossos dois grupos predecessores, alguns individuos, mais preocupados com alguns problemas que nao costumam freqiientar tao assiduamente as manchetes dos jomais, discutiam como modificar a sua rotina didria no dormir e no despertar.

Uma parte estava convencida que o grupo dormia tarde porque acordava tarde, enquanto a outra achava que a colocagdo estava logi'camente invertida: eles acordavam tarde porque dormiam tarde.

Fechando o quadrado de , nosso quarteirdo filosdfico, nSo se encontrava, como se poderia pensar, um ul timo grupo discutindo o sexo dos anjos. Mas sim um jovem e um velho.

Este liltimo,tendo convivido duranle vdrios anos com uma gigantesca cratera a porta de sua casa, mostrava-se irritadi'ssimo com o jovem. Ele argumentava que ndo pagaria seus impostos devidos a prefeitura enquanto ndo fos se providendado o conserto do buraco em frente a sua casa. O jovem, entretanto, defendendo as cores da prefei tura, tentava esclarecer que a culpa pdo atraso na restauragdo se devia ao

prdprio comportamento do velho, que nSo havia ainda saldado seus compromissos para com .a coletividade muni cipal. Cada um, vendo as coisas a sua maneira,colocava a causa e consequenda em determinado lado da gangorra. Varios anos se passaram sem que nenhuma das discussbes chegasse a um consenso. Tardes inteiras, que poderiam ser dedicadas a outras atividades, preenchiam, dia a dia, o tempo daquelas pessoas._Em' deferencia a id^ia pela qual as situagbes reais sempre correspondem a algum estado otimo obtenivel (ainda que tautolbgico) na alocagao de tempo e recursos, havia quern jurasse que aquelas pessoas tinham um prazer todo especial por aquelas discussbes. A defesa de cada ponto de vis ta, ainda que nSo encontrasse aceitagSo por parte do oponente, representaria algo como, por exemplo, uma de fesa da superioridade est^tica de alguma cor especial (azul por exemplo)sobre as demais do espectro visi'vel.

Um dia, o velho adoeceu. Uma gri pe, acompanhada de intermitentes dores de cabega, jogou-o na cama,impedindo-o de comparecer as suas sessbes diarias de embates com o jovem empregado da prefeitura. Tendo indagado ?o medico que o assistia se algum medicament© especial poderia Iivra-!o imediatamente da gripe, causa de suas interminaveis dores de cabega,foi com surpresa que recebeu um analgesico, que o livrou da dor de cabega, mas nSo da gripe. Sem a cefaleia, contudo,esta ultima ja nSo Ihe causava o menor transtorno.

O fato de ter resolvido seu principal problema, sem um ataque direto a sua causa, animou- o a abandonar as dis-

cussbes a respeito da causalidade na demora pela solugao de seu transtorno domestico.

Nao interessava tanto se o buraco ejdstia porque os impostos nao eram Pagos Qu se nSo eram pagos porque o buraco existia. Em qualquer circunstancia, a questSo seria mais facil e ime diatamente solucionada, dada a irredutihilidade da prefeitura, pelo lado do pagamcnto inicial das taxas devidas. Baseado nisto, o velho liquidou seus ddbitos em atraso e resolveu finalmenum velho problema. No outro dia o buraco estava reparado.

0 Lado mais fraco da corda

Sabendo o que havia ocorrido na esao lado, em que a passagem das ^scussoes em tomo da causalidade a

•^scussSo a respeito de controlabilidahavia dado origem a um aumento bem-estar, o terceiro grupo chegou ® conclusSo que a forma mais adequa-

^ de se modificar a rotina de sono se

^3ria acordando-se cedo no primeiro

^'3- Isto porque aqueles que fizeram ® opgso contraria, tendo deitado cedo forma a acordar mais cedo, nSo ®onseguiram pegar no sono antes do borario habitual, tendo novamente scordado tarde no dia seguinte. Deci^iti-se entao que,a despeito da possibibdade da corrente que defendia a id^ia Rue se acordava tarde porque se dorttia tarde ter razSo, a variivel de controle seria a hora de acordar, e nao a bora de ir para a cama.

Em ambos os casos, uma corda que apresenta um ponto fraco em uma das

extremidades 6 forgada em cada uma de suas pontas. Ela arrebentara na extremidade mais fraca, independentemente do grupo de atletas mais forte estar concentrado do seu lado esqiierdo ou direito.

Voltando as questbes em tomo da inflagao, parece bem defensivel a id^ia de uma determinagao conjunta, em que pregos sobem porque saldrios sobem e vice-versa, o mesmo ocorrendo em relagSo a moeda. Mas ain da que possivelmente correta, esta so lugao mineira nSo preenche o centro da questSo.

Para aqueles que tem em macs a. responsabilidade pela decisSo, o mais importante, tragado qualquer objetivo, e estabelecer o conjunto de variaveis de controle que melhor atenda as suas necessidades. Como em geral(mas nSonecessariamente) estas,costumam estar associadas a variaveis causas(nos poucos casos em que elas podem ser razoavelmente identificadas), vale a pena uma certa discussao sobre o assunto.

Numa economia onde um decreto, sob pena de morte, estabelecesse uma elevaglo anual de 100% para todos ospregos, nao haveria discussao a respei to da visi'vel superposigSo das varia veis causa e controle. Qualquer possivel dissodagSo entre estas, por exem plo, jiela eleiqSo de um congelamento monetario como variavel de contro le, ao inv^s de solucionar o problema, agrava-lo-ia.

Mas este nao i sempre o caso. Imaginemos o caso de um indivi'duo que anda armado e, ao saber da morte de um parente prbximo, suicida-se num memento de desespero. A auslncia da

RUBENS P.CYSNE

arma poderia evitar o drama subseqiiente, embota deixasse intocavel a sua causa b^ca. Neste exemplo, existe uma clara dissociagao entre a variavel de controle (posse de arma) e a varia vel causa (morte do parente prdximo). Ou sera que algu6m vai tentar defen der a idda de que a posse de arma foi a causa do suici'dio?

Na identificagSo de pregos ou sala ries como variSvel de controle no com bats a inflagao, nSo parece haver diivida quanto a maior factibilidade do controle salarial. E certamente muito mais fadl, para o fotmulador de politica economica, redigir uma lei salarial do que controlar os pregos de todas as transagbes realizadas no Pai's. Nada im pede, contudo, que um fortalecimento sindical ou algum outro fator fadlitador do controle de pregos modifique esta situagSo, invertendo a variivel de controle. Observe-se que a questao independe totalmente das discussbes efetuadas em nossa primeira esquina. O mesmo pode ser dito em relagSo aos pregos e a expansSo monetaria.

Se o velho do nosso exemplo fosse um pouco mais teimoso e a prefeitura suficientemente flexi'vel as suas ponderagbes, a solugSo do problema teria se dado mais facilmente na ordem inver sa. Inicialmente, o buraco seria conser tado. Depois os impostos seriam pagos O mesmo ocorreria com os cambiado res do sono, caso conseguissem ador mecer assim que fossem para a cama Em todos OS casos, o importante i identificar o lado mais fraco da corda, e nSo ficar discutindo se ela anebentou devido a forga concentrada do lado direito ou do lado esquerdo. it

EconomicQ
_^^Lpela
REVISTA DE SEGUROS
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O impacto fiscal nos resultados da^^Quradoras

:s recentes medidas fiscais inJtroduzidas pelas autoridades, atraves da Lei 7.458, certamente afetardo negativamente os resul tados de todas as empresas. No caso especifico das companhias de seguros, esse fendmeno poderi ser ainda mais gravoso, nSo apenas pelo fate dessas sodedades defrontarem-se com alteragdes estruturais, embora saneadoras, das inumeras distorgOes existentes nesse particular mercado, mas prindpalmente por nSo teiem o mesmo leque de altemativas, para minimizar esses impactos, que tern as empresas industriais e comerciais.

Sem querer fugir da discussSo sobre as conseqiiendas que terSo de ser absorvidas por essas empresas de segu ros, em decorrencia das referidas modificagdes estruturais que est4o sendo implementadas pelas autoridades do setor de seguros, abordaremos taosomente os efeitos que o pacote fiscal trouxe para as seguradoras, bem como as possiVeis altemativas que poderao ser utilizadas para reduzir a sua carga fiscal.

Como se sabe, as seguradoras sSo tradidonais investidoras institudonais no mercado Hnanceiro,lugar onde tim conseguido obter os ganhos para cobrir as perdas operadonais das atividades de seguro propriamente ditas.

Com a escalada infladondria dos ultimos anos, associada ^elevadas taxas de juros reais praticadas no mercado financeiro, essas sodedades tern registrado resultados Qnais em seus balangos, ndo raras vezes excepdonais,decorrentes dgs invenOes patiimoniais.

A partir do corrente ano,no entanto, esses lucros estardo fortemente pree

judicados pelos novos dispositivos tributarios, cujo "pano de fundo" objetiva desestimular, atrav4s de uma maior carga fiscal, as aplicagfles em titulos de renda.

O artigo 34 trouxe a mudanga de maior significagSo, qual seja a de que OS rendimentos e ganhos de capital auferidos pelas pessoas juridicas passam a ser tiibutados exdusivamente na fonte. Pelas normas anteriores, o tribu-

considerado como despesa operacional.

E facil, portanto, observar que esta sistematica impacta sobremaneira as disponibUidades e, conseqiientemente, OS lucros das seguradoras.

O artigo 39 unifica em 40% a allquota do imposto de renda incidente nos rendimentos produzidos por quaisquer titulos p6s-fixados(ORTN,CDB, Debentures, Letras Imobiliarias, Cddulas Hipotecarias etc.)r

Aldm de devido exdusivamente na fonte, esse dispositivo tambdm aumentou as aliquotas anteriormente vigentes.

Nos papdis com rendimentos prefixados (Letras de Cambio/RDB/CDB etc.), a aliquota de 7% permaneceu inalterada, no entanto o imposto pas sou a ser exclusivo na fonte e, portan to, ndo compensavel na declaragdo

iguais,expressas em ORTN (artigo 22). Esse dispositivo claramente antedpa ®m seis meses o pagamento do impos to de renda e, conseqiientemente, reduz as disponibilidades de caixa e os lucros financeiros das empresas.

0 artigo 20 estabelece que a base de caiculo do imposto de renda sera convertida em niimero de ORTN,utili2ando como referenda o valor nominal da ORTN no mes do encerramento do Periodo base. Anteriormente este cait^o era referendado ao valor da ORTN do mes subseqiiente ao do enoerramento do exercido. Desta forma empresas pagarSo um adidonal de titiposto equivalente a variagSo das ORTN no mes seguinte ao do balango.

tada no pen'odo do seu efetivo paga mento.

Atraves da Resolugao 1.077, o Ban co Central reduziu de 12% para 10% o imposto de renda inddente sobre os ganhos obtidos nas operagOes de open market, por4m. a partir de agora, sera devido exdusivamente na fonte, e, portanto, nSo compensavel na declaragSo.

A Resolugao 1.076 introduziu a

ROBERTO TERZIANI

Dentre as altemativas mais factiveis e fadlmente identificaveis, embora cada caso deva ser examinado de per si, sugerem que as empresas evitarao ao maximo OS ganhos rinanceiros que, apesar de relativamente faceis, se tomaram pouco atrativos pela carga riscal que agora os atingem. Desta forma, e possivel registrarmos estrat4gias do tipo:

- uma poli'tica agressiva de estoques,adiando para a 4poca da venda o impacto fiscal que indde sobre o lucro;

to retido na fonte sobre as aplicagdes financeiras era uma "antedpagSo do imposto devido na declaragSo" e, como tal, corrigido monetariamente e compensado quando do encerramento do balango. Ora, em sendo tributada exdusivamente na fonte, a apIicagSo em um CDB de um banco que eventualmente venha a softer liquidagSo extrajudidal, al4m de nSo ter qualquer rendimento, o investidor jd tera pago o imposto sem que possa recupera-lo posteriormente. Esse artigo determina tamWm que o valor do imposto seja

0 artigo 40 cria o conceito de "ga nho de capital", como sendo a diferen ga existenteentre o prego de cessSo ou de resgate de um titulo e o seu valor de aquisigSo corrigido monetariamente pr6-rata-dia, e sobre o qual incide o imposto de renda exdusivamente na fonte a aliquota de 45%. Essa novidade desestimula sobremaneira a negodagSo dos diversos titulos no mercado secunddrio, prejudicando, portanto. a liquidez das empresas.

O artigo 17 determina que as em presas, que em 1985 obtiveram lucro real igual ou superior a 40,000 ORTN, passarSo a ser tilbutadas com base nos balangos semestrais encerrados em junho e dezembro, e cujo pagamento do imposto se dari em seis quotas mensais

0 artigo 22,alem de fixar em seis as ^'totas mensais do imposto a pagarP®las empresas de regime semestral simplesmente extingue (§ 2?) os "^^gimes de antedpagao e de duod4^os existentes na legislagao do imPosto de renda. Esse dispositivo nao ®tmge o exercido financeiro de 1986, P®d'odo base encerrado em 31 dez/85 30) das companhias de seguros, a partir do proximo exercido ^tscal, ja terSo que atender as exigen•Sas das "quotas mensais" (seis se regide semestral ou nove se anual). Esdispositive prejudica substandal"tente as seguradoras, pois, por serem 'tormalmente empresas com elevadas ^sponibUidadcs de caixa, sempre pre^sriram pagar o imposto antedpadatiente, para evitar a indedutibilidade corregao monetaria das "quotas densais". Desta forma, alem de serem obrigadas a pagar o imposto de renda 6d parcelas corrigidas, essa atualizagSo monetaria 6 absurdamente tribu-

A Lei 7.450 ievara as empresas comerciais a buscarem altemativas para minimizar o aumento de carga fiscal

cobranga do lOCC nas operagSes ditas "especulativas", realizadas nas Bolsas de Valores. Esse imposto seri cobrado no ato da liquidag5o financeira da operagSo. Com essa medida.as autorida des prejudicaram sobremaneira as s^radoras que atuavam ativamente nas operagSes de finandamento, nos mercados de futuro, termo e opgOes.

O conjunto de alteragSes fiscais, que foi efetivado atrav4s da Lei 7.450, certamente induzira muitas emjxesas comerdais e industrials a buscarem alter natives para minimizar, pelo menos no presents, esse aumento de carga fiscal.

- renovagao de maquitias e equipamentos, benefidando-se do incentivo a depredagSo acelerada concedido no art. 84(s6 industrias);

- execugSo de uma poli'tica de pa gamento a vista a fomecedores, procurando obter descontos, e ampliando o prazo de recebimento, objetivando ganhos financeiros sobre o prego de venda dos produtos.

Para as companhias de seguros, a altemativa mais palatavel, no momento, parece ser o investimento em agSes, pois o ganho s6 e tributavel no mo mento da sua realizagSo contabil. E predso, no entanto, que uma poli'tica mais atuante no mercado de agdes esteja respaldada em decis6es tecnicas e com horizonte temporal de m4dio e longo prazos. NSo podendo deixar-se influendar pelas "necessidades" ou "vontades" pessoais de fechar o balan go com resultados "bonitos", pois es ses sentimentos resultarSo em mais impostos a pagar no exercido seguinte e, portanto, menor capitalizag^o da empresa. ★

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Com a inflacao e as elevadas taxas dejuros, asseguradoras tern registrado resultados nao raras vezes excepdonais
REVISTA DE SEGUROS
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Roberto Terziani 6 presidente da Abamec - Assodagko Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitals

Rompimento ajuizado

De quando em vez, a propdsito

-,de qualquer coisa ou de coisa 'jnenhuma, algumas conspicuas lideraiii^ do PMDB e do PFL empostam a voz, raspam a garganta e posam para a televisSo ou ditam para as radios declaragCes moldadas num chavSo invariavei e que preconizam, no interesse superior do Pais, na tranqiiilidade do Govemo e feliddade geral do povo, um esforgo obstinado para a consolidaqSo da AUanga Democratica.

Els ai' uma solene e rotunda tolice. Mas o desmonte de tSo insistente bobagem reclama uma abordagem que separe as coisas com exata precisSo.

Ora, a Alianga Democratica foi um truque de drcunstanda, viabUizado pelo g§nio politico do Presidente Tancredo Neves, para operar a travessia do encerramento do dclo revolucionirio na fdrmula consensual da utilizagSo da via possiyel e disponivel do CoUgio Eleitoral.

Contado o ultimo voto, proclamada a vitdria esmagadora da chapa Tancredo Neves/Jos6 Samey, a Alianga acabou, evaporou-se na fumaga dos foguetes comemorativos da grande virada. O que dela restou foi um compromisso que se transferiu para a sustentag5o do Govemo do Presidente Josd Samey, improvisado num espasmo do destino.

NSo existe mais Alianga, mas jarceiros do Govemo para a divisSo de cargos e identificados no interesse comum de preservagSo dos comjaomisSOS democc^ticos.

De certa maneira fundona apenas em Brasilia, nas festas da corte, nos encontros nas ante-salas ministeriais.

A fragilidade intrinseca da Alianga,

Bradesco Seguros, um

premio a competencia

que brota das bases inconciliaveis, esvaziou o acordo de qualquer pretensdo de uma verdadeira e firme combinagdo eleitoral. Ao contrdrio. A Alian ga escondia-se em evasivas, todas as vezes que se propunha como tema de especulagao um acerto costurado pelas Uderangas para garantir chapas unicas nas eleigOes de 15 de novembro, do ano finado para prefeitos das capitais.

E foi 0 que se viu. O PMDB e o PFL se estragalharam por toda a parte e s6 como excegSo andaram juntos.

A Alianca e irrecuperavel e inconveniente

Pois agora, com todas as feridas das umas ainda por dcatrizar, assustadas com OS sucessos do PT de Lula e escabreadas com os exitos relativos e esparSOS do PDT de Brizola, Uderangas co mo o dr. Ulysses Guimardes, o Ministro Marco Madel, o Ministro Aureliano Chaves retomam o tema,sacudindo-lhe 0 p6 e injetando argumentos novos de uma clara inspiragdo interesseira.

Um pouco de pilheria nSo faz mal a ningudm. Convinha, pois, recomendar ao dr. Ulysses, aos Ministros Marco Madel e Aureliano Chaves que comecem por dar o exemplq em casa e se apresentem como salvadores da Alian ga, trazendo a ediflcagSo piiblica acordos entre o PMDB e o PFL em SSo Paulo, em Femambuco, em Minas Voltemos a falar sdrio. Este ano o

VILLAS-BOAS CORREA

Presidente Josd Samey vai necessitar de apoio parlamentar, pelo menos para travar a batalha pela aprovagSo de emenda constitudonal que estende a eIeig5o de governadores a exigencia da maioria absolute. Preliminar dedsiva para o Govemo, lance de vida e de morte.

Ora, estd evidente que o Presidente Samey nSo pode contar s6 com os seus precdrios correligiondrios do PMDB e com OS seus amigos do PFL. A batalha sera campal e b Govemo vai ter que tecer a sua maioria juntando tudo que puder. Como favas contadas, jd pode somar os votinhos do PTB.

Tudo isso ainda parece irrelevante. A Alianga Democratica nSo acabou, d irrecuperavel. Mas, adma de tudo, ela d inconveniente. E d o que espanta na insensibilidade dos pronundamentos que pregam a sua ressurreigao.

Pois o PMDB e o PFL s5o adversdrios jurados em quase todos os Estados, em quase todos os municipios.0 que d otimo para o Governo e atd para 0 modelo politico do Pais.

Em cada Estado em que o PMDB e o PFL se engalfinharem pelo Govemo e conseguirem polarizer o eleitorado, estardo fechados os espagos para as legendas menores, que se infiltram nas brechas. Como aconteceu na eleigao de prefeito de Fortaleza e de Sdo Paulo.

Maria Luiza FonteneUe e Janio Quadros escorregaram pelas frestas de uma elei gao de modelo estupido e deram uma ligdo que estd para ser aproveitada.

O PMDB e 0 PFL n4o estdo ai para serem aliados de impossivel convivdncia nas bases. Mas desejdveis adversarios de uma briga boa.

0 ano passado, enquanto algu mas empresas investiram as suas verbas em campanhas institucionais (as vezes sem nenhuma substancia), o Grupo Bradesco, aproveitando-se das comemoragSes do seu "inqiientenario, iniciou um extenso Ptograma nacional de aperfeigoamento tdcnico, com o objetivo de prestar ao Corretor de Seguros um setvigo de fifetiva utilidade. A histdria desse Ptograma, na verdade, se iniciou ha cerca de dois anos, quando a empresa ^ langou numa pesquisa entre os pro^ssionais de todo o Pais, a fim de conhecer seus desejos e necessidades. ^sse trabalho foi desenvolvido com a ^olaboragdo da Federagao Nacional de ^orretores de Seguros, e seus resultaapontaram para uma grande car§nde informagbes por parte dos corre^°res, um desconhecimento tdcnico ®obre vdrios produtos e, principalmenUma preocupagSo com a complexi'^ade comercial que regidamenta o e suas constantes alteragSes de le9islagSo.

A partir desses resultados foi criaentSo o Ciclo de Estudos Bradesco

para Corretores de Seguros, com um programa elaborado era sintonia com OS profissionais da drea. Imagine voce, leitor, que se inscreveram 10.500 pessoas, com destaque nas areas de marketing, t^cnicas de vendas, conhecimento de produtos, espedalmente seguros de incendio, vida em grupo, lucres cessantes.e autombvel.

A Bradesco dividiu o programa em dois ciclos de treinamento; Estudos T^nicos e Estudos Avangados, com a utilizagSo de tecnologia modema de reciclagem e treinamento, incluindo tamb^m um programa especifico de atualizagSo permanente.

Este ano o Grupo Bradesco Seguros estara iniciando a segunda fase desse magnifico trabalho, com previsSo de se utilizar de 13 centres de treinamentos, localizados nas principais cidades brasileiras.

Essa atuagSo do Bradesco comoveu OS associados e a Diretbria da Associag3o Brasiieira de Marketing, que acabaram por conferir um Premio de M^rito de Marketing a organizag^o. Melhor que o Premio certamente serSo os re sultados que o Grupo estd colhendo, e

JOMAR PEREIRA DA SILVA

ente. rupo Brad a segun

arketing, um Prlmio rganiza

ainda colherd por muito tempo, em fungSo desse investimento. E, quando me referi as campanhas institudonais no inicio desse artigo, o flz propositadamente com um certo torn critico, para chamar a atengSo de algunsempresarios e executivos de marketing da importanda dessas campanhas. Mas d necessdiio nSo perder de vista os objetivos da empresa, os publicos pretendidos e como alcanga-los. Acredito que seja importante, aproveitando-se do momento em que estamos, diante de uma nova Constituigdo que comegara brevemente a ser redigida, e em fungSo do novo quadro politico, reavaliar tambdm a sua prbprva atividade. Valerd a pena se deter um pouco na analise de como anda o seu negbdo, o que fazer para progredir, os meios a serem utilizados. Seria recomendivel investir na contratagdo de servigos extemos de pesquisa. Sugiro isso porque sinto que alguns companheiros estSo sufocados pela burocrada dentro das suas pr6prias organizagOes, mergulhados em agendas repletas de inutilidades. Seria um bom momento para se concentrar basicamente naquilo que deve ser feito, para fazer bem feito. NSo adianta aprovar apressadamente uma campanha de publiddade s6 para se ver livre da questSo e passar para o compromis so seguinte. £ fundamental um merguIho no problema, a avaliagSo da estrutura da empresa, a preparagSo do pessoal intemamente, o conhecimento do produto anundado, a capaddade do bom atendimento. NSo vou me alongar mais, e encerro passando para vocS o que aprendi em vSiios anos n«sa ati vidade de marketing e propaganda:antedpe,analise, dedda,execute. ^

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Governo cria o DocumenDnico de Vekulos

ara a satisfa^So e, principalmente, seguranija de milhares de motoristas "brasileiros, o Minist^rio da JnstiQa tomou, em Janei ro, uma s6rie de decisSes que mudam profundamente a vida do veiculo no Pai's. A estratdgia oficial, aMm de uma ni'tida preocupaqdo com a desburocratizat^o, d a de combater os delitos nessa area. Tanto e que as resolugQes fazem parte do mutirSo contra a violenda, uma proposta de trabalho feita no ano passado pelo Presidente Josd Sarney aos seus ministros, de forma que contribuam, com medidas concretas, para a diminuiqdo da escalada do cri me nos grandes centros urbanos.

No bojo das mudanqas, o projeto de maior impacto foi, certamente, a criaqSo do Documento Unico de Vefculos, reunindo o certificado de registro e licenciamento do carro, o seguro obrigatdrio (DPVAT) e o IPVA (Imposto de Proprietario de Vei'culos Automotores), que substituiu a Taxa Ro- % doviiria Onica. Para evitar falsifica- ^ o goes, o novo documento,que pode ser solicitado ao Detran de cada Estado atrav^ do correio, esta sendo impresso pela Casa da Moeda em papel filigranado, o mesmo utilizado na Carteira de Identidade, e traz estampadas as Armas da Repdblica. A parte que contem o legistro do automOvel para o caso de transferSncia (compra ou venda) deve ser guardada em casa pelo motorista,

Ao anunciar o novo certificado, no dia 13 de Janeiro,em Brasilia, o Ministro Fernando Lyra, da Justiga, explicou que a medida tern a pretensSo de dificultar o roubo ou furto de vei'cu los, uma vez que a tiansferencia de

propriedade nSo sera mais feita com um mero recibo adquirido em papelaria. NSo ha diivida de que o certificado evitara o esquentamento de documentos, agindo como um instrumento inibidor do comdrcio Uegal de carros, que, geralmente, s3o roubados no eixo Rio-S5o Paulo e receptados em outros Estados, quando nSo atravessam as fronteiras de pai'ses vizinhos, como o Paraguai.

A preocupagSo das autoridades em coibir tais praticas nSo se Umitou em unificar a papelada indispensavel a existencia do veiculo, simplificando a vida do proprietario. Fernando Lyra anundou tambdm, na ocasido, a nova placa de identificagao de automdveis, que terd tres letras e quatro mimeros, sem constar qualquer referenda ao nome da cidade ou do Estado de origem do emplacamento, para dificultar o roubo do veiculo. A nova identidade

alfa-numdrica permitira o uso de mais de 160 milhSes de combinagoes durante os proximos 26 anos. Os vei'cu los em drculagao terao prazo de cinco anos para adaptarem-se a mudanga,enquanto os novos Ja sairao com a placa impressa das montadoras. Junto com a novidade veio ainda a determinagSo do Contran proibindo, a partir de agora, a troca de places nos casos de venda de automoveis. No cerco a proliferagSo do roubo no Pais, outra importante medida, adotada no ano passado, pelo mesmo Conselho Nacional de Transito, 6 a que obriga a industria automobilistica a gravar o numero do chassi em sete diferentes pontos do carro.

As decisSes anunciadas por Lyra nao esgotam, entretanto, o esforgo para reprimir o roubo de veiculos em um territdrio com as dimensfles que possui o Brasil. E fato, inclusive, que elas correm o risco de nSo surtirem os

efeitos desejados, caso nao exista um fluxo continue e ininterrupto de iniormagoes sobre a frota nacional de veiculos, entre os orgSos diretamente ligados ao problema, em especial entre Detrans, em cujo universo os autoi^oveis trocam de mios. Dessa forma, conjugado ao pacote de mudangas, ga^^ba importancia capital a interligagao de todos OS Detrans do Pais.

Para viabilizar esse projeto, o mer'^ado segurador brasileiro esta colabotando no seu planejamento, na sua imP'antagao e no seu custeio. Nao ha diide que ha uma necessidade urgende prover os Detrans de estrutura in^®rligada de seus cadastros. via Embratel'no sentido de que haja abrangencia •Nacional, de maneira confiavel e eficaz, 'rabalho de combate a comercialide carros roubados.,E a unica "na de se alcangar tal objetivo i do^ de meios capazes de checar inj, ^niagoes de proced^ncia dos veiculos ®nciados de um Estado para outro.

4 necessario, entretanto, Para 9enoi lue a medida tenha uma abran'9 nacional com sucesso

, promover J nonexao das varias cidades que cuini, a nivel regional, da transferencia ® Propriedade de carros, a exemplo ^ "o.mo ja funciona em SSo Paulo.Sa® so que nem todas as unidades fede"^^bvas do Pais dispdem de condigdes centralizar os fluxes de informados cadastros locals com o Detran " Estado. Esta i a razSo pela qual o Projeto tambdm se encarregari de forb®cer instrumentos para superar essa ^^ficiencaa, o que dard mais credibili^de aos bancos de dados estaduais, ®Ementados, principalmente, entre di*®rsas fontes, pelas delegadas policiais, '^EVISTA

Renault; pelo regime de consdrcio

onde sSo registradas as queixas de roubos ou furtos de automdveis. Com a possibilidade de consultas entre si, utilizando-se das modemas t^cnicas de teleprocessamento e dos recursos de telecomunicag5o, os Detrans, escudados ainda no Documento Unico de Transito(DUT), passam a ter condigOes de coibir a agao dos ladrdes que roubam carros em um Estado, em especial no eixo Rio-SSo Paulo, e os vendem em outros. E certo, portanto, que a interligagao proporcionara quedas acentuadas nos indices de criminaUdade desse tipo em todo o Pais e, obviamente, permitird umasensivel recuperagfo de veiculos roubados, em beneficio de toda a sociedade, de uma maneira geral, e das empresas de seguros, de uma forma particular. A interli gagao dos cadastros regionais significa, ainda, que as autoridades da area terSo um efetivo e eficiente controle da circulagdo da frota nacional de vei culos.

Em decorrencia das profundas mudangas, envolvendo a vida do veiculo, o mercado de seguros procurou adequar a nova realidade o seguro obrigatorio DPVAT, que sera parte integrante do DUT. No final do ano pas sado, em assembleia, as companhias seguradoras resolveram operar o seguro atrav6s de um consordo,em noine das 96 empresas do setor e administrado pela Fenaseg (FederagSo Nadonal das Empresas de Seguros Privados e de CapitalizagSo), que para estudar o assunto criou, inclusive, uma Comissao Espedal, cujos trabalhos estarSo, certa mente, finalizados quando este nume ro da Revista de Seguros estiver drculando. Os estudos evoluiram no sen tido de implantar o pool, criar as suas formas operadonais e elaborar minutas legais de sua impIantagSo.

Em face da nova sistematica de li cenciamento e tributagSo de veiculos, o presidente da Fenaseg, Victor Arthur Renault, opina que a forma mais pratica e funcional de operar o seguro DPVAT e atravds do regime de consdr cio. Sua parte operadonal, segundo ele, sera controlada pelas tecnicas de pvocessamento de dados, raz^o pela qual baixara edital convocando os bureiuix de dados a participarem da concorrenda publica para a prestag£o de servigos nessa area. Para conduir o dclo de mudangas nesse ramo, o mer cado segurador repassard a Previdenda Sodal 40% do volume de prdmios gerado pelo seguro, como forma de ressardr o Inamps das despesas com assistenda mddica prestada ao addentado de trdnsito, atravds da rede hospitalar prdpria e conveniada..

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Fernando Lyra:intengSo 4 dificultar o roubo de veiculos REVISTA DE SEGUROS
DE SEGUROS
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Sergio RibeirOr somando esforcos para mudancas

aiicho de Porto Alegre, mas naturalizado carioca — aterrissou com seis anos de idade no Rio de [Janeiro, onde tez uma bem-sucedj'da caneira 0 segurador Sergio Augusto Ribeiro ;i se prepara para galgai mais um degrau da sua vida profissional - a presid^ncia da Fenaseg, com posse marcada para o dia sete de abril. Seu nome foi virias vezes Jembrado para ocupar cargos na vida publica, cujo int'cio oconeu como economista na antiga Sumoc CSuperintendSncia da Moeda e do Crddlto), que em 1965 transfonnou-se no Banco Central. Pelo Ministro da Fazenda no govemo Casteio Branco, Oct4vio Gouvia de Bulhies, foi convidado, em 1964, a assumir a diretoria da Caixa da Amortizagao, 6rgao respon sive! peio langamento das Obrigagoes Reajustiveis do Tesouro Nacional, que, Jogo depots, originou o Departamento da Divide PiifaJica do BC, onde pemianeceu como o primeiro gerente do DEDIP at4 1967. Com o fim do govemo Casteio Branco, Sirgio Ribeiro passou para a

iniciativa privada, ingressando como diretor do Unibanco, de onde saiu em 1974, como vice-presidente, para retornar is fungoes publicas como diretor da irea de MercadQ de Capitals do BC, a convite do Ministro Mirio Henrique Simonsen, da Fazenda. Mai tenninou o go vemo de Ernesto Geisel, em margo de 1979, entrou no aito comando da SuJ Amirica Seguros, em abril, onde pennanece at6 hoje na vice-presidencia Financeira e Administrativa.

Sirgio Ribeiro i fonnado pela Facuidade Nacional de Economia, da Universidade do Brasil, hoje UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro -, onde foi aluno da ultima turma formada pelo professor Bulboes, em 1957, e com curso de especiaJizagao no Centro Latino-Ameri cano de Estudos Monetirios, em Washington, EUA, patrocinado pelo FMI (Fundo Monetirio IntemacionaJ), pela ONU (Organizagao das Nagdes Unidas) e pelo Banco Central do Mixico. A frente do BC, implantou a

'^gulamentagao das reserves ticnicas das companhias de seguros, bem como toda a discipline do mercado de eapitais, antes do surgimento da CVM ^Comissao de Valores Mobili^rios), que nasceu efetivamente em 1978. Ifoj'e, Ribeiro diz que o sistema de controle de apb'cagoes das reservas tecnicas, que foi extremamente saudavel na ®poca, deveria ser revisto, menos reguJamentado, no sentido de dar maior margem de Jiberdade as seguradoras, com a Susep acompanhando de perto a soivencia das companhias. Ja nas reservas bVres, segundo ele, o segurador deveria ter a possibilidade de participar, de forma

^^joritia'a, se assim desejasse, no capital de empresas que atuam em outras ireas da economia.

I^a Fenaseg pretende exercitar sua capacidade de conciliar interesses e minimizar o conflito, pois sabe 9ue o momento atual e difi'cil e seri marcado, sobre''Jdo na irea de seguros, por profundas mudangas estrudjrais. Sirgi'o Ribeiro entende que o mais importante ^ fortaiecer o mercado, unindo esforgos. Alim do maj's, consciencia de que sua gestao coincidira com um

periodo de transigao, de adequagao, proveniente da impJantagao de medidas da poh'tica de seguros. Da entidade que vai dirigir, pretende fazer uma grande arena de debates. Otimista, acha que o rumo do setoreproraissor e tern a convicgao de que um dia a atividade ocupari o papel de destaque que merece no cenirio economico nacional.

Calmo, parece confiante no fututo e faz do dialogo sua ardorosa bandeira para veneer os obsticuJos. A sua aniJise da atuaJ conjuntura do setor esti revelada nesta entrevista, onde opina sobre a poJitica de seguros, margem de soivencia, inflagao e, ati mesmo, sobre a Constituinte, sem deixar de comentar as uJtimas medidas tomadas peJos drgaos oficiais do mercado. Sirgio Ribeiro fala tambem sobre como pretende conduzir a Fenaseg, sobre o relacionamento das empresas seguradoras e, como nao poderia ficar de fora, sobre o papel que o Estado deve desempenhar dentro da nova reaJidade que desponta, escorada na economia de mercado.

Como fica o mercado na conjuntura atual

jevista de Seguros - De dezembro do ano passado |para cd, a atividade de segu ros sotreu importantes modiflcagoes. Com a introdugao de uma sdiie de me didas tomadas pelos drgaos oficiais do Setor. Como o sr. estd vendo esse processo de mudancas?

Sdrgio Augusto Ribeiro — Creio que esta havendo uma certa incoerencia na linha de agao da autoridade. Nao sei quais os motivos que a tern motivado, nesse momento, a intervir e alterar regras especificas, ao invds de dar maior

liberdade as seguradoras e deixar o mercado encontrar os niveis reais de preqos do seguro. Estou certo, contudo, de que, numa fase subseqiiente, praticaremos a livre fixaqdo de taxas em alguns produtos, inicialment*. Mes mo porque ha carteiras que exigem maiores cuidados. NSo ha diivida de que a situagao de hoje, diria casuistica, evoluira para um quadro onde prevalecera a competigao no mercado segurador. As empresas terSo uma maior flexibilidade operacional, Esta 6 a meIhor linha para o sistema e tenho a

convicqSo de que as autoridades do se tor tambdm concordam.

RS — Qual a sua opiniao sobre me didas como a extingao do adicional de parcelamento dos seguros de incendio e lucre cessantes, o congelamento do prego do seguro DPVAT e a libera^So da comissSo de corretagem?

SAR - Considero-as um pouco descoordenadas. O mercado conhece a qualidade das pessoas que estSo no comando do IRB (Institute de Resseguros do Brasil) e da Susep (Superintendencia de Seguros Privados). Se nSo

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REVISTA DE SEGUROS .• .ii A,,L I, ,
SALINO
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REVISTA DE SEGUROS
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conhecSssemos suas qualidades, confesso que estariamcs muito perturbados em razso das medidas atd aqui tomadas e pela maneira como estao sendo implementadas. Mas como conhecemos OS comandantes do process©, os srs. Jorge Hilario e JoSo R^gis, temos a certeza de que esse periodo, que chamaria de turbulenda, sera brevemente superado e a poh'tica de seguros serd realmente implantada, de forma que a drea de seguros atue dentro de urn re gime de economia de mercado.

RS — A polftica de seguros, que tem per base vdrios documentos encaminhados aos drgaos do setor, pelas diferentes entidades de classe do sistema, inclusive pela Fenaseg, deve ser implantada de forma paulatina ou den tro de um pacote?

SAR - A poh'tica de seguros nlio precisa vir, necessariamente, de uma forma globalizada, o que demandaria mais tempo. Al^m do mais, determinadas medidas ja nao sao objeto de diividas, uma vez que foram amplamente

discutidas. Acho que algumas delas devem surgir associadas a outras, mas nao necessariamente fechadas em um pacote global.

RS - As medidas adotadas de dezembro para ci tem uma preocupagao em adequar oferta e procura?

SAR - Acredito que nao. Oferta e demanda devem ser compatibilizadas no interior de um mercado livre, escorado em regras claras, entre as quais, como ja ocorre no exeterior, a margem de solvencia em nr'veis adequados, que sem diivida, a mais importante, Te mos que definir a propordonalidade adequada entre patrimonio liquid© das empresas e o seu volume operacional, atravds de um multiplicador fixado em comum acordo entre os diferentes portes de seguradoras. A discussSo deve ser ampla e as conclusSes levadas as autoridades. Uma vez estabelecida uma margem de solvencia global, as companhias devem dispor de um periodo de adaptagao. As normas,inclusive, precisam ter flexibilidade, de forma que

possam variar em fungSo do quadro economic© e possam incentivar a especializagao,

RS — 0 sr. acredita entao que as medidas baixadas pelo Govemo visam dar mais "transparencia" as operagoes de seguros?

SAR -0 mercado segurador preci sa melhorar bastante, nSo ha diivida. Ha muito o que fazer e aperfeigoar no aspect© da "transparencia" das operagSes de segurp."Acredito que as medi-

INVESTIDORES

periodo de turbulenda"

® 'nvestidor atento, duas empresas exatamente iguais passam a ser distintas a Partir do moment© em que uma tem patrimonio protegido por seguro e ®Ptra nao, pois na ocorrenda de um siPistro esta ultima simplesmente podera Psrder tudo. A informagao sobre segunas notas explicativas dos balangos ^ significativa. na analise do investi'hento,

RS - No processo de mudanga que 'lesponta com a impiantagao da polftide seguros,que papel deve desempePhar o Estado?

presas de seguros deveriam ter uma linha operacional mais flexivel, dentro de regras gerais previamente estabelecidas.

RS — O IRB deve mudar tambdm para adequar-se a nova reaildade do mercado de seguros?

SAR - Eelas conversas mantidas com o dr. Jorge Hilario, senti que ele tem conscienda dessa necessidade de mudanga do IRB. A partir do momento em que as empresas seguradoras fo-

GOVERNiO

A polftica brasileira e intervencionlsta e reguladora. Mais interessante seria reservar ao Estado a funcao de apenas

acompanhar a saude

das empresas

ocorrerem no mercado de uma manei ra geral. Ela nao deve atuar casuisticamente, obrigando a fazer isso ou autorizando a fazer aquilo. O mercado de ve operar com flexibilidade dentro de um regime de livre concorrenda.

RS - Uma das medidas tomadas pelo CNSP foi abrir o setor de seguros a participagao do capital estrangeiro. com regras claras: ate S07r do capital total da empresa, limitando a 1/3 a aquisigao de agdes com direito a voto. Quais OS riscos?

SAR - Creio que nSo ha risco. A experienda existente na area financeira, entre os bancos de investimentos. onde a propordonaKdade de pariidpagSo do capital extemo 6 a mesma aprovada para o setor de seguros. revela que nao ha riscos. A medida, acompanhada de pert© pela autoridade, pode nao s6 capitalizar o mercado, mas tambdm favorece-Io com a aquisigSo de um conhedmento tdcnico adidonal nos ramos mais tradidonais de seguros.

RS - As perspectivas de ciesdmento para o setor este ano sao boas?

das recentemente aprovadas ajudaram bastante a melhora-la.

RS - Sobre essa questdo,o sr. acha que as sociedades anonimas, de uma maneira geral, deveriam indicar em seus balangos as garantias que tem em termos de seguros?

SAR - Certamente. A id^ia, inclu sive, ja esta send© ventilada na area govemamental. Consider© de suma importancia constar no relatdrio das em presas, para seus acionistas, um item especificando seus bens segurados.Para

SAR - A presenga do Estado como Pcoire hoje no setor se da tambdm nos ^ernais segmentos da economia. De Prpa maneira geral,a linha da autoiidabrasileira 4 intervendonista e exces®ivamente reguladora. Elas ditam o que Pode ou nSo ser feito no mercado. Mais interessante, no entanto, seria reservar ao Estado a fungdo apenas de acompanhar a sadde das empresas, em espedal daquelas que predsam de autorizagSo do Governo para fundonar. Dessa forma, entendo que as em-

rem obtendo maior liberdade opieradonal, o que ocorrera com o tempio,oressegurador, certamente, predsara acom panhar a evolugSo do mercado. Hoje o IRB opera amarrado a muitas re gras, que, no futuro, terio que ser mais flexi'veis, jd que ele nSo podera ficar alheio ao processo de modemizagdo pelo qua! passardo as seguradoras.

RS — E a Susep?

SAR — A Susep, como mendonei, cabera acompanhar a saiide das empre sas, detectando as anormalidades que

SAR — O ano de 85 foi extremamente bom para o seguro. Agora, prever 0 comportamento da atividade durante 86 6 dificil. no memento. Tenho o sentimento, de qualquer forma, que este ano sera bom, apesar das elevadas taxas de inflagSo, fato que nos preocupa muito.

As autoridades do setor afirmam que as medidas da polftica de se guros vSo contribuir para alatgar as fronteiras do mercado,o sr. concorda?

SAR - Ndo vejo motivos para pensar 0 contrdrio. Creio que a maioria das medidas da poh'tica de seguros serd

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Para o investidor atento, duas empresas iguais passam a ser distintas se uma delas tem seu patrimonio protegido por seguro
confianga em R^j^ e HiUrio permite o otimismo e a certeza
REVISTA DE SEGUROS
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ben^fica aos seguradores e contribuira para a expansao do setor.'

RS - O sr. considera o seguro um assunto ainda distante do grande piiblico?

SAR - Sim. A questao seguro ainda esta distante do segurado e da sociedade de uma maneira geral, Nao temos a educa(j5o do seguro, generalizada na massa do piiblico. E um problema que impressiona e deve ser encarado, pois a atividade seguradora esta abaixo da importancia que deveria ter no cenario economico nadonal. Sobre o assun to, acho que a Fenaseg, juntamente com entidades regionais das seguradoras, deve assumir a responsabilidade de coordenar um trabalho promocional visando a modificar essa situaijao. E, conseqUentemente, a transformar as empresas de seguros numa poderosa alavanca para o nosso desenvolvimento.

RS ~ Como o sr. ve o relacionamento das empresas seguradoras entre si, no trato das questSes de interesse do mercado?

SAR - Estou sentindo a existenda de uma maior abertura ao dialogo en tre as empresas. Acho que estamos nos habituando a debater mais amplamente OS nossos problemas. Apesar das discussOes, creio que 4 um dado positivo essa maior partidpagSo de todos os segmentos em torno da problemdtica do seguro, embora haja os mais variados interesses dentro do mercado,que 4 constitm'do, afinal, de pequenas, mdHias e grandes empresas, nadonais ou estrangeira's, algumas conglomeradas outras ndo. As diferengas na drea de seguros chegaram a um ponto de exdtagdo muito grande, mas estou cer-

"A nova diretoria da Fenaseg, dando prosseguimento ao que jd estd sendo feito, buscard sempre o didlogo. Mas precisamos do apoio das seguradoras"

to de que atravds do dialogo poderemos diminuir as arestas. certo tambdm que sempre havera interesses diferentes e conflitantes, faz parte do processo.

Em 85, 0 m'vel da discussSo entre as empresas seguradoras melhorou e vamos continuar nessa linha, tentando minimizar as diividas.

RS ~ Como o sr. pretende conduzir sua gestao a frente da Fenaseg?

SAR - A diretoria da Fenaseg 4 composta de representantes dos mais diferentes segmentos, razao pela qual OS trabalhos serao conduzidos dentro de um sistema de colegiado, menos presidencialista, portanto. Sou otimista por natureza, apesar do aparente cendrio nebuloso que domina, especificamente. a drea de seguros, A direto ria da Fenaseg, dando continuidade ao trabalho dos atuais gestores do drgdo, buscard sempre o didlogo. Tenho a convicgdo de que obteremos bons resultados em benefi'cio de todas as em presas. E importante assinalar, entre-

tanto, que a Fenaseg precise ter o apoio das prbprias companhias de se guros, de forma que.continue sendo o canal de comunicagdo da classe; nao o tinico, pois 4 responsabilidade do administrador manter o dialogo direto com as autoridades, discutindo os pro blemas de suas empresas e, as vezes, atd mesmo do mercado, mas sem pre tender ser o porta-voz do setor, papel que OS seguradores devem atribuir a sua entidade maxima de representagcio, no que diz respeito as reivindicagoes de carater global. O mercado deve mostrar-se coeso e fazer da Fenaseg seu local de discussSo. Todos os seg mentos serao por n6s ouvidos e discutiremos ampla e abertamente os problemas da nossa atividade, em es pecial nesse moment© dificil que atravessamos. Sd atrav^s do didlogo teremos conquistas importantes para o setor, que, entre cinco e dez anos, poderd ser tSo importante quanto o dos bancos hoje na economia nacional. REVISTA

RS - Qual serd a postura da Fena seg em relagao a implantagao da poIftica de seguros?

SAR — A posigao da entidade jd estd delineada e oficializada em seu documento "Atualizagdo da Politica de Seguros - Subsidies da Classe Se guradora", encaminhado as autorida des, e sintetizada no documento "Pressupostos Bdsicos para a Politica Na cional de Seguros Privados". Alguma coisa tem sido feita nesse meio tempo. O importante 4 continuarmos discu tmdo, honesta e abertamente, mantendo sempre um canal de comunica9^0 aberto com a autoridade. Tenho absoluta certeza que chegaremos, atraves do dialogo, a um denominador co'^'un, extremamente favoravel ao sede seguros, sobre os pontos pole'Wcos. Quanto a isso, minha opinido Pode ser suspeita, em razdo de conhede longa data bs srs. Jorge Hilirio ® doao R^gis. Vamos discutir nossos

INFLACAO

pontos de vista empenhadamente, em benefi'cio do mercado.

RS - Ji existe algum piano de atuagao defmido para sua gestao?

SAR - NSo tenho programas preconcebidos. Hd ainda um presidente atuando e funcionando muito bem. Minha posse'serd no dia seis de abril; at^ la haverd contatos constantes com a atual diregao da entidade.

RS -Por que o Govemo nao consegue debelar a inflagao no Brasil?

SAR - O fato 4 que nao esta combatendo a inflagao como deveria. Realmente, na parte das finangas publicas, o aspecto da seca na regUo SudesteSul teve um impacto grande, mas nSo tSo significativamente como o Governo disse. O Governo, com isso, esta perdendo credibilidade, que era grande at^ quatro meses atras,o que preocupa muito. Mais importante que tomar as medidas corretas no combate a inflagJo 4 ter certeza que o publico acredita que elas surtirSo efeito. Agora, a partir do momento em que a sodedade passa a nSo acreditar nos resultados das medidas tomadas, elas assumirao, conseqUentemente, um comportamento nit;damente infladonario. Ai, nao ha medida certa que segure uma expectativa infladoniria. A politica econo mica do Govemo, de uma maneira ge ral, esta na linha correta, mas acho que as autoridades deveriam ter ficado mais atentas na questao da inflagSo, que saiu do controle, em certo mo mento, na euforia do crescimento da economia.

RS — Que papd a Fenaseg deve desempenhar na questSo da Consti-

tuinte, como fomia de consolidar o processo democrdtico do Pafs?

SAR - O assunto 4 extremamente relevante, pois estarao amplamente erol discuss^o OS aspectos de ordem econo mica, politica e sodal. £ necessario que todos os setores da sodedade estejam representados na Assembldia Na donal Constitulnte, partidpando ativamente na elaboragSo da nova Carta Magna do Pais. O Brasil, como um todo, deve influir no processo, no qual o setor de seguros n£o pode ficar alheio. A Fenaseg tem que ser o veiculo, com propostas concretas, do mercado nessa questSo. Para isso, deve discutir e promover encontros com deputados e senadores constituintes, o que 4 de suma importanda inclusive para todas as instituigOes de dasse. NSo hi ddvida de que a Fenaseg deve se envolver nesse processo, no bom sentido, pois, alim do mais, se trata de uma obriga^o. -)i

CopQ/EntrevistQ
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DE SEGUROS
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A politica economica, em geral, esta no caminho certo. mas as autoridades falharam no controle da infia^ao, envolvldas pela euforia do crescimento economico
REVISTA DE SEGUROS
Todos OS setores deveriam ser representados na Constitulnte. A Fenaseg tem que ser o vefculo do mercado e apresentar propostas concretas
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Notas sobre a psicologia da superstlao

um escnipulo, um habito, assentados no medo ou ignorancia".

Ainda outro dia, sexta-feira 13, a televisdo saiu perguntando as pessoas se elas eram supersticiosas. Poucas admitem se-lo. Mas raras sSo as que nSo tern pelo menos uma prdtica de superstigSo. Come hater na madeira a mengdo de certos nomes de pessoas, ndo passar debaixo de escada ou esconder a planta predileta de uma visita de "olho gordo"e "se"ca pimenteira".

cial afirraava, pela boca do notavel Bergen Evans, que tudo nao passava de "superstigao e contra-senso."

tifica para aquela pratica.

' st^vamos, um amigo e eu, no carro dele. Era madrugada e BBP chovia forte. Um gato branco

cnizou a rua a nossa frente. Meu amigo pisou forte no freio, o carro denrapou, dangou na pista molhada, escapou de um poste, rodopiou e parou. Entre mortos e feridos salvaram-se todos.

Eu. no entanto, com algum abalo.

Passado o susto, perguntei:

— For que essa freada?

E meu amigo:

— Vocd ndo viu o gato branco cruzando a nossa frente? Gato branco dd um azar danado.

Sorri. Meu amigo ficou s^rio. Entdo,eu disse:

— Voce ta brincando. .. Gato bran co? O que dd azar d gato preto.

Meu amigo olhou-me com ar supe rior e arrematou:

- Isso de gato preto dar azar e pura superstigdo!

"NSo d facil demarcar as fronteiras da superstigao", informa Voltaire no seu Diciondrio Filosdfico. E explica que a crenga de uns e a superstigSo de outros.

O Shorter Oxford Dictionary diz que a superstigSo d a "crenga irracional ou infundada". Mas quern determine o que d irracional e infundado? — pergunta o psicdlogo Gustav Jahoda, para quem a religiSo d uma superstigdo do homem.

O outro Oxford, o grande, ja infor ma que a superstigSo d o "temor ou medo irracional de algo desconhecido, misterioso ou imaginario; um credo,

Bater na ^madeira tres vezes, por exemplo, d hoje mais um hdbito, uma atitude cn'tica, um gesto de repudio do que uma prdtica destinada a evitar maleficio. Contomar a escada pode ser a automatizagdo de um gesto defensivo, uma vez que a lei das probalidades matematicas indica uma ceita dose de perigo para os que passam por baixo. E a defesa contra o olhar de seca d absolutamente justificdvel segundo os cientistas sovidticos agora anunciam.

Estudando manifestag&es extra-sensoriais, esses cientistas ficaram convencidos de que algumas pessoas tern, atd inadvertidamente, um olhar forte demais para determinadas plantas.

O que nos leva a imaginar que a superstigao d um termo relativo ao tem po e ao lugar, assim como a um determinado estdgio de conhedmento. Por exemplo: no tempo da minha av6 dizia-se que a mulher gravida ndo devia ser aborredda, nao devia assustar-se ou emodonar-se em demasia, nem devia ser contradada nos seus desejos de comer. Per outro lado, para que o ba be fosse sauddvel, as futuras mamaes deviam receber estimulos agraddveis como o da miisica. Mas a medicina ofi-

Hoje nos sabemos que as influen-' cias pre-natais determinam a saiide do bebe, podendo comprometer seu desenvolvimento fisico e mental. Pode ser que o bebe n5o nasga de boca abers6 porque recusamos atender um desejo da mSe (como dizem la em Mi'iss). Mas 0 certo 6 que a superstigSo i®m la seu fundo de verdade. Em outras palavras: os cientistas sovidticos ®stao estudando praticas superstidosas Ra tentativa de verificar se a supersti?ao pode ser uma reagao instintivaRiente correta do ser humano.

Os pastores de Gloucestershire acre^iavam, antigamente, que umapessoa ^ontaminada com a variola bovina fi^ava imune a variola para o resto da Eram pessoas ignorantes e, natufalmente, superstidosas. Atd que odr. ^dward Jenner resolveu verificar e des^obriu a vadna, muito embora nSo fos^® levado a sdrio pelos seus colegas du^ante anos.

Pode ser, inclusive, que a medidna Popular e as praticas aparentemente

^"^Persticiosas da farmacia do povo te-

uma razdo de set. E o que os rusestdo querendo saber, na Universide Moscou. Os chamados espioes ^ovidticos vivem recolhendo informasobre prdticas populates e ali''^®ntando com elas seus computa"^ores, Quando a mesma prdttca d identificada em varias regides geografica•^ente distantes, uma equipe multidis^plinar comega a investigar oassunto.

® resultado tern sido surpreendente: luase sempre uma boa razSo den-

Na minha terra, por exemplo, um homem que se corta no campo com a foice ou a enxada, trata logo de urinar sobre a ferida. A informagSo, agora, d de que a urdia d um excelente agente dcatrizante.

E assim como o cachorro que esta com dor de barriga enSo d vegetariano, mas come capim para ficar bom. sem ser treinado para isso. Medicina instintiva. Coisa em que os nosso pajds sSo muito bons.

Nao se pode dizer do professor Augusto Ruschi que ele nSo seja um' homem culto e bem informado. E n3o d que o cadque Raoni foi buscar ajuda pra fazer uma pajelanga a fim de acabar com o veneno de sapo que envenenou o professor?

Os mddicos sorriem.E cada um tem

uma explicagSo para o mal que afUge o professor, emboia nenhum prometa a cura.

Vamos a pajelanga, que o professor nao recusa, disposto a fumar da erva e certo de que ainda vai ver, saindo junto com a fumaga, pelo nariz, o ve neno do sapo.

Mangalo tres vezes.

NSo deve ser sem motivo que a Lei Eleitoral, em Gana, considera crime eleitoral "ministrar, invocar ou utilizar de qualquer modo qualquer feitigo,fa zer quaisquer invocag&es, declarar-se entidade de outro tipo, narrar ou reladonar tais atos para fins de cabalar votos ou impedir a votagSo de algudm. ."

Voces que nSo acreditam nas bruxasacabamespetadosnavassoura. "k

CuItufQ & Lozer \i 'TmSWBo/TT^TTTJTTTT*
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REVISTA DE SEGUROS
VREVISTA DE SEGUROS LUIS LOBO
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■Livrosi

Nova Fronteira Ian9ando "Ro^manceiro Gitano", de Federico IGarcia Lorca, na tradu<?ao de Oscar Mendes. A Andaluzia cantada pelo maior poeta da hispanidad, com a for9a e o lirlsmo que brotam do re gional para o universal. E cor, som, sabcr e perfume da Espanha.

Augusto Boal vendeu os direitos autorais de "Jane Spitfire", editado pela Codecri (Pasquim), a atriz Itala Nandi. Trata-se de uma gargalhada que. quem leu, conseguiu dar em plena revotug^o. E a histdria de uma repiiblica sul-americana, de praias ensolaradas, coqueiros e sabids. O chefe do Govemo nSo sabe o que fazer com os

¥estudantes, que nJo querem estudar; OS trabalhadores, que n£o querem trabalhar7*os marinheiros, que nSo que rem navegar. A greve 6 geral, total e irreverstvel. E quando lun assessor ge nial sugere apelar para Tio Sam, que envia Jane, Spitfire. Super-Bond de saias, que tudo resolve na base de orgasmos. Uma das melhores satiras que ja li. Que Itala Nandi consiga set (ou fazer) uma Jane com todo o fogo da heroina criada por Boal. Reunido no final do ano o juri que ja escolheu os finalistas do Premio Nes tle de Literature de 86. Os nomes ser^o revelados em IB de fevereiro, quando serSo indicados os vencedores das categorias poesia, conto, romance, e infanto-juvenil. Dos originais at6 ago ra selecionados, sairSo tres ganhadores. Os premios: cinco milhdes para os primeiros lugares - por categoria; tres milhdes para os segundos e dots miIhSes para os colocados, em terceiro lugar. A Nestld editara os trabalhos e comprard os direitos autorais. A entrega dos premios sera em juiho, quan do as obras serdo langadas, assinalando a III Bienal NestU de Literature Brasileira. • • •

Com ilustragdes de Ziraldo e texto do astrdnomo Rogdrio MeUo MourSo, a Salamandra colocou na praga, para criangas, "O Cometa Halley Vem Ai" Aconselho-o tambdm para adultos E uma delicia.

Garcia Marques

Alfredo Machado, da Record, fechou com a editora de Garcia Marques, atravds de representante no Brasil, o contrato mais caro ja assinado no Pai's. Comprou OS direitos para publicar o ultimo livro do consagrado autor colombiano: "Amor em Tempo de Ira". Ndo foi revelada a quantia.

Em contrapartida, os americanos pagaram um cache milionario pelos di reitos autorais de "Tocaia Grande", de Jorge Amado, que, em companhia de Zeiia, estd nos Estados Unidos para uma reunido do Pen Club.

• •

Oscar Niemeyer fard, em Brasilia, agora em Janeiro, o langamento de um livro onde conta sua vida, sua obra e seus projetos, como um dos expoentes da arquitetura modema mundial. O li vro, coordenado por Ricardo, filho da pintora Tomie Oiake, deveria ser langado no Rio, mas Niemeyer prefeiiu

REVISTA DE SEGUROS

Oscar Niemeyer

o que e mais do que justo ®fuial, ela d sua obra maior.

'Marimbondos de Fogo", do acap Jose Sarney, serd langado, em g pela Editora Brasil, quando o tor-presidente estiver na terra de emabril.

'^tes Plasticas

ris. Cada obra reproduzida vem acompanhada de um certificado garantindo a origem e a autentiddade. As gravuras de Chagall mostram figuras de seu mundo mitol6gico, situado na pequena aldeia russa onde nasceu e que ele transporta para Paris, sem, no entanto, desvirtuar suas teminiscendas. Toda a sua obra 4 profundamente marcada pela Bililia e outras escrituias sagradas do judaismo. A pintura de Chagall 4 solene e inggnua ao mesmo tempo, e mostra alguns conflitos entre o etemo e 0 efemero, a luta entre o homem e o divino, numa determinagSo que ressalta Israel como nagSo predestinada. E a primdra vez que Marc Chagall 4 mostrado no Rio, o que del nova dimensSo ao calenddrio pUstico de 66.

MARIA CELIA NEGREIROS

a Lagoa do Abaetd, onde estSo removendo as dunas, desHgurando a paisa gem que a natureza construiu em milhares de anos. Jenner disse que estd empenhado, ao lado de outros artistas, numa luta de protesto. Daqui, o nosso apoio integral.

A beh'ssima Marina Montini voltou de Nova Torque de olhos azuis. Di Cavalcanti levaria o maior susto se encontrast sua mulata-inspiragSo. Sem diivida, acharia que, com olhos de qualquer cor, sua musa continua linda.

Lidia Besouchet terminou de escrever um livro sobre o pintor argentino Hector Bemabd, que ningudm conhece. Trata-se, no entanto, dopopularissimo e queridi'ssimo Carib^, o mais baiano dos argentinos, tombado pelo patrimonio cultural brasUeiro e ogS dos terreiros de MSe Menininha. Saravd,axd, Caribd.

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em diivida, cabe a Arlete

-. (Amiel, leia-se Place des Arts, a Poiisabilidade de um grande ano no das artes pldsticas no Rio. De 29 Wneiro a 10 de fevereiro, quem esna conhedda galeria do CopacabaPalace i Marc Chagall, presents '^^nia sdrie de litografias que tSm a ^^iancela dos Ateliers Mourlot, de Pa'lEvlSTA DE SEGUROS

Litografla Chagall

Jenner Augusto me contando telefone que vai abrir, em maio, o calenddrio pUstico da Bahia, na Galeria Epoca. Sao 27 trabalhos, cuja tematica 4 a paisagem baiana, da Amaralina ao Abaetd e Rio Vermelho. Mas o forte 4

Na Galeria Acervo, no Rio, exposigao de Hilda Campofiorito. Hilda sempre expOe em altemancia com Quirino Campofiorito, considerado o decano dos criticos de arte deste Par's e seu marido. Isso para evitar indedsOes ou choques por parte dos compradores e admiradores do casal, que, aldm de bons artistas, sSo queridi'ssimos e nSo dJo conta das encomendas.

• • •

Descansando em Nova Torque, onde aproveita para se p6r em dia com a arte. Leny Montenescu. Ela 4 romena, ha alguns anos residente em Copacaba-

lorca • •
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na, e, em pleno s^culo XX,dedica-se a_ uma modalidade de arte muito pouco cultuada hoje em dia: os icones. S5o belj'ssimos os trabalhos de Leny, que segue as mesmas t^cnicas bizantinas,

mas cuja fatura tern, inegavelmente, a marca de sua forte personalidade. Ac regressar, prometeu-nos uma entrevista exclusiva.

Paulo Chaves, exclusivo da Galeria ta, Paulo Chaves teve varias de suas Paulo Prado, uma das maiores e mais obras adquiridas pela Nestle, que as enconceituadas de Sao Paulo, estd com- viou para sua diretoria, em MUSo. pletando quarenta anos de pintura. Em Paulo tambdm acaba de ser convidado sua ultima exposigao na capital paulis- para expor no Rio, na Place des Arts.

9ico diregao de Antonio Abujamra, comparer os dois espetaculos, duas "0 Teatro de Arena. Como Manlia, mise-en-scenes e duas propostas difetambem achamos que vale a pena ver e rentes de um mesmo texto.

'Tocadoras de Shamisen e Flauta'\

De passagem pelo Rio, Tadao Na kabaiashi. JaponSs, morando no Bra-. sU ha quatro anos, jd realizou algumas exposigSes em Sdo Paulo. No ano passado, esteve no Copacabana Palace e estd de malas prontas para o Canadd, onde vai expor em Toronto.Com anos de pesquisas realizadas na China e na India, Tadao 6 o mais novo representante pldstico do Japdo no cendrio brasileiro. "Tocadoras de Shamisen e Flauta" e "A Lua dos Namorados" sdo dois dos quadros que Nakabaiashi estd levando para o Canadd e nos mos-. trou em primeira mdo.

ueta, para um So", petja de ■^^nTom Kempinski, d o atual cartaz do Glaucio Gill, A pega decorre no momento presente e mostra os problemas de uma mulher presa a uma cadeira de rodas. Nao poupa critica ao pre90 das sessdes de analise e ao silencio do analista e d, antes de tudo, um hino de amor a vida. Dirigida e iluminada por Antonio Mercado, que faz um espetaculo denso, seguro, exibe esplendida nogSo de timing. Um diretor atento aos mihimos detalhes, uma encenagdo comovente e de grande calor humano. Brilhante atuagdo de Marta Overback e Othon Bastos. A pega d uma produgdo de ambos e que aqui chega depois de ter estado um ano em cartaz em S4o Paulo. E um espetaculo que vale a pena ser visto.

E MariHa Pera, segura, madura, dd um show de interpretagdo, mais uma. vez, em "Brincando em Cima Daquilo", pega em cartaz hd mais de um ano, agora no Teatro Casa Grande.. Marilia n3o se deixou perturbar quando soube que Denise Stoklos estava fazendo a mesma pega, de Dario F6 e Franca Rame, com o nome de "Um Orgasmo Adulto Escapou do Zool6-

Com lotagSo esgotada, estreou, 9, no Teatro da Galeria, em Botafogo, "Feliz Pdscoa", comddia estrelada por Paulo Autran, Karin Rodrigues e Claudia Alencar. A casa vem mantendo lotada, com gente sentaaid no chSo, em todas as sessSes. ndagado por que o genero coraddia?

Paulo Autran respondeu que "a co- •^^dia ocupa um lugar na preferencia ^ publico. Escclhi uma obra-prima

® Pensamento humano, um tema ®temo - a hipocrisia, o ridicule da hi^®crisia e suas terriveis conseqiiendas

OS que nela acreditam. Neste exer-

cido de comedia, optei por um paralelo ao 'Tartufo' de Moliere. Aquela ddssica, esta moderna. Jean Poiret, autor de Felij; Pascoa como Mo liere, tambdm e autor e ator. Escreve e interpreta suas pegas, capta nossos ridicules, nossos defeitos e mostra-os em cena, de forma maravilhosamente comica." Paulo tem razao e abre o ano teatral com um dos espetaculos que marcarSo a temporada. Jean Poiret e 0 autor do estrondoso sucesso, no palco e no dnema, "Gaiola das Loucas" - "La Cage aux Folles", no original.

pessoas que cercam um homossexual que contraiu Aids. Embora conte com duas presengas fortes, os atores Carlos Strazzer e Rodrigo Santiago, o trabaIho merece apenas registro. Isso porque existem situagOes nao resolvidas na f>ega. O faxineiro do hospital, por exemplo, onde o doente esta intemado 6 porto-riquenho, e todo mundo sabe que, em Nova lorque, os portoriquenhos sSo discriminados e vivem de subempregos. Mas o que e qus isto tem a ver com o reslo da pega. ndo da para se saber. • •

lara Amaral esta de volta no monologo. de Franco Scaglia, "Imaculada", em cartaz no Teatro dos Quatro. E a histbria, divertidissima, de uma mulher e seus sete (!) maridos, a busca do amor e de si mesma. Sete maridos que voce, espectador, decidira se existiram realmente e foram mortos pela atriz, ou se so existiram na imaginagdo da protagonista. No fundo, a pega tem um grande conteudo dramatico. A diregSo, muito segura, 4 de Paulo Mamede. Tradug5o de Miller Femandes e magnifica interpretag3o de lara Ama ral.

Cena da pega "Feliz Pascoa*

• * de Com4dia, no Bexiga, em SSo Pau lo. Sem humor negro, nem exageros dramaticos, a pega trata de um assunto atual; as reagoes do amante e das

•Teatroi ••
*
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quadro de Nakabaiashi f^uio Chaves
REVISTA DE SEOUROS
• •
lara Amaral E a Aids chegou ao teatro. "As is" sucesso na Broadway, reoebeu o PfSmio de melhor texto teatral de 85 ^ 4 o atual cartaz do Teatro Brasileiro '^evista deseguros
w.

■Musica e Balei

Inegavelmeate, o Rio volta a ">! honrai o ti'tulo de capital cuttural do Pais. Al^m do deslumbramento sideral propordonado pela apaii93o do Halley, teremos a ilumioar o ano as comemora^s do canten^o de VillaLobos e do sesquicentendrio de Car los Gomes; a grandiosidade do Bolshoi e o Festival Intemadonal de Danga, quando veremos o Royal Ballet de Londres, que montard "A Bela Adoimecida." Em seguida, sera a vez da

lendas e folclore muito antigos montados em forma de mimica, danga e interpretagSo. Durante o Festival, o Bald do Teatro Munidpal exibira uma remontagem de "D. Quixote", tendo como solista Fernando Bujones. Constard do mesmo evento o Concerto N9 3, de Prokofieff, para piano e orquestra, com o bailarino e solista Raul Pedemeiras, do Grupo Quorpo.

Gal Costa faturou um bilhao de cru zeiros para gravar o comerdal que entrou no ar as 23h e SSmin do dia 31 de dezembro, quando o locutor anundou "faltam dois minutos para o Ano da Copa. preparem o coragSo ~ i, novamente, tempo de paixSo." A partir daf, no comerdal de 2 minutos e 30 segundos, Gal aparece de amarelo e branco, tendo por fimdo o MaracanS e outros locals do Rio, cantando o frevo "70 neles". 0 comerdal d da Souza Cruz. A produg£o, da DPZ. Acredito que facilmente serd eleito um dos meIhores do ano.

Ventos UQtro

Villa-Lobos

companhia americana do Philobolus Dance Theater. E, para a alegria dos que conhecem e dos que n^o conhecem e querem conhecer, a apresentaqSo do Kabuki - Teatro Nadonal Japonte - cujo repertdrio se basela em

Depois de altos e baixos com a censura, Angela R6 R6 conseguiu ver o seu LP "Em Desatino" sair inteiro, com a belissima faixa Blue Janis. Aos 36 anos, a imagem de biriteira, arruaceira e admiradora de Sapho vai ficando para trds. Angela deu a volta por dma, tomou-se mulher pacata, longe dos agitos dos bares e das bocas. Jun to com seu gato persa, mora em Itaipava, levando vida naturalista e fazendb um rock da maior comunicagSo, invadindo, serd medo ou constrangimento, o terreno da critica e das cobrangas do fato social.

Sul America Unibanco lanca m "seguro aJato"

Morte, invalidez permaiiente e eventuais pemoites

^0 algumas das coberturas

<lo seguro ajato, langado recentemente no Brasil pela Sul Amdrica-Unibanco. O

Governo discipiina capital externo na area de seguros

Na Bahia, o Projeto Astral chegou e ameaga Scar. No ano passado, ele aconteceu ao mesmo tempo que o "Rock in Rio", o que tirou um pouco de sua forga. Mas, durante este Janeiro, U estSo Alceu Valenga, Elba Ramalho, Milton Nasdmento, Gilberto Gil, Caetano Veloso e, entre outros grupos, o "Paralamas do Sucesso". £ o que se pode chamar luna turma da pesada. 0 trio Luiz Oscar Niemayer, Carlos Araujo e Jo4o Henrique Fragoso d o responsdvel pelo evento, que tem o apoio total do govemo baiano.

A Sala Cecilia Meireles, por sua vez, abre sua temporada, dia 9 de abril, com rddta do pianista vietnamita Dang Dahi, vencedor do Concurso Chopin, em Varsdvia. Enquanto isso, no mes mo dia, estard no Munidpal Amaldo Cohen, acompanhado (espera-se) da Orquestra Sinfonica. Ainda em abril, a Sala dara inido a sdrie "Brasiliana", que terd redtais com Fdtima Alegria e Maria Lucia Godoy, aldm da apresentagao do duo Paulo Moura e Clara Sverner. Tambdm la estario se apresentando OS conjuntos: Ars Barroca, Trio Bach e Quarteto do Rio. Vdrios red tais de solistas intemadonais, ainda sem datas marcadas, acontecerdo ao longo do ano. Entre os grandes nomes intemadonais, o destaque d do mestre do bandoneon argentino Astor Piazzola, que aqui ndo se apresenta hd alguns anos. E Magdalena Taliaferro, quase um sdculo de mdsica, estard novamen te no palco do Teatro Munidpal - e com ela o nosso carinho. Esta d apenas uma resenha do que serd o ano sonoro do Halley!

ptoduto, que d largamente utilizado nos mercados euroP®u e americano, estd em fase de testes, no saguao do Aeroporto de Congonhas, 'iestinado a passageiros da ^onte Adrea, sentido SSo Paulo - Rio de Janeiro, e pode ser adquirido na hora ^ viagem, atravds do cartSo •"agndtico do Banco 24 Ho'3s. As duas caracten'sticas ^sicas do seguro, que tamd forneddo automati°3mente pelas companhias

de aviagdo, que o embiitem na passagem, mas com valores de cobertura pequenos, sdo 0 baixo custo e a forma de comercializagao, completamente desburocratizada. Ha tres faixas de pregos, que variam em fungdo da importancia segurada escolhida pelo cliente, sempre valida para uma unica viagem. As sim, caso opte por uma im portancia segurada de CrS.. 100 milhoes, para morte ou invalidez permanente, paga rd de prdmio CrS 6 mil Para CrS 200 milhOes ou CrS 300 milhOes, desembol sara, respectivamente, CrS.. 12 mil ou CrS 18 mil.

A participagSo do capital estrangeiro nos mercados de seguros, de previddnda privada aberta, de capitalizagdo e de corretagem foi disdplinada pelo Conselho Na donal de Seguros Privados (CNSP). A partir de agora a regra 6 dara. Recursos estrangeiros, na forma de risco, podem entrar nas empresas integrantes do Sistema Nadonal de Seguros Priva dos, o que antes era permitido apenas em companhias

que operavam exdurivamente nos ramos elementares e na capitalizaggo, por uma dedsSo intema do CNSP datada de 1975. A atual deliberagSo, traduzida na forma de resolugSo, elimina a distingio e estabelece os limites da partidpagSo, direta ou indireta, ou seja, a restringe ao maximo de 50% do capital e sem que as agdes com direito a vote ultrapassem a 1/3 desse total.

Reguiamentado pelo CNSP o processo administrativo

Os processes administrativos instaurados pela Supe'rintend^nda de Seguros Pri vados ganham regulamento pr6prio, com aprovagSo do Conselho Nadonal de Segu ros Privados, para apurar infragfies a legislagSo que rege as atividades de seguro, de capitalizagSo, de previdSnda privada aberta e de correta gem. JoSo R^gis Ricardo dos Santos, superintendente

da Susep e membro do CNSP, diz que a ess4nda das normas estd baseada na preservagSo do pleno direito de defesa, raz£o pela qual o prazo para apresentagSo da defesa foi ampliado para 30 dias - antes era de 15 - e a obrigatoriedade da intimagdo foi criada em todos os atos do processo. A nova re gra inova, ainda, ao implantar a comissdo de julgamen-

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"k REVISTA DE SEGUROS
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to, que conduzira os trab^-, Ihos em carater reservado, formada pelo superintendente da Susep, que a presi de, e pelos diretores dos Departamentos Jun'dico, de Fiscaliza^So, de Controle Economico e T^cnico Atuarial. As decisSes condenatorias definitivas, entretanto, serSo publicadas pela autarquia, "ressalvados os casos considerados, na decisao fi nal, contr^rios ao interesse publico."

Bradesco descentraliza

Cicfo de Estudos

A partir de marqo,a Bra desco Seguros levari o Ciclo de Estudos para Corretores de Seguros a diversos Esudos, inclusive atrav^s dos sindicatos da categoria. Nesse mis, antes da descentralizaglo, o Centro de Treinamento da seguradora, no Rio de Janeiro, serd palco da terceira fase do evento, que vem sendo realizado desde outubro do ano passado. No programa Estudos Avangados vSo ser enfocados, no dia 5, o marketing (Jairo Luiz Ramos, Sdrgio Mota Cortla e a Mauro Salles Publiddade) e. a gerlncia de risco (Paulo LeSo de

Moura, Peter Glogowski e Luis Augusto Momesso). No dia 6 sera a vez do planejamento de vendas (Nilton Molina. Alexandre Luzzi

Las Cavas e JosI Carlos Lacorte Caniato)e da informatica no seguro(Manuel Dan-

tas Mattes, Carlos Henrique Schmitz e a Arthur Ander sen Ltda.). Mais adiante, nos dias 19, 20 e 21, na parte Estudos TIcnicos, haverd cursos sobre lucres cessantes, transportes e administragao de venda.

Qualidade e gestao tecnologica ainda

sao deficientes

A Secretaria de Tecnologia Industrial (STI), drgSo do Ministdrio da Indiistria e do Comdrcio, estima que a falta de qualidade e a ineficiente gestao tecnoldgica das indilstrias brasileiras causam perdas ao Pais da ordem de US$ 10 bilboes ao ano. Para reduzir tais deficidncias, consequentemente OS prejuizos, a STI pretende criar uma intense campanha de mobilizagdo nacional e vai destinar recursos no montante de Cr$...

400 bilhOes para incentivar programas de produtividade

IRB pode gastar este ano CrS 15 trilhdes

Pelo programa de displ"' dios globais das estatais, divulgado pela Secretaria de Planejamento da Presidenaa da RepubUca (Seplan), aS empresas do Ministlrio da Fazenda receberSo uma dotagSo orgamentdria paf^j

BNH vai construir

200 mil novas habitacdes

Aviacao comerciai sofre pesadas perdas em 1985

e qualidade industrial. Com base em dados estati'sticos. a entidade afirma que, entre as pequenas e mddias empresas, apenas uma parcela de 33% possui setor de pesquisa e desenvolvimento e cerca de 64% dispOem de con trole de qualidade. Na ^rea das grandes empresas, a proporgSo e a seguinte; 67% e 93%, respectivamente. No entanto.'76% dessas industrias realizam controle de qualidade somente nos produtos acabados, e nSo em todo 0 processo de pcodugao.

1986 da ordem de CrS 35, trilhSes, dos quais a maio' parte, ou seja, 42,4%, set® absorvida por um unico df gSo; o Institute de Ressecp* ros do Brasil. Significa qu®" IRB poderd gastar cerca d® CrS 15,1 trilhoes ao long® do ano, quantia prbxima » destinada aos Ministerios da Agriculture e Aeronduti^a' CrS 17 trilhSes, e bem sup®' rior a verba reservada pa^^ as empresas vinculadas a®' Ministdrios do Exdrcito, rinha, Interior, Justiga, nejamento, EducagSo,Pr®"* dincia e Assistenda Sod®!'

Cultura e Cilnda e Teen® logia. Apenas as companhia* subordinadas aos Ministdri®' da Inddstria e do Cornd^ cio, ComunicagOes, Min®^ e Energia e Transportes ted orgamento acima ao do apr® vado exclusivamente pat®

conjuntos,48,6% do orgamento do Banco

^ Banco Nadonal da Ha(BNH) pretende '^struir mais 200 mil noVas 'uoradias este ano, desti'es

® ® atender trabaihadonj renda mensal que 'a'trapasse o equivalentS A J «ez salaries mfnimosCti t " milhSes atualmente.

P pfir em prdtica seu proo Banco investird 1^''* 14 trilhdes, o equiva®bte a 48,6% do orgamento

CrJ 28,8 trilhoes solid^Evista de seguros

tado. Na area de saneamento, as aplicagOes vdo chegar a CrS 8,6 trilhOes, enquanto OS gastos estimados com obras de infra-estrutura e equipamentos comunitdrios em conjuntos habitadonais deverSo atingir a Cr$ 3,6 tri lhOes. Jd no financiamento de materials de construgSo serdo alocados recursos da ordem de Cr$ 858 bilboes e outros Cr$ 1,5 trilhdo se destinardo ao desenvolvi mento urbano,

1985 nao foi um ano bom para a aviagao intemadonal. Ocorreram cerca de 20 desastres aereos conside rados de grandes proporgOes. O ultimo, e o terceiro mais grave do ano, envolveu um DC-8 da Arrow Airlines, no Canada, em dezembro.

O aviao, fretado pelo Exdrdto dos Estados Unidos, caiu e explodiu ao decolar do Aeioporto de Gander, na Ilha de Terra Nova: 250 miiitares e oito tripuiantes morreram. O addente mais trdgico foi com o jtunbo da Japan Airlines, que, em agosto, chocou-se numa montanha do interior do JapSo. Resultado:524 mortes.

O segundo desastre mais fa tal do ano aconteceu com o jumbo da Air India. A aeronave explodiu, em junho, sobre n costa da Irlanda, matando seus 329 ocupantes.

Levantamento feito pela UPI revela que,em 85,aproximadamente 1.800 pessoas perderam a vida em desas tres de avlao. Em 84, esse nilmero foi de 450. A situagSo da aviagSo comerciai, no mundo, como se ve, nSo foi das melhores no ano que findou. ^ certo que os pesados prejuizos vSo resultar na elevagao dos pregos do seguro de cascos aeronauticos, atingindo todos os paises, sem excegSo, inclu sive 0 Brasil, que atravessou 85 sem grandes perdas nessa area. O fato I que o mercado segurador nadonal ainda nio tem retengSo sufidente para garantir toda a frota alrea do Pais, o que o leva a recorrer das coberturas de tesseguro extemo, sujdtas, portanto, aos sabores das taxas cobradas no mercado intemadonal.

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oIRB.
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Bctftcra
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Uma nova imagem para as censos'^^ iBGE

s Censos Economicos deramLpardda aos seus levantamentos Ino dia 20 de Janeiro, com o Censo Agropecuario.A partir desse dia, 55 mil recenseadores da Fundagao IBGE estarSo percorrendo o Brasil em busca das informagOes de todos os estabelecimentos rurais do Pais. O perlodo de coleta do Censo Agropecuario se estenderd atd 30 de abril, data em que cerca de seis milhdes de questionarios estarSo preenchidos.

A segunda etapa dos Censos Econo micos tera inido em maio, quando 25 mil recenseadores irSo coletar dados para os Censos Industrial, Comercial, e dos Servigos, Transporte e Construgao Civil. SerSo pesquisados cerca de dois milhdes e meio de unidades, com 0 final das entrevistas previsto para 30 de outubro.

Os resultados estarSo disponiveis no temiK) recorde de dois anos:at6 dezembco de 1987. Para isto, vai set agilizado 0 sistema de distribuigSo dos questionirios, agora reformulados e simpUficados. Diversas tarefas t^cnicas foram radonalizadas e aperfeigoadas para reduzir o prazo de apuragSo de dados, inclusive com a triplicagao da capaddade de processamento.

Coordenados pelo diretor-geral da Fundag£o IBGE, Regis Bonelli, os cen sos demandam um gigantesco e complexo trabalho, que vem mobilizando hi meses todos os fundonirios da entidade, integrados as suas 26 DelegadaS e 831 agendas munidpais no Pats. Englobam minudosa e vasta operaglo, que comega no planejamento das pesquisas e preparo da base geogrifica do levantamento, seguidos pelas definigOes de extensSo e profundidade do

recenseamento; induem, tambim, recrutamento, selegSo e treinamento de pessoal, atd a coleta, consolidagio e divulgagao dos dados.

Para realizar atividade de tal magni tude, envolvendo milhdes de brasileiros dispersos por todas as rogides do Pai's, a FundagSo IBGE esti estruturada nas 27 unidades da Federagio, a saber: os 23 Estados, os tres Territdrios e o Distrito Federal, onde mantim Delegacias. Estas, por sua vez, contro1am e dio apoio logistico as suas 631 aglndas, nas localidades mais representativas de cada reglSo. Com isso, os 4.107 municlpios brasileiros estSo enquadrados nos 170 mil setores em que o Brasil foi dividido, para efeito desses censos.

Os Censos Economicos tSm apoio promocional e publicitario, atravis de campanhas desenvolvidas pela Salles Inter-Americana, agenda que venceu a concorr^nda realizada pela Fundagao IBGE.

As atividades de comunicagao tem duas etapas distintas: uma de motivagSo e outra de informagSo..A primeira, em pleno desenvolvimento, apresenta a FundagSo como o maior banco de dados sobre o Brasil. A segunda objetiva esclarecer os informantes do Censo Agropecuario, e dos demais Censos Economicos, sobre a importanda de responder corretamente e de boa vontade aos questionirios que Ihes serio submetidos.

A campanha seri veiculada atravis de jomais, revistas, ridio e televisao. Paralelamente, num trabalho conjunto da Assessoria de Imprensa da FundagSo e do Departamento de Comunica gao Sorial da Salles, montou-se um efi-

dente sistema de divulgagfo, visando a manter os Jomalistas constantemente informados sobre o andamento das ati vidades censitirias.

Hi 114 anos o brasileiro da informagOes ao recenseador. Nosso primeiro censo ofidal foi em 1872. Doisoutros, para recontagem da populagao, foram feitos em 1890 e 1900.O quar to censo, um pouso mais amplo, realizado em 1920, inclui'a, alim do mimero de habitantef, informagSes sobre agricultura, induhria e niimero de pridios existentesT Em 1940, tiveram inicio OS Censos Economicos,englobando OS Censos Agropecuario, Industrial, Comercial e dos Servigos. Eram realizados de dez em dez anos, ati 1970. A partir dai, passaram a ser qUinqilenais, por recomendagao da ONU. O Censo Demografico continua a ser rea-

lizado decenalmente, nos anos de final zero.

Quais as prindpais modificagSes ocorndas na economia brasileira no qumqulnio 1981/1985? Que setores veram maior desenvolvimento? Que eas revelaram maior produtividade? e muitas outras perguntas serSo 'espondidas pela FundagSo IBGE,atrada analise das informagOes que se*■20 levantadas pelos Censos Econo micos.

O Censo Industrial abrange asativi^<les de extragio mineral, beneficiaento e transformagao, exploradas °om fins lucrativos por unidadesinduspertencentes a empresas privadas, sodedades de economia mistaeempreestatais. Os estabelecimentos que *ecutam servigos industriais de con®cg3o e reparagSo, tais como oficinas

® manutengSo e conservagSo de ma- ^"^as e equipamentos industriais, m dos de recuperagSo de motores

® veiculos, tamb^m serSo objeto de ^'se do Censo Industrial.

^ Censo Comercial pesquisaaativi® mercantil praticada em estabele^ ®ntos privados, sodedades de eco'^mia mista e empresas estatais.

^ Censo dos Servigosenglobaosse- de alojamento, habitagSo, trans-

*^*1 alimentagSo, diversOes, radiodi8 objetivo 6 apurar dados m OS estabeledmentos, detalhando3 m'vel de pessoal ocupado, salaries, ®^Pesas e receitas, entre outros itens.

De 20 de Janeiro a 30 de abril, os mil recenseadores da FundagSo '®GE estarSo percorrendo o Brasil de Ponta a ponta, apresentando aos infor'^mites um questionirio com cerca de REVISTA de SEGUROS

200 perguntas relativas ao Censo Agro pecuario. 0 niimero mddio de itens a serem preenchidos fica em tomo de 60, uma vez que as caracten'sticas da maior parte dos estabelecimentos agricolas tomam desne«ssarias as 140 restantes.

Cada estabeledmento agricola sera enquadrado em determinada categoria, levando em conta a area total; o regi me de propriedade da terra e sua condigao legal; e o tipo de produtor, divi dido em cinco categories: proprietdrio, arrendatario, parceiro, ocupante e ou tros. TamWm sera determinante para o enquadramento do estabeledmento rural a forma de utUizagSo da terra, subdividida em nove categorias: lavouras permanentes, que compreendem as plantadas ou em preparo para o plantio das cultures de longa duragSo; lavouras tempordrias, utilizadas para culturas de curta duragSo, de modo geral inferior a um ano; terras em descanso; pastagens naturais; pastagens plantadas; matas naturais; matas plan tadas; terras produfivas nao utilizadas e, finalmente, terras inaproveitiveis.

Outro importante item a ser pesquisado diz respeito ao uso de irrigagSo, que, Jd no Censo Agropecudrio de 1980, era comum a 186 mil 129 esta beledmentos, compreendendo uma area total de 1.481.219 hectares. Igualmente, serSo levantados os niimeros re latives ao recurso de servigos de empreitada nos estabelecimentos, o uso e procedlnda da forga, animal ou mec^ca, utilizados nas tarefasdocampo, assim como o uso de adubos e corretivos do solo, tais como adubos quimicos, organicos e modificadores da ad-

J. A. LOPES dez

do solo.

No que diz respeito as atividades criatorias, serd pesquisado no Censo Agropecuario o niimero de bovinos, eqiiinos, suirios, coelhos, colmdas, aves, animais nasddos e vitimados, ani mals comprados, vendidos e abatidos, bem como sua produgdo. O cdlculo de produgdo vegetal, por ouuo lado, leva em conta as culturas permanentes e temporarias, a horticultura, a floricultura, a extragdo vegetal de espddes nSo plantadas, a silviculture e o carvdo ve getal. Finalmente, serSo pesquisadas as atividades de transformagao ou beneficiamento de produtos agricolas, o nii mero de animais pertencentes ao pes soal residente nos estabelecimentos e a produgSo particular desse pessoal.

Vale registrar, por fundamental, a informagdo de que todos os dados coletados pelos agentes censitdrios sSo, por forga de lei, totalmente sigilosos.

Aeresee que, depois de tabuladas e analisadas, as informagOes s3o consolidadas setonalmente, o que toma impossi'vel a identificagSo de estabeleci mentos individuals.

Uma mobilizagSo inteaSa de todos OS setores da FundagSo IBGE, a um sistema mais racional de planeja mento e execugSo, bem como a utilizagSo de computadores de maior capacidade de memdria e processamento, permitird que Ja em fins de 1987 sejam divulgados os resultados do Censo Agropecudrio, o que beneficiard igualmente o Govemo e os produtores dando-Ihes condigdes de realizar com acuidade e dados fxecisos o plane jamento desse vital setor de nossa economia.

TVT*l'riir'TFVTi d > li QC-
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Regis Bcmelli,diretor da Fund.IBGE REVISTA DE SEGUROS
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Halley: Estrela-Vassoura

M.C.NEGREIROS

a Argentina a Nova Zelandia,

AOS paises do Hemisf^rio Sul

estao mantendo uma adrrada competigSo para atrair turistas a contempIagSo do cometa Halley. O turismo-Hallcy 6 turismo de risco. E seus milhares de esperangosos observadores poderSo softer uma decepgao. Desta feita, o Halley passara bem mais longe que da ultima vez em que visitou a terra. "Agora, poderd set apenas uma pequena mancha no c^u, visi'vel em lugares distantes da iluminagao das grandes ddades e em noites sem lua," diz o astronomo dinamarquSs Holger Pederson, do Observatdrio La Silla, ao norte de Santiago do Chile.

No Rio, dezenas de produtos, desde camisetas, tenis,lunetas, posters, histdrias em quadrinhos e sdries de TV, est&o fazendo o merchandising do co meta. No Peru, os hotdis preparam-se para receber tres mil visitantes. Os cientistas da Nova Zelandia, por sua vez, dizem que o melhor local para se ver 0 Halley serd disputado apenas por pngUins. ^ Cape Hallet, na regido Antdrtica. Mesmo.assim, vinte mil espectadores do JapSo e dos Estados Unidos estdo dispostos a ir a Nova Zelandia. E outros milhares a Australia, onde, em Coonarabran, a 30 km de Sidnei, acampardo a espera do ilustre visitante.

As sondas espaciais de vdrios paises, mais ou menos sofisticadas, ja estSo no espago esperando a vedete do ano.

Entre elas, a Giotto, langada pels Agdncia Espacial Europdia. O nome d em homoiagem ao cdlebre pintor italiano, considerado o Pai da Renascenga, que, em 1301, pintou o cometa como ele d, no seu quadro "A AdoragSo dos Reis Magos". Entretanto, hd 2.139

anos, um sacerdote-escriba registrou em tabuas de barro o fenomeno que, no ano 164 AC, varreu os cdus da Babildnia. Essas tabuas, de reduzidas dimensdes, reproduzem um texto em escrita cuneiforme e constituem a prin cipal atragdo de uma exposigSo que estd sendo realizada no Museu Britanico.

Da mostra, fazem parte outros documentos raros, como a cdpia de um manuscrito chinis, que registra a passagem do Halley pela China, em 240 AC, considerada a mais antiga observagdo registrada sobre o cometa, que OS chineses chamam de Estrela-Vassou ra. Um computador, seguindo as indicagdes, traduz para o inglls corrente os caracteres cuneiformes e chineses, tragando a trajetdria da Estrela naquelas noites do passado.

0 prdprio Edmond Halley, astro nomo ingles que deu nome ao comego, pouco sabia sobre o seu afilhado. Seus estudos basearam-se nos conhecimentos de Paolo Toscanelli, de Florenga, cidade de Giotto; George Perubach, de Viena;Peter Adrian, da Alemanha';

e Tycho Brahe, da Dinamarca. Com a ajuda do matemdtico Isaac Newton, Halley tragou a trajetdria do cometa, visto em 1682, e chegou a conclusSo que ele voltaria dali a 76 anos e, consecutivamente,a cada s^culo.

Mera coincidenda ou nSo, o fato d que grandes acontecimentos, bons e maus, marcaram a vida na terra quando das passagens do cometa Halley. Para alguns, foi ele quern causou o diluvio, que levou Nod a construir a Ar ea. Em 607,ano em que o Arcanjo Ga briel apareceu a Maomd,o cometa visi tou a terra. Tambdm em 1533, em pleno ciclo das grandes navegagdes e colonizag^o do Novo Mundo. Em 1910, sua liltima visita coincidiu com a descoberta do radium por Madame Curie, a chegada do explorador Amudsen ao Pdlo Sul e a tragddia do Titanic. Nasceram, nesse mesmo ano, Ronald Reagan, Chico Xavier e Tancredo Ne ves. Em dpoca mais remota, 87 AC, quando Roma invadiu Atenas e Julio Cesar casou com Corndlia, la estava o Halley no cdu! No ano 12 AC,Herodes

lomou-se Rei da Juddia, e, em 374 AC, o cometa presenciou o fim do Iral^rio Romano e o surgimento do cristianismo.

Jd houve quem relacionasse a atual visita com o resgate do Titanic, a morde Tancredo Neves, os terremotos fio Mdxico, Colombia e Itdlia, a seca "0 Brasil e o surto da Aids. Para muicomo d o caso de Carlos Drum^^ond de Andrade, a aparigao do cod um espetaculo inenarrdvel® mais d perfumaria." Lamentavelmente, n5o estard aqui na terra, para

5?quem

fq da vida. Da vida

6. - 'iauvida,esta garan- 0 N veS"®® de vida da sua familia, Cl^ ''^0 w''^mbem.Itauvida e H ho ° vida que tern c coisa, (tue , 0-cheque. E6 o tern o lA. °'A • Sistema de Acelerada,que evita Ov ^ a indenizagao 'li,- ^ivae "^^rde. Duas vantagens &i, 's arp„ quem faz Itauvida. %.,?""ientos decisivos n.ara para quem faz Jtauvk ! decisivos para de Itauvida. Itauvida.

ve-lo e emocionar-se com suas reminisclncias de infancia, o mestre, escritor e matematico Malba Tahan, que chorou no dia em que contou a minha turma de gindsio como fora despertado pelo pai, no meio da noite, para ver o Halley, Na sua opiniSo, a maneira mais bonita, provavelmente, que Deus achara para fertilizar a terra e a galaxia, jd que o cometa lembra um gigantesco espermatozdide. E Malta Tahan, profdtico, conduiu: "NSo esUrei aqui quando ele voltar.. Maktub. Estava escrito.

Para os que sonham,^vez o autor de tantos livros que marcaram geragOes de brasileiros esteja com Halley, 0 astronomo; Sir Isaac Newton; Giot to; e outros, como Pedrinho, Narizinho e Tia Anastada,agarrados a cauda do cometa, passeando entre as galaxias. E poderemos ve-los, se usarmos OS oculos do dr. Pangloss*ou,simplesmente,a imaglnagdo.

'N.R. Personagem de Candide, de Voltaire, adepto da rilosofia otimista de Leibnitz.

•IF'
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REVISTA DE SEGUROS
'^uyidc e bom puem faz imagine
^.Jtauvlda ■-^^urodavida.% Seguros

Securitarios ganham 17% acima

joi, sem diivida, um bom co medo de ano para os securiItarios. E porque a&o dizer tamWm para os seguradores.Sem confronto e mesmo sem necessidade de um julgamento conciliatdrio na DRT (Delegada Regional do Trabalho), patrOes e trabalhadores cariocas assinaram, no comego da noite do dia 15 de janeiro, a convengSo coletiva de tra balho, depois de sucessivas e bemsucedidas reunifies. De concrete, os empregados levaram, a tftulo de produtividade e reposigSo, 17,65% acima do IPCA (ihdice Nacional de Pregos ao Consumidor Ampliado), que foi em dezembro de 89,35%. O aumento da categoria chegou, portanto, a 107%, para todas as faixas salariais.

Pelo acordo, em julho, os empresarios corrigirSo ainda os salirios em 100% do IPCA do m§s, uma conquista ja generalizada entre a classe trabalhadora brasileira. O mesmo nSo pode set dito, entretanto, sobre o adiantamento salarial, que, pelo segundo ano consecutivo, OS seguradores manifestaram-se dispostos a conceder, na base de 25% nos meses de male e junho, condigfies que tambdm serSo apUcadas sobre o vale-refeigSo, os conhecidos tickets.

Aldm da assistlncia i alimentag^o, o acordo de 86 incluiu o auxilio do transporte coletivo, obedecendo os pardmetrcs determinados pela lei que o criou, no flnal do ano passado. A medida posaibilitard ao trabalhador dimensionar melhor a sua remuneragSo mensal, uma vez que seus gastos com locomogdo serdo reduzidos, a partL' de agora. Outro ponto novo emanado do esforgo do entendimento fol a

permandncia do funciondrio aposentado, apfis 20 anos de servlgos prestados a mesma empresa, na apdlice do seguro de acidentes pessoais, cuja importancia segurada foi corrigida para Cr$ 6 mflhfies. 0 saJario mtnimo da categoria ficou fixado em Cr$ 1.246.102, o equivalente a cerca de dois saldrios mi'nimos regionais. Destaca-se, tambdm, no acordo, a manutengSo do item que dd aos membros da Comissdo de Salarios, responsdveis pelo didlogo com os seguradores no processo de negociagdo do dissi'dio, a estabilidade no emprego por um pen'odo de 60 dias, contados a partir de 19 de janeiro.

O sucesso do acordo carioca, nas bases negociadas, d de suma importancia, ja que o Rio de Janeiro d a biissola que norteia a definigdo dos dissi'dios nos demais Estados. A politica dos se guradores tern como norma conduzir as convengfies de trabalho de forma

Qfnio Silva:final feliz

unificada em todo o Pai's. Para isso, nomeiam, atravds da FederagSo Nacio nal das Emprosas de Seguros Privados e de CapitalizagSo (Fenaseg), sem, contudo, esvaziar as liderangas sindicais locals, que tem grande influencia no processo, uma ComissSo de Nego ciagdo para atuar a nivel nacional, que, este ano, ficou sob a coordenagdo de Jiilio Lagun FUho, da Sul Amdrica Se guros. Tal diretriz. e extremamente bendfica nas reiagfies trabalhistas, porque procure mamer equilibradas as reivindicagfies economicas dos trabalhadores nas diversas unidades da Federagdo, evitando o aprofundamento das desigualdades regionais.

Das negodagoes, que tiveram um final feliz, Ch'nio Silva, presidente do Sindicato das Empresas de Segtiros Privados e de Capitalizagao (Serj), saiu, no mi'nimo, satisfeito, certo de que promoveu um acordo com bases justas, dentro dos limites da recuperagSo economica e do prfiprio setor de seguros. Ao contrario de 84, as empresas segu radores, em 85, conseguiram romper a estagnagSo, crescendo aproximadamente 20% a mais que a inflagdo.Para Silva, a conveng^o deste ano teve um significado particular especial, porque seri 0 liltimo que celebrar4 a frente da entidade, que, em margo, renovard a sua diregSo. Um fecho de ouro, que traz no sabor da despedida uma reposigSo real de 17% aos salirios, que,se gundo ele, so estiveram contidos, nos dltimos anos, por culpa dos indices econdmicos oficiais. NSo ha duvida de que Silva deixa o Serj dando o pontap4 inicial da recuperagSo salarial dos secuiitdrios.

A mesma alegria de Clinic Silva nao tieixou transparecer o presidente dp Sindicato dos Securitarios, Julio Menandro de Carvalho, que qualificou o acordo de razoavel, "sendo o primeiro negociado tendo o IPCA como indice aferigSo unico de pregos." Contudo, as reservas de Menandro estao, certa^ante, no atraso com que chegou o ganho real da renda da categoria. Em 85, ao contrario do que ocorreu com ® salario nos demais segmentos econo"iicos, OS trabalhadores em empresas

8e seguros nao tiveram reajuste acima

^0 entao INPC, naturalmente em fun9ao de um dissidio que comega a ser

^egociado em dezembro do ano ante■"lor e tem como data-base janeiro, inclusive, dificil de se fazer qualquer previsSo sobre o comportamento economia ao longo do ano. De qualqyer forma, o lider sindical considerou ^nia vitoria importante a reposigao e a Produtividade aos niveis de 17%, "o

^idigal prevedificuldades

Funaro: ganho real entre 5 e 6% que permitiu dobrar o salario da classe como ha muito tempo nao ocorria."

Se em 85 os securitarios ficaram de fora do chamado ano da reposicSo salarial, o aumento acordado em janei ro ultimo ficara, certamente, na lista dos melhores de 86, caso o alerta das autoridades oficiais sobre a questSo salarial, feito logo depois de definido o dissidio no setor de seguros, forseguido ao pd da letra na area privada. 0 Ministro da Fazenda, Dilson Funaro, tem advertido que o ganho real este ano nSo pode situar-se acima da expan se© economica, que, calcula, ficara em torno de 5% a 6%. Essa orientagSo, p Governo pretende cumprir a risca nas empresas estatais. 0 pronunciamento do ministro e uma garantia, per outro lado, de que a economia nSo mergulhara novamente na recessSo.

Pouco antes, em Belo Horizonte, o Ministro Almir Pazzianotto, do Traba lho, num encontro com liderangas sindicais e empresariais de Minas Gerais, admitia como razoaveis aumentos reals perto de 10%. A proposta foi duramente criticada pelos industrials, pelo menos de Sao Paulo. Luis Eulalio de Bueno Vidigal Filho, presidente da influente FederagSo das Indiistrias do Estado de Sao Paulo (FIESP), disse a imptensa que esta extremamente difi cil para os empresdrios fecharem acor-

dos com corregoes salariais de 6% ou 12% acima do IPCA, a exemplo do ano passado. Em torn tragico, de olho no dia 19 de abril, data-base do dissidio dos metalurgicos, afirmou: "Aumentos de salarios nesses niveis quebram a em presa ou 0 Pais." E certo que atras de tanta preocupagao esta a inflagSo, cujas taxas - a de janeiro foi recorde — ja ameagam escapar do controle do Govemo. Nesse processo de contramarcha, Funaro n£o deixa de ter razao quando diz que o importante, no momento, i conter a subida dos pregos, para que os salarios nao percam a re posigao real que conquistaram.

Tudo indica, portanto, que a tendencia, daqui para frente, 6 a de prevalecer um certo endurecimento na area salarial e dos pregos. E o ganho dos sa larios dos securitarios ja e uma cartada fora desse baralho. A reposigao, sem duvida, foi boa e ainda pode ganhar atrativos adicionais, em meio a um cenario que se delineia em nome do cornbate a inflagSo. Alem disso, cujos rumos sSo incertos, no campo das decisSes com contornos definidos, pode-se afirmar que o proprio pacote fiscal do Govemo vai proporcionar um ganho real a mais de 8% a 9%, segundo os especialistas, nos rendimentos mensais da categoria. E daro que se trata de um benefido que atinge a classe trabaIhadora de uma maneira geral, mas nela estao incluidos tambdm os securitdrios. A nova tabela do Imposto de Renda favorece especialmente faixas de at4 dez salarios minimos. No todo, aldm da isengSo, haverd redugdo na fonte de 20% a 70%, aproximadamente.

PefspectivQ
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REVISTA DE SEGUROS
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Seremos os ultimos monstros pre-historicos?

Os historiadores do future nos observarao, sem duvidti, a partir de grandes fases. Na verdade, o termo pre-historia se aplica a pen'odos humanos que se estendem per milenios.

Nossa historia depende da posicao do observador no tempo.

s antrop61ogos e os paleontdlogos que tern o hibito de I monologar com ancestrais muito distantes, e que nos projetam em futuros de evoIugSo expresses em milhdes de anos, nSo tem a mesma nogao de tempo do que n6s. Vai ver que 6 por isso que tem a reputag^o de serem muito distrai'dos. .. Segundo eles, 0 homem - tranqiiilize-se, leitor - jamais terd uma terceira mfo (a ferramenta a substitui), nem tampouco uma segunda cabega, ji que a primeira estd muito longe de set considerada totalmente cheia. Provavelmente, dela que nos reserve a prOxima escala de mutagdo. Orgulho a parte, admitamos que temos todas as chances de sermos estudados, mais tarde, como monstros prd-histdricos, por sdbios nascidos das prdximas mutagdes. A questSo 4 saber se esse prdximo estdgio de evolugfo estd perto de nds, ou ainda se encontra envolto nas trevas. Atd agora,o que te mos feito, sendo admirar, embevecidos, cada uma das engrenagens de nossa fabulosa mdquina e o espago onde ela evolui? ^ o que ohamamos de objeti-

vidade da ciencia, ou o "objeto evitado", como diria Lacan, que ja disse muitas outras coisas. Recorrendo ao jogo de palavras, pode-se chegar ao "objeto in vitae" daqueles que, na hora atual, procuram observar insertdos no movimento. E, talvez, mais longe, bem mais longe, reinteriorizar em nossa vida tudo aquilo que exumamos padentemente. O homem sem protese ou muleta, o homemhomem.

A logica do revezamento

Observando de perto a curva de cresdmento da massa encefdlica, atravds dos sdculos, percebemos que ela comega a subir a um momento predso da evoluglo, e que o seu (ponto) maximo, que poderia ter sido um bloqueio, susdw (por um mecanismo desconheddo) a sequ€ncia da evolugJo, que 4 0 piano tecnoldgico.

Uma imensa prdtese! 0 computador poderia, assim, ser uma projegSo de nossa memoria. E aqui que ocorre

0 que Frangois Meyer descreve como um fenomeno de revezamento. O limite maximo da capaddade craniana(em centimetres cubicos) foi atingido com

0 Homem de Neanderthal, regredindo ligeiramente com o Homo Sapiens. Do australantropo ao pitecantropo, as ferramentas evoluem pouco. Em contrapartida, na dpoca neanderthaliana, a curva do ferramental dispara, embora, atd entSo, tenha evoluido em marcha bem mais lenta que a curva cerebral. A evolugao tecnoldgica ultrapassa o teto da curva anatomica. "Tudo acontece como se a variagSo bioanatomica tivesse servido de plataforma de langamento para a variagSo tecnoldgica, prosseguindo esta com sua aceleragSo prdpria." (1) Todas as curvas de reve zamento que Frangois Meyer conseguiu levantar tendem a provar que o retomo jamais 4 possivel. Assim que um processo atinge seus limites, outro entre em jogo.

"A Idgica do fenomeno de reveza-

'hento 4 facilmente analisavel. Logo que um processo tdcnico qualitativauiente definido alcanga o limite de suas- possibUidades quantitativas, a vanavel tecnologica, de certa forma, pula Psra um ni'vel superior de ativagSo, definida por um regime quaiitativamente uovo. O cresdmento acelerado de uma *aridvel 4 acompanhado de saltos qua^tativos, que langam a dinamica numa hova orbita, onde ela pode seguir sua ®celeragao quantitativa."(2)Tomemos

^ exemplo da andlise da progressSo, entre 1930 e 1960,da energia dos ace'eradores, de parti'culas, que passa de 0,2 MEV a 40.000 MEV. Essa mesma dinamica do cresdmento por revezaniento se verifica, hoje em dia, com o limite mdximo atingido pelo valor energdtico (nuclear). Enquanto isso, essistimos ao deslanche infprmitico.

Para nos convencermos, basta compulsar OS nilmeros do faturamento das empresas eletronicas e informdticas, que sobem ininterruptamente, embora a informdtica, existente desde a maquina de Pascal, tenha-se arrastado por muito tempo. >

Na evolugao gen^tica do homem,desde o surgimento do australantropo...

Aceleracao quimica

Sempre que o cresdmento ameaga diminuir num determinado ponto, ex plode noutro. E certo que, em cada dpoca, a ocorrlnda de um revezamen to provocou atritos:arevoIugSo indus trial foi, em ultima andlise, o reveza mento de um sistema que atingia seu limite, isto 4, o dos fabricantes do s^-

culo XVIII. Passou-se da superexploragao do trabalho manual a energia fisica e quimica, e os disturbios sodais devem ter custado muito car© a um bom numero de pessoas. Mas todos es ses revezamentos acontecem em pen'o dos que, no momento presente, sSo cada vez mais curtos. E suHdente ver a rapidez com que a patente de um invento perece, nos dias de hoje. No es pago de apenas um seculo, a periodiddade de renovagSo no campo das invengSes passou de cerca de dnqiienta para somente dois anos.Se atentarmos para a evolugao do nosso quimismo, nao podemos esconder um certo espanto diante da veloddade superexponencial de sua propagagao.

"O ndmero de esp4des diferentes (riquezas) nas camadas mais ricas de cada 4poca aumenta do pen'odo arqueano antigo (1 ou 2) ao terddrio (100 a 735, de acordo com o tipo de camada). 0 cresdmento, longe de manter uma taxa constante (exponendal), 4 superexponendal; no principic, a uma taxa muito fraca (arqueano); depois, um pouco mais forte (proterozdico);e,finalmente, muito rdpido

.at6 o Homem de Neanderthal, um longo caminho no desenvolvimento cerebral

ALBERTO LOPES
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REVISTA DE SEGUROS
REVISTA DE SEGUROS
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Fenaseg esta langandoo Anuario de Seguros.Com uma analisedetudo0que aconteceu no setor,em 1984, mais informagoes completas sobre0 mercado seguradore de capitalizagao, incluindo faturamento, premios, balangos e posigao das empresas no ranking. no ranking.

\ (fanerozoico). Paralelaihente, o dominio passa dos procariotidos para os eucadotidos, e, entre estes, para os autotrdficos vegetais, principalmente vasculares, e piara os animais qua, direta ou indiretamente, vivem na sua dependenda. Enfim, o quimismo, qua operava a curta distancia nos procan'otes, tende a se propagar lentamente nas plantas vasculares (seiva), incomparavelmente mais depressa nos animais evolui'dos (influx© nervoso, donde a psicologia e a importanda do comportamento); nesses liltimos, indusive nos insetos, o niimero total de espedes e dnco a dez vezes maior do qua nos vegetais. Ao longo das idades, a vida tendeu para a diversidade, e os mais rapidos levaram vantagem."(3)

Ainda ocorrera um fenomeno de selecao

Segundo Andrd de Cailleux, o homem serd levado a se redclar quatro ou cinco vezes em sua vida, o que parece impossivel. Difidlmente, o espirito human© pode absorver tantas mudangas a curto interval© sem sofrer as conseqii^ncias de uma nevrose profunda. Portanto, ainda ocorrera um fenome no de selegao no qual s6 sobreviverdo OS que tiverem a capaddade de se adaptar.

Esse encurtamento dos periodos pode fazer pensar que, num futuro prbximo, o homem cessard de aperfeigoar a sua "prdtese", para, enfim, se interessar pelo infinitamente complexo

0anuario traz ainda os nomese enderegds detodosos executivos da area.

Comovoceve.euma publicagaoimperdivel. Mas para nao perde-la, reserve logo 0seu exemplar.

Tudo indica que o Anuario de Seguros nao vai chegar pra quern quer.

que Ihe deu vida. Bergson distinguia o mecanico do mistico. 0 homem, dizia ele, investiu tudo na mecanica, e a humanidade anseia por um suplemento espiritual (da alma). Ele nos compara aos monstros prd-historicos, de corpo desmesuradamente grande, e cerebro ridiculamente pequeno.

Segureoseu antesque

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Laurene Castelli "L'Exdcutif" (1) e 12)- Francois Meyer in "LaSurchauffedela Croissance". (3) e 14)- Andri de Cailleux: doutor em ciencias, gcdlogo e presidente da Associagao Mundiai de Pianeiologia.
A
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Fageseus peddosaRe^sladeSeguros RuaSen^Oanlas,74- t2.''andaf CEP20031 -RiodeJaneiro-BJ Tels..2l0-12O4-22O-0W6 Pregodelan?amento: i Cr$50.000.

A major e a mais effiente propaganda da instuicSo do seguro e,sem jvida, 0 proprio sinis0.

Por mais paradoxal je se afigure, esta veride talvez nSo possa ser istruida.

Que ha de mais horroso que um grande inndio?

Fortunas vultosas s3o duzidas a cinzas, den) de poucos minutes de boras que passam pidas. Essas fortunas presentavam, entretan, annos inteiros de traIhos, de priva^Oes e, utas vezes, de econoas accumuladas de ge:io a gera^ao.

Pensae, um Instante, m incendio, em alto ir, a bordo de grande nsatlantico, repleto de >sageiros e abundante cargas.

Imaginae a scena que amplo deserto das tas, sob 0 infinito dos >s, i merce das ondas oltas, entSo, se desena!

0 navlo, modema dleiluctuante.destinado ncurtar as distandas e ipproximar as na9Qes, aciiitar e desenvolver o ercambio de cousas e as entre os povos, de

AS VANTASENS DO SESURO

momento e' trahido pelo destine e sossobra.

Tragado pelo oceano sem fim.elle desapparece. levando para o inferno profundo das aguas, for tunas predosas e grande numero de passageiros que,cada qua! na esphera

das suas habilidades, deveriam curaprir uma missao na sodedade, contribuindo para o progresso e perfeifao da humanidade.

Mas, nao sSo estas grandes catastrophes apenas que patenteiam a

cular e, portanto, urna parte da fortuna pubiica.

0 mesmo dd-se em la^ao a um pequeno in* cendio, a manifestaga" de algumas labaredas.

necessidade do seguromaritimo e contra incendios.

Avarias de cargas ou nos proprios navios sao, i certo, sinistros de mc-"~ nor gravidade, porem que, de qualquer modb, affectam a fortuna parti-

E quantas vezes unt®so lingua de fogo, oriff* naria de um cigarro rado descuidadamente ^ um canto, causa a des* truigSo total de um P®' queno papel, em 4"® se contem importantcdo' cumento representati*"' de valores apreciaveis?

E, quantas vezes o*" tras, de uma simples gulha resulta a extincg^" de edificios inteiros de ruas?

Um trem que passe loz, a resfolegar sobre ^ trilhos, pode langar C"' uma estrella de fogo df' prendida da chamine, cendio violento sob^® uma fazend®' cul* uma roga, uma facha longa de turas amadurecidas.

Todos estes sinistf"^ evidenciam, na sua A® grancia de horrores e e'' terminios, a necessidad® da previsao, da garant'®' da instituigao emfim seguro.

Estabelecimento co"'' mercial, industrial 0^ agticola, propriedade ft' bana ou rural, grande pequena, sobrado, "arr?*

nha-iceo' ou modesta choupana, nao ha que esteja sujeita aos si"istros de toda aespecie, Nao apenas os de in®®ndios, mas os de roude bras avanas, de quee outros, ' <iual 0 negociante, ^gricultor, o proprietano^ RUe, vendo a casa do ^ \dsinho a arder, e ®tdo realmcnte a sua ' e OS seus teres, ® '^ogite de os por logo ® Seguro?

agora, as gens do seguro de de accidentes por pf^g^^'dade, velhice, ordade, viiivez e tanQ^^ros.

'ha que trabaesmoureja due annos, de Se P^ra a sua familia. noite, deve retej seus descenden• 0 f da ructo do seu laSUg sua dedicagao, da esf_ '^'^sstidade, dos seus "^^905.

p. ^'iquistando bens, %al Immoveis, de dev natureza, estes estar sob o patro® a garantia da instido seguro.

k ' nSo possuindo

®ns ' ainda tern o ho-

Pa a sua propria vida segurar.

Porque a vida de um homem, de um chefe de familia, de um mogo cheio de esperangas e de future e tambem um va lor economico de alta monta, um repositorio de recursos, uma fonte de producgSo, para o lar, para a sociedade e para a patiia.

Dest'arte, todo o cidadSo, todas as pessoas, o veiho e o jovem, o rico e 0 plebeu, tern, como medida preventiva primacial, para com a fami lia e para com a coUectividade, o dever de se assegurar, assegurando ao mesmo tumo o future dos seus parentes, pondo estes a salvo das inclemencias da sorte e,quern sabe? - dos favores da caridade publica.

Trabalhe na fabrica, como chefe, gerente ou modesto operario; nos campos, como proprietario, feitor ou infatigavel lavrador; no escriptorio, como serVente, guardalivros ou director; no mar, como commandante, piloto ou simples marinheiro; na loja ou no ar mazem, como patrao, preposto, empregado ou caixeiro; no estabeleci mento de mineragSo, co mo engenheiro tecluiico

ou mere ganmpeiro; na repartigao publica, como homem de Estado ou pobre servente; no exercito ou na marinha, - todo o homem, ou mulher, deve

ter um seguro, pois que o seguro e a mais legilima expressao do cooperativismo honesto e o mais perfeito engenho da mutualidade incorruptivel,

que nao leva ninguem f humilhagao da caridadl e, antes, eleva a todos ad mesmo nivel da confr^ temidade humana. (margo 1923]

1 la SEBURO ornciRL

alguns annos suigiu no Senado Federal um project© de monopolio do seguro de vida para o Estado.

Essa idea foi recebida sem enthusiasmo, nao s6 por ser constitucionalmente impervia, como porque os servigos publicos cahiram em tSo gran de descredito, que nin guem, por certo, iria segurar-se.

Acreditou-se que o fim do autor do alludido projecto era captar dinheiro das companhias de segufos, o que nSo logrou, porque ellas nao tiveram interesse em comprar o seu silencio.

Medidas como esta s3o langadas i discussao phantasiadas com as roupagens do interesse nacional e apregoadas, nSo raro, com certa erudigSo.

As almas simples podem applaudir a iniciativa do patriota, mas os

que conhecem o que se passa nos pailamentcs veem que ella traz o estigma da progenitura.

Pode ser discutida com 0 talento de falar bem, com a faculdade, mais ou menos brilhante, de usar de argumentos e razCes, mas falta-lhe o sentimento que a tudo anima e vivifica.

A eloquencia, disse um dos seus luminares, e 0 esplendor duma alma espontanea e sincera.

"Para que ella exista, a palavra tem de ser facil, mas 0 coragSo ha de ser amplo, generoso, elevado.

"Ninguem tomar^ a serio uma consciencia corrupta, pregando do al to da tribuna a pureza e a austeridade ou um desses saltimbancos da politica a descretear sobre a honra e a lealdade".

NSo se podia crer que um homem, cuja penna esteve sempre ao servigo

de interesses materiae? cogjtasse de beneficiaT < Thesouro Publico, creanj do para elle fontes d« rendas justas e honestas Pesada indifferenga cahi sobre tal projecto.

Em agosto de 192(j, um deputado apresentoi outro projecto, declaran do que o direito de con tractar seguros de vida seguros contra fogo, se guros maritimos e contri accidentes do trabalhe passava a constituir m " nopoHo do Estado, e todo o territorio da R publica.

O medico legislado acabava de voltar do Uni guay, que havia cread' um "Banco de Seguros' - sem impedir a explc ragSo da industria pels emprezas anonymas, pensou curar, por es? meio, a crise permanent em que os hnancista desta Republica a tei; mantido, como attestad

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Trabalhe na fabrica, como chafe ou operario, nos campos, na loja ou no armazem, todo homem ou mulher deva tar um seguro
REVISTA DE SEGUROS
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la alta capacidade dos eus dirigentes.

Falta aos nossos hot nens, os mais sinceros, o 'enso pratico. Alem de er condemnado pelos rconomistas o Estado inlustrial, tem-se de levar MH conta OS abuses da lossa administra9ao pu)lica, o mau funccionanento da sua machina,o lescaso dos seus empresados pelo interesse dheio, pela honra e a dig-

pre^os correntes. Vejam o que se passa com a commissao liquid dante do velho Lloyd Brasileiro; as suas velhacarias, a intensao manifesta de desconhecer o direito dos credores, os raciocinios de esguelha de que laii9a in?o; as suas delongas Irritantes, na supposi9ao, talvez, de que 6 bem servir o govemo calotear os particulares.

narios sSo vistos com antipathia.

Ji se escreveu que quem tem negocios a tratar nas nossas reparti90es, sae com ideas anarchistas, pensando cm dynaiftite, e o correspondente do Le Soir, de Bruxellas, notou que aqui nao se tem no93o do tempo.

"Tudo se deixa para amanh3."

Ha muitas excep95es, mas como o numero dos maos d grande, a physionomia administrativa e esta.

0 que seria no Brasil o seguro monopolisado pelo Estado?

ro, com gravissimo prejuizo para a nossa economia.

0 govemo! Eis o inimigo

A Estrada de Ferro Central faz seguro das mercadorias que transporta, mas ninguem a procura. Todos preferem as emprezas seguradoras.

A liquida9ao 6 muito mais facil e mais honeSta do que seria id.

Um outro mal que

lidade do Estado.

Uma simples habilita;Jo de herdeiros ao mon:e official pode consumir innos e annos. Elles sSo ndifferentes ^ necessijlades e aos soffrimentos tlheios.

0 recebimento de Jma conta consome tem po, paclencla e. ,. dinhei0. For isso, o govemo ompra aos seus fomecelotes pelo quadruple dos

A Republica 6 uma entidade abstrata. A sua bonia d o resultado sommatico da honra dos seus servidores.

Se estes n3o tdm uma no9So elevada da moral, um vivo sentime'nto de justi9a, a conducta da admitustra9ao ser3 improba e elia cahird no maior descredito, teri contra si todas as preven9Qes, emquanto os seus funccio-

Quem ousaria tomar dependente da nossa aborrida burocracia a repara93o dos damnos causados i sua fazenda ou i sua integridade physica e confiar-Ihe o pagamento do seguro consequente a morte, aos bencficiarios, que seriam torturados pelas suas dilafdes e prejudicados pelas dadivas inevitaveis, sem as quaes,segundo dizem, os papers nSo andam em algumas mezas?

"Vergonha, onde estd 0 teu rubor?"

Todos fugiriam do se guro nacional fazendo-o, entretanto, no estrangei-

afectaria o seguro official seria a fraude. A politica lha, OS interesses subaltemos dos corrilhos partidarios, o compadresco fariam que em todos os ramos o seguro fosse mal feito, quer tomando a responsabilidade de existensias j3 minadas pela doen9a, quer de propriedades em m4o estado, ou com grandes riscos, por quantias elevadas, emfim,

todos OS aspectos niult^' formes da fraude. A crea9ao do BanC de Seguros do Urugu®)" nao deu os resultados

ses e RUe esses projectos resultados contra^oducentes, material e '"oralmente. Assim,comPortugal, perados. Confotme um' marca . » Re- f • ' '^®publica Aus- estatistica que esta ttiaca - ^ . - " e Tcheco-SIovavista qui publicou em agosl" de I920,extrahida deSf guros de Buenos Aires especula9ao do Estad®

a. 0 monoPolio do Oriental se destinava do ^^

Q Seguro de vida, HUe havia ganho,seguntOi' inevitavel nega93o, P quanto dos valores seg" ros, 0 Banco havia re'^'

■1 '521) por

uma pelo EsNoVia t' Passado, deO direito de Parti""" companhias '^lUares de de seguros

•Jion ^®8tindo a lei do ^Polio.

0 govemo corrupto e depravado do Directorio, No seu programma, elle que viera dar d Italia nao um ministerio, mas um govemo, declarou a sua repugnancia pelo mo nopolio e a necessidade do Estado exercer a mais rigorosa fiscalisa93o- sobre as sociedades de se guros, para garantia dos interesses particulares, 11gados a essas institui9Ses de previdencia.

monstrado com exactidao 0 fracasso das tentativas e do uso do monopolio do seguro. A idea n3o triumphou alhures e entre nos tem contra si, nao so o exempio exte rior, como 0 impecilho legal e o perigo da prevarica93o, do peculate e da concussao.

Nao pode haver mo-

nopolios no Brasil. VedaOS a Constitui95o Federal. Se tal fosse possivel, o Estado teria de pagar is companhias existentes grandes indemnisa9oes, para o que n3o esta preparado, neste momento em que ji sac tremendas as suas responsabilldades fmanceiras, apesar de nao ter soffrido nenhuma

AU MOKA DES

INDES

£liPelj interessavam Praso desse "lals cinco ou tendo sido con^lu mezes, ate definitiva. a estatistica Publicista, evicando apenas com qV tia quasi egual & CoruP nhia Allian9a da BalP na sua agencia de MoU vid6o.

Realmente, nao se comprehende a existencia de uma f5scalisa9ao que nao evite o funccionamento de companhias fraquissimas, vivendo de expedientes, protelando pagamentos, ate chegarem a liquida9ao minosa ou d fallencia absoluta, com gravissimos prejui zos para os segurados.

gurado a maior part® isP'

que 0 publico o seguro ao seguro do iK ^®alisa uma obra de Ihorasse, pois que os > "^Pstn mais paizes que tem ue lem sado nisto verificar/ a Q"® Bona que o seguro escap^^ ^ effeito na sempre d monopoliza93''' dg destropela resistencia das c\^' RevoIupSo e ap6s

Uma fiscalisa93o desta ordem s6 d util aos proprios fiscaes, que deila vivem.

Realisando o seu pro gramma, o forte e renascedor govemo italiano acaba de modificar a situa95o da industria do seguro de vida, creada em 1912, porque a pratica mostrou n3o ser o re gimen entSo instituidoj conveniente aos interesses do paiz.

Teihos, portanto, de-

Urn dos males que afectaria 0 seguro official seria a fraude. A politicalha, os interesses subaltemos e o compadresco fariam que em todos OS ramos
0 seguro losse mal Mto
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evist". f Ehrenzweig Nov.,.! ^'Suros. de
Realmenfe, nao so comprehendi a existencia do uma fiscalisacao que nao evite o tuncclonamento de companliias fraqulsslmas, vivendo de expedientes, com gravissimos prejuizos para os segurados
ad^,"^°j"stificaria
Dahi para c3, nSo ^ 5. crer que a situa9lo ® ^us REVISTA DE SEGUR^^L SEGUROS
SPECIALITE DE
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catastrophe provinda de Deus, mas apenas a resultante da organisa9So poll tica que Ihe foi imposta e e teimosamente man tida, e da gestSo das cou sas publicas moral e materialmente funesta aoi presente e ao futuro do Brasil. (maio 1923; ■*
CAFES

,esse novelo emaranhado em que se transformou o transi|to da que ja foi "heroica e leal" e tomaram "estdica e infernal"

Cidade de SSo Sebasti5o do Rio de Janeiro - vitima e algoz, paradoxalmente, da insensibilidade e da incompetenda dos homens de transporte, entre tantos flagelos, caro, parco e selvagem, me vem a lembranqa a figura lendaria do bonde, e, nas minhas divagagbes, vou mais longe: fico imaginando como seria nos bons tempos do Imperio. Exerci'do extemporaneo de saudosismo ou pura e simples alienagSo. dird o leitor. Como queira, mas o fato i que me dei ao trabalho de pesquisar e descobri coisas geniais fio "despretensioso e nem por isso menos belo livro" de Charles J. Dunlop: Os Meios de Transporte do Rio Antigo, como diz, com propriedade, Odylo Costa FUho, na sua naio menos bela apresentagdo. RevelagOes pitorescas

Um bonde ch^itiado saudade

0 primeiru bonde a circular no Rio

que, se nao chegam a amenizar o nosso coiidiano sofrimento, podem, ao me nos, dar asas a nossa imaginagao, o que ndo deixa de ser uma forma agraddvel de viajar ou de escapar a realidade asfixiante que nos cerca — social ou socialista, se preferirem.

Tudo comegou, segundo reza a cronica da cidade, quando o Imperador

D. Pedro II deu a concessSo ao Conselheiro Candido Batista de Oliveira, a fim de que fosse implaniado um servigo de transportes sobre trilhos de fetro. Nasceu essa primeira linha, cujos carros eram tirados por animais, no

Largo da Mae do Bispo (na confluencia das atuais Ruas Treze de Maio e Evaristo da Veiga), seguindo pela Rua da Ajuda (Cinelandia), Rua da Lapa, Cais da Gloria, Rua do Catete, Caminho Novo de Botafogo (Marques de Abrantes), Praia de Botafogo, Rua 850 Joaquim (Voluntirios) at5 encontrar a SSo Clemente, num entronca-

mento denominado Piagava (hoje. Lar go do Humaitd). Alongava-se, depois, o percurso atd o Jardim Botanico, onde uma estagao com sala de espera abrigava os usuarios do servigo de transporte, continuando, dai, pelo Caminho da Boa-Vista (Marques de S3o Vicente) atd o ponto final, Cantoneiros (guardas), tambdm chamados de limpa-trilhos, mantinham limpos os mesmos e avisavam os incautos da aproximagSo dos "trens". Contiguo ao Convento da Ajuda, erguia-se um ter minal de nome identico, e, no extremo oposto da linha, situava-se outro.

Nao reza a cronica, pordm, o que foi que levou tSo importante empreendimento a dar, literalmente, com OS burros n'agua, mal decorridos quatro anos do im'cio de suas atividades. Sabe-se, entretanto, que o Conselheiro Batista d'Oliveira, apds ingentes esforgos para veneer seus escrupulos, nSo teve saida e acabou por encostar

v^^faca no peito do seu amigo BarSo de Waua, obrigando-o a adquirir a concesda linha, por 40 contos de rdis, evitar que fosse a falencia. De cide, Maua ponderou que a emprei^®da era por demais arriscada. A ami^de falou mais alto, cedendo, per fim, salvar o Conselheiro.

Tudo isso aconteceu por volta de e 0 entao sogro de Jos^ de Alen0 mddico homeopata Thomas Co®"rane, resolveu, por sua vez, organium servigo de transporte semelhanque fosse do Largo do Rossio (PraTiradentes) ao Alto da Boa-Vista, Tijuca. Surgiu, assim, a Companhia Harris de Ferro, com um capital de ^•500 contos de r5is. A encomenda

Carres foi feita a Inglaterra, e, no dia 30 de Janeiro de 1859, com a preSenga da familia imperial, a linha foi itaugurada.

"A nova experienda" - noticiou o Jomal do Commercio - "satisfaria

completamente os incrddulos da utilidade e vantagens dessa bela empresa, porque a todos deu a esperanga de gozar, por meio de uni transporte rdpido e barato, o ar puro e o aspecto magni'fico da pitoresca Tijuca." A viagem demorou apenas 45 minutos. A volta a cidade nSo passou de 35 mi nutos, descendo os carros, sem ani mais, todo o trecho de ladeira.

Enquanto a empresa do dr. Cochrane. embora contasse apenas com dois carros, parecia ir de vento em popa, 0 Barao de Maua, espmto de escol a quern o Pai's deve tantas iniciativas de vulto, organizava a Companhia do Caminho de Carris de Ferro do Jardim Botanico, resultante da concess5o que Ihe fora iransferida em 1862. Tres anos depois, em 1865. obteve a prorrogagSo por mais dois anos, para franquear ao pdblico o primeiro trecho da linha, atd a Praia de Botafogo. Contudo, raesmo gozando de inegdvel pres-

ti'gio, Maua teve que enfrentar a retragSo de capitals e a descrenga dos homens de negdcios quanto ao exito da empresa. Por outro lado, nessas alturas, a companhia da Tijuca, pressionada por uma di'vida hipotecaria de monta e sem recursos para assegurar a manutengSo e a reposigSo de pegas indispensaveis ao funcionamento da via fdrrea, fora desativada. Com isso, ningudm se animava a investir na com panhia do Jardim Botanico. At5 as senhoras da sociedade ajudavam a combate-Ia, considerando "imperdoavel deshze de polidez misturar pessoas de habitos educados com gente do povo."

E nesse clima sombno que desembarca no Rio, proveniente dos Estados Unidos, o engenheiro Charles Greenough. ex-gerente da Blacker Street Horse Car Company of New York. Sem perda de tempo, entra em contato com 0 Barao de M^ua e nSo ter5 encontrado maiores dificuldades para

ALBERTO LOPES
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"Tudo nesta vida e passageiro... menos o condutor e o motorneiro."
Barao de itarare
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convence-lo a vender-Ihe a-.concessSo da linha do Jardim Botanico, per cem centos de r^is. Basta ver as condi^Oes de pagamento, qua se estendeu pelo prazo de cinco anos, sendo que a peniiltima prestagao de 10 contos de r^is so seria paga quando acabasse de construir 0 trecho da linha que partia de Botafogo. Em seguida, Mr. Greenough voltou aos Estados Unidos e Id organizou a Botanical Garden Rail Road Company, com o capital de 500.000 ddiares subscrito por ele e mais dezessete acionistas. Superados alguns contratempos com a Camara Municipal, obteve o americano a licenga para operar e prosseguir a construgdo da linha.

A 9 de outubro de 1868, em plena Guerra do Paraguai, deu-se ainauguraqSo do trecho que ia da Rua do Ouvidor ao Largo do Machado. Dat,foi um pulo para avangat de Botafogo ao Jardim Botdnico e, pouco depois, a Estagdo da Olaria e a Ponte da Rainha, ponto final da linha. Os vei'culos eram fechados, com capacidade para 30 passageiros; 18 sentados, em dois bancos longitudinais, e 12 em p^, nas plataformas a frente e atrds. Estes eram chamados de plataformistas, legttimos precursores dos pingentes dos nossos dias.

Em 1870,chegaram as viaturas para fumantes - requinte inconcebivel para a nossa ^poca, mas simples exemplo da consideragao que mereciam os passageiros, se lembrarmos que, mais tarde, no auge da Belle £poque do Rio, havia carros especiais para casamentos, batizados e at^ o famoso bonde de ceroulas, forrado com capas imacula-

damente brancas, destinado aos encasacados assinantes das temporadas de dpera do Lyrico e do Municipal. Mas voltemos as viaturas para fumantes, eram abertas, o que, dado o nosso clima, determinou o seu imediato sucesso,suplantando definitivamente os car ros fechados. Foi por ai que surgiu a palavra bond, que, em ingles, 6 usada, entre outras acepgOes, para designar um ti'tulo emitido por uma empresa, pelo qual a emitente se compromete a pagar determinada importancia.

Ocorre que, naqueles tempos, as passagens custavam 200 r^is e quase nao havia moedas de prata desse valor em circulagao. Ainda nSo ttnhamos moe das de niquel, que s6 iriam aparecer em 1872. Portanto, era um sufoco receber e dar troco aos passageiros. Mais uma vez, prevaleceu o pragmatismo americano. Encomendaram-se cupOes, impressos nos EE.UU., que reproduziam o desenho do veiculo. Os cames de cinco cupO^ eram vendidos ao prego de 1 mil rdis, de que havia abun-

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oi^^- ^® bonde strico(Mai. Floriano Peixoto 60 59 da esquerda para a direita). Fotos 2e 3; modelos especiais para batizados e btentos. Na foto 4,detalhes do ®ferior de um bonde de luxo

por maquina a vapor. S6 muito depois, em 1881, i que surgiria um carro movido a eletricidade, por ocasiSo da Exposigao Intemacional de Paris. Finalmente, em 1884, apareceu, nos Esta dos Unidos, 0 primeiro bonde el^triCO propriamente dito.

Desses vei'culos, o que drculou, pela primeira vez, no Rio de Ja neiro, e em toda a America do Sul, pertenda a Companhia Ferro-Carril do Jardim Botanico (sucesscra da Bo tanical Garden Rail Road Company). Houve quern temesse viajar nesse pri meiro bonde eldtrico, o que levou a empresa a pintar nas costas dos b^cos o aviso: "A corrente eUtrica nenhum perigo oferece aos senhores passageiros."

Embora Ruy Barbosa tenha sido enf^tico: "O bonde foi - i preciso diz4-lo - uma instituigSo providendal. Se nao existisse, era preciso invent^lo," jd Id se vdo mais de 20 anos,desde que, sob a alegagSo de constituir um sistema de transporte coletivo obsoleto e deficitdrio, resolveram cassar sua gloriosa carreira.

daacia de notas. Para nSo terem que ^tregar cinco pesadas moedas de cobre de 40 r^is, quando nSo possuissem

Uma prata de 200 r^is, todos logo passeram a utilizar os cupOes, que a pr6Pria companhia chamava de bonds, Pois, na realidade, representavam o compromisso por ela assumido de, em troca, fornecer uma passagem em seus vei'culos. Come era de se prever, o ptiUico nao tardou a chamar o prdprio veiculo de bond, logo aportuguesado para bonde. At^ entao, os nomes por REVISTA DE SEGUROS

que era conhecido variavam de carros tirades por animals sobre carris de ferro, trens, diligendas sobre trilhos de ferro, carros americanos, aos apelidos: vacas de leite, em alusdo aos guisos que OS animals traziam ao pescogo, e jabotis, devido a forma abaulada dp teto dos carros.

Ao que se sabe, foram os ingleses que, em 1848, substitui'ram pela primeira vez a tragJlo animal dos bondes pela mecanica. Naquele ano, fizeram circular um desses vei'culos puxado

Donde se conclui que a mdxima do arguto Barao d, no mdximo, uma mi nima, jxjis, na vida, tudo d, de fato, passageiro... atd o condutor e o motomeiro. Quanto a n6s, eventuais e indefesos passageiros (de 6nibus), mais do que transitdria, a vida d precdria neste "Impdrio do Crime"(grande sucesso da Warner nos anos 40),a que reduziram a outrora — nem tSo outrora assim "Cidade Maiavilhosa, chela de encantos mil, ."

Sic transit gloria mundi

Foto 1 i.v
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Foto 2 Foto 4
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Supercomputadores de 5.^ Geracao produzirao a Inteligencia Artificial

ompreensSo das imagens, tratamento da linguagem natu*

ral, sistemas experts, tais sSo as principais aplicagdes dos supercom putadores. Previstos para efetuar tratamentos simbdiicos, esses computadores muito possantes nio devem ser confundidos com as supercalculadoras (calculadoras num^ricas de grande capacidade).

A batalha pela conquista desse mercado jd foi deflagrada entre os grandes pai'ses industrializados. Os japoneses, para variar, foram os primeiros a apertar o gatilho. Desde 1981, dedicam-se a um programa de computadores' de "quinta geragdo", com uma dotai^o de 1 bilhdo de ddlares para cinco anos. Trata-se de aperfeigoar sistemas de tratamento do conhedmento, criando Tnrfq»inaii para exercer fungdes que recorrem a inteliginda artificial. Como 6

de imaginar, os americanos ndo estdo de bragos cruzados e, na realidade, se antedparam aos japoneses, pois, hd quinze anos, as Univerddades de Stan ford, Boston e Yale iniciaram os trabalhos experimentais sobre os sistemas experts. Atualmente,uma considerdvel mobilizagdo de mdos testemuqha o grande interesse estratdgico pelos supercomputadores. O Pentdgono aplicard, em cinco anos, 600 milhOes de ddlares para pesquisar a inteligencia artindal. Por sua vez, dezoito em|n:esas americanas se reuniram e investirdo de 50 a 100 milh6es de ddlares por ano em pesquisas comuns.

Na Europe, trinta universidades e conglomerados industrials (entre outros, Philips, Matra, British Telecom e Bull) deixaram de lado suas rivalidades para cooperar num centre de pes quisas (200 milhdes de ddlares em dn-

co anos), que se consagrard a construgdo de supercomputadores. Sob encomenda da Defesa Nacional da Franga, a Bull deverd entregar, ainda este ano, um supercomputador de arquitetura paralela: o Isis. O programa Eureka, de inspiragSo do Presidente Mitterand, tambdm reserva um capi'tulo aos super computadores, E 0 que d mais, a Europa terd, provavelmente a longo prazo, um exdrcito secreto de computadores "dticos". BaSeado no principio da "biestabilidade dtica," demonstrada ha vinte e dois anos, ele funciona por im pulses luminosos em vez de eldtrons <atravds de drcuitos. Teoricamente, um componente dtico de 1cm quadrado poderia tratar uma quantidade de informagOes equivalente as convenas simultaneas de todos os habitantes do planeta!

Narcisismo contemporaneo

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iQk continuar nesse ritmo, daqui a ^«g^alguns anos, quase a metade dos qiiinquagendrios franceses nio estardo mais casados. Para ser exato, deixardo de comparecer perante 0 juiz de paz, pois ndo predsarfo mais contrair ndpcias para levar vida de casado." o diz ^ Gerard Calot, diretor de um instituto de pesqui sas de opinido, ao comentar o grande impacto causado pela divulgagdo dos liltimos ndmeros sobre a populagdo da Franga.0 que surpreende ndo 4 o fate de ela ter ultrapassado, no infdo do

®no, a marca dos 55 milhOes de habiiantes e sim a queda vertiginosa do nuniero de casamentos; menos 110.000 ®m dez anos. O que ndo impediu de "tescer o numero de div6rcios (triplicou desde 1970). Um divirdo para trgs casamentos, contra um para dez, to inicio da decada precedente.

Fenomenos de tal amplitude num Periodo tdo curto mmca tinham ddo observados em tempos de paz. E o side mudangas de comportamento tiuito profvmdas, reladonadas com o 9ue OS soddlogos e os fUbsofos chaha alguns anos, de nardsismo °®ntemporaneo. E o indivi'duo que se 'olta paia si mesmo, rejeitando todo ^ompromisso irreversivel ou durdvel, *^50 apenas com a religido (em 1975, bavia I17.000 cldrigos na Franga; ndo passam de 61.000,ja que sSo trdenados dez vezes menos padres do ^te hd qviinze anos), a politica, a vida ^tdical oucom a familia,onde,apesar tudo,ainda sobrevive o que resta de ^•^dabilidade. Cada um cuida de inves^ ®m si mesmo, no seu corpo, na sua ^Parencia, nos seus fantasmas ou nos sonhos. Como se a sociedade ti*®SS6 se tornado demasiado pesada ®otn o seu ritmo veloz e as Umitagdes 'hipostas sob os mais diversos pretexideolbgicos, trabalhistas, ecoldgitos ou tecnologicos. Tomamo-nos, as^tiij espectadores de um mundo onde, ^®ntro em pouco, seremos os interlo"titores de nds mesmos. Melancblico face a face.

O mercado de trabalho e a informatica

ocg esta satisfeito, sente-se bem no exercicio de suas fungdes, na companhia em que trabaiha?

Considera-se remunerado a altura de seus m^ritos? Confesse que, de quando em vez, 4 mordido pela curiosidade e bem que gostaria de saber qual d a sua cotagSo no mercado, aproveitando,, eventualmente, uma boa oportunidade que possa pintar. Mas se comegar a responder a anilndos classificados ou a entrar em contato com "cagadores de talento", poderd se expor semnecessidade e acabar se dando mal.

Gragas a telemdtica, entretanto, ja se pode procurar um novo emprego com boas chances de sucesso e total discrig^o. Na Franga, a Datacadres conta com milhares de fichas de candidatos a emprego em potendal,constantemente consultadas por importantes empregadores assinantes do servigo.

Como 4 que isso funciona? Mediante 140 francos por trimestre,a Dataca dres coloca 0 cum'culo e as pretengOes do candidato no computador. Detalhe importante: nesses tempos de fraude informatica, a empresa nSo fomece a maquina a identidade do proponente.

Segunda etapa: hi uma vaga numa determinada companhia. Utilizando-S8 de um minicomputador,o empregador consulta 0 terminal de dados e seledona a ficha ou fichas correspondendo io perfil procurado, solicitando a Dataca dres encaminhar aos escolhidos uma proposta por escrito. Custo para a

companhia empregadora (alim de uma assinatura anual):5.800 francos.

Terceira etapa: a pessoa responde* ou nio, o que somente a ela cabe deddir. Se, ao cabo de tres meses, ela nSo renovar a assinatura, sia ficha 4 retirada do computador. E assim a Dataca dres pode assegurar aos empregadores informagOes sempre atualizadas.Como se v6, tudo muito simples e efidente.

tantas moedas , de um cruzeiro quanto o Brasil deve ao exterior, poder-se-ia levantar:

— um muro de 110 metros de al tura ao redor da terra, ao nfvel do Equador;

— uma piiha de 230 milhdes de quiIdmetrcs, ou seja, uma vez e meia a distanda da terra ao sol;

— ou 645 pilhas da terra a lua. Colocadas lado a lado, as moedas de um cruzeiro cobririam uma superfide de 53.000 quilometros quadrados. Peso total:488 milhOes de toneladas, isto 4, a metade das reservas de aluminio do Brasil.

O montante da divida se eleva a mais de 100 bilhdes de ddlares. Sabendo-se que um dolar vale cerca 15.000 cruzeiros no mercado paralelo, fagam a conta. Vertiginoso e nio menos dramitico. ^ "Actuel"

Casamentos e divbrcios na Fran<;a Divotcios
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Como a nossa di'vida e vista la fora mpilhando-se
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JAGUAR

Como proceder se um disco voador pousar na capota do seu carro?

/w.<X-

Um escoces de saiote pede carona.

Que fazer?

Ignorc-o. Os discos voadores nSo existem. Diga isso em bom portugufc oihando fixamente os tres olhos do homenzinhc verde. E lembre-se: se ele, como sempre acontece nas anedotas, pedir para voce leva-lo ao seu iider, nao o apresente k sua mulher. Os marcianos tem pessimas maneiras.

Ao sair de um nevoeiro, seu carro esta no ar. E possivel?

Se voce nSo estiver na Esc6cia, um dos dois esta maluco. Pare o carro e diga pra ele: "Qusile,6 cara?" Se responder num dialeto incompreensivel, pode dar carona sem receio: e escoces legitimo. Ndo se esque^a de pedir um gole do scotch que eles carregam sempre dentro da galta de foles.

Um elefante bloqueia a estrada.

E agora?

Belisque-se para veriHcar se nSo esti sonhando no volante. H& p^saros voando abaixo de seu carro? Em caso afirmativo, vocS tambim esta voando. Seu carro deve ter saido da estrada e caiu num precipicio. Ainda ha um recurso. O para-quedas. Sake, conte at6 dez e puxe a cordinha.

Evitc abalroa-lo. Mesmo que depois voce consiga sc afasiar a toda velocidade, ele anoiarci a placa. E um clcfanic nunca esquece. Dcsligue o r^dio sendo ele nSo vai embora. Os elefantes adoram miisica. Quando ele se arrancar, avance com cuidado para nSo atropelar a formiguinha,sua namorada.

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