Artigo: Brasileiro desconfia de compartilhamento

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Quarta-feira 06 de outubro de 2021

Brasileiro desconfia de compartilhamento Pesquisa da Bain&Company mostra que quase 60% relutam em compartilhar seus dados no futuro sistema Por Sérgio Tauhata — De São Paulo Ainda que os ganhos esperados com o “open insurance” venham sendo discutidos em reportagens e eventos, as pessoas físicas no Brasil permanecem alheias ao processo, segundo sugere uma pesquisa feita pela Bain & Company. Os resultados mostram que mais da metade dos entrevistados - ou 59% - ainda resiste a compartilhar seus dados. O estudo foi feito entre 21 de agosto e 10 de setembro, com aproximadamente 3,5 mil respondentes de todo o país. De acordo com o levantamento, 34% acham o compartilhamento de informações no open insurance um processo inseguro. Outros 33% revelam receio de que, se autorizar o acesso aos seus dados, poderão estar expostos a ligações indevidas de telemarketing. Entre os que estão dispostos a compartilhar dados no open insurance, grupo que representa uma fatia de 41% dos entrevistados, a reputação da empresa e a transparência sobre como as informações serão utilizadas são os critérios mais importantes para que a permissão seja concedida. De acordo com a pesquisa, 59% apontam a reputação da companhia como principal fator, enquanto 57% citam a transparência sobre como utilizarão os dados. A qualidade do atendimento aos clientes é indicada por 43% do grupo. Um quarto fator relevante são os benefícios oferecidos pelas marcas, considerados decisivos por 38%. Segundo a sócia da Bain & Company Luiza Mattos, apenas ter um relacionamento de longo prazo com a seguradora não é suficiente para convencer o consumidor a abrir os seus dados. “A pesquisa mostrou que apenas 22% dos respondentes consideram esse um critério relevante, o que revela que as companhias precisam repensar o tratamento com seus clientes”, diz. Esse cenário de insegurança dos clientes, porém, não é exclusividade do mercado se seguros. O open banking enfrenta o mesmo desafio. A evolução do sistema sugere que, quanto mais consolidados os serviços ficarem, mais confiança as pessoas depositarão no ambiente. No primeiro trimestre de 2021, menos de 30% dos brasileiros tinham interesse em compartilhar seus dados no open banking, segundo a Bain. Com fortes investimentos em comunicação promovidos pelo setor sobre segurança, transparência no uso de dados e benefícios ao cliente, esse índice saltou para 44% no terceiro trimestre, aponta a consultoria.

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