Livro modulo seis

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Fora do sistema educacional, travestis e transexuais, dificilmente conseguem inserção no mercado formal de trabalho, tornando-se vítimas potenciais de abuso e exploração sexual comercial, especialmente quando são do gênero feminino. O processo de aliciamento envolve também estratégias de resignificação da identidade trans, principalmente das travestis, “percebidas com a sexualidade exacerbada, desregrada e problemática” (Alan de Loiola ALVES, 2011, p. 4), sendo responsabilizadas inclusive pela situação de exploração da qual são vítimas, num movimento discursivo pautado no censo comum que descaracteriza “a adolescência, tirando o caráter de pessoas em desenvolvimento e sujeitos de direitos” (ALVES, 2011, p. 4). Além da exploração sexual marcada por horas intermináveis de trabalho e pela cobrança abusiva de aluguéis e pedágios, essas meninas são expostas a outros tipos de violência, como a aplicação improvisada de silicone industrial para criar ou aumentar seios, coxas e glúteos; aplicação ou ingestão de hormônios femininos sem acompanhamento médico; e a “violência praticada pelos policiais, apontando que são vítimas de agressões físicas e de furtos dos pertences, especialmente celulares e o dinheiro conquistado com o programa sexual” (ALVES, 2011, p. 07). De acordo com o Relatório Sobre Violência Homofóbica no Brasil: ano de 2012, de todos os homicídios cometidos contra pessoas LGBT, 40% das vítimas era de travestis (2014, p. 48). UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO EM

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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