Betão nº 37 - Maio 2017

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Eventos: Dia do Betão Entrevista: João Pragosa, o novo presidente da APEB Legislação: transporte de betão precisa de exceção Obra: Alqueva, um lago de oportunidades Normalização: NP EN 206, nova norma para o betão


Construindo parcerias sustentáveis

A NOSSA FORÇA ESTÁ NA VERSATILIDADE Continuamos a percorrer o caminho da inovação e da qualidade de forma consistente rumo ao futuro, através do desenvolvimento de uma vasta gama de produtos, por forma a encontrar as soluções mais adequadas às necessidades dos nossos clientes. BETÃO LIZ, S.A. Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA Tel.: 213 118 100 Fax: 213 118 821 betaoliz@intercement.com

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Editorial

João Duarte Diretor Executivo

Caros Leitores, Conseguem imaginar as vossas vidas sem o Betão? O Betão é omnipresente. Para onde nos viramos, o nosso ambiente apresenta betão. De um lado temos edifícios de habitação, serviços, indústria e escritórios. Do outro temos infraestruturas como viadutos, pontes, barragens, depósitos e aeroportos. A nossa vida não seria a mesma sem o betão. Não consigo mesmo imaginar. O fabrico do betão envolve a utilização de materiais que são obtidos na natureza como agregados, a água e o cimento. Como o betão é essencial para o nosso bem-estar, temos de assegurar que a sua produção é efetuada de forma responsável e sustentável. É por isso que vos apresento o esquema de certificação do Concrete Sustainability Council. As empresas de betão, cimento e agregados podem agora ajustar a sua forma de estar e demonstrar que atuam de forma responsável no abastecimento de matérias-primas. Outro artigo que incluímos nesta edição critica a legislação relativa ao transporte de mercadorias. A indústria do betão pronto precisa de um regime de exceção. Este é também um dos temas em destaque no segundo Dia do Betão. Tal como em 2016, vamos ter temas diversificados e interessantes, incluindo uma mesa redonda sobre a regeneração urbana. Os objetivos mantêm-se: promover o networking, transmitir as últimas inovações e tecnologias e estimular a indústria do betão pronto. Quanto à sustentabilidade temos ainda muito para fazer. A começar pela manutenção e reabilitação. Manter ou reabilitar é sempre preferível a construir de novo. Ficamos todos a ganhar em termos ambientais, económicos e sociais. Construir de forma sustentável, corrigir a legislação, atuar de forma responsável. Há muito que fazer. Mãos à obra.

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Sumário

Fotografia de capa: Túnel de Águas Santas

04 Eventos

26 Entrevista

Dia do Betão

Jorge Cruz Pinto

05 Opinião

28 Obra

Camiões-betoneira primeiro, por favor!

Túnel de Águas Santas

06 Notícias

32 Normalização

› Breves › Prémio Valorpneu inova e passa à ação

Nova norma para o betão – NP EN 206

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35 Certificação

12 Entrevista João Pragosa, Presidente da APEB

O Risco como mapa para o desenvolvimento organizacional

15 Legislação

36 Obra

Betão pronto também é exceção

UniTaipa: o Passado inspira o Presente

18 Vida Associativa

38 Técnica

Concretope, um legado com futuro

Mesas vibratórias magnéticas facilitam o trabalho

20 Internacional

40 Internacional

The Concrete Initiative, a Iniciativa Betão

BRMCA – A Associação Britânica do Betão Pronto

22 Obra Alqueva: um mar de oportunidades

Associados da APEB: ABB, Betão Liz, Betopar, Brivel, Concretope, Ibera, Lenobetão, Mota-Engil – Engenharia e Construção, Pragosa Betão, Salvador & Companhia, Sonangil Betão, Tconcrete, Unibetão e Valgroubetão. Membros Aderentes da APEB: BASF, Chryso, Euromodal, MC-Bauchemie, Perta, Saint-Gobain Weber Portugal e Sika Portugal.

Propriedade APEB – Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto – Av. Conselheiro Barjona de Freitas, 10-A, 1500-204 Lisboa T. 217 741 925/932

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Diretor João Pragosa | Coordenação Editorial João Duarte Design, Publicidade e Produção Companhia das Cores – Design e Comunicação Empresarial, Lda. – Rua Sampaio e Pina, n.º 58, 2.º Dto., 1070-250 Lisboa T. 213 825 610

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Impressão Impress – Charneca de Baixo, Armazém L, 2710-499 Ral - Sintra | Depósito legal 209441/04 | Tiragem 3 500 exemplares Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.

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Eventos

Dia do Betão 2017: Dinamizar o setor do betão pronto

1 de junho de 2017 PROGRAMA 10:00 Receção e Welcome Coffee 10:30 Abertura

Presidente da CIP, António Saraiva – Confederação Empresarial de Portugal Presidente da APEB, João Pragosa (Eleição em 27 de abril de 2017)

11:00 Sustainable concrete Chris Clear – Associação Britânica do Betão Pronto

11:25 NP EN 206 – O que muda João Duarte – APEB

11:50 Reabilitação urbano-arquitetónica

– Palácio do Governador Jorge Cruz Pinto – JCP+CM

O segundo Dia do Betão realiza-se a 1 de junho no Hotel TRYP Lisboa Aeroporto. As expectativas são elevadas. A primeira edição foi um sucesso. O Dia do Betão 2016 reuniu 150 profissionais de todo o país.

12:30 Almoço & Networking

A abrir o evento vai estar António Saraiva, Presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) e também o recém-eleito Presidente da APEB João Pragosa. Queremos oferecer uma plataforma de diálogo aos profissionais a nível nacional, estimular o networking e transmitir as últimas inovações e tecnologias. O Dia do Betão é um contributo da APEB para dinamizar a indústria do betão pronto. A legislação dos tempos de condução e a sustentabilidade são os temas de destaque. O programa inclui conteúdos variados, uma mesa redonda e um workshop de liderança. Conta ainda com a participação de Chris Clear, o representante da Associação Britânica da Indústria do Betão Pronto. O Dia do Betão tem um espaço de exposição onde as empresas se podem apresentar e dar a conhecer as suas novidades.

15:00 Segurança e saúde no trabalho

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14:30 Workshop sobre Liderança Micaela Ramos – Go4

na indústria do betão pronto Celestino Martins

15:30 Legislação dos tempos de condução

– Travão para o betão pronto Rui Claro – Unibetão

15:50 Mesa redonda

– O betão na regeneração urbana

16:20 Encerramento Diretor Executivo da APEB, João Duarte

16:30 FIM


Opinião

Camiões-betoneira primeiro, por favor! Por João Duarte

As operações de controlo de peso de veículos são muito importantes para salvaguardar a segurança. No entanto, a forma como são efetuadas está a prejudicar a indústria do betão pronto. Dar prioridade aos camiões-betoneira durante estas ações poderia ser uma solução. As autoridades controlam regularmente o peso dos veículos pesados para verificar se os limites legais estão a ser cumpridos. Para isso, instalam o equipamento de pesagem num local para onde são desviados os camiões selecionados para inspeção. Acontece muitas vezes que se formam filas espera para pesar os veículos. Para a maioria dos casos esta espera não é muito problemática, mas para o betão pronto é extremamente prejudicial. Muitas vezes, o tempo de espera é tão longo que o produto no interior do balão do camião-betoneira deixa de ser aceitável em obra. O tempo que decorre entre a amassadura, a carga do camião-betoneira e a sua entrega em obra é muito limi-

tado. Cerca de hora e meia, no máximo duas horas, é aceitável para um betão corrente. Para períodos mais longos, é necessário ajustar o betão com adjuvantes. Além do impacto económico, o betão rejeitado tem um impacto ambiental. Desperdiçam-se todas as matérias-primas utilizadas no seu fabrico (cimento, agregados, adições, adjuvantes e água) e o gasóleo consumido pelo veículo. Todo o dióxido de carbono que resulta tanto da produção do cimento como do transporte das matérias-primas e do próprio betão é emitido sem qualquer mais-valia. Por isso, a atuação das autoridades é inconveniente. Prejudica as empresas, a economia e o meio-ambiente. Como o tempo de vida do betão fresco é limitado, quando intercetados pelas autoridades, os camiões-betoneira deveriam ter prioridade no controlo de peso. Desta forma, seria possível minimizar o impacto de uma longa espera. Este seria um contributo importante para um setor que enfrenta tempos exigentes e também para a economia do país.

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Notícias

Sistema de certificação CSC Quer mostrar que a sua empresa age de forma responsável? Saiba como. As empresas de betão, cimento e agregados têm desde 1 de Janeiro de 2017 um novo sistema de certificação à sua disposição. O sistema foi concebido com um duplo objetivo: Primeiro, dar às empresas orientações para implementarem metodologias de atuação responsável quanto ao abastecimento de matérias-primas em termos ambientais, sociais e económicos. Segundo, proporcionar um meio de estas empresas avaliarem o seu desempenho ambiental, social e económico e demonstrarem, através da sua certificação, que agem de forma responsável perante os seus clientes, a sociedade e restantes players do setor. O sistema de certificação foi desenvolvido pelo Conselho de Sustentabilidade do Betão (CSC) em conjunto com um vasto grupo de empresas industriais e organismos de certificação. Abrange as matérias-primas, as suas origens, os seus fabricantes e uma gama de impactos ambientais, sociais e económicos. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) levou a cabo uma consulta alargada a especialistas ambientais e a representantes da sociedade civil para obter feedback sobre os critérios ambientais e sociais do sistema. O manual técnico foi revisto com base nas res-

postas. O CSC vai manter o diálogo com as empresas e as organizações sociais para melhorar o manual técnico de forma contínua. O sistema de certificação CSC consiste num manual operacional e em critérios de avaliação, com orientações para a sua implementação. Um processo típico de certificação compreende um número de passos simples, aplicáveis em qualquer fabricante de betão, cimento ou agregados, qualquer que seja o seu tamanho. O sistema classifica as empresas em quatro níveis: bronze, prata, ouro e platina. A criação do sistema de certificação do abastecimento responsável faz parte da estratégia do CSC para melhorar a transparência do setor do betão. Sublinha o papel essencial do betão no desenvolvimento sustentável do setor da construção. Mais detalhes sobre o sistema podem ser encontrados em www.concretesustainabilitycouncil.org.

O Conselho de Sustentabilidade do Betão (CSC) é uma organização independente. Foi criada pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) em conjunto com as indústrias do betão, cimento e agregados.

Madeira não é melhor que betão Ação conjunta da APEB e ATIC O Ministério do Ambiente da Finlândia apresentou um projeto de decreto-lei comunitário. Este visa melhorar a eficiência energética de novos edifícios. Caso o decreto-lei seja aprovado, pode condicionar o futuro do setor da construção em toda a União Europeia, uma vez que favorece um material de construção específico – a madeira – sem justificação técnica. Ao conceder um tratamento preferencial à madeira, o Ministério do Ambiente finlandês distorce a livre concorrência e subsidia indiretamente a indústria doméstica, o que é contra os princípios do mercado interno da União Europeia. Por isso, a APEB e a ATIC – Associação Técnica da Indústria do Cimento – tomaram a iniciativa e prepararam um

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parecer conjunto com os argumentos contra o projeto finlandês. As duas associações pretendem alertar os decisores nacionais e europeus para a impertinência do projeto de decreto-lei. O parecer defende que a regulamentação relativa ao desempenho energético de edifícios deve basear-se na sua performance, sem promover a utilização de um material em detrimento de outros. Medidas que favorecem um determinado produto de construção vão contra o princípio da neutralidade.


Projeto SAFECEMENT já está disponível online O projeto SAFECEMENT – 3D Animation for Promoting Healthy Workplaces in Cement Quarrying and Production Plants – foi concluído a 31 de dezembro de 2016. Em www.safecement.com/pt/projecto é possível aceder aos vídeos 3D que foram desenvolvidos pelo projeto. Estes materiais podem ser utilizados como ferramentas didáticas de apoio à formação na indústria de cimento e relacionados. Os conteúdos podem ser acedidos livremente. O sítio também tem uma plataforma online que permite às entidades participantes e a outros especialistas da indústria disponibilizarem materiais com conteúdo relevante. Este é um espaço de aprendizagem virtual, aberto e dinâmico, que vai estar em contínuo desenvolvimento, mesmo após a conclusão formal do projeto. O projeto foi cofinanciado pelo Programa Erasmus+ da União Europeia e liderado pela Associação Técnica da Indústria de Cimento (ATIC). Participaram também a FUNDACIÓN CEMA (Espanha), a CEMEX (Letónia), a CHALMERS University of Technology (Suécia) e o CTM – Centro Tecnológico del Mármol, Piedra y Materiales (Espanha).

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23/05/17

12:20

Betão pronto na Torre de Belém A Betão Liz, empresa de betão pronto associada da APEB, forneceu o betão para a proteção da nova ligação de eletricidade e dados à Torre de Belém. A obra foi executada pela Fiobra. O betão utilizado, C35/45.S3.XS3(P). D22.Cl0,2 (CPF), foi fornecido pela central de Alfragide.

Mota-Engil, Engenharia e Construção S.A.

Líder em Portugal na sua área de atuação, a Mota-Engil Engenharia mantém consolidada a sua posição de liderança a nível nacional. Com 70 anos de experiência no desenvolvimento de projetos ambiciosos, concretizados com base no pioneirismo das técnicas de construção, na vanguarda das novas tecnologias e nas capacidades e competências das nossas pessoas, a empresa é cada vez mais uma referência da engenharia e construção.

engenharia.mota-engil.pt novembro 2016

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Notícias

APEB promove ensaios de aptidão de carotes A APEB propôs ao LNEC a organização de uma campanha de comparação interlaboratorial no âmbito dos ensaios de resistência à compressão de carotes. Surge assim esta iniciativa conjunta. O objetivo é a avaliação comparativa entre os resultados dos diversos laboratórios e, desta forma, contribuir para a melhoria contínua da competência e qualidade. A participação nos ensaios de aptidão permite aos laboratórios a validação dos métodos de ensaio e a deteção de erros sistemáticos que podem estar a influenciar os resultados dos ensaios. Organizada pela primeira vez em Portugal, esta iniciativa dá resposta a uma lacuna importante, uma vez que os ensaios em carotes são na maior parte das situações usados em situações de litígio. O programa compreende a moldagem e cura de provetes de betão a partir dos quais são extraídos os carotes para ensaio nos diferentes laboratórios participantes. A seguir os resultados são analisados pelo LNEC com confidencialidade. Cada laboratório participante vai receber um código

para poder identificar e comparar os seus resultados com os restantes. O programa teve uma grande aceitação e conta com a participação de 21 laboratórios, incluindo a APEB e o LNEC.

CHRYSO amplia oferta de betão decorativo com dupla aquisição A CHRYSO adquiriu, no final do ano passado, a Moderne Méthode e a Béton Academy. O negócio concretizou-se a 18 de novembro de 2016 e permitiu à CHRYSO ampliar a sua oferta de betão decorativo. Criada em 2003, a Moderne Méthode é líder em França e tem presença internacional no mercado de betão decorativo para aplicadores. Construiu a sua notoriedade e desenvolvimento apoiando-se em dois pilares: Formação, através da Béton Academy, que propõe módulos altamente técnicos para “aplicadores decorativos de betão”; e Inovação, com alguns sistemas inovadores, robustos e sustentáveis, que atendem às exigências estéticas dos clientes.

A oferta de betão decorativo da Moderne Méthode baseia-se na sua experiência em betão estampado, polido e micro-revestido, revestimentos milimétricos com diferentes aspetos como areia estabilizada, granito, mármore, efeito metalizado, bem como resinas e sobreposições estampáveis. Já a Béton Academy compreende onze centros de formação de “aplicadores decorativos de betão” e é aprovado e certificado pela norma ISO 9001. Com esta dupla aquisição por parte da CHRYSO, os colaboradores, o know-how e as soluções de Moderne Méthode e Béton Academy permanecem inalteradas. Já o Grupo CHRYSO alarga a sua oferta de soluções técnicas e vendas em França e implementará a oferta às restantes filiais internacionais.

Unibetão integra Britobetão No âmbito da reorganização do grupo Secil, a Unibetão incorporou a Britobetão. A fusão foi concluída em abril de 2017. Com este processo, o grupo Secil avança mais um passo na sua estratégia de se apresentar ao mercado do betão pronto exclusivamente como Unibetão.

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A Britobetão deixa assim de existir e os seus centros de produção passam a integrar a rede de produção da Unibetão. Como ambas as empresas estavam filiadas na APEB, esta integração representa uma redução no número de membros associados.


Medicina do Trabalho, Higiene e Segurança e Formação, Lda

APEB assina protocolo com a Medilabor Os membros da APEB têm agora condições preferenciais na Medilabor, empresa de serviços de medicina no trabalho, higiene & segurança e formação. Com base no protocolo assinado em fevereiro de 2017, as empresas da APEB podem usufruir de um desconto de dez por cento nos serviços de medicina no trabalho, higiene & segurança e formação profissional. Para beneficiarem do protocolo, as empresas apenas têm de apresentar uma declaração emitida pela APEB. Para mais informações, contacte a APEB (T.: 217 741 925; E-mail: geral@apeb.pt) ou a Medilabor (T.: 213 583 420; E-mail: geral@medilabor.pt).

Revisão antecipada da EN 206 A decisão foi tomada em Bruxelas a 6 de abril de 2017 na reunião do Grupo de Gestão dos Comités Técnicos (BT/TCMG). A revisão da EN 206 advém da aplicação das novas orientações do CEN relativas à avaliação da conformidade dos produtos, que se baseiam no princípio da neutralidade. Isto significa que a avaliação pode ser feita pelo fabricante, pelo cliente ou por outra parte interessada, como por exemplo uma empresa de fiscalização ou um organismo de certificação. Presentemente a avaliação é da responsabilidade do fabricante. Para o utilizador a norma atual prevê os ensaios de identidade. Por isso, a futura norma do betão vai ser muito diferente. A APEB está a acompanhar de perto a revisão da EN 206, tanto a nível nacional na comissão técnica setorial (ONS/ATIC-CT 104), como a nível europeu através da ERMCO.

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Prémio Valorpneu inova e passa à ação O prémio INOV da Valorpneu é agora INOV.AÇÃO. Reformulado e alargado ao tecido empresarial, o seu primeiro workshop teve lugar em Lisboa sob o tema “Novos Desafios no Destino Sustentável de Pneus em Fim de Vida”. Após sete edições e a atribuição de 18 prémios a trabalhos nas áreas de Engenharia, Design e Arquitetura para a promoção de um correto encaminhamento dos pneus em fim de vida, a Valorpneu verificou que o envolvimento de empresas e a definição de um modelo de negócio é determinante para a prossecução dos objetivos dos projetos candidatos ao Prémio. Por esta razão, e para mobilizar o interesse dos diferentes setores, a Valorpneu reformulou o Prémio INOV e criou o prémio INOV.AÇÃO, que inclui agora as categorias “Negócios e Inovação” e “Comunidade e Educação”. Para aumentar o potencial de concretização dos projetos candidatos, o Prémio vai promover parcerias tendo em vista o enriquecimento dos projetos. Entre os parceiros podem estar empresas, associações de setores ligados à atividade da Valorpneu, municípios, universidades, entre outras instituições.

O primeiro workshop Dedicado ao tema “Novos Desafios no Destino Sustentável de Pneus em Fim de Vida”, abriu um espaço de debate e reflexão que reuniu os principais atores da reciclagem e recauchutagem de pneus, investigadores e indústrias e algumas entidades responsáveis pela promoção e desenvolvimento de políticas económicas e ambientais no quadro da Economia Circular. Um dos pontos altos foi a assinatura de um protocolo ente a Valorpneu e a DGAE, reforçando assim a importância do Prémio INOV.AÇÃO para a economia e também para a sustentabilidade ambiental. Segundo Hélder Pedro, gerente da Valorpneu, esta parceria “é uma oportunidade para fazer este projeto chegar mais longe, sobretudo às associações setoriais e ao meio empresarial, assim como um apoio na procura de incentivo e de linhas de financiamento direcionadas à concretização de projetos candidatos”.

Espaço de debate Composto por cinco painéis, este primeiro workshop abriu espaço ao debate e à troca de conhecimento.

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Entre os temas abordados, que espelharam a nova orientação do Prémio INOV.AÇÃO, estiveram em destaque: – “Investigação na área dos pneus em fim de vida”, tema assumido por professores universitários representantes de varias unidades académicas que partilharam as suas experiências no desenvolvimento de projetos na área de reutilização de pneus reciclados, alguns dos quais candidatos aos Prémios Inovação Valorpneu. – “Dinâmica e tendências da indústria da reciclagem e recauchutagem”; Entre os vários temas abordados os representantes da indústria recicladora debateram as potencialidades e ameaças do granulado de pneu reciclados em novos produtos. Neste espaço de apresentação, foram ainda debatidos os desafios da industria da recauchutagem. – “Perspetivas do setor industrial”, que contou com os testemunhos de Pedro Madaleno (Pneugreen II), Pedro Marques (EcoSolutions) e Neusa Guerreiro (APIB – Associação Portuguesa de Industriais de Borracha) que falaram numa perspetiva da indústria e sobre a sua experiência em trabalhar materiais com granulado de borracha incorporado.

Quem é que se pode constituir como parceiro desta iniciativa? Os parceiros do Prémio INOV.AÇÃO Valorpneu poderão ser pessoas singulares, empresas, empresários em nome individual, universidades e outras instituições do sistema científico, instituições financeiras e organizações que intervenham na sociedade. Os parceiros do Prémio INOV.AÇÃO Valorpneu serão um canal facilitador de networking, aglutinador de esforços no sentido de encontrar soluções concretizáveis para o destino sustentável dos pneus usados, estimulando novas abordagens e novos negócios.

Contactos VALORPNEU – Sociedade de Gestão de Pneus, Lda. Av. da Torre de Belém, nº 29, 1400-342 Lisboa T.: (+351) 213 032 303 E-mail: valorpneu@valorpneu.pt 3 DRIVERS – Engenharia, Inovação e Ambiente, Lda. (Gestão do Prémio) Av. 5 de Outubro, nº 124, 4º Piso, 1050-061 Lisboa Tel.: (+351) 216 026 334 E-mail: alopes@3drivers.pt


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“Vamos consolidar o trabalho positivo que tem sido desenvolvido, potenciando novas ideias e novos projetos” Entrevista ao Presidente da APEB, João Pragosa

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Fotografias © Pedro Bettencourt

Entrevista


João Pragosa começou muito cedo a adquirir conhecimentos importantes sobre a ‘vida real’ das empresas. Era durante as férias do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL que tinha a oportunidade de acompanhar as atividades do Grupo, seguido bem de perto por um professor de eleição: o fundador do Grupo e seu pai, que descreve como alguém “de grande dinamismo e capacidade empresarial”. Hoje é administrador de várias empresas do Grupo e o novo presidente da APEB. Em entrevista, conta-nos quais os principais projetos que vão marcar o seu mandato, assim como a sua visão do presente e para o futuro do setor do betão. O que levou a Pragosa Betão a tornar-se associada da APEB? A Pragosa Betão tornou-se associada da APEB em 2008 e a principal razão que levou a esta decisão foi o estatuto que é reconhecido à associação no setor do betão. A APEB era, já nessa altura, uma importante representante do setor na interlocução com as entidades oficiais – papel que tem vindo a consolidar. Que vantagens reconhece a esta ligação? O aproveitamento de sinergias relacionadas com o profundo conhecimento técnico dos parceiros e da equipa da APEB, que tem gerado mais-valias significativas nos processos individuais de cada empresa e para o setor como um todo. A troca de conhecimentos e experiências é muito enriquecedora. Colocando a história da APEB em retrospetiva, como é que vê a sua evolução? A APEB foi criada em 1985 (tem praticamente a minha idade) e, como todas

as organizações, passou por avanços e recuos motivados pelas fases ascendentes e descendentes da conjuntura económica, com implicações diretas neste setor. Devido à crise que se verificou a partir de 2009 no setor da construção civil, a APEB teve de se adaptar, procedendo a diversas reestruturações de forma a garantir os objetivos de melhoria da qualidade dos produtos colocados no mercado pelos parceiros e a capacidade de interlocução com as entidades públicas.

“Acredito que conseguiremos conquistar mais associados que se revejam na missão e valores da APEB.”

Enquanto novo presidente da APEB, quais os seus projetos e objetivos para este mandato? Este será um mandato em que iremos procurar consolidar todo o trabalho muito positivo desenvolvido anteriormente, potenciando novas ideias e novos projetos que vão surgindo, valorizando-os e procurando torná-los exequíveis na ‘vida real’. No que respeita aos projetos que pretendemos implementar de imediato, passam: a) pela interlocução intensa, assertiva e muito objetiva junto das entidades oficiais, focada na especificidade deste setor, como é o caso dos transportes, à semelhança do que já acontece noutros países da União Europeia; b) pela continuidade do projeto formativo em curso, consolidando-o, incrementando-o e capitalizando a grande mais-valia em ter-

mos humanos que a organização detém, de forma a responder ao crescente número de solicitações; c) pela implementação de mecanismos proativos em relação à legislação europeia, para que possamos estar na linha da frente em relação a todas as alterações normativas europeias com impacto no setor. Para além destes objetivos, também queremos consolidar o prestígio do Laboratório da APEB, que tem sido um prestador de serviços de referência para empresas associadas e não associadas. Dispõe de uma equipa com uma experiência e know-how únicos no nosso mercado, que se mantém na linha da frente da inovação, o que é muito gratificante. Por fim, e não menos importante, acredito que conseguiremos conquistar mais associados que se revejam na missão e valores da APEB. Há pouco falava sobre a crise do setor da construção… Mas concorda que já estamos a viver uma conjuntura diferente, marcada pelo otimismo e pela confiança? Concordo que existe algum otimismo moderado que nos leva a olhar para o futuro com alguma expetativa, mas também com precaução. Como é que este ambiente se reflete no mercado do betão e que análise faz do atual estado do setor? Tendo em conta a ligação direta com o setor da construção, de profunda dependência, atualmente nota-se uma melhoria significativa, mas que precisa de ser consolidada. Por isso falava de precaução. Esta melhoria está muito assente no mercado da reabilitação e num sensível incremento das obras, devido ao Portugal 2020, o que implica novos desafios. Neste contexto, a APEB deverá consolidar o seu papel de porta-voz

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Entrevista

ativo do setor junto das instituições e parceiros para que, em conjunto, encontremos os melhores caminhos que nos conduzam a produtos e serviços inovadores e com uma excelente relação qualidade/preço. Mas os associados também têm um papel importante neste contexto. Quanto maior for a participação das empresas do setor, maior será o nosso conhecimento, massa crítica e capacidade de intervenção, com melhores resultados para todos. Por isso, aproveito a oportunidade para deixar o convite a todos os que não são nossos associados para aderirem a este projeto. As alterações no mercado da construção, provocadas em grande parte pela crescente valorização dos centros históricos e pela atual conjuntura económica, com ênfase nas obras de recuperação e reabilitação, trazem também novos desa-

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fios de atuação e soluções. De que forma poderá o setor do betão responder? Os desafios dos últimos anos obrigaram a uma investigação e inovação mais profundas, criando, através do betão, alternativas aos modos de construção tradicionais. De facto, o setor está a adaptar-se: já existem produtos diferenciadores, como os betões leves, o betão desativado ou o betão branco e colorido… É necessário dar continuidade ao investimento técnico e científico no desenvolvimento de novas soluções. Uma vez mais, a APEB, através do seu laboratório, tem um papel importante na validação destes novos produtos e também no apoio às empresas no âmbito técnico/legal. Que futuro prevê para o setor do betão? Apesar de todas as dificuldades dos últimos anos, o setor tem tido

maturidade suficiente para suportar esses impactos e, ao mesmo tempo, ir lançando as bases para dar respostas eficazes aos desafios que foram surgindo. Teremos de manter o primado da qualidade técnica dos produtos oferecidos, conjugando com eficácia o binómio qualidade/preço para assegurar índices elevados de satisfação do cliente. No entanto, não é fácil prever o futuro do setor do betão, estando este tão profundamente ligado ao setor da construção, cujo comportamento vai, por sua vez, depender da conjuntura económica. É difícil imaginar onde estaremos daqui a três ou quatro anos, apesar dos sinais moderadamente positivos. Mas acreditamos nas empresas de betão, nomeadamente naquelas que representamos.


Legislação

Descarga do betão em obra

Betão Pronto também é exceção A legislação europeia que regula os tempos de condução, as pausas e os períodos de repouso não é aplicável ao transporte de betão pronto. A legislação atual contempla um conjunto de exceções, como por exemplo, o transporte de produtos laticínios, hortícolas e florestais, assim como artesanato. Estes produtos não comportam os elevados riscos de perecidade nem de comprometimento da qualidade que afetam o betão pronto. Esta exceção permite que as empresas agrícolas, hortícolas, florestais, pecuárias e de pesca fiquem dispensadas da utilização de tacógrafo no caso dos respetivos transportes ocorrerem num raio máximo de 100 km a partir da sua base. Esta exclusão é precisamente o que a indústria do betão necessita. Basta acrescentá-la na lista.

Por que o betão pronto é especial? O betão pronto é fabricado de forma muito controlada em centrais industriais. A dosagem dos materiais constituintes é efetuada com recurso a equipamentos automatizados e calibrados para assegurar o cumprimento da composição previamente estudada. Depois de fabricado, o betão pronto é transportado para a obra por veículos específicos: os camiões-betoneira. Estes veículos são concebidos para assegurar que

o betão pronto chega à obra com a trabalhabilidade pretendida. Isso é conseguido através do tambor em permanente rotação que transmite uma agitação contínua ao betão pronto, necessária para impedir o início de presa. Esta rotação contínua do tambor deve ser mantida mesmo quando o camião-betoneira está parado. Por esta razão, o registo do tacógrafo não reflete o tempo que o motorista realmente ocupa na condução do veículo, uma vez que as pausas têm que ser realizadas com o motor parado. O betão pronto é um produto perecível. O tempo que decorre desde o fabrico até à aplicação na obra varia entre 90 e 120 minutos. Durante este período o betão permanece no estado fresco, condição necessária para que possa ser aplicado na obra.

A ERMCO revela o dilema De acordo com o estudo efetuado pela ERMCO, a Organização Europeia do Betão Pronto, em 20121, a distância média percorrida por um camião-betoneira é de 17,47 km. A distância mínima percorrida entre a central e a obra foi de 7,95 km e a distância máxima foi de 30,92 km. Em média, cada camião-betoneira percorreu 145,74 km por dia. 1

Report on the typical work patterns of truck-mixer drivers in the ready-mixed concrete industry, ERMCO, Janeiro 2013

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Legislação

No que respeita a tempos, o mesmo estudo conclui que o tempo médio de presença dos motoristas dos camiões-betoneira foi de 10 horas e 40 minutos. Deste tempo, menos de metade é passado atrás do volante (42%). No restante tempo, o motorista encontra-se ao lado do seu camião-betoneira a realizar outros trabalhos, tais como a preparar e a lavar o veículo, a carregar e a descarregar o produto ou simplesmente à espera. É aqui que surge o principal problema, uma vez que as paragens registadas são curtas e não correspondem a pausas válidas de acordo com a legislação.

O que exige a legislação atual? O Regulamento (CE) n.º 561/2006 da Comissão e do Conselho é o diploma que regula os tempos de condução e os períodos de repouso do transporte de mercadorias. Este regulamento é operacionalizado a nível nacional pela Portaria n.º 222/2008 de 5 de março. Um dos objetivos da regulamentação é melhorar a segurança rodoviária através de limitações dos tempos de condução, das pausas e dos períodos de repouso.

Atualmente, os períodos de condução estão limitados a 4 horas e 30 minutos, após o qual o motorista deve efetuar uma pausa contínua de pelo menos 45 minutos. Contudo, esta pausa pode ser substituída por duas pausas mais curtas diluídas no período de condução: uma com pelo menos 15 minutos, seguida de outra com pelo menos 30 minutos.

O que se passa com o transporte do betão pronto A utilização de tacógrafos nos camiões-betoneira tem acarretado problemas da indústria com as autoridades reguladoras do trânsito. As particularidades do betão pronto, juntamente com todos os imprevistos que podem surgir durante o transporte e na execução da obra (por exemplo: congestionamento de tráfego, condições meteorológicas adversas, condições do estaleiro da obra, atrasos na preparação da betonagem em obra), dificultam o cumprimento da legislação. É muitas vezes impossível efetuar as pausas obrigatórias. Um motorista não pode interromper a descarga do betão para efetuar

Dia a dia do motorista de um camião betoneira

INÍCIO DO DIA Coloca o veículo em funcionamento

RETORNO Conduz o veículo até à central

PREPARAÇÃO Conduz o veículo à zona de lavagem, molha o interior do balão e remove a água em excesso

LIMPEZA Conduz o veículo até à zona de lavagem e limpa o balão, o funil de descarga e a caleira

PAUSA Estaciona e desliga o veículo

DESCARGA Conduz o veículo até ao local indicado e descarrega o betão pronto

ENTREGA Apresentação da guia de remessa e receção do betão pela obra. Por vezes, recolha de amostra para ensaios

TRANSPORTE Conduz o veículo até à obra FIM DO DIA Estaciona e desliga o veículo

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CARGA Conduz o veículo à zona de carga e aguarda

LIMPEZA EXTERIOR Conduz o veículo à zona de lavagem e limpa o exterior do balão e o funil de carga


Limpeza do camião-betoneira após regresso à central

a pausa obrigatória. Tal poderia colocar em causa a estabilidade e/ou a durabilidade da estrutura. Um motorista não pode parar o motor do camião-betoneira enquanto não descarregar o betão na obra. O betão poderia endurecer no balão, com prejuízo da sua aplicabilidade e custos elevadíssimos em termos económicos e ambientais. No seu dia a dia, o motorista do camião betoneira manobra o veículo com intermitência, alternando curtos períodos de condução com disponibilidade, outros trabalhos e pausas. É altamente improvável a ocorrência de fadiga, que é o elemento potenciador do aumento do risco de segurança rodoviária que a legislação pretende acautelar. Por isso, a aplicação do Regulamento (CE) n.º 561/2006 ao transporte do betão pronto não tem sentido. Por outro lado, sempre que muda de atividade, o motorista do camião-betoneira tem de comutar o tacógrafo manualmente. Qualquer esquecimento pode ser sujeito a má interpretação das autoridades e levar a contra-ordenações e coimas. É urgente diferenciar a legislação e estabelecer uma exceção para o transporte do betão pronto.

É preciso reformar a lei A legislação foi pensada para o transporte de mercadorias a longas distâncias, não para transportes locais como é o caso do betão pronto.

Uma vez que o betão pronto precisa de estar em movimento para permanecer em condições de ser aplicado, não é razoável esperar que um condutor interrompa o funcionamento do camião-betoneira para poder cumprir com os períodos de repouso que exige a legislação. A utilização de um segundo condutor também não é alternativa viável por razões económicas. Além disso, muitos motoristas são empresários em nome individual que operam com o seu próprio veículo. As empresas de betão pronto atuam com responsabilidade social. Estão empenhadas em cumprir as leis que lhe são aplicáveis. Acreditamos que esta questão pode ser resolvida sem prejuízo dos objetivos do Regulamento (CE) n.º 561/2006: boas condições de trabalho e melhoria da segurança rodoviária. Este regulamento, no seu Artigo 13º, prevê a possibilidade de os estados membros concederem isenções. Em Portugal, as exceções constam da Portaria n.º 222/2008. Uma delas abrange as empresas agrícolas, hortícolas, florestais, pecuárias ou de pesca, que ficam isentas de utilização de tacógrafo nos veículos utilizados para o transporte das mercadorias da sua atividade empresarial, num raio máximo de 100 km a partir da base da empresa. É isto mesmo o que a indústria do betão pronto precisa. Basta rever a Portaria n.º 222/2008 de modo a incluir o transporte do betão pronto na lista das isenções.

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Vida Associativa

Concretope Um legado com o futuro Orgulhosos do seu passado e reconhecendo que tal só foi possível graças à competência e compromisso de todos os seus colaboradores, a Concretope compromete-se a preservar e desenvolver este legado que conta já com 47 anos de existência.

Qualidade, um dos pilares da organização

No mercado da produção e comercialização de betão pronto desde 1970, a Concretope foi uma das empresas pioneiras neste setor, e soma desde então, um volume de produção total superior a 5 000 000 m3.

A Concretope procura melhorar continuamente a sua estrutura organizacional, os seus processos e métodos de controlo, com o objetivo de corresponder e antecipar-se às exigências de qualidade dos seus clientes e meio envolvente. A produção e controlo dos betões da Concretope comprometem-se com elevados níveis de qualidade e respeitam a legislação em vigor. O sistema de controlo de produção do betão, implementado em 2010, tem sido continuamente melhorado e atualizado de acordo com as normas europeias. A colaboração com a APEB tem tido um papel fundamental neste tema, nomeadamente na formação técnica dos recursos humanos da Concretope.

Criada na margem Sul do Tejo, a Concretope foi pioneira nesta região e uma das primeiras sociedades a operar nesta atividade a nível nacional, aproveitando, numa fase inicial, o conhecimento e experiência obtido na Grã-Bretanha, um mercado exigente e muito evoluído, em décadas anteriores. Mantendo sempre como linha de atuação o primado do cliente, a Concretope procura manter-se na vanguarda deste mercado competitivo, através da oferta de elevados padrões de qualidade que vão desde a produção à distribuição, assegurados por equipamentos fiáveis e atuais e por profissionais competentes, integrados numa equipa cuja missão é preservar a confiança na marca Concretope. Com presença na Sobreda da Caparica, concelho de Almada, desde 1970, em Lagos desde 1981 e em S. Brás de Alportel com início de atividade em 1992, a Concretope apresenta um portefólio diverso, onde se destacam obras de grande envergadura, de que são exemplo a construção da ETAR da Companheira em Portimão (em curso), do Seixal Shopping Center, do Metro Sul do Tejo, do Viaduto do Fogueteiro e de Viaduto da A2 – Autoestrada do Sul. Conta também com um extenso leque de obras de menor dimensão, mas igualmente importantes e merecedoras de semelhante atenção. Primeira Central de Betão da Concretope, instalada em 1972, em Almada

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Internacional

The Concrete Initiative – A Iniciativa Betão Uma iniciativa que quer mostrar os benefícios do betão para uma construção sustentável na Europa O Betão é a espinha dorsal da construção sustentável O betão é o material de construção mais utilizado no mundo. Faz parte do nosso dia a dia. Contudo, devido à sua natureza omnipresente é muitas vezes menosprezado. Foi para contrariar esta imagem que surgiu a Iniciativa Betão. O principal objetivo da iniciativa é aumentar a consciência social e empresarial para a importância do betão na criação de um sector da construção sustentável na Europa. Para atingir este objetivo a ideia é desenvolver estudos em diversas vertentes para mostrar os benefícios do betão como material de construção essencial. Eis alguns dos estudos já efetuados: o efeito multiplicador dos sectores do cimento e do betão na economia, a contribuição positiva do betão para a redução do dióxido de carbono, o betão e a segurança contra incêndios, o papel do betão na construção de habitações a custos controlados, assim como o contributo do betão na eficiência energética.

Lançada em maio de 2014, a Iniciativa Betão é um projeto conjunto da Associação Europeia do Cimento (CEMBUREAU), da Organização Europeia do Betão Pronto (ERMCO) e da Federação Europeia do Betão Prefabricado (BIBM). Os promotores da iniciativa estão conscientes que no foco do ambiente construído estão os cidadãos. Por isso envolve os decisores políticos e as restantes partes interessadas na discussão sobre a construção sustentável. A Iniciativa Betão analisa as implicações económicas, sociais e ambientais da construção sustentável e promove uma abordagem equilibrada entre estes três pilares. Mostra como a indústria da construção, onde se inclui o setor do betão pronto, pode ajudar a encontrar soluções sustentáveis para os desafios da Europa.

Compromissos da Iniciativa Betão

• Desenvolver um modelo para suprir a carência de habitações a preços acessíveis na Europa. • Envolver os decisores políticos e as partes interessadas relevantes no estudo dos aspetos ambientais, sociais e económicos da construção sustentável. • Colaborar com as instituições de ensino para aprofundar o conhecimento do potencial do betão para a construção sustentável e desenvolver perícias para a indústria do betão pronto. • Participar no desenvolvimento das normas europeias para promover os objetivos de uma Europa de baixo-carbono e maximizar a utilização de produtos reciclados.

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• Promover a análise do ciclo de vida dos edifícios de acordo com as normas europeias através do fornecimento das necessárias declarações ambientais de produto. • Orientar os especificadores, arquitetos e construtores para maximizar o aproveitamento das vantagens da inércia térmica do betão e desta forma contribuir para melhorar a eficiência energética dos edifícios. • Continuar a desenvolver as melhores práticas de reabilitação das pedreiras como zonas de proteção da biodiversidade.


O manifesto da Iniciativa Betão tem três objetivos: 1.º Incentivar medidas políticas e normas que estimulem o crescimento e a inovação; 2.º Melhorar os impactos ambientais e sociais da indústria do betão; 3.º Definir os compromissos da própria iniciativa na prossecução de um futuro sustentável na Europa. A iniciativa quer colaborar de forma ativa com a indústria na promoção do betão e na sensibilização para a sua importância nas soluções de uma construção sustentável. É preciso que a União Europeia e os seus Estados Membros reconheçam o sector industrial do betão pronto enquanto facilitador e fornecedor de soluções, para suprir o défice tanto de infraestruturas como de habitações a preços acessíveis na Europa. Este é o primeiro passo para desenvolver um quadro regulamentar para incentivar e direcionar fundos suficientes para avançar com a construção sustentável dos edifícios e das infraestruturas. É igualmente importante que a avaliação do desempenho seja feita ao nível do projeto e tenha em conta

todo o edifício ou infraestrutura, sem favorecer um material em detrimento de outro, assim como toda a vida útil da obra. É preciso que os organismos públicos recorram cada vez mais a este tipo de avaliações para basear a seleção das soluções construtivas mais sustentáveis para as suas obras. A indústria do betão pronto contribui de forma ativa para uma sociedade melhor. Isto acontece quando se envolve no desenvolvimento sustentável das cidades e quando utiliza resíduos de construção e demolição (RCD) na produção do betão. A reciclagem dos RCD ainda tem potencial para evoluir: ideal é a diferenciação dos resíduos por tipo de material ou por impacto ambiental. Assim será possível obter material reciclado com qualidade para utilização na nova construção sem perda de valor, ou seja, utilizar agregado obtido da reciclagem de betão estrutural no fabrico de novo betão estrutural. Outro contributo da indústria do betão pronto é pesquisar e promover soluções construtivas que maximizem a reciclabilidade das novas construções.

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Obra

Alqueva: um lago de oportunidades Por Vítor Barbosa, Administrador da IBERA S.A.

O fecho das comportas da Barragem de Alqueva, faz agora 15 anos, marcou o início da concretização de um sonho. Agora, com a recente conclusão das infraestruturas de rega deu-se corpo a uma velha aspiração de transformação do potencial duma Região vasta e despovoada. Pensada há um século e projetada há 60 anos, encontra-se concluída a infraestrutura principal e secundária de armazenamento e distribuição de água daquele empreendimento. O conjunto diverso das obras executadas utilizou o material mais corrente, económico e adaptável que se conhece – o betão – nas suas múltiplas aplicações, mobilizando recursos humanos e materiais significativos nos últimos 20 anos. Atualmente, esta obra começa a demonstrar um impacto decisivo na estrutura produtiva nacional, fruto do regresso em força de uma “nova” agricultura, da produção de energia e do crescente interesse turístico. 22

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A IBERA, estando fisicamente próxima do projeto e consciente da sua relevância, esteve comprometida praticamente desde a primeira hora: à exceção da construção da barragem – que apoiou pontualmente –, toda a restante infraestrutura contou com a sua participação direta, fornecendo a maior fatia das empreitadas lançadas entre 2000 e 2015. A pequena nota que queremos deixar aos associados da APEB, e a todos aqueles que estão ligados ao betão, não versa a inovação conceptual ou qualquer complexidade técnica excecional superada por conhecimento depositado ou desenvolvido na IBERA. Trata-se apenas de uma breve exposição sobre o conjunto de empreitadas em que participámos e também sobre a estratégia de antecipação, de tomada consciente de risco e de flexibilidade da ação. Esta estratégia permitiu que a IBERA estivesse presente, quase sem interrupção, em todas as fases do empreendimento: desde o restabelecimento de vias e acessos,


à construção de uma aldeia completamente nova (incluindo translação de igreja e do cemitério existente), passando pela conservação do património submerso (construção de sarcófago em betão no “Castelo da Lousa”), de uma central de produção de energia elétrica, canais de rega, túneis, estações elevatórias, tomadas de água e revestimento de taludes, até à construção de estruturas náuticas e a diversos equipamentos turísticos. Assim, do fornecimento ao longo dos anos, e das diversas fases de trabalhos, destacamos:

• Centro Produção de Mourão (2000 - 2003) A IBERA mobilizou-se para instalar um centro de produção nesta localidade, a cerca de 40 km a NNE (Nor-Nordeste) do paredão da barragem. Esta localização permitiu fornecer o betão para: – As obras de arte (ponte de Mourão sobre o Guadiana, pontes sobre a ribeira de Alcarrache) e Ponte da Amieira sobre as vias que iriam atravessar as áreas inundadas pela albufeira; – Os trabalhos acessórios para os restabelecimentos dessas mesmas vias; – A nova Aldeia da Luz (infraestruturas, habitações, comércios e outras atividades económicas, edifícios públicos, equipamentos, etc.); – Obras de proteção ambiental e do património a submergir; – O arranque da estação elevatória de Álamos.

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Obra

• Centro de Produção de Monte do Trigo (2005 - 2006)

• Centro de Produção de Ferreira/Beja (2007 - 2016)

O início previsto das empreitadas de construção da primeira fase de rede primária de rega, da construção de barragens secundárias e de estações elevatórias conduziu-nos à instalação de outra central de betão temporária na pequena localidade de Monte do Trigo, situada 30 km SE de Évora.

A IBERA instalou um novo centro de produção entre estas localidades, no final de 2007. O novo centro visou a consolidação do posicionamento estratégico da empresa no Baixo Alentejo e permitiu o fornecimento das diferentes empreitadas de construção das redes primária e secundária de rega promovidas pela EDIA a poente da barragem. Essa rede compreendeu a ligação a barragens já existentes, visando fechar o circuito da água por uma vasta região, naquilo que anteriormente se havia designado o “Plano de Rega do Alentejo”. Assim, passaram a estar ligadas a Alqueva as barragens de Alvito, Roxo, Odivelas ou o Pego do Altar, no Torrão, unindo as bacias do Guadiana e do Sado.

A partir desta localização foi fornecido betão para: – Barragens dos Álamos (3) e do Loureiro; – Canal Loureiro-Monte Novo; – Arranque do túnel Álamos-Loureiro.

• Centro de Produção de Moura (2008 - 2015) A deslocação da obra de infraestruturação para sul conduziu-nos, uma vez mais, ao encontro de soluções viáveis de localização. Neste caso, a Ibera optou por se instalar em Moura, cidade que seria, a par de Beja, um dos centros do novo impulso às obras promovidas pela EDIA, com especial relevo para a margem esquerda do Guadiana. A partir do Moura e nos oito anos seguintes, com algumas interrupções, a IBERA forneceu betão para inúmeras obras, destacando aqui: – O Aproveitamento Hidroagrícola da Orada – Amoreira; – A construção dos adutores do Enxoé, Serpa e Lage, e ainda da barragem da Lage; – A conduta elevatória, estação elevatória e reservatório de Brinches; – As estações elevatórias Brinches-Serpa; – A Estação elevatória de Pedrógão; – O túnel de reforço de potência do escalão de Alqueva.

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Destacam-se as principais obras: – O bloco de Rega Cinco Reis – Trindade; – O Bloco de Rega Beringel – Álamo; – O Circuito Hidráulico de S. Matias; – A Segregação de Caudais de Odivelas; – O Circuito Hidráulico Roxo – Sado; – As infraestruturas viárias e de Rega do Bloco1, 2 e 3 de Ervidel; – A construção da Ligação Pisão – Ferreira; – A construção dos blocos de rega 4 e 5 de Baleizão – Quintos; – A construção do bloco de rega Roxo – Sado; – A construção do bloco de Selmes.

Entre 2000 e 2016, a IBERA levou o seu betão até este empreendimento, oferecendo os seus serviços a algumas das maiores e mais capazes empresas que, à época, operavam no nosso país.


Os maiores consumos foram protagonizados isoladamente ou em consórcio pela Ferrovial, Edifer, Monteadriano/Adriano (hoje Elevolution), MSF, HCI, Ramalho Rosa, Dragados, MRG, Soares da Costa, Teodoro Gomes Alho, Oliveiras, Construtora do Tâmega, Zagope, Tecnovia, CME e ABB.

O volume de fornecimento pela IBERA para este empreendimento cifrou-se em cerca de 350 mil metros cúbicos de betão. Estima-se que tenha envolvido diretamente perto de 40 pessoas, incluindo prestadores de serviço e, ainda que não em simultâneo, cerca de três dezenas de autobetoneiras. Para assegurar a segurança da cadeia de abastecimentos, e em duas situações, a Ibera envolveu-se direta ou indiretamente na produção de agregados. Concluída esta “fase do betão”, espera-se que o futuro deste enorme investimento seja sustentável por todos nós. Assim parece, pela evolução notória e notável da produtividade agrícola, das novas culturas que se experimentam, pelas agroindústrias que se consolidam, pela produção de energia, pelo turismo e pelo reforço das atividades endógenas. No Alentejo batizou-se a envolvente à albufeira como “As terras do Grande Lago”. Agora, tal como no futuro, desejamos que este seja um lago de oportunidades.

QUANDO UM VALE INTEIRO PODE CONFIAR NA FORÇA DO BETÃO A Sika possui uma ampla gama de adjuvantes e adições para a produção de cimentos, betões e argamassas. Estes produtos melhoram e realçam as propriedades específicas destes materiais tais como a trabalhabilidade, durabilidade, estanqueidade, resistências iniciais e finais. GAMAS

PRINCIPAIS APLICAÇÕES

MAIS VALOR MENOS IMPACTO

Sika® ViscoCrete® Sikament® Sika® Plastiment® Sikaplast® Sika® Plastocrete® Sika® Sigunit® SikaGrind® Sika ViscoFlow® SikaPaver® SikaRapid®

Betão Pronto Projetos Especiais Prefabricação Fabrico de Argamassas Secas Fabrico de Gesso Cartonado Indústria do Cimento

Redução da pegada de carbono Diminuição no consumo de energia Poupança de água Eficácia operacional Green Building Aprovado EPD e LCA

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Entrevista

“Há tantas formas de trabalhar o betão hoje em dia” Entrevista a Jorge Cruz Pinto Por Silke Buss, Diretora da BUSS Comunicação | Coaching | Marketing

Jorge Cruz Pinto é arquiteto, artista plástico, professor universitário e empresário. Nascido na Vidigueira em 1960, abriu o gabinete Jorge Cruz Pinto e Cristina Mantas, Arquitectos, Lda. em 1992. Gosta de todos os materiais. Quanto ao betão, prefere o betão pronto. No seu site, entre as obras apresentadas, o Hotel Palácio do Governador está em destaque. Porquê? O Hotel Palácio do Governador é a nossa obra mais recente e recebeu cinco prémios em 2016. Foi um projeto de catorze anos. Era a antiga casa do governador da Torre de Belém.

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Foi construída por volta de 1519 na praia de Pedrouços. Depois passou pelas mãos de várias famílias até ter sido comprada por um promotor e em 2001 iniciámos os trabalhos com o objetivo de transformar o antigo palácio num hotel de charme com spa. Fizemos o projeto, eu e a minha colega e mulher Cristina Mantas. Foi um interessante desafio e demorou algum tempo, já que o edifício estava em vias de classificação patrimonial. Quando foi aberto o hotel? Foi acabado em finais de 2015 e inaugurado em 2016. Foi uma obra de reabilitação extensa. Mantivemos o tra-

çado existente do edifício: as paredes mestras, as abóbadas, as cantarias, os salões com os tetos de maceira, que tivemos de desmontar e voltar a montar para restaurar, os azulejos e a capela barroca. E betão, também utilizaram? (Ri-se) Betão invisível! A grande parte da construção está dentro e não fora. Fizemos umas intersecções de novos volumes na cobertura para obtermos uma espécie de mansarda. Interviemos sobretudo ao nível dos pisos escavados para introduzir o spa e as instalações técnicas. Antes de escavarmos os três pisos abaixo do solo,


introduzimos microestacas nas fundações do edifício. As paredes de fundação foram recalçadas com betão armado. Quando começámos a escavar, encontrámos tanques romanos de uma produção de garum e o edifício aproveitou parte das fundações para se encaixar. Por isso a obra parou durante algum tempo, entraram os arqueólogos, adaptámos o projeto e tirámos partido das ruínas. Depois foi escavado e aí todas as fundações e os pisos subterrâneos são de betão armado. É por isso que eu digo que usámos betão invisível. A parte visível do edifício é alvenaria tradicional, mas utilizámos muito betão. Nesta obra, o betão representa mais de 35 por cento do material de construção. Utilizou só betão armado? Nas estruturas de fundação e pisos inferiores, sim. Temos outro tipo de obras onde utilizámos mais o betão armado visível. Por exemplo, este pavilhão de Cuba no Alentejo (mostra uma foto no telemóvel) é um pavilhão expressionista, com referência à primeira Bauhaus e à arquitetura nórdica, mas com um cunho da arquitetura branca moldada para a luz do Alentejo. E utilizou nesta obra outros tipos de betão e também visível? Sim, também visível. Mas mais tarde pintaram os pilares em betão que estavam à vista. O que não tem sentido, porque o que nos interessava era a relação entre a figura do pilar em betão cru em contraste com o fundo do branco das volumetrias e do azul violáceo do embasamento. Lembro-me que nos anos 80, 90 o betão era visto como material feio. Como é a imagem atual do betão em Portugal? Neste momento existem várias tendências marcadas pelas influências internacionais. Nos anos 80, o pós-modernismo maquilhou o betão. A partir do início do século XX, o betão visível começou a ganhar expressão. Isto

devido às fortes influências da arquitetura industrial americana, do modernismo francês, à Bauhaus ao brutalismo. Para mim há um arquiteto alemão do século XIX que continua a influenciar a forma como olhamos para os materiais e em particular para o betão. Refiro-me a Gottfried Semper. Ele fez as óperas de Dresden e de Viena e alguns edifícios que foram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. Ele classificou os materiais em quatro categorias: os têxteis, os cerâmicos, os tectónicos pilar/viga e os estereotómicos. O betão armado preenche estas quatro categorias de Semper. O betão é um material extremamente plástico que consegue trabalhar bem à compressão. A armação de aço trabalha também à flexão, à torção e à tração. O betão adapta-se facilmente às formas, tanto técnicas como de expressão plástica. Como elemento estético, gosta de betão? Betão à vista, sim. Há tantas formas de trabalhar o betão hoje em dia. Prefere betão produzido na obra ou betão pronto? O betão pronto tem outras garantias, um controlo maior do que o betão produzido na obra em termos de qualidade. Depende muito dos arquitetos, produtores, empreiteiros... Se for respeitada a qualidade das amostras, então o betão pronto dá garantias de maior qualidade. Outras vantagens são a produção em escala e a rapidez de execução.

“O betão adapta-se facilmente às formas, tanto técnicas como de expressão plástica.”

Acha que a indústria de betão pode contribuir para melhorar a arquitetura? Creio que sim, tudo pode melhorar, sobretudo se a indústria do betão estiver ligada à investigação e à inovação. Pode contribuir para a melhor eficácia da construção e da arquitetura e hoje há betões com características diversas, até com a incorporação de fibras de carbono. Hoje o betão consegue quase tudo. Lembro-me de uma inovação: a cultura árabe introduziu as muxarabis em Portugal. São grelhas que filtram a luz e criam intimidade. Durante anos tiveram na arquitetura portuguesa uma grande expressão. Foram proibidas no séc XVIII. Mas os portugueses levaram as muxarabis para o Brasil e entraram na arquitetura colonial. A arquitetura moderna brasileira introduziu estes módulos perfurados em betão. Chamam-lhes cobogó, uma patente criada por três engenheiros. Estas e outras inovações surgem das relações entre gabinetes de arquitetura, a indústria do betão e a investigação aplicada.

O Hotel Palácio do Governador foi distinguido como melhor obra de reabilitação em turismo de 2016 (Jornal Construir / Revista Anteprojectos)

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Obra

Túnel de Águas Santas Betão Liz fornece 26 mil metros cúbicos de Betão Pronto Por António Rodrigues, Laboratório Central da Betão Liz, S.A.

A construção do Túnel de Águas Santas é a primeira fase das obras para o alargamento da autoestrada A4, no lanço Ermesinde – Porto. Com 21 metros de largura é considerado o túnel mais largo da Península Ibérica. Projetado para comportar quatro faixas de rodagem no sentido Amarante – Porto, tem mais de 300 metros de comprimento e fica a norte das duas galerias já existentes. O investimento previsto ronda os 13,5 milhões de euros. A construção do novo túnel é consequência da intensidade de tráfego que se regista atualmente naquela via, superior a 60 mil carros por dia. Para este nível de utilização, o contrato de exploração de autoestradas da Brisa especifica quatro vias em cada sentido.

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A obra teve início em outubro de 2015 e a sua conclusão está prevista para final do mês de maio de 2017. Contudo, a sua abertura ao trânsito vai acontecer apenas em setembro de 2018, quando também estiver concluída a segunda fase da obra: o alargamento e beneficiação do sublanço Ermesinde – Águas Santas. Os trabalhos de execução da obra estão a cargo do consórcio constituído pelas empresas RRC, Conduril e Amândio de Carvalho. O betão foi fornecido a partir da central de Rio Tinto com apoio, quando necessário, do centro de produção da Senhora da Hora. As duas centrais possuem o controlo de produção certificado conforme a Norma NP EN 206 -1 de 2007.


“Esta é uma obra importante para a Betão Liz por duas razões: o grande volume de betão que fornecemos e a tipologia dos betões envolvidos.” Paulo Capristano Diretor-Geral da Betão Liz, SA.

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Obra

Ficha técnica Os betões fornecidos foram: • 9100 m3 de betão para projetar, com uma resistência mínima de 6 MPa às 6 horas de idade; • 13000 m3 de betão de resistência inicial elevada, com uma resistência mínima especificada de 14 MPa às 12 horas de idade; • 3900 m3 de outros betões correntes. No desenvolvimento das composições destes betões, a Betão Liz teve em conta o projeto de durabilidade que especifica uma vida útil de 100 anos para a obra. As composições dos betões especiais foram testadas em laboratório. A seguir foram realizados ensaios industriais para comprovar a adequação das composições propostas e conseguir a aprovação. A primeira parte da obra consistiu na execução da cortina de estacas para suporte de talude/muro a norte do túnel. O betão mais fornecido foi o betão C25/30. S5.XC2(P).D22.Cl0,4. Em simultâneo desenvolveu-se a composição do betão para projectar C25/30.S5.XC2(P).D10.Cl0,4 (PROJEC). Este betão destinou-se à execução da primeira camada de revestimento do túnel e incorporou vários tipos de fibras, conforme especificação do projeto, a fim de atingir o valor pretendido para a capacidade de absorção de energia. Para o revestimento final do túnel foi estudado o betão C30/37.S4.XC4(P).D22.Cl0,4 (BRIE), o qual mereceu a maior atenção do Laboratório da Betão Liz. Com incorporação de fibras de polipropileno de diâmetro inferior a 0,018 mm, na dosagem de 1,0 kg/m³, o principal requisito especificado para este betão foi a resistência mínima de 14 MPa às 12 horas de idade. Para além disso, o betão tinha de apresentar uma boa trabalhabilidade e facilidade na bombagem, características por vezes antagónicas com as resistências iniciais elevadas no betão.

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› Obra: Túnel de Águas Santas, Maia › Dono de Obra/Projeto: BRISA › Fiscalização: BRISA / BEG › Empreiteiro: RRC / Conduril /

/ Amândio de Carvalho › Fornecedor de Betão: Betão Liz, S.A., uma empresa InterCement › Laboratórios de Controlo: Betão Liz; Conduril; Brisa; Senqual.

Para obter um betão de resistência inicial elevada, a empresa estudou várias soluções com a utilização de diferentes tipos de adjuvantes, mantendo os restantes materiais constituintes disponíveis nas centrais da Betão Liz do Porto. A solução encontrada envolveu a utilização de cimento CEM II/A-L 42,5 R produzido pela Cimpor em Souselas e de agregados grossos graníticos provenientes da Agrepor de Penafiel. Os adjuvantes foram utilizados numa sinergia entre um Plastificante e um Superplastificante da SIKA, e pela primeira vez em Portugal, um agente ativador da hidratação do cimento fornecido pela BASF. Este novo produto permite o desenvolvimento de cristais entre as partículas de cimento e melhora as resistências iniciais sem afetar as resistências finais do betão. Promove uma microestrutura mais fechada que favorece igualmente a durabilidade do betão. Esta sinergia permitiu reduzir de 12 para as 10 horas de idade necessárias para atingir a resistência mínima requerida (14 MPa). Isto contribuiu de forma significativa para os trabalhos decorrerem com a normalidade desejada.


Vila das Aves Penafiel

A 1ª Empresa de produção e comercialização de agregados e outros derivados de calcário em Portugal, certificada pela EN ISO 9001:2015. Marcação CE – Materiais para a Construção • Produção de agregados para: • Betão • Misturas betuminosas • Pavimentos ligados e não ligados • Ferrovia • Enrocamentos, entre outros

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© Unibetão

Normalização

Nova norma para o betão NP EN 206 Por João Duarte, Diretor Executivo da APEB

O Instituto Português da Qualidade (IPQ) tem previsto para junho de 2017 a publicação da nova norma portuguesa do betão, NP EN 206. A nova norma tem, tal como a sua antecessora, um anexo com as disposições específicas para Portugal. Trata-se do Anexo Nacional que se encontra nas últimas páginas do documento. Existem diversas alterações, tanto no corpo original da norma europeia, como no Anexo Nacional. Gostaria de vos apresentar as alterações mais importantes, para os projetistas e para os empreiteiros. Atenção: esta norma só pode ser utilizada em Portugal após a publicação do diploma legal que anula e substitui o Decreto-Lei n.º 301/2007 de 23 de agosto. Enquanto este estiver em vigor, é obrigatório continuar a utilizar a norma anterior, NP EN 206-1.

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etão

Projetistas É o projetista quem tem de especificar o betão a utilizar na estrutura. Claro que para isso deve ter em conta a exposição ambiental dos diversos elementos estruturais. Em termos de classificação do betão em termos de resistência, consistência, teor máximo de cloretos e exposição ambiental não há alterações significativas. Contudo, há um aspeto muito importante: em Portugal, a classe X0 não é aplicável a betão armado ou com metais embebidos. Fica agora explícito que o projetista tem de especificar uma classe de exposição ambiental diferente de X0. Só assim pode assegurar a durabilidade da estrutura durante a vida útil pretendida para a obra. Outra alteração refere-se à máxima dimensão do agregado no betão, Dmax. A nova norma requer que a especificação do betão defina a máxima dimensão do agregado através dos valores limite Dinf e Dsup, sendo que


Ensaios de identidade - LOTE

Dinf ≤ Dmax ≤ Dsup. O projetista deverá assegurar que Dsup não seja maior que o valor de dg definido no Eurocódigo 2 (EN 1992-1-1). O Anexo Nacional (NA.1 – 3.1.1.18) define ainda que quaisquer alterações à especificação do betão carecem de aprovação prévia pelo projetista.

Pode ser definido por um dos seguintes volumes de betão entregues na obra: › Para cada piso de um edifício ou grupo

de vigas/lajes ou grupo de pilares/paredes de um piso de um edifício ou partes semelhantes de outras estruturas; › Durante 3 dias de betonagem consecutivos (que podem ser descontinuados), mas não mais de 400 m3 ; › Numa betonagem contínua de grande volume.

Empresas de construção As alterações mais importantes para as empresas construtoras têm a ver com o controlo da qualidade do betão fornecido para a obra, ou seja, os ensaios de identidade. Acho que é importante recordar que os ensaios de identidade são uma responsabilidade do utilizador do betão, isto é, da entidade que executa a obra. O objetivo é confirmar se o betão entregue na obra faz parte de uma produção que foi dada pelo produtor do betão como conforme. A obrigatoriedade de realizar ensaios de identidade depende da classe de execução1 da obra, mas isso será definido no novo Decreto-Lei. A norma anterior, NP EN 206-1, tinha critérios apenas para a resistência à compressão. A nova norma estabelece agora critérios de identidade também para propriedades do betão fresco, como a consistência e o teor de ar. Para o betão autocompactável (BAC), temos agora critérios para a viscosidade, a capacidade de passagem e a resistência à segregação. No caso de adição de fibras ao betão há ainda critérios de identidade para a dosagem e a homogeneidade da distribuição das fibras no betão fresco.

Pela sua importância, vamos começar pelas alterações aos critérios de identidade da resistência à compressão. As alterações constam do Anexo Nacional e começam

pelo lote, isto é, o volume do betão que está a ser avaliado. A nova norma segue o alinhamento da versão anterior, com ligeiras alterações. A novidade é a referência às betonagens contínuas de grande volume. Esta situação faltava na versão anterior. Outro aspeto que muda é a frequência mínima de amostragem em cada lote. A partir do quadro apresentado podemos verificar que uma central sem certificação do controlo da produção não pode fornecer obras das classes de execução 2 e 3, quando na versão anterior só ficavam de fora as obras da classe 3. E há mais uma novidade: no caso de uma central estar abrangida por um sistema de gestão da qualidade

Ensaios de identidade – Frequência mínima de amostragem em cada lote

Classe de execução

Betão com certificação do controlo da produção

Betão sem certificação do controlo da produção

1

1 amostra cada 150 m3, com o mínimo de 1 amostra por dia de betonagem

1 amostra cada 50 m3, com o mínimo de 1 amostra por dia de betonagem

2

1 amostra cada 75 m3, com o mínimo de 1 amostra por dia de betonagem

Não aplicável

3

1 amostra cada 50 m3, com o mínimo de 1 amostra por dia de betonagem

Não aplicável

1

No quadro normativo anterior, a classe de execução era designada por classe de inspeção

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Normalização

ISO 9001 certificado, aplica-se a mesma frequência mínima definida para as centrais com certificação do controlo da produção. Um aspeto que sempre levantou dúvidas na versão anterior foi quem podia executar a amostragem e tratar dos provetes até ao ensaio de resistência à compressão. Com a nova norma esta questão fica resolvida. Para as obras da classe de execução 3 é preciso utilizar um laboratório acreditado para a amostragem, a preparação e cura dos provetes e os ensaios. Para as restantes classes pode ser utilizado um laboratório não acreditado, mas para isso é preciso obter o acordo prévio do produtor do betão e da entidade de supervisão da obra. No que respeita aos critérios de avaliação dos resultados, as alterações são mais profundas. Para o betão proveniente de uma central com certificação do controlo da produção (ou com certificação ISO 9001) há uma separação que depende da classe de resistência especificada. Para os betões com classe inferior a C25/30 mantêm-se os critérios anteriormente definidos. Contudo, para os betões de classe igual ou superior a C25/30, os critérios são agora mais exigentes. O betão só é presumido conforme quando são satisfeitos ambos os critérios de conformidade, tal como acontecia na versão anterior. Quanto às restantes propriedades, agora abrangidas pelos ensaios de identidade, a avaliação é mais simples: a cada resultado de ensaio aplicam-se os mesmos critérios que são estabelecidos na norma para a avaliação da conformidade.

Em resumo, mantém-se a linha geral da norma anterior. No entanto, há algumas alterações que é preciso compreender e implementar.

Ensaios de identidade – Critérios de identidade para classes de resistência ≥ C25/30. Betão com certificação do controlo da produção

Número n de resultados do lote

34

Critério 1

Critério 2

Média, fcm (N/mm2)

Resultados individuais, fci (N/mm2)

1

Não aplicável

2

≥ fck + 2

3–4

≥ fck + 3

5–6

≥ fck + 4

etão

≥ fck – 4


Certificação

O Risco como mapa para o desenvolvimento organizacional Por Miguel Syder, eiC

Os seres humanos enfrentam riscos em toda a sua existência. O risco deriva da incerteza. Assenta nas possibilidades que podem, ou não, ocorrer. Estas, a concretizarem-se, irão impactar a ação, a inter-relação com os outros, o desempenho e os resultados alcançados. Uma má avaliação dos riscos envolvidos numa dada situação e a não tomada de medidas para evitar a sua ocorrência ou mitigar o seu impacto pode, em última análise, significar a não sobrevivência. Do mesmo modo, nos sistemas organizacionais humanos, uma multitude de fatores de risco, a nível interno e na envolvente, afetam o desempenho organizacional, os resultados alcançados e até a sobrevivência das próprias organizações. A identificação destes riscos e a definição de medidas que permitam o seu tratamento e o controlo das consequências que possam ter, ao nível dos objetivos e da satisfação dos clientes internos e externos da organização, revela-se como área prioritária – um fator crítico do sucesso que

pode também ser medido na capacidade de adaptação e resiliência da organização. Esta realidade levou a que, na revisão da norma ISO 9001 de 2015, seja central o conceito de pensamento baseado em risco e oportunidade. A introdução de medidas e procedimentos para tratar os riscos que podem afetar o desempenho revela-se uma verdadeira fonte de possibilidades para concretizar a melhoria contínua e reforçar as capacidades de sobrevivência e evolução de uma organização. Para que isso seja efetivo, é decisivo que o pensamento baseado em risco se torne consciente em todos os níveis da organização e que sejam definidas regras para tratar os riscos e oportunidades nos diversos processos que estão definidos. Um passo importante liga-se à mudança nas atitudes perante o risco no quadro dos colaboradores envolvidos. As pessoas são fonte de muitos riscos, mas serão talvez o fator mais decisivo para conseguir eficiência e eficácia no tratamento dos riscos e oportunidades existentes.

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Obra

UniTaipa: o Passado inspira o Presente Por Ricardo Ribeiro, Unibetão

No seguimento da procura de novos produtos que promovem uma oferta de soluções diferenciadas na indústria do betão pronto, a Secil/Unibetão inspirou-se no "antigo betão Taipa" para criar um novo produto em betão arquitetónico de base cimentícia, que designou de UniTaipa.

A Taipa é uma técnica construtiva secular, que se baseia numa mistura húmida de materiais naturais – como terra, argila, cal, pedra natural, fibras e canas – e é utilizada no fabrico de muros e paredes. Aplicada numa cofragem (taipal) ou na fabricação de blocos, a Taipa ganha resistência pela sua dimensão estrutural e compactação manual através de pilões em camadas sucessivas. Inspirada nesta técnica e, tendo como objetivo a sua aplicação numa obra desenhada pelo Arquiteto Camilo Rebelo, localizada no Alentejo, a Secil/ Unibetão foi desafiada a desenvolver um betão que cumprisse com a aparência da antiga construção em Taipa, mas de base cimentícia. Assim nasceu o betão UniTaipa, fabricado em cor rosa. Para levar a cabo este desafio, foram realizados vários protótipos em laboratório para afinar a cor e a composição de betão e testar, ainda que de uma forma 36

etão

laboratorial, vários tipos de aplicação e apiloamento. Posteriormente foram realizados protótipos em obra para otimização dos processos construtivos e aprovação prévia do acabamento final. Tendo como característica principal uma descontinuidade no esqueleto mineralógico e uma cuidadosa aplicação por apiloamento, o UniTaipa é um betão de consistência baixa, com uma classe de resistência mínima de C25/30 para garantir os requisitos mínimos de compacidade irregular e boa aparência, aplicado em camadas perfeitamente definidas e compactadas com forte apiloação por pilões, maços ou malhos, conforme hábito na produção da Taipa. A máxima dimensão do agregado é especificada em função da espessura da peça a betonar, existindo a possibilidade de ser usado um agregado da região para se obter o efeito estético desejado, cumprindo assim com a tradição centenária da técnica original. O betão UniTaipa de cor rosa é fornecido para a obra em questão a partir da central de betão de Alcácer do Sal, situada a cerca de 45 minutos de transporte. É fabricado com agregados cuidadosamente escolhidos e com a utilização de cimento branco Cibra-Pataias CEM II/A-L 52,5N (br) e pigmentos inorgânicos de óxido de ferro.


Ficha técnica › Obra: Promise › Localização: Grândola, Portugal › Dono da obra: O. J. › Arquitetura: Camilo Rebelo › Empreitada: Matriz – Sociedade

de Construções, Lda. › Fornecedor de betão: Unibetão, S.A.

Devido à especificidade da obra, que conta com 750 m3, o facto de ser um betão fabricado com cimento branco e de se pretender um acabamento tipo Taipa, com uma boa durabilidade superficial e consistência baixa, a resistência média do betão fornecido aos 28 dias é bastante superior à especificada. Neste projeto, o UniTaipa ganha uma especial relevância no recobrimento dos muros exteriores assim como no respetivo enquadramento paisagístico. Neste momento, já está em período de acabamento

uma das fases da obra, a “Casa do Caseiro”, que concilia o betão UniTaipa com a envolvente paisagística de montes, sobreiros e respetiva arquitetura. Secil/Unibetão espera com o UniTaipa contribuir para o desenvolvimento da indústria e continuar a oferecer soluções diferenciadas ao mercado, dirigindo um especial agradecimento ao arquiteto Camilo Rebelo e ao empreiteiro geral, Matriz – Sociedade de Construções Lda., que tornaram possível a materialização deste novo betão.

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Técnica

­ esas vibratórias magnéticas M facilitam o trabalho Será que é altura de mandar a agulha e a mesa vibratória tradicionais para a reforma? Hoje já há mesas com fixação magnética dos provetes. O retorno do investimento, que vai de 2400 a 15 mil euros, é ter colaboradores mais saudáveis, mais seguros e mais presentes, uma vez que o passo de trabalho fisicamente mais exigente é assumido por faixas magnéticas que se encontram na superfície da mesa. Depois de colocar o provete, o operador apenas precisa de observar e controlar o processo de compactação do betão, enquanto nas mesas tradicionais, na maioria das vezes, tem de segurar o provete com as mãos. Assim, sente todo o impacto da vibração nas mãos, braços e ombros, o que pode levar a lesões músculo-esqueléticas como tendinites e epicondilites. Os sintomas costumam surgir tardiamente o que complica o tratamento, já que resultam de uma exposição repetida a um passo de trabalho prejudicial para o corpo. “Na Testing oferecemos mais de dez modelos diferentes. Temos um leque completo desde as mesas mais simples até às mais sofisticadas, conforme as necessidades. O nosso modelo topo de gama, por exemplo, permite a compactação de alta frequência em seis posições diferentes, graças a 12 ímanes”, informa Hans-Heinrich Reuter, Diretor de Vendas da Testing. Na Alemanha, a empresa sediada em Berlim é a fabricante líder de aparelhos de ensaio para

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etão

materiais de construção. As mesas vibratórias magnéticas fazem parte dos 4500 produtos que a Testing fornece a 70 países de todos os continentes. “No total, já vendemos mais de cem mesas vibratórias magnéticas, a maior parte a clientes na Alemanha. 70 por cento destas mesas fornecemos a laboratórios e 30 por cento foram para utilização in situ”, resume o responsável. Quanto à manutenção, recomenda “o período habitual para equipamentos eletrónicos que é a cada 24 a 36 meses, conforme a intensidade de utilização.”

Quer investir numa nova mesa vibratória magnética? Eis as dicas para a escolha certa: 1. Conexão magnética para fixar os provetes na superfície da mesa para garantir a máxima transferência de energia de vibração da mesa para o betão. 2. Ter um regulador que permita ajustar a frequência de 3 mil a 9 mil rotações por minuto (através de um inversor de frequência elétrica). 3. Ter um display que indique a duração da vibração e a frequência selecionada para maximizar a probabilidade de reprodução dos resultados. 4. Uma mesa mais silenciosa para o bem-estar dos técnicos do laboratório.


PRAGOSA

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ESPECIALISTA EM TRANSPORTES DE PRODUTOS A GRANEL PARA A INDÚSTRIA DO BETÃO

EN1, Km 109, Amieira AP. 46, 2440-901 Batalha Tel: +351 244 480 120 transportes@pragosa.pt


Internacional

BRMCA – A Associação Britânica do Betão Pronto A BRMCA (British Ready-Mixed Concrete Association) representa os interesses dos produtores de betão pronto do Reino Unido e faz parte da MPA (Mineral Products Association). A BRMCA é líder no desenvolvimento estratégico da indústria do betão pronto em termos de qualidade, serviço, inovação, eficiência dos recursos, desenvolvimento de produtos e ligação com empreiteiros e clientes. O seu mandato abrange a consultoria técnica, a normalização, a sustentabilidade, a saúde e segurança, a legislação e a ligação com o governo. Em conjunto com outros grupos setoriais da MPA e o Centro do Betão (The Concrete Center) promove os sistemas de construção que incluem a utilização de betão pronto.

A promover o betão pronto há mais de 65 anos A BRMCA foi constituída em 1950 por cinco empresas, cada uma com um centro de produção. A necessidade de reconhecimento do betão pronto pela indústria da construção como alternativa ao betão fabricado em obra dominou os trabalhos da associação na fase inicial. Mais tarde, quando o betão pronto passou a ser a opção natural, a BRMCA passou a promover o desenvolvimento de inovações, tais como as cartas de controlo da produção, o conceito de famílias de betões, a utilização de adições e o betão autocompactável.

Marcos históricos da BRMCA 1950

1968

1976

1984

Constituição da BRMCA: 5 empresas, 5 centrais

Arranque do esquema de autorização da BRMCA, um esquema de garantia da qualidade com avaliação por uma entidade independente

Publicação da norma britânica BS 5328 – Métodos de especificação do betão. Com um forte apoio pela BRMCA, em 1981 esta norma passou a ser a referência para a especificação do betão, incluindo o betão pronto

A BRMCA e a BACMI colaboraram na instituição de um esquema de garantia da qualidade do betão pronto, o QSRMC (Quality Scheme for ReadyMixed Concrete). Trata-se de uma organização independente vocacionada apenas para a avaliação e certificação da qualidade

1950

40

etão

1953

1975

1982

1997

Publicação da norma britânica BS 1926 – Métodos de especificação do betão pronto, com contribuições da BRMCA

Arranque do esquema da BRMCA para acreditação de laboratórios de ensaios de betão. Este esquema foi um dos precursores para o Serviço de Acreditação do Reino Unido, UKAS

Formação da BACMI (British Aggregate Construction Materials Industries), federação que representa dos interesses dos produtores de materiais de construção do Reino Unido, incluindo o betão pronto. A BACMI publicou um código de boas práticas para a produção e distribuição do betão pronto baseada numa versão inicial de sistemas de gestão da qualidade

Fusão da BRMCA com a BACMI na QPA (Quarry Products Association). A BRMCA retém a sua identidade, mas passa a fazer parte da QPA


Ao longo das décadas de 1960 e 1970 o betão pronto ganhou terreno. Tornou-se a solução mais rentável para a generalidade das obras de construção. As excepções eram as empreitadas muito grandes ou muito pequenas. Nas obras muito pequenas, que envolviam a utilização de quantidades muito reduzidas de betão por dia, o empreiteiro continuou a fabricar o betão no local. No que respeita às grandes obras, o empreiteiro continuou a optar por instalar uma central de betão em obra. Contudo, muitas vezes o

empreiteiro recorre a um membro da BRMCA para instalar e operar a central, uma vez que, para uma central de betão pronto ser rentável, é necessária uma produção anual na ordem dos 50 mil metros cúbicos. Em 2015, os membros da BRMCA fabricaram cerca de 75% da produção total de betão pronto nas suas 861 centrais.

m3, milions

35 30 25 20 15

2000

2004

Publicação da norma europeia EN 206 -1 – Betão. Parte 1 – Especificação, desempenho, produção e conformidade

Criação do Centro do Betão para desenvolver o marketing do betão

10 5 0 1960 1965 1970 1970 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 Evolução do volume de produção de betão pronto da BRMCA, 1960 a 2015

BRMCA toma conta do setor do betão pronto como parte da MPA 2010

2003

2009

Publicação da norma britânica BS 8500 Concrete – Complementary British Standard to BS EN 206. Esta norma complementa a EN 206-1 com as disposições válidas no Reino Unido

Fusão da QPA com a BCA (British Cement Association) e com o Centro do Betão para formar a MPA (Mineral Products Association). A BRMCA mantém a sua identidade, mas passa a fazer parte da MPA

BRMCA é um dos quinze grupos de produtos e um dos sete grupos de produtos cimentícios da MPA. Estes grupos foram criados para que cada grupo tomasse conta do marketing, da técnica e das normas dos produtos correspondentes. Podem ainda tratar de algumas matérias relacionadas com a regulamentação, legislação e higiene & segurança. O Núcleo da MPA lida com os assuntos transversais aos diversos produtos para assegurar uma abordagem consistente das normas europeias e britânicas e das especificações dos clientes. O Centro do Betão consta entre os grupos de produtos cimentícios. No entanto, o seu trabalho está inteiramente focado em maximizar a quota de mercado das soluções em betão através de marketing técnico e em realizar ações de lobbying para influenciar o desenvolvimento das normas de projeto. A Comissão de Gestão da BRMCA é constituída por representantes das empresas de betão pronto suas associadas. Estão presentes todas as grandes empresas e um grupo representativo das empresas de dimensão media, pequena e regional.

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Internacional

O marketing técnico da BRMCA tem sido realizado sob os auspícios do CTP (Concrete Technical Pannel) cujos membros são responsáveis técnicos ou gestores das empresas associadas da BRMCA. Contudo, desde a formação da MPA o marketing geral do betão passou para o Centro do Betão.

Certificação do betão – Condição para filiação na BRMCA Os membros da BRMCA são apoiantes ativos do esquema de certificação da conformidade do produto, uma vez que a filiação na BRMCA é condicionada à implementação do QSRMC (Quality Scheme for Ready-Mixed Concrete) ou do Esquema de Certificação do Betão Pronto da BSI (British Standards Institute). Ambos os esquemas têm três aspectos essenciais para a certificação da conformidade do betão pronto: • Aprovação do sistema de gestão da qualidade do fabricante do betão pronto de acordo com a BS EN ISO 9001; • Ensaios ao produto efetuados por um laboratório acreditado; • Acompanhamento por um organismo de certificação acreditado que inclui verificar a validade das declarações de conformidade emitidas pelo fabricante.

ticular como efetuar de forma correta a amostragem do betão, o ensaio de consistência e a preparação de provetes para ensaios de resistência.

Material essencial para soluções sustentáveis A BRMCA desempenha um papel fundamental na definição da estratégia da indústria do betão pronto para a construção sustentável do Reino Unido. De referir que a BRMCA ajudou a desenvolver o Plano de Ação para a Eficiência dos Recursos. Uma parte integrante e cada vez mais importante deste plano tem a ver com a água. A BRMCA produziu um guia com as melhores práticas relacionadas com a gestão da água e da água recuperada nas centrais de betão pronto. Isto integra-se na Política da Água da MPA e demonstra que a indústria age de forma responsável no que respeita ao ambiente.

Em todo o Reino Unido o especificador é livre de especificar betão pronto com certificação da conformidade. Não há exigências governamentais que o tornem obrigatório. Contudo, há agências governamentais e organismos de construção que por norma requerem o QSRMC ou um sistema equivalente.

Aposta no desenvolvimento das normas A BRMCA coloca um esforço técnico significativo no desenvolvimento das normas britânicas e europeias. O atual Diretor da BRMCA preside aos comités técnicos de normalização do BSI Betão e Produção e Ensaio do Betão. Há ainda seis representantes oriundos de membros associados da BRMCA envolvidos nestes dois comités e nos seus subcomités. As principais tarefas da BRMCA são garantir que a norma europeia do betão, EN 206, é aplicável no Reino Unido e, simultaneamente, manter a norma britânica do betão, BS 8500, que complementa a EN 206 com as disposições nacionais para o Reino Unido.

Apoio e aconselhamento técnico aos membros e aos utilizadores do betão Além de documentos de orientação sobre o betão pronto, a BRMCA publica orientações técnicas para apoio na utilização correta do betão pronto, em par-

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etão

Guia da BRMCA sobre amostragem e ensaios do betão em obra

Plano de ação para a eficiência dos recursos para a indústria do betão pronto

Promoção da excelência do serviço ao cliente Todos os anos, os empreiteiros selecionam uma empresa de betão pronto que, a seu ver, teve um excelente serviço ao cliente. O painel de juízes, formado por diretores da MPA e da BRMCA escolhe o vencedor entre as empresas nomeadas. Em 2016, a empresa vencedora foi a Hanson Concrete que forneceu a barreira de Walthamstow, um projeto para melhorar uma parte do metro de Londres. Envolveu a betonagem de uma laje de betão com cerca de 275 metros cúbicos que ficou a 500 metros de distância do ponto de descarga do betão. A autoridade governamental local, Transport for London, confirmou que a forma como o serviço foi realizado foi essencial para completar a obra com sucesso.


Bloqueio de Walthamstow, Metro de Londres

Noite de entrega de prémios da Concrete Society, com Kate Silverton, jornalista da BBC, Chris A Clear, Diretor da BRMCA, e Max Colligan, Charlie Jones e Alistair Adamson da Hanson Concrete.

Uma parte importante deste concurso é a entrega do galardão no jantar de entrega dos Prémios da Sociedade do Betão (Concrete Society Awards) do Reino Unido.

continuar a servir os seus membros tal como o tem feito há mais de 65 anos, assim como os seus parceiros europeus através da ERMCO (European Ready Mixed Concrete Organization). De importância primordial é a disponibilização de orientações técnicas e o desenvolvimento das normas tanto a nível nacional como a nível europeu. Além disso, a BRMCA apoia os seus membros com orientações sobre higiene e segurança, legislação, sustentabilidade e marketing e pretende continuar a fazê-lo no futuro.

Perspetivas de futuro Na altura em que esta apresentação foi redigida, parece que a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia não vai afetar a sua filiação no Comité Europeu de Normalização (CEN). Apesar de modificações políticas mais amplas, a BRMCA espera poder

LABORATÓRIOS ACREDITADOS Ensaios de Betão, Agregados e Ligantes Calibração de máquinas de compressão, peneiros, balanças, termómetros e estufas.

www.apeb.pt maio 2017

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Membros Aderentes

BASF PORTUGUESA, S.A. Rua 25 de Abril, n.º 1 2689-368 PRIOR VELHO Tel.: 219 499 900 • Fax: 219 499 948 geral-ebeportugal@basf.com www.master-builders-solutions.basf.pt www.basf.pt

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EUROMODAL, LDA. Rua Aires Ornelas, 137 4000-023 PORTO Tel.: 225 379 171 • Fax: 225 360 508 mail@euromodal.pt www.euromodal.pt

SAINT-GOBAIN WEBER PORTUGAL, S.A. Tojeira, Apartado 16 3240-908 AVELAR Tel.: 236 620 600 • Fax: 236 620 620 info@weber.com.pt www.weber.com.pt

MC-BAUCHEMIE PORTUGAL, LDA. Rua Pinhal dos Morros, 6 2120-064 FOROS DE SALVATERRA Tel.: 263 509 080 • Fax: 263 509 089 geral@mc-bauchemie.pt www.mc-bauchemie.pt

SIKA PORTUGAL, S.A. Rua de Santarém, 113 4400-292 VILA NOVA DE GAIA Tel.: 223 776 900 • Fax: 223 776 966 info@pt.sika.com www.sika.pt

PERTA – SOC. EQUIP. CONST. CIVIL, LDA. Rua Jaime Lopes Dias, n.º 3 A/B 1750-124 LISBOA Tel.: 217 520 560 • Fax: 217 592 842 vendas@perta.pt www.perta.pt

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etão


Associados

Alexandre Barbosa Borges, S.A. Rua do Labriosque, 70 Martim 4755-307 BARCELOS

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Quinta da Madeira, EN 114, Km 85 Apartado 424 7006-805 ÉVORA

1250-009 LISBOA

Lenobetão, S.A. PC Santa Catarina da Serra Apt. 1004 2496-907 SANTA CATARINA DA SERRA

BETOPAR - Indústrias e Participações, S.A. Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 SINTRA

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Rua do Rego Lameiro, 38 4300 - 454 PORTO

Betão Liz, S.A.

Rua Alexandre Herculano, 35

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. S. Cosme, S. Tomé do Castelo 5000-371 VILA REAL

Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Estrada Nacional 10/1, Qta. dos Porfírios 2819-501 SOBREDA

Pragosa Betão, S.A. Apartado 46 2440 - 901 BATALHA

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Quinta do Secretário Via Rápida da Caparica 2810 -116 ALMADA

TCONCRETE, S.A. Rua de Pitancinhos, Apartado 208, Palmeira 4711-911 BRAGA

Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Av. Duarte Pacheco, n.º19 – 7.º 1070-100 LISBOA

Valgroubetão – Sociedade de Betão Pronto, Lda. Z. I. Vale do Grou, R. Sta. Bárbara 2525-791 ATOUGUIA DA BALEIA

Salvador & Companhia, Lda. R. dos Arcos, 67, Apartado 79 2301-909 TOMAR

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Associados

Betão Liz, S.A. Capital Social 22.000.000,00 euros

Sede Social Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 Lisboa

Telefone: 213 118 100 Fax: 213 118 821 E-mail: betaoliz@intercement.com Website: www.cimpor-portugal.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

46

CONTACTO

E-MAIL

LOCAL

CONTACTO

E-MAIL

962 525 295

btz.valenca@intercement.com

Figueira Foz

961 559 379

btz.ffoz@intercement.com

P. de Lima

962 983 510

btz.plima@intercement.com

Coimbra

962 373 861

btz.coimbra@intercement.com

Felgueiras

962 375 979

btz.felgueiras@intercement.com

V. N. Poiares

962 373 861

btz.coimbra@intercement.com

Guimarães

967 028 590

btz.guimaraes@intercement.com

Pombal

964 242 856

btz.pombal@intercement.com

Famalicão

962 378 626

btz.famalicao@intercement.com

Leiria

962 714 627

btz.leiria@intercement.com

Mirandela

962 536 169

btz.mirandela@intercement.com

Entroncamento

962 721 916

btz.entroncamento@intercement.com

Vila Real

969 292 041

btz.vilareal@intercement.com

Óbidos

962 374 401

btz.obidos@intercement.com

Moncorvo

962 378 626

btz.moncorvo@intercement.com

Rio Maior

969 292 044

btz.rmaior@intercement.com

Sra. Hora

962 738 098

btz.shora@intercement.com

Portela Sintra

962 723 525

btz.psintra@intercement.com

Rio Tinto

962 374 398

btz.riotinto@intercement.com

Alhandra

962 723 522

btz.alhandra@intercement.com

Gaia

962 605 336

btz.gaia@intercement.com

Loures

962 738 181

btz.loures@intercement.com

Esmoriz

962 374 165

btz.esmoriz@intercement.com

Frielas

962 738 181

btz.loures@intercement.com

Aveiro

962 738 182

btz.aveiro@intercement.com

Alfragide

962 723 524

btz.alfragide@intercement.com

Viseu

962 983 508

btz.viseu@intercement.com

Almada

962 738 184

btz.almada@intercement.com

Tábua

962 407 183

btz.tabua@intercement.com

Setúbal

962 980 776

btz.setubal@intercement.com

Mangualde

967 423 902

btz.mangualde@intercement.com

Alcochete

918 798 830

btz.alcochete@intercement.com

Guarda

963 900 811

btz.guarda@intercement.com

Alcantarilha

962 406 198

btz.alcantarilha@intercement.com

Covilhã

968 122 133

btz.covilha@intercement.com

Esteveira

962 993 409

btz.esteveira@intercement.com

C. Branco

967 423 902

btz.cbranco@intercement.com

Loulé

962 723 184

btz.loule@intercement.com

etão

Paulo David

David Martins

Anibal Ferreira

Valença

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

Pedro Alves Jorge Santos Mário Jorge Neto

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO


Betopar – Indústrias e Participações, S.A. Capital Social 696.505,00 euros

Sede Social Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 Sintra

Telefone: 219 106 042 E-mail: geral.betopar@gmail.com

CENTRO DE PRODUÇÃO LOCAL

DEPARTAMENTO COMERCIAL

CONTACTO

Loures

Luis Rocha

926 326 038

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. Capital Social 400.000,00 euros

Sede Social S. Cosme – S. Tomé do Castelo 5000-371 Vila Real

Telefone: 259 302 630 Fax: 259 356 538 E-mail: geral@brivel.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Vila Real

Eng.º Bruno Costa

259 302 630 939 201 020 brunocosta@brivel.pt

Macedo de Cavaleiros

Hugo Ferreira

939 201 022 hugoferreira@brivel.pt

maio 2017

47


Associados

Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Sede Social Estrada Nacional 10/1 Quinta dos Porfírios 2819-501 Sobreda

Telefone/Fax: 212 587 540 E-mail: geral@concretope.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Almada

João Ferreira

969 053 428

Orlando Gonçalves

968 013 214

Lagos S. Brás de Alportel

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Capital Social 2.000.000,00 euros

Sede Social Quinta da Madeira EN 114, Km 85 Apartado 424 7006-805 Évora

Telefone: 266 758 500 Fax: 266 758 511

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Évora

266 758 501/2

Montemor-o-Novo Borba

266 893 709 Eng.º Ricardo Matias

Reguengos de Monsaraz

48

etão

268 890 612 266 501 604

Sines Beja

CONTACTO

269 878 160 Eng.º Ricardo Matias

284 998 744


Lenobetão, S.A. Capital Social 7.000.000,00 euros

Sede Social Rua de Tomar, 80 2495-185 Santa Catarina da Serra

Telefone: 244 749 766 Telefax: 244 749 129 E-mail: geral@lenobetao.pt Website: www.lenobetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Fátima

Filipe Santos (filipe.a.santos@lenaindustria.pt)

96 210 81 88

Castelo Branco

Nuno Basílio (nuno.m.eusebio@lenaindustria.pt)

96 210 81 95

Portalegre

Eng.º Hugo Basílio (hugo.p.basilio@lenaindustria.pt)

96 210 80 36

Montijo

Luis Ramiro (luis.b.ramiro@lenaindustria.pt)

96 210 82 07

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Capital Social 100.000.000,00 euros

Sede Social Rua do Rego Lameiro, 38 4300-454 Porto

Telefone: 220 914 820 Fax: 220 914 830

ÁREA COMERCIAL LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Porto

Eng.ª Daniela Maia

CONTACTO 912 504 080 comercialbet@ mota-engil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL PRODUÇÃO

CONTACTO

Eng.ª Marta Durães

919 448 593

Eng.ª Margarida Morgado

913 642 133

Paredes* Canelas* Caniçada* Famalicão Santa Iria da Azóia* Almada*

*Centrais com capacidade para fornecer betão para Classe de Inspeção 3.

maio 2017

49


Associados

Pragosa Betão, S.A. Sede Social EN1 Km109 Amieira, Ap. 46, 2440-901 Batalha

Telefone: 244 480 120 Fax: 244 481 049 E-mail: betao@pragosa.pt Website: www.pragosa.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR

CONTACTO

DO MERCADO Batalha Alenquer Torres Vedras

Dr. João Jordão

244 480 120

Montemor-o-Novo

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Capital Social 200.000,00 euros

Sede Social Quinta do Secretário Via Rápida da Caparica 2810 -116 Almada

Telefone: 212 952 990 Fax: 212 952 989 E-mail: geral@sonangilbetao.pt Website: www.sonangil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR

CONTACTO

DO MERCADO Almada

50

etão

Fernando Mendes

212 952 990


Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Capital Social 12.000.000 euros

Sede Social Outão – Setúbal Serviços Centrais e Administração Av. Duarte Pacheco, n.º19 – 7.º 1070-100 Lisboa

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/ DIRETOR DE ZONA

Telefone: 213 172 420 Telefax: 213 555 012 E-mail: geral.unibetao@secil.pt Website: www.unibetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO CONTACTO

LOCAL

RESPONSÁVEL/ DIRETOR DE ZONA

CONTACTO

Gaia / Maia

227 169 180 / 229 415 953

Castelo Branco

Viana do Castelo / Braga

258 322 203 / 253 672 578

Guarda

Guimarães / Penafiel

253 587 183 / 255 726 365

Frielas

255 432 819 / 259 336 067

Queluz

214 343 290

St.ª Maria da Feira

256 373 625

Linhó / Vila Franca de Xira

219 240 457 / 263 286 810

Albergaria

234 524 533

Torres Vedras

Tondela

232 817 325

Setúbal / Alcochete

Coimbra

239 980 390

Casal do Marco

Elvas

268 624 181

Vendas Novas

265 805 222

Portalegre

245 362 177

Évora

266 704 138

Alcácer do Sal

265 613 281

Beja

284 324 430

Amarante / Vila Real

Entroncamento Abrantes

Eng.º José Guedes

Eng.º Luís Moreira

249 719 272 241 833 129

Santarém

243 351 459

Caldas da Rainha

262 841 777

Leiria

244 843 170

Ferreiras / Olhão

Pombal

236 216 114

Portimão

Sines

Eng.º Luís Moreira

272 907 221 271 211 559 219 898 640

261 330 030 Sr. António Modesto Eng.º José Duarte

Sr. António Modesto Eng.º José Duarte

265 528 220 / 212 348 370 212 267 800

269 632 332 289 571 371 / 289 703 336 282 968 173

45 MODE

maio 2017

LOS

51


Cartoon




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