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SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA ALIMENTAÇÃO DOS BOVINOS NO PERÍODO SECO
Édo conhecimento de todos os pecuaristas que o período seco é um desafio de manutenção do escore corporal dos animais, da manutenção da produtividade na produção de leiteira, que se não for através de complementos na dieta com alguns tipos de volumoso esse desafio aumenta ainda mais.
Um dos grandes paramentos para a preparação para o período seco é sempre uma incógnita, “qual o tamanho do período de estiagem que vamos ter esse ano?”, se essa resposta fosse objetiva, seria mais fácil de calcular, a previsão seria mais assertiva facilitando a compra ou a produção de volumoso para o período.
Contudo, não adianta ficar esperando essa resposta, o produtor tem que se preparar para o período de estiagem.
O planejamento e a organização para a produção requerem a antecipação para que o alimento esteja disponível em quantidades certas e na época de escassez de alimentos.
Dentre as opções de volumosos para o período seco nós temos as silagens como uma das opções mais baratas e que podem ser produzidas dentro das propriedades ocupando áreas pequenas e até áreas que estão precisando ser reformadas. Não existe o melhor. Cada situação deve ser observada e adequada ao sistema de produção da propriedade visando interação entre a parte operacional e a financeira.
As Op Es De Silagens
MAIS COMUNS NA NOSSA REGIÃO SÃO:
• Silagens de Cana de Açúcar: apesar de ter sido duramente criticada no passado com um volumoso de péssima qualidade, hoje, já como surgimento de variedades com melhores teores de proteínas e a alta produção por área assim como a rusticidade, a cana de açúcar é uma opção para quem quer um volumoso de baixo/médio custo.
• Silagens de Milho: esse volumoso oferece os níveis mais satisfatórios para o fechamento de dietas tanto para confinamentos de altos ganhos como em propriedades leiteiras de altas produtividades. Requer um investimento maior na condução da lavoura, porém a alta digestibilidade de toda a planta, o alto teor de matéria seca adequado no momento do corte, níveis adequados de carboidratos solúveis, facilidade na fermentação e a alta ingestão voluntária são diferenciais que justificam os investimentos.
• Silagens de Capim: esse volumoso está sendo o que teve o maior aumento na produção nos últimos anos devido a facilidade de produção e o aumento de áreas plantadas de capiaçu e áreas para produção de sementes principalmente do gênero panicun (Mombaça, Zuri,

Myagi). Entre elas está o capiaçu que se destaca pela alta produção por área, sendo esse o fator de maior destaque desta espécie. Apesar de ter um custo menor à silagens de milho, sorgo, cana, a silagens de capim encontra uma dificuldade durante a colheita por ter elevado teor de umidade, no ponto ideal de colheita o teor de umidade encontra se entre 16 a 22%, dificultando uma boa fermentação, uma opção para solucionar esse problema é a adição de produtos como milho, casquinha de soja, além do uso de inoculantes biológicos durante o processo de ensilagem.


• Diferimento de Pastagens: essa estacionalidade na produção de forragem no período seca faz com que tenhamos uma oferta excessiva nas águas e uma escassez na seca. Uma das soluções seria ajustar a lotação quando a oferta de forragem diminui, mas isso nem sempre é possível devido a vários fatores tanto internos e externos como precificação de mercado, nível de seleção de plantel, animais não prontos para o abate. Portanto, uma das soluções seria o acúmulo de matéria seca nas próprias pastagens para ser usada no período de escassez chamado feno em pé. Isso nada mais é que a vedação dos pastos eliminando o pastejo no final do período chuvoso, permitindo o acúmulo de grande massa de forragem. Em propriedade que essa opção é viável, geralmente mais utilizadas na bovinocultura de corte, essas áreas são vedadas de formas planejada em meados do período de chuvas para o final, como forma de garantir que essas forrageiras acumule matéria seca, tal técnica aumenta consideravelmente a quantidade de matéria seca porém de baixo valor nutritivo.
Vale salientar que o diferimento de pastagens não é feito somente com o impedimento do pastejo dos animais nas áreas selecionadas, deverá ser feito ações de manejo para que o acúmulo de massa não possa levar ao tombamento das plantas, dificultando sua desfolha e, consequentemente, diminuindo o aproveitamento do material acumulado.
A escolha da espécie que será usada como feno em pé também é fundamental, deve apresentar bom potencial de crescimento e capacidade de manter valores nutritivos durante o período seco. Nesse pensamento as espécies do gênero Brachiaria são os mais indicados devido ao hábito de crescimento mais rasteiros e também por acumular maiores quantidades de folhas em relação ao colmo.
Também deve ser feito sobre a orientação de um técnico para que se faça as recomendações pertinentes de adubação e aplicação de herbicidas seletivos visando um resultado mais efetivo nesse acúmulo de matéria seca. A adubação de maneira geral na propriedade se faz necessária para que exista oferta de pastagens no final do período chuvoso, propiciando a destinação de algumas áreas para o deferimento facilitando o planejamento e a organização.


O ideal é que essas áreas tenham sido corrigidas seguindo as análises de solo no início do período de chuvas e antes da vedação faça um aplicação de adubos nitrogenados para que o período de rebrota do capim seja rápido. Em geral o deferimento de pastagem está associado com algum tipo de suplementação alimentar como rações e proteinados que possam intensificar o ganho nesse período.

