MINISTÉRIO DA CULTURA E O
INSTITUTO CULTURAL VALE APRESENTAM:
MINISTÉRIO DA CULTURA E O
INSTITUTO CULTURAL VALE APRESENTAM:
ESPETÁCULO DE DANÇA INFANTOJUVENIL DO COLETIVO EMARANHADO.
Era uma vez um lugar chamado Tão Belo... Uma ilha que, até os dias atuais, ninguém sabe se realmente existiu ou se foi fruto da imaginação de crianças como vocês. Mas, antes de continuar essa história, é preciso estar pronto para soltar a imaginação, porque só assim tudo ganhará cor, vida e sentido... Você está pronto?
Então, vamos lá... Era uma vez... outra vez, uma menina, duas, três ou quatro, isso não se sabe ao certo. O que se sabe é que Tão Belo era um lugar lindo, fascinante e deslumbrante. Um lugar que só é mágico para quem tem coragem de sonhar…
Uma coisa vocês precisam saber sobre essa ilha: ela guarda vários tesouros, digo, tesouros mais valiosos que o próprio ouro. É porque aqui há vastos manguezais, onde moram lindos caranguejinhos, e da lama desses manguezais são feitas as panelas de barro, moldadas pelas mãos das incríveis paneleiras. E essa é só uma parte dessa história ancestral, a história do nosso povo negro.
Outro tesouro dessa ilha é o pássaro. E eu quero a sua ajuda para escolher um nome para ele. Pode me ajudar?
Mas uma coisa era certa sobre esse pássaro: ele era diferente de todos os demais. Ele era encantado… Suas penas também eram especiais: mudavam de cor, refletindo os tons dos lugares distantes por onde voava…
Com o passar do tempo, o que era desconhecido se tornou próximo, íntimo, amigo. A menina não sabia mais viver sem o pássaro. O pássaro se apegou à menina. Seus encontros aconteciam todos os dias ao entardecer; então, ele contava e cantava suas histórias, e ela dormia e sonhava que voava nas asas do pássaro... Mas sempre chegava a hora da tristeza.
Ele precisava partir, e todas as vezes que o pássaro voava, a menina sentia muita saudade. E ele dizia: “Meu encanto precisa da saudade. É essa tristeza à espera da volta que faz com que minhas penas fiquem ainda mais bonitas.”
Assim, mais uma vez, após contar e cantar suas histórias para a menina, ele partiu… A menina, todos os dias, olhava triste pela janela, à espera. Será que ele voltaria hoje? Ou não? Nunca se sabe…
Então, foi assim, cansada de sentir saudades, que ela teve uma ideia malvada. Ela fez uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito, e esperou uma de suas visitas... Um dia, ele voltou: lindo, com suas penas coloridas e cheio de histórias para contar.
Mas a menina... Ah, menina! O que você fez? Quebrou o encanto? Agora suas penas ficarão sem cor, ele não poderá mais voar e a saudade irá embora... A menina não acreditou. Pensou que o pássaro pudesse se acostumar, mas não foi isso que aconteceu. Seu canto agora era de lamento e dor…
O QUE A MENINA FEZ QUE ENTRISTECEU O PÁSSARO?
A menina também se entristeceu. Aquele já não era o pássaro que ela conhecia, e, da janela, chorava, arrependida da maldade que havia feito com seu amigo. Até que, então, não suportou mais... “Pode ir, pássaro, e volte quando quiser.”
E assim foi... Ele precisava partir para que a saudade chegasse e, com ela, o desejo de voltar. Todas as vezes que a menina sentisse saudade do pássaro, ele ficaria ainda mais belo...
Pode ser que ele volte hoje ou amanhã. Nunca se sabe... Tão Belo voltou a ser tão belo, tudo encantado novamente, assim como o pássaro. Porque, em algum lugar, ele deve estar voando. De algum lugar, ele haveria de voltar.
E assim... Todas as noites, ela dormiria triste de saudade, mas feliz com o pensamento: será que ele volta hoje? Será que ele voltará amanhã? Então, dormia e sonhava com a alegria do reencontro. E assim termina essa história de amor e saudade... Fim!
AS PALAVRAS ESTÃO ESCONDIDAS NA HORIZONTAL, VERTICAL E DIAGONAL, SEM PALAVRAS AO CONTRÁRIO.
BRINCAR, CARANGUEJO, DANÇA, ENCANTADO, HISTÓRIAS, MANGUE, MEMÓRIA, MENINA, PANELEIRAS, PÁSSARO, SAUDADE e SONHO.
Rubem Alves (1933–2014) foi educador, teólogo, psicanalista e escritor mineiro. Respeitado intelectual, publicou em jornais e revistas e escreveu livros infantis, inspirado ao criar histórias para sua filha. Defendia que crianças, ainda encantadas pela vida, podiam inspirar adultos e educadores. Sua escrita reflete sua percepção de mundo, incentivando a liberdade de pensamento.
O espetáculo “A Menina e o Pássaro”, do Coletivo Emaranhado, inspira-se no livro A Menina e o Pássaro Encantado, de Rubem Alves. Unindo dança, teatro e música, a obra traz ao público uma experiência infantil enriquecida pela literatura.
“A obra ‘A Menina e o Pássaro’ é uma tentativa de instigar a imaginação e a criação. Penso em sempre deixar espaços a serem coloridos e preenchidos pelas crianças.”
Ricardo Reis Coreógrafo e Diretor Artístico
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: MAICOM SOUZA
DIREÇÃO ARTÍSTICA E COREOGRÁFICA: RICARDO REIS
BAILARINAS(O): ABAYOMI QUEIROZ, AMANDA LUZIA, JACIARA BERNARDINO, LORENA MARKELY E MAICOM SOUZA
FOTOGRAFIA: BERNARDO FIRME E SABRINA MARTHENDAL
ARTE GRÁFICA: JULIA FACHETTE, LAÍSA OLIVEIRA E RICARDO REIS
FIGURINO: ATELIÊ NESSY E COLETIVO EMARANHADO
MAQUIAGEM: ELLEN CARDOSO
PRODUÇÃO EXECUTIVA: BÁRBARA CALDEIRAS
CONCEPÇÃO E OPERAÇÃO DE LUZ: LUIZA MOLLULO E VITOR LORENÇÃO
OPERAÇÃO DE SOM: RICARDO REIS E DAVI RAMOS
ASSESSORIA JURÍDICA: ANA CÉLIA BARRETO
O Coletivo Emaranhado, fundado em 25 de maio de 2013, na cidade de Vitória/ES, é formado por artistas interessados na dança e arte negro-brasileira como epicentro de suas pesquisas, explorando suas possíveis relações com outras linguagens.
Bárbara
Rua Dr. Lauro Farias Santos, 103 - De Lourdes, Vitória - ES
O Espaço Cultural Emaranhado, nossa sede, localizado no Bairro de Lourdes, em Vitória (ES), foi inaugurado em 3 de outubro de 2022. Local onde realizamos nossas montagens de espetáculos, ensino de danças negro-brasileiras e o projeto Corpo Afro - oficinas de modalidades da dança afro ofertadas gratuitamente à comunidade.
Este espetáculo conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, apoio institucional da Casa da Música Sônia Cabral e Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é do Coletivo Emaranhado e Ministério da Cultura do Governo Federal.
Este projeto foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura por meio do Pronac 236441.