Fábio Feldmann defendeu uma mobilização de empresas e sociedade para evitar o agravamento dos riscos ambientais
2o DIA 7 maio 2014
Um pacto social em prol da sustentabilidade
➜ A construção de um grande pac-
to social para incluir o conhecimento científico de questões ambientais ou de saúde pública na agenda política foi a principal proposta apresentada pelo jurista Fábio Feldmann, especialista em sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, na palestra “Mudanças à vista — que tipo de desenvolvimento queremos?”, que abriu os debates do segundo dia do evento. A diretora-executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, que deu as boas-vindas ao palestrante, destacando suas contribuições na área ambiental e de relações de consumo, aproveitou a oportunidade para avaliar a conferência. “Este é mais um núcleo de debate, mais um passo na defesa de boas práticas e na busca por produtos e serviços mais adequados ao consumidor”. Feldmann cobrou responsabilidade e senso de urgência da atual geração para a questão da sustentabilidade, como forma de evitar que os riscos se agravem ainda mais nos próximos anos. Segundo ele, sem mobilização liderada por empresas e sociedade, esses temas vão continuar ao largo das discussões do Legislativo.
Solange Beatriz afirmou que a conferência foi mais um passo na busca por produtos e serviços mais adequados ao consumidor
Além dos riscos ambientais já conhecidos, alguns temas emergentes também deveriam estar na pauta de discussão, como a poluição dos oceanos e a obesidade. Essa inércia poderá comprometer seriamente a qualidade de vida da atual e da futura geração. “Há cinco anos alguém
diria que haveria escassez de água em São Paulo, levando a uma séria disputa com o Rio de Janeiro?”, exemplificou. Além dos riscos já conhecidos de alagamentos, inundações e desmoronamentos, em virtude do aquecimento global, alguns temas emergentes já deveriam estar na pauta de discussão, como a poluição dos oceanos e a obesidade. Na avaliação de Feldmann, o sistema de saúde público e as operadoras de Saúde Suplementar vão conviver com novas pressões de custos gerados pelas consequências da obesidade, caso não se adotem iniciativas para combater o problema. Além de leis, o governo pode ter um papel crucial nesses debates, como, por exemplo, recorrer à tributação mais severa de produtos que utilizam sódio e açúcar em excesso e optar por licitações sustentáveis, o que seria uma sinalização importante ao mercado. No plano social, o consumo consciente é outra arma relevante, na opinião do especialista, pois, ao fazer opções por produtos sustentáveis, o cliente contribui para uma verdadeira transformação das práticas comerciais, incentivando as mais corretas e punindo aquelas sem compromisso socioambiental. ●