Julieta e seu Romeu

cia. sombria

Julieta Romeu e seu

apresentação

A Cia. Sombria, formada pelas atrizes Cristiane Urbinatti, Érica Negreiros e Tania Kesselman, surgiu da necessidade de transformar em expressão artística suas observações, inquietações e reflexões da realidade contemporânea.

Com atuação em diversas áreas profissionais, como Propaganda e Marketing, Arquitetura e Jornalismo, e experiências em outras companhias teatrais, as integrantes se uniram para criar uma linguagem teatral capaz de abordar temas universais, de forma poética e lúdica.

O nome do grupo foi escolhido por conter em sua etimologia aquilo que está escondido, guardado, protegido. Também sugere o que não é dito, o que estaria nas entrelinhas, na respiração, no olhar. O que se quer é mostrar a beleza e a grandiosidade desse mundo sutil, inerente à essência humana. Ainda no campo da subjetividade, a Cia. trata do que é delicado, frágil, precioso; aquilo que precisa de proteção, de cuidado, de amparo.

Embasando a pesquisa desta linguagem, a Cia. Sombria traz, como referências, artistas do universo cinematográfico, literário e teatral, como Tim Burton, Ingmar Bergman, JeanPierre Jeunet, Oscar Wilde, Hans Christian Andersen, Tennessee Williams, Samuel Beckett, Harold Pinter, William Shakespeare, entre outros.

Projeto PALCO DE HISTÓRIAS O projeto Palco de Histórias, da Cia. Sombria, surgiu da vontade de levar às crianças histórias clássicas de grandes autores do mundo, adaptando suas versões originais para o teatro, porém, preservando seu conteúdo e sua essência poética. Por serem considerados impróprios à experiência infantil, quando trazem temas como a morte, a solidão, o medo, a angústia, muitas vezes, os conteúdos dessas obras são distorcidos ou atenuados. Assim, o que se vê no cinema, na TV, nas animações, ou mesmo nos livros de histórias infantis são, frequentemente, releituras e interpretações que amenizam (em alguns casos, banalizando) o conteúdo das obras clássicas. Como bem lembram as autoras Gyslaine Avelar Matos e Inno Sorsy, “A maior finalidade desses contos é, sem

dúvida alguma, abrir-nos portas a mundos sombrios [...]. E, em seguida, exorcizar-nos das criaturas estranhas”. Para a psicanalista pediátrica Selma H. Fraiberg, “Se nós banirmos todas as feiticeiras e todos os ogros das histórias que contamos na hora de dormir ou se distanciarmos da vida cotidiana todas as fontes imagináveis de perigo, a criança conseguirá ainda fabricar seus próprios monstros imaginários com os conflitos de sua jovem existência”. Com isto, a opção por trabalhar os clássicos para o público infantil se dá, principalmente, por se reconhecerem neles valores universais, essenciais à formação emocional e intelectual do ser humano.

Shakespeare: ponto de partida Uma vez que a grande motivação da Cia. Sombria é trazer os clássicos para o teatro, poucos contestarão a escolha de William Shakespeare para dar início ao projeto Palco de Histórias. Shakespeare encaixa-se no objetivo de apresentar a literatura clássica ao público infantil contemporâneo.

Na obra Shakespeare: a invenção do humano, o crítico literário Harold Bloom afirma que “Shakespeare é importante porque, mais do que ninguém, oferece-nos personalidades que parecem maiores e mais detalhadas do que a de qualquer amigo(a) íntimo(a)”. Com humor, o autor lembra da frase de Oscar Wilde: “A natureza imita Shakespeare, ‘suando a camisa’ para fazê-lo”. E Romeu e Julieta é uma daquelas histórias repletas de valores universais.

objetivos

Romeu e Julieta, Julieta, a mais amada das obras de William Shakespeare1, é a primeira obra clássica a ser adaptada pela Cia. Sombria no projeto Palco de Histórias.

Histórias. Assim surgiu o espetáculo teatral infantil Julieta e seu Romeu.

Romeu.

A peça, que tem 50 minutos de duração, traz referências à linguagem clássica não apenas na dramaturgia, mas também nos campos visual e musical. Encenada por atores, conta também com o recurso de projeção do milenar teatro de sombras chinês, assim como de músicas com referências renascentistas, em uma trilha sonora composta especialmente para a montagem.

Julieta e seu Romeu tem como objetivos primordiais: • Apresentar às crianças uma obra clássica cuja excelência é reconhecida há mais de 500 anos; • Expor a contemporaneidade dessa obra; • Possibilitar uma relação entre o divertir e o educar – ou seja, o instruir; • Trazer temas universais como amor, morte, intolerância e amizade a um público que tem seus valores em formação.

Segundo Barbara Heliodora, uma das maiores estudiosas do dramaturgo inglês em língua portuguesa.

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Este projeto, que visa pôr as crianças em contato com uma história clássica e de incontestável qualidade dramática como a de Romeu e Julieta, tem como principal justificativa permitir que esse público tenha uma experiência não apenas artística, ou mesmo estética, mas também de valores e sentimentos universais, como amor, rivalidade, amizade, humor, solidão e confiança.

O Teatro, com seus recursos de luz, sons, imagens, figurinos, maquiagem etc., proporciona uma experiência mágica e, ao mesmo tempo, permite que a criança tenha uma compreensão emocional de determinada situação. Assim, o valor dessa experiência está justamente em possibilitar a abertura de caminhos de comunicação e de expressão àqueles que começam a se descobrir no mundo e a lidar com os primeiros sentimentos humanos, tão bem delineados por Shakespeare.

“No momento em que a criança ouve uma história, ela a revive. Digo revive, pois o conto e o mito são manifestações psíquicas que refletem a natureza da alma. São histórias que se passam no nosso interior e que usam uma linguagem simbólica.” (Amarilis Pavoni, Os Contos e os

Mitos no Ensino – Uma Abordagem Junguiana).

Conforme observa Harold Bloom em Shakespeare: a invenção do humano, “a popularidade permanente de Romeu e Julieta, que, nos dias de hoje, alcança uma intensidade mítica, é perfeitamente justificável, pois a peça constitui a maior e mais convincente celebração do amor

romântico da literatura ocidental.” Ao refletir sobre a peça, o autor diz que o que primeiro lhe vem à mente não é o final trágico. Seu pensamento vai direto ao centro vital da peça: o incandescente diálogo dos enamorados.

Ao mesmo tempo, o psicólogo Bruno Bettelheim, em seu livro A Psicanálise dos Contos de Fadas, observa que em grande parte da literatura infantil moderna, os conflitos internos profundos originados em nossos impulsos primitivos e emoções violentas vêm sendo todos negados, e assim, a criança não é ajudada a lidar com eles. Mas, segundo o autor, ela está sujeita a sentimentos desesperados de solidão e isolamento, e com frequência experimenta alguma espécie de ansiedade.

Pensando nesta realidade, a Cia. Sombria opta por revelar os personagens da história em sua essência humana – sem chapá-los ou caricaturizá-los – e, ao mesmo tempo, tornar os diálogos o mais próximo possível do público, sem que isto incorra no apelo a modismos, na infantilização desnecessária do texto, ou na perda da poesia.

sinopse

Baseada na mais conhecida história de amor de Shakespeare, a montagem surpreende pela estética inusitada, inspirada em Tim Burton, e pelas projeções de teatro de sombras.

proposta de encenação

Em Julieta e seu Romeu fizeram-se necessárias algumas adaptações em termos de encenação. Para isto, foram selecionadas cenas e personagens estruturais, de modo a se preservarem não apenas a narrativa, mas também a qualidade literária e a poesia do texto original.

Romeu, Julieta, Ama e Frei Lourenço são interpretados por atores.

Mercúcio e Teobaldo, assim como dois novos personagens que foram introduzidos à trama – os narradores, Rouxinol e Cotovia –, são projeções de imagens criadas por meio de técnicas de teatro de sombras chinês.

No texto de William Shakespeare, o Rouxinol e a Cotovia são mencionados como mensageiros da noite e do dia, respectivamente. Em Julieta e seu Romeu, eles se transformam em personagens-narradores que têm a função de comentar os acontecimentos e interferir em alguns momentos da história.

A principal referência para a pesquisa estética e de interpretação está no universo das animações A Noiva Cadáver (Tim Burton, 2005) e Mary e Max (Adam Elliot, 2009). Este universo estético foi escolhido como estudo para a concepção de figurinos, maquiagem, cenário e iluminação.

TEXTO ADAPTAÇÃO

DIREÇÃO

William Shakespeare Cia. Sombria Cristiane Urbinatti

ELENCO

Julieta » Tania Kesselman Romeu » Evando Lustosa Ama » Érica Negreiros Frei Lourenço » Kleber Góes VOZES DAS SOMBRAS EM OFF

FIGURINO CONCEPÇÃO DE LUZ, FOTOGRAFIAS E VÍDEO CENOGRAFIA E MAQUIAGEM DESIGN GRÁFICO

TRILHA SONORA ORIGINAL (MAESTRO)

PRODUÇÃO EXECUTIVA

Luiz Eduardo Frin Luiza Porto Marcus Paulo Tavares Léo Todeschini Sophia Beatriz Luci Nunes Ricardo Peres Cia. Sombria Kleber Góes Marcello Stasi Cia. Sombria

LINK DO TEASER HTTP://YOUTU.BE/GDHRDTG542W

cia. sombria