PROJETO EDUCATIVO INSTITUCIONAL

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Centros Educativos Congregação das Religiosas Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus

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PROJETO EDUCATIVO INSTITUCIONAL

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A CAPA E CONTRACAPA DO NOSSO PEI Símbolo secreto cristão: porquê a imagem de um peixe? Além de servir como código para os cristãos se reconhecerem nos tempos de clandestinidade, o anagrama era uma proclamação de fé! O peixe é um símbolo cristão que representa a vida e cuja palavra, em Grego, Ichthys, representa a frase “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”, passando a ser utilizada como sinal secreto pelos primeiros cristãos, com o objetivo de os proteger da perseguição, visto que se reuniam em segredo, nas catacumbas, marcadas com esse sinal. Acresce ainda que vários dos doze apóstolos, a quem Jesus costumava chamar de “pescadores de homens”, tinham a pesca como ofício. A sua representação mais comum é a da sobreposição de dois arcos (ou duas luas crescentes) que se assemelham ao seu perfil.

Todas as ilustrações presentes neste documento foram realizadas pelos alunos dos Centros Educativos da Congregação.

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ÍNDICE

I. IDEÁRIO 1. VISÃO 2. MISSÃO 3. VALORES

II. LEITURA DO CONTEXTO 1. GERAÇÃO ALFA 2. EQUIPAS EDUCATIVAS 3. EQUIPAS DE DIREÇÃO 4. FAMÍLIAS 5. MODELOS DE APRENDIZAGEM 6. COMUNIDADES RELIGIOSAS

III. LINHAS ESTRATÉGICAS 1. LINHA ESTRATÉGICA DE PASTORAL 2. LINHA ESTRATÉGICA DE LIDERANÇA 3. LINHA ESTRATÉGICA PEDAGÓGICA 4. LINHA ESTRATÉGICA ECONÓMICA E FINANCEIRA

IV. APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO PEI 1. AVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO 2. DIVULGAÇÃO

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PEI

PROJETO EDUCATIVO INSTITUCIONAL O presente documento refere-se ao “Projeto Educativo Institucional” (PEI) dos Centros Educativos da Delegação Portuguesa da Congregação das Religiosas Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus (CRESEMD), fundada pela Madre Trindade do Puríssimo Coração de Maria, em Granada, no dia 11 de abril de 1925, aprovada pala Santa Sé, em 10 de janeiro de 1949, estando presente em diferentes partes do mundo: Portugal, Espanha, México, Peru, Venezuela, Angola, Cabo Verde, Benim e Timor Leste. O PEI é normativo, vinculativo e oficial para os nossos Centros, tendo como objetivo adequar a nossa ação educativa às exigências atuais, a novos desafios e outras oportunidades, com novos modelos e novas ferramentas, para que sejamos capazes de dar resposta aos fins educativos e evangelizadores da nossa Instituição.

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I. IDEÁRIO

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I. IDEÁRIO 1. VISÃO — 2. MISSÃO — 3. VALORES

1. VISÃO Os Centros Educativos da CRESEMD, como escolas católicas, têm por objetivo fundamental despertar nas crianças, adolescentes e jovens, a visão cristã da pessoa, da história e do universo, abrindo todo o conhecimento e comportamento humano ao projeto de vida proveniente dos valores do Evangelho. A fidelidade a esta visão cristã da educação é a resposta à experiência de fé da Madre Trindade, que nos seus longos tempos, dedicados à adoração eucarística, se sentiu interpelada pela realidade social do momento. Assim, nos nossos Centros Educativos dedicamo-nos, de modo especial, à educação da infância e juventude, numa atitude de adaptação contínua, de acordo com as necessidades das pessoas, lugares e tempos. O objetivo fundamental dos nossos Centros Educativos é proporcionar aos alunos, em colaboração com as famílias e seguindo as orientações da Igreja, os meios necessários para um desenvolvimento harmonioso dos valores humanos e cristãos.

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1.1. A REALIDADE O nosso Projeto Educativo transmite uma forma de olhar o mundo, as pessoas, os seus problemas e as oportunidades, seguindo três orientações: − Uma visão pedagógica de uma escola aberta e acolhedora, baseada na inovação e na capacidade de romper paradigmas, adaptando-se à realidade e adequando-se à necessidade de mudança. − Uma visão evangelizadora da escola, onde a formação humana dos nossos alunos, famílias e colaboradores faça parte de um processo de evangelização, por isso, o desenvolvimento da dimensão espiritual da pessoa e a educação cristã são objetivos imprescindíveis e essenciais de todas as nossas ações educativas. − Uma visão positiva, construtiva, crítica e comprometida com o que se passa no mundo, daquilo que são as pessoas, do potencial dos nossos alunos, das nossas equipas de colaboradores e das famílias, na certeza de que o trabalho em equipa e o bom clima nas relações são ferramentas fundamentais para manter esta visão.


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1.2. O FUTURO Queremos olhar positivamente para o futuro, acreditando que os jovens viverão num mundo muito diferente do atual. Assim, esforçamo-nos por ser uma escola inovadora e formadora em competências. Pretendemos preparar profissionais para o futuro, acreditando no papel emancipador da educação, direcionado para a construção da sociedade. 1.3. A MUDANÇA Qualquer projeto implica uma visão global da realidade para que se concretizem mudanças efetivas e duradouras. Apresentamos três paradigmas de mudanças: I. Pedagógicas: a) Passar do modelo academicista para uma escola de aprendizagem de competências e de formação humana. b) Passar de uma escola dirigida a um público indistinto para uma escola que atende os alunos de forma personalizada, tendo sempre em conta as diferenças. c) Passar de um ensino abstrato para um ensino que dote os alunos de ferramentas e competências para a vida. d) Passar de uma escola que educa alunos para uma escola onde todos os docentes e não docentes, alunos e pais interajam, constituindo uma comunidade de aprendizagem. e) Passar de uma escola tradicional para uma escola de aprendizagem proativa, positiva, divertida e apaixonante. II. Didáticas: a) Passar de uma conceção de aula baseada em aprendizagens mecanizadas para uma aula flexível, tecnológica e criativa fundamentada nas metodologias das Inteligências Múltiplas. b) Passar de uma metodologia passiva para uma metodologia: i) Experimental e ativa, baseada no aprender fazendo. ii) Digital, preparada para aprender a viver na cultura dos media, no sentido do manuseamento profissional das ferramentas informáticas e da convivência no mundo das redes sociais. 9


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I. IDEÁRIO

iii) Cooperativa e social, mediante a formação de equipas humanas e de trabalho em rede. Pretende-se que cada aluno seja avaliado não só pela sua progressão individual, mas também pela evolução conjunta do grupo. iv) Autónoma, na qual o protagonista da aprendizagem seja o aluno e o educador exerça uma função orientadora. III. Pastorais Queremos uma pastoral: a) Em que todos os colaboradores tenham como objetivo a formação espiritual da pessoa. Todos os Centros Educativos devem implementar processos de educação para a fé, de uma forma sistemática e uníssona, desde um momento ocasional até aos tempos fortes da liturgia e da oração diária. b) Que parta do desenvolvimento e dos interesses reais do aluno, em vez de objetivos utópicos, dificilmente exequíveis no nosso tempo. c) Que não se centre apenas nos alunos, mas que também considere os educadores como os seus impulsionadores e convide as famílias a celebrar e a educar para a fé. Para a concretização destas mudanças surge a necessidade da capacitação dos educadores, valorizando a formação da inteligência emocional, comunicativa, espiritual, teológica e tecnológica, geradora de progressos de mentalidades.

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1.4. UM SONHO Educamos com paixão porque temos um sonho educativo. O nosso sonho pedagógico O que ensinará a nossa escola? Sonhamos com uma escola que humanize em conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus, para dar sentido à vida das pessoas. Uma escola que promova o pensamento crítico, a reflexão, a criatividade e o compromisso. O nosso sonho didático Como ensinará a nossa escola? Será uma escola de valores, uma escola do coração, da aprendizagem das emoções, da comunicação, das experiências, sem métodos rígidos ou unidirecionais.

“Será uma escola com espaços abertos, por vezes, sem paredes, sem mesas e sem cadeiras.” Estará estruturada em grupos, tempos e horários flexíveis que tornarão prioritária a aprendizagem social e cooperativa. Uma escola aberta às famílias, que também serão protagonistas do Projeto Educativo.


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Será, também, uma escola em que a tecnologia digital desempenhará um papel importante na construção dos saberes que desencadeiem um conhecimento vivencial. Uma aprendizagem baseada na investigação a partir de redes humanas, reais ou virtuais.

A tecnologia acompanhará todos os alunos de forma natural e personalizada. O espaço de aprendizagem não será, somente, a sala de aula, nem o grupo de referência, a turma, mas o mundo na sua globalidade. O nosso sonho pastoral Como é que será a nossa educação espiritual? A nossa vivência espiritual e religiosa extravasará o âmbito privado para entrar no público, cultural e comunitário, constituindo-se indicador crucial a capacidade dos nossos educadores e dos nossos centros para construir comunidades com elevada expressão espiritual. Partiremos da espiritualidade das pequenas coisas, tocando de forma profunda a dimensão existencial das pessoas, enriquecendo-as interiormente, até atingirem o seu manancial de fé. A partir do mistério, do questionamento e da busca de sentido, as pessoas chegarão ao encontro com o Deus da Aliança e com Jesus, o seu Filho encarnado. A nossa religiosidade saberá relacionar-se com o mundo secularizado, que se caracteriza pelo pluralismo axiológico. Fá-lo-á sem se impor, nem se vitimizar, mas fascinando e conquistando, quando acolhe e aceita os outros, valorizando e respeitando positivamente as necessidades espirituais de cada um.

2. MISSÃO A Madre Trindade acolheu crianças vítimas da guerra, cuja vida era marcada por uma profunda desorientação existencial, social e material. Hoje temos a missão de acolher crianças e adolescentes, para os ajudar a crescer em todas as suas dimensões, encontrando o seu próprio caminho. 2.1. O NOSSO LEMA O nosso lema reflete a nossa missão: Mais Humanos, Mais Cristãos, Mais Felizes! 11


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I. IDEÁRIO

Mais humanos, mais cristãos, mais felizes.

2.2. TRÊS EIXOS Para levar a cabo esta missão, estabelecemos três eixos que estruturam todas as ações e propostas do nosso Projeto Educativo e que são a referência do educador que assume este projeto. a) Sociopessoal: formar as competências intrapessoais e interpessoais, emocionais e éticas. b) Gestão do conhecimento: formar as competências intelectuais, vitais e criativas para aprender a aprender. c) Espiritual: formar as competências existenciais, espirituais e religiosas. Identidade Somos uma Instituição com uma espiritualidade própria, procurando ser fiéis ao carisma recebido e vivido pela Madre Trindade. Os nossos centros educativos vivem e transmitem: a) Espírito Eucarístico, tendo a celebração da Eucaristia como o centro do seu trabalho pastoral, tentando inculcar as virtudes que derivam deste Sacramento: generosidade, fraternidade, entrega e serviço; espírito de adoração, reconhecendo Deus como ser supremo e soberano; b) Espírito Mariano, fomentando a devoção a Maria, Mãe de Deus, com Ela, caminhamos e trabalhamos. Contemplamos Maria como modelo e transmissora de Fé, como modelo de disponibilidade e entrega à vontade de Deus e ao serviço dos Homens; c) Espírito Franciscano, que se transmite num ambiente de simplicidade, proximidade e alegria. 12

Procuramos a austeridade frente ao consumismo e a solidariedade atenta com aqueles que têm menos possibilidades, olhando para todas as criaturas como irmãs promotoras de Paz e Bem! As nossas características de identidade são as seguintes: 1. Educar os sentimentos para despertar a espiritualidade e a mística. 2. Educar a partir da atenção personalizada, com didáticas que despertem o potencial de cada um e as suas inteligências múltiplas. 3. Educar para o pluralismo axiológico e para a diversidade, proporcionando mais oportunidades, sobretudo, aos mais necessitados. 4. Educar, para a busca de sentido, referências de interpretação e discernimento. 5. Educar para o encontro com Jesus Eucaristia, centro e modelo da nossa vida. 6. Educar para a Felicidade e para a Esperança.

3. VALORES 3.1. CONCEITO Quando falamos de valores, referimo-nos àqueles atributos que são inerentes à nossa Instituição e a cada um dos nossos centros educativos. Eles configuram a nossa identidade e orientam-nos na tomada de decisões, na resolução de problemas e nos desafios do futuro. Estes valores refletem o que temos de mais positivo,


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A Fé que nos move

por gerarem dinamismos e por construírem a nossa unidade comunitária. 3.2. OS NOSSOS VALORES a) Humanidade e proximidade: valores enraizados no nosso carisma, características evidentes na experiência Eucarística, Mariana e Franciscana, da Madre Trindade. A nossa forma de educar e de evangelizar centra-se na tarefa de potenciar a dimensão humana de cada pessoa. b) Compromisso: com as pessoas e com o nosso projeto comum, tendo em atenção quem mais necessita. Procuramos soluções criativas e flexíveis para responder às necessidades de cada um. c) Otimismo: temos uma visão positiva do mundo e da educação, vendo nas pessoas a presença de Deus e a oportunidade para a felicidade. Fomentamos a educação emocional e os sentimentos, a partir da individualidade de cada um. Assim, a alegria, a motivação, a energia e o sonho definem o nosso estilo de aprendizagem, marcado pela disciplina e pelo rigor. d) Verdade e assertividade: para construir a fraternidade entre nós, promovemos atitudes abertas, baseadas na confiança pessoal entre os indivíduos, resolvendo os conflitos com prontidão e criando ambientes que favoreçam a comunicação. e) Consciência crítica: promovemos e estimulamos mentes abertas nos nossos alunos e educadores, de forma a que saibam ver e interpretar a realidade social, cultural, científica e religiosa. Procuramos

que se exercitem na análise crítica e no discernimento, capacitando-os para a tomada de decisões, fundamentados numa reflexão ponderada e objetiva. Fomentamos a educação dos sentimentos e da vontade, a formação moral e intelectual, que dignifiquem a condição humana. f) Inovação: estimulamos uma atitude de abertura à mudança contínua num mundo que, tecnológica e axiologicamente, muda de forma vertiginosa. 3.3. APLICAÇÃO Estes valores proporcionam direção e orientação aos nossos centros educativos, o que é fundamental para que prossigamos, de forma coesa e coordenada, em direção aos objetivos que se encontram enunciados no PEI. Os valores constroem a nossa cultura organizacional, quer no domínio emocional, quer no âmbito comunicativo. São referências na nossa forma de viver, conviver e trabalhar. Permitem hierarquizar os critérios a adotar na tomada de decisões, tanto nas circunstâncias simples do quotidiano, como nas situações mais difíceis. Estes valores configuram os critérios para a seleção dos colaboradores, servindo para analisar o seu perfil e a sua experiência educativa, além de constituírem também os critérios para a formação contínua a desenvolver nos nossos centros educativos.

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II. LEITURA DO CONTEXTO

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II. LEITURA DO CONTEXTO 1. GERAÇÃO ALPHA — 2. EQUIPAS EDUCATIVAS 3. EQUIPAS DE DIREÇÃO — 4. FAMÍLIAS 5. MODELOS DE APRENDIZAGEM — 6. COMUNIDADES RELIGIOSAS

A leitura do contexto global ajuda-nos a observar, a refletir e a perceber em que mundo vivemos, para podermos tomar decisões: de que tipo de escola, aprendizagem e competências necessitam os nossos alunos.

não se satisfará com um método de ensino “fechado”, em volta de um lápis e de um caderno. A tendência é a de que o aluno esteja familiarizado com materiais adequados ao seu perfil e focado nas suas competências.

1. GERAÇÃO ALPHA

2. EQUIPAS EDUCATIVAS

Esta nova geração, que nasceu a partir de 2010, designa-se por “geração Alpha”. Os especialistas acreditam que crianças nascidas após 2010 são, de facto, mais evoluídas que as outras gerações.

I. CORPO DOCENTE

Esta nova geração tem um acesso à informação mais facilitado. Consequentemente, o processo educacional terá que admitir o fluxo e a rapidez da informação, bem como adaptar-se às variadas ferramentas de acesso, para assim acompanhar crianças e jovens cada vez mais ativos e independentes na busca do conhecimento, através das diferentes tecnologias. Esta mudança traz um novo desafio aos pais e educadores: Como educar/formar uma geração criativa, digital e visual, através de uma aprendizagem mais dinâmica e interativa? Uma criança que desde muito cedo tem acesso a dispositivos como smartphones, tablets e videojogos 16

O Corpo Docente é constituído por uma equipa de profissionais multidisciplinares, focados em abraçar e implementar o Projeto Educativo Institucional, com grande diversidade e pluralidade. O trabalho em equipa permite desenvolver e efetivar os objetivos do PEI. As eventuais carências superam-se com a cooperação e formação contínua. 2.1. BOM AMBIENTE E BEM-ESTAR PESSOAL O Corpo Docente promove um bem-estar generalizado, sendo ouvido e reconhecido pelo que é e pelo que faz. Valoriza o trabalho num ambiente sereno de companheirismo que integra as diferenças. Uma postura de cordialidade, de simpatia e de amabilidade faz parte do seu quotidiano. Os docentes praticam uma escuta ativa, uma comunicação assertiva e participativa, valorizando o positivo.


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2.2. PARTICIPAÇÃO E TRABALHO EM EQUIPA

2.3. DIVERSIDADE E PLURALIDADE

Os docentes integram um projeto comum, com orientação profissional, onde assumem um papel preponderante como educadores. Valorizam a coesão emocional, o trabalho em equipa e a possibilidade de participarem em formações de Team Building.

A diversidade é um fator diferenciador do corpo docente que enriquece as decisões e o alcance dos objetivos do PEI com vista a uma escola do futuro. É a partir da diversidade de visões e da pluralidade de esquemas axiológicos que alcançamos a riqueza para educar com liberdade e respeito pela diferença.

O Corpo Docente necessita de ter uma visão do rumo a seguir e senti-lo como condição indispensável para que o projeto avance. Neste contexto, é elaborado um planeamento estratégico com objetivos bem delineados que potenciem as sinergias de cada pessoa, sendo o compromisso fundamental.

2.4. COORDENAÇÃO ENTRE OS CICLOS Acreditamos numa maior coesão pedagógica e metodológica, entre o pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º ciclos, para que se trabalhem modelos educacionais de continuidade. II. CORPO NÃO DOCENTE O Corpo Não Docente é formado pelo pessoal de administração e serviços, constituindo uma parte importante da Comunidade Educativa. São auxiliares de educação absolutamente conscientes e fundamentais no processo educativo.

3. EQUIPAS DE DIREÇÃO A Direção promove a inovação a implementar nas práticas educativas, nas aptidões diretivas e no trabalho de coaching. Os seus potenciais são a atitude positiva e o trabalho em redes de conhecimento. 3.1. INOVAÇÃO E RISCO As nossas equipas de direção são visionárias e corajosas, manifestando uma enorme capacidade de trabalho, de investigação e de análise crítica, no que se refere à adaptação a novas metodologias educativas, despoletadas por mudanças sociais e culturais, considerando-se fundamental o investimento em formação. 3.2. COACHING E APTIDÕES DIRETIVAS As equipas de direção têm interesse em formar e treinar competências diretivas centradas no coaching: acompanhamento dos processos metodológicos, melhoria profissional e envolvimento pessoal das equipas educativas. Fomentar competências baseadas 17


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na inteligência emocional e assertiva. A equipa de direção exerce o coaching com os seus companheiros, centrando-se no crescimento pessoal e profissional do educador. 3.3. VISÃO E ATITUDE POSITIVA Os líderes positivos transmitem otimismo e energia, congregam pessoas em volta de projetos e ideias, motivando o desempenho de cada um. A sua capacidade de resolução de conflitos é eficaz porque congrega a parte emotiva aliada a uma grande aptidão para a mediação. O desafio da direção consiste em conciliar a área profissional, familiar e emocional, perspetivando e integrando tudo de forma positiva. O apoio das estruturas institucionais às equipas educativas é um aspeto fundamental para promover toda essa positividade centrada no mesmo Ideário. 3.4. TRABALHO EM REDES DE CONHECIMENTO O trabalho em rede e a cooperação geram a capacidade de se catalisarem conhecimentos, impulsionarem projetos e reunirem ideias, repercutindo-se em tomadas de decisões acertadas. As redes de conhecimento permitem identificar as experiências de sucesso e generalizá-las, partilhando as dificuldades e as propostas de solução. Estar num cargo diretivo representa uma grande responsabilidade, mas também constitui uma oportunidade de crescimento profissional e, mais importante ainda, uma oportunidade de crescimento pessoal. 3.5. GESTÃO EFICAZ DE TAREFAS É importante que as equipas diretivas consigam gerir tempo para o exercício das suas funções, através de meios que lhes permitam priorizar assuntos; avaliar potencialidades; detetar projetos inalcançáveis; encontrar soluções; responsabilizar; delegar tarefas e otimizar a qualidade dos processos de gestão.

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4. FAMÍLIAS As famílias são as primeiras e principais responsáveis pela educação dos seus filhos, tendo o direito de eleger o tipo de educação e a escola que desejam. Os seus interesses centram-se na tecnologia e na inovação, mas também, na procura de ambientes familiares, onde predomine a felicidade e a segurança dos seus educandos. Os Pais/Encarregados de Educação e a Associação de Pais são corresponsáveis com a escola, sendo convidados a colaborar ativamente nas atividades do Centro. 4.1. VALORIZAÇÃO DAS LÍNGUAS, DAS TECNOLOGIAS E DA INOVAÇÃO A inovação é fundamental para os nossos centros e é uma oportunidade para repensarmos o nosso projeto e os seus objetivos. É fundamental usar estas inovações de forma a potencializar e diferenciar o nosso Projeto Educativo Institucional. 4.2. DESEJO DE UM AMBIENTE DE ACEITAÇÃO E DE FELICIDADE PARA OS SEUS FILHOS As famílias querem sentir e ver os seus filhos felizes num ambiente familiar e de aceitação, onde encontrem um grupo de referência. Procuram uma escola colaborativa no crescimento e amadurecimento das crianças e jovens.


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4.6. RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA O papel dos pais na educação dos seus filhos não se pode limitar a satisfazer-lhes as necessidades básicas. A mudança que a escola está a sofrer, nas suas competências científicas, pessoais e sociais, exige o envolvimento da família. Precisamos de atuar de forma conjunta e coordenada, visando os mesmos fins. Portanto, deve haver comunicação entre a família e a escola, com vista à melhoria do ensino e como forma de prevenção do fracasso escolar.

5. MODELOS DE APRENDIZAGEM 4.3. EXPECTATIVAS A escola procura responder às expectativas que cada família nela deposita. Há que saber mediar, tendo em consideração que nem sempre pais e filhos desejam o mesmo. 4.4. PARTICIPAÇÃO E INCLUSÃO NA COMUNIDADE Promovemos a participação de todos, mediante as possibilidades e competências de cada um, para o enriquecimento da comunidade escolar. O envolvimento das famílias é promovido através de canais abertos de comunicação que incentivam à participação. Impulsionamos a participação através de várias ações que trazem as famílias à escola para que estas aprendam com os seus filhos, incentivando a relação dos três intervenientes, professor, aluno e família. Esta é uma iniciativa que permite a partilha e a valorização dos critérios educativos.

O contexto das investigações sobre o modo como funciona a aprendizagem sofreu uma mudança desde 1995, devido, sobretudo, aos resultados da Neurociência e da Neurobiologia. Além disso, na última década, consolidaram-se vários modelos pedagógicos que se mostraram eficazes. Acresce ainda que o surgimento e a generalização de modelos consolidados no nosso panorama educativo permitem que ocorra na escola o que designamos por “mudança de paradigma”. Esta já teve lugar em muitos âmbitos da nossa sociedade, levando-nos a optar por uma hierarquia que se pode materializar em seis modelos de aprendizagem, refletidos numa pirâmide.

1. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

4.5. ESPECIALIZAÇÃO EM APTIDÕES PARA EDUCAR As famílias necessitam de linhas orientadoras no âmbito da comunicação, da escuta, da negociação, do enriquecimento, da criatividade e das aptidões emocionais, por isso, estamos empenhados em promover ações para as famílias, para que juntos possamos melhorar a nossa prática educativa.

2.

3.

PROJETOS

APRENDIZAGEM

INTERDISCIPLINARES

COOPERATIVA

PBL

4.

5.

6.

TIC

ESTIMULAÇÃO

APRENDER

SOCIAL MEDIA

ATEMPADA

FAZENDO

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II. LEITURA DO CONTEXTO

construção sem cabimento na escola. Uma criança pode fracassar num tipo de inteligência, mas não em todos. Outra consequência é a tendência mais visionária da experiência pedagógica: estamos a caminhar em direção a uma aprendizagem mais personalizada, em que cada aluno pode escolher diferentes vias educativas, adaptadas às suas inteligências. Entre as inteligências múltiplas, apostamos tanto na inteligência emocional, como cerne de um Projeto Educativo que visa a felicidade da pessoa, como na inteligência espiritual, como uma dimensão imprescindível na formação do ser humano, em geral, e, em particular, de alunos que pertencem a uma escola confessional católica.

“...estamos a caminhar em direção a uma aprendizagem mais personalizada, ...” 5.1. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS Este modelo relaciona-se com as modernas investigações neurocientíficas, que provam que o cérebro não é um todo unitário e imutável, mas contém diferentes zonas que ativam o que Howard Gardner denomina de “Inteligências Múltiplas”. Estas investigações provam que a caraterística mais extraordinária do cérebro é a sua plasticidade, isto é, a sua capacidade de desenvolver diferentes partes e de lhes atribuir funções distintas. Assim, a aprendizagem é dinâmica e interconectada, em vez de linear. O essencial da aprendizagem já não é a mera transmissão de informação e de conhecimentos, mas a estimulação sensorial, emocional e cognitiva. Gardner falou, numa primeira etapa, da existência de sete inteligências: a linguística, a lógico-matemática, a visual-espacial, a musical, a cinestésico-corporal, a intrapessoal e a interpessoal. Numa segunda etapa, acrescentou a inteligência naturalista e uma outra que, primeiro, designou como espiritual e que acabou por denominar existencial. Uma das consequências deste modelo consiste no facto de o conceito de fracasso escolar ser uma 20

5.2. PROJETOS INTERDISCIPLINARES, PBL (Problem Based Learning, ou seja, Aprendizagem Baseada em Problemas e pensamento crítico) Queremos que o fundamental do nosso modelo pedagógico seja ensinar os alunos a pensar, dotando-os de destrezas de pensamento para a vida, de forma a que consigam resolver os seus problemas e tomar decisões. Para o levar a cabo, apostamos em três modelos: i. - Os projetos interdisciplinares: os educadores abordam diferentes conteúdos curriculares dentro do mesmo projeto de investigação, independentemente das áreas a que pertencem; ii. - A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL): os educadores formulam um problema, sem o solucionar. O importante é fomentar nos alunos a capacidade de pesquisa e seleção de dados, a consciência crítica e a transformação da informação em conhecimento, com vista à resolução do problema inicial; iii. - O pensamento crítico: proporcionar aos alunos diferentes rotinas cognitivas, com vista a desen-


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volver destrezas de pensamento, nomeadamente, comparar e contrastar, avaliar, pesquisar causas, interpretar e reunir a informação, de forma a analisar as partes de um todo. 5.3. APRENDIZAGEM COOPERATIVA A aprendizagem cooperativa é um modelo que se foca na aprendizagem em equipa e não apenas no indivíduo. Os resultados da implementação deste modelo são os seguintes: i.- Atribuição de grande autonomia ao aluno e ao grupo: a percentagem de participação dos alunos pode chegar aos 90%, potenciando o papel do educador como mediador. ii.- Alteração da arquitetura espacial da aula: substituímos o modelo das filas pela realização de trabalhos em pequenos grupos. iii.- Melhoria do rendimento e da motivação dos alunos: desenvolvemos o sentido da responsabilidade social e a capacidade de cooperação, melhorando as relações entre os alunos, reduzindo o individualismo e treinando determinadas competências sociais e cognitivas.

5.4. TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação) E SOCIAL MEDIA Vivemos num mundo globalizado, em que as redes sociais se transformaram na maior ferramenta de comunicação, para transmitir e receber informação, gerar pertenças e mobilizar social e ideologicamente, partilhar documentos, criar ideias e tendências. Deve fazer parte do currículo educativo o uso de formas participativas e autoconstrutivas, bem como espaços com ferramentas de aprendizagem e a gestão de conhecimentos. Não esqueçamos que estes jovens vivem e viverão num mundo no qual é imprescindível a alfabetização digital. Além disso, estas ferramentas transformam-se também em elementos estruturais da aprendizagem, cujo uso, ou não, conduzem a modelos pedagógicos antagónicos. Os social media permitem e potenciam um tipo de aprendizagem baseado na interdisciplinaridade, no pensamento crítico, na aprendizagem cooperativa e nas inteligências múltiplas, sendo veículos essenciais para a inovação. A sociedade atual necessita de adultos competentes 21


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II. LEITURA DO CONTEXTO

na “racionalização da informação”, processo que permite identificar as fontes fiáveis de informação, para lhes aceder, compreender, adaptar ao contexto local e transmiti-las. É necessário ter as competências que permitam colaborar, trabalhar em grupo e partilhar informação, através de redes globais. Em suma, poder analisar os problemas sob uma perspetiva multidisciplinar. Como cidadãos devemos ser flexíveis e capazes de aprender com rapidez, uma vez que os ambientes de trabalho são dinâmicos e mudam com frequência. É preciso aprender a aprender e adquirir, com grande celeridade, novas competências. Os professores passarão de um modelo de transmissão de informação unidirecional, do professor ao aluno, a lugares direcionados para os alunos, em que estes interajam em equipas, tanto com os colegas, como com outras pessoas localizadas em todo o mundo, por meio de aulas virtuais. O mundo digital origina uma drástica mudança na forma de obter informação sobre os temas expostos na aula. Com ele, os alunos também podem criar informação, além de a obter. Os estudantes deixam de ser meros observadores, que trabalham de forma passiva, para passarem a estar envolvidos, de forma ativa, na construção do seu conhecimento. Numa sociedade que anseia combinar a vida pessoal com a vida laboral, as TIC facilitam-nos o trabalho, porque permitem uma organização mais eficiente e flexível das tarefas. A sociedade torna-se, assim, mais acessível. As TIC e as redes sociais derrubam muitas barreiras e fronteiras. Deixou de ser necessário uniformizar, porque a diversidade passou a ser possível e enriquecedora, podendo coexistir. Importa referir que a pessoa é o agente determinante dos processos e que a comunicação eletrónica nunca substitui a comunicação presencial. 5.5. ESTIMULAÇÃO ATEMPADA Os primeiros anos de vida de uma criança são um 22

período onde ocorrem diversas modificações importantes e se apresentam características de desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, tal como Glenn Doman, fundador do modelo conhecido como “Estimulação Atempada”, defende. A premissa é não esperar que ela fique desenvolvida para começar a educar-se, mas, desde muito cedo, estimular todo o seu potencial.

O estímulo atempado, como o próprio nome indica, tem como objetivo desenvolver e potencializar, através de jogos, exercícios, técnicas e de outros recursos, as funções do cérebro do bebé, beneficiando o seu lado cognitivo, motor, emocional e evitar ou minimizar os distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor, possibilitando à criança desenvolver-se em todo o seu potencial. Uma criança estimulada aproveitará a sua capacidade de aprendizagem e de adaptação ao seu meio, de uma forma mais simples, rápida e intensa. No seu modelo, Glenn Doman propõe trabalhar com bits de inteligência para desenvolver diferentes inteli-


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“O segredo do bom ensino é considerar a inteligência da criança como um campo fértil, no qual as sementes do conhecimento podem ser plantadas para crescer sob o calor ardente da sua imaginação. Se me perguntarem quantas sementes plantar, a minha resposta será: tantas quantas forem (Maria Montessori) possíveis !”

gências. A sua metodologia é baseada em exposição visual e auditiva, informação sucinta, usando cartões de informação, de forma rápida, inovadora e motivacional. Os estímulos curtos são mais eficazes do que os longos, de modo que os bits são exibidos de forma rápida, repetidos em várias sessões curtas, de forma atrativa e motivacional para a criança. Objetivos dos BITS de inteligência: Desenvolver a memória, melhorar a atenção e a retenção de informações, lançando as bases para a aquisição de conhecimentos sólidos, aumentar o vocabulário, expandir a linguagem e a memória.

5.6. APRENDER FAZENDO. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Partindo da experiência do aluno, a aprendizagem interioriza-se e assimila-se muito melhor, porque ela passa a ser parte real dos conhecimentos que pretendemos transmitir. A criança, ao experimentar, sente aquilo que está a aprender e, ao tomar consciência da sua aprendizagem, desenvolve-se, capacitando-se para o futuro. Devemos partir das potencialidades e capacidades da criança, para a ajudarmos a desenvolver-se e a pôr em prática as suas aptidões. 23


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II. LEITURA DO CONTEXTO

6. COMUNIDADES RELIGIOSAS 6.1. REFERÊNCIA E TESTEMUNHO DE VIDA As comunidades religiosas, nos nossos centros educativos, são uma referência para as famílias que esperam um bom acolhimento. Acreditam numa educação baseada em valores humanos e cristãos de proximidade, respeito mútuo e convivência. O Carácter Religioso e o Projeto Educativo levam a que se opte pela vivência espiritual. O principal desafio das religiosas, nesta missão de educar, é centrarem-se, essencialmente, na vida pastoral dos centros, no acompanhamento, nos grupos de reflexão, de catequese e nas atividades de convivência. É fundamental que os educandos, as famílias e os colaboradores as vejam como pessoas com vida própria e plena, vivendo em comunidade, com as suas tarefas do dia a dia, envolvidas na vida da comunidade educativa. As religiosas esforçam-se por construir comunidades com grande inteligência espiritual, de autenticidade e de abertura à fé e aos outros. 6.2. VIVÊNCIA DO CARISMA E DA ESPIRITUALIDADE As comunidades da Congregação das Religiosas Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus desejam vivamente, como a Madre Trindade, ser canais de aproximação ao Deus de Jesus Cristo, especialmente presente na Eucaristia. Desejando ser fiéis ao Carisma recebido e vivido pela sua Fundadora, as Religiosas vivem e transmitem o que viram e ouviram, o que puderam conhecer e experienciar na sua relação com Jesus e com o seu Evangelho e querem oferecê-lo nos lugares em que levam a cabo a sua missão: colégios, famílias, paróquias, obras assistenciais, missões. O Carisma Eucarístico, a devoção a Maria e a espiritualidade franciscana são fontes que alimentam e saciam a sua própria sede e o seu desejo de realização pessoal. É neste sentido que as religiosas se sentem 24

chamadas a orientar os que as rodeiam, para Jesus, Caminho seguro para a felicidade e para a plenitude humana nas diversas vocações. 6.3. FALTA DE VOCAÇÕES PARA A VIDA RELIGIOSA Estamos numa era em que a Vida Consagrada já não desperta nos jovens o desejo de se entregarem à causa da evangelização, fazendo parte de uma Instituição Religiosa. As religiosas, conscientes desta realidade, experimentam alguma preocupação, relativamente ao futuro da Vida Consagrada e continuidade do Carisma e, ao mesmo tempo, revelam esperança e confiança em Deus que é quem chama, quem sustém a sua Igreja e conduz a História. 6.4. MISSÃO PARTILHADA Querem optar por um modelo de escola em que as religiosas tenham um papel de comunhão na Instituição, que sejam ponto de referência e que, estando mais libertas das tarefas de gestão dos centros, possam ter uma presença mais serena, acessível e significativa para todos os membros da comunidade educativa. Creem que, pelo seu papel nos Centros Educativos, as religiosas devem ser líderes que encarnem e projetem o estilo educativo que propõem.


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III. LINHAS ESTRATÉGICAS

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III. LINHAS ESTRATÉGICAS 1. LINHA ESTRATÉGICA DA PASTORAL — 2. LINHA ESTRATÉGICA DE LIDERANÇA — 3. LINHA ESTRATÉGICA PEDAGÓGICA

A nossa Instituição, depois de atualizar o seu Carácter Próprio e fazer uma análise profunda do nosso contexto, tomou a decisão de optar por quatro linhas estratégicas, que definirão o rumo da Instituição e das suas obras educativas, durante os próximos anos. 1. Linha pastoral: “Delinear um modelo de pastoral sistémico que desenvolva nos nossos Centros Educativos a Inteligência Espiritual”. 2. Linha de liderança: “Desenvolver um estilo de liderança, cultura organizacional, coaching e formação dos seus colaboradores”. 3. Linha pedagógica: “Implementar modelos de inovação pedagógica que desenvolvam as inteligências múltiplas”. 4. Linha económica: “Promover um modelo de gestão que assegure a sustentabilidade dos centros e contribua para o seu desenvolvimento”.

1. LINHA ESTRATÉGICA DA PASTORAL Tendo por base uma Pastoral Sistémica, a nossa Instituição optou por seis objetivos específicos.

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OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 1: Criar um plano de formação/ capacitação que vise a inteligência espiritual dos educadores e dos alunos, promovendo os desafios institucionais. DESCRITORES 1. Promovemos uma pastoral aberta, reflexiva, sintonizada, interiorizada, que envolva todos em tudo; 2. Proporcionamos momentos de reflexão, através da Palavra que leve ao encontro e gere experiência com Deus; 3. Potenciamos o surgimento de um perfil pessoal de educador-líder: utilizamos a pedagogia da pergunta, metáforas e parábolas; provocamos a busca de sentido, trabalhamos o limiar da interioridade; 4. Dedicamos tempo letivo/ não letivo à Pastoral. AÇÕES 1. Criar um plano de formação para educadores, que os habilite a trabalhar nos Centros Educativos, a partir do Carisma da Congregação e do seu Projeto Educativo Institucional; 2. Potenciar a competência espiritual de cada um; 3. Planificar as diferentes disciplinas, contemplando a dimensão da inteligência espiritual; 4. Elaborar um documento orientador do trabalho pastoral.


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OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 2: Oferecer espaços de interiorização partilhada e de expressão da fé na nossa comunidade educativa, abertos à pluralidade. DESCRITORES 1. Promovemos uma pastoral emocional, dinâmica vivencial, com empatia e espontaneidade; 2. Oferecemos a toda a comunidade educativa momentos significativos de experiência orante e celebrativa, a partir da Palavra de Deus. AÇÕES 1. Orar com base na experiência pessoal e comunitária; 2. Estabelecer um lugar, diferente, de reflexão, onde cada um partilhe experiências de vida e fé à luz da Palavra de Deus. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 3: Potenciar um estilo próprio de liderança e de cultura organizativa, a partir da formação das competências necessárias para alcançar centros com inteligência espiritual. DESCRITORES 1. Promovemos uma pastoral de liderança espiritual que parta da experiência e favoreça o conhecimento e encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo; 2. Praticamos coaching com base na liderança espiritual, transmitindo com clareza os critérios institucionais; 3. Utilizamos uma comunicação assertiva e positiva. AÇÕES 1. Elaborar um plano de formação, voltado para a aquisição e para a melhoria das competências emocionais e religiosas; 2. Criar um programa de formação que fomente a liderança espiritual, transmitindo confiança.

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III. LINHAS ESTRATÉGICAS

OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 4: Projetar uma imagem positiva dos centros educativos e da Pastoral.

2. LINHA ESTRATÉGICA DE LIDERANÇA

DESCRITORES 1. Usamos canais de comunicação eficazes no posicionamento dos centros e na transmissão da mensagem; 2. Promovemos a cultura institucional através de estratégias de fortalecimento da relação com os alunos e colaboradores.

Pretende-se impulsionar uma liderança democrática, optando-se pelos seguintes objetivos específicos:

AÇÕES 1. Manter os canais de comunicação digital dinâmicos e atualizados (comunicação online); 2. Criar murais de comunicação nos espaços comuns (comunicação offline); 3. Utilizar uma linguagem de proximidade com os alunos.

DESCRITORES 1. A partir de ações e momentos informais, promove-se a harmonia e união emocional; 2. Criação de espaços que permitam aos membros da comunidade educativa propor e executar projetos inovadores; 3. Responsabilizar e delegar funções e tarefas.

OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 5: Orientar as nossas ações educativas de forma responsável na sociedade, promovendo o trabalho em rede. DESCRITORES 1. A pastoral é dinâmica e atenta aos fenómenos sociais; 2. Potencia-se a aprendizagem e atuação ética e evangelizadora; 3. Apoia-se o desenvolvimento de projetos/ações solidárias, onde os alunos sejam os principais agentes (ex.: Clube Solidário). AÇÕES 1. Criar projetos/ações de voluntariado; 2. Dar a possibilidade aos intervenientes da ação educativa de contactar com outras realidades sociais; 3. Promover experiências de voluntariado; 4. Organizar convívios para os alunos, nos quais se discutam questões relacionadas com a pastoral e com o quotidiano.

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OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 1: Conceber centros com uma cultura organizacional que seja proativa e desenvolva novas ideias, centrando-se no bem-estar e no crescimento pessoal.

AÇÕES 1. Nomear responsáveis pela gestão dos projetos; 2. Usar o coaching para motivar profissional e pessosoalmente; 3. Dar continuidade aos projetos inovadores e avaliá-los. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 2: Promover a gestão de equipas, com base numa comunicação assertiva, que permita a gestão de conflitos. DESCRITORES 1. Promove-se uma liderança democrática, incentivando a participação de todos; 2. Geram-se canais de informação de forma a torná-la acessível a todos; AÇÕES 1. Utilizar vários canais de comunicação de forma a estimular ideias e promover a participação; 2. Organizar reuniões de brainstorming; 3. Promover reuniões para gerir conflitos de forma assertiva.


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OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 3: Desenvolver formações de acordo com as competências dos colaboradores. DESCRITORES 1. Revisão dos cargos de liderança, de acordo com as competências, prevendo-se nomeações e pensando-se antecipadamente num processo de formação com vista à liderança. AÇÕES 1. Levar a cabo formação sistemática que desenvolva competências de liderança.

3. LINHA ESTRATÉGICA PEDAGÓGICA Constatamos que a mudança exige uma ação pedagógica diferenciada e, por isso, optámos pelos seguintes objetivos específicos: OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 1: Proporcionar formação aos educadores para que se promova uma aprendizagem baseada na interação professor/aluno geradora de conhecimento. DESCRITORES 1. Todos os educadores recebem formação sobre os modelos pedagógicos que correspondem à etapa em que se encontram. 2. Os educadores reduzem o tempo de explicação na aula e intensificam os processos de autoaprendizagem, de aprendizagem cooperativa, de investigação, de exposição e de avaliação.

nossas equipas de direção e dos vários coordenadores. DESCRITORES 1. Os líderes promovem o coaching para uma gestão eficaz das suas equipas, proporcionando a inovação pedagógica e tornando eficazes os projetos levados a cabo. AÇÕES 1. Realizar as ações formativas direcionadas para os líderes; 2. Criar equipas de trabalho, consolidando as ações formativas recebidas, de forma a repercutir os seus efeitos na restante comunidade educativa. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 3: A programação curricular operacionalizará os vários modelos de aprendizagem. DESCRITORES 1. A programação curricular decorrerá, sempre que possível, sob uma perspetiva interdisciplinar; 2. Transformam-se gradualmente os espaços, a arquitetura, os tempos e a distribuição dos horários, para favorecer combinações flexíveis, oficinas, trabalho interdisciplinar e modelos divergentes e criativos de investigação e de aprendizagem. AÇÕES 1. Planificar as unidades didáticas, contemplando os modelos de aprendizagem; 2. Adaptar as infraestruturas e a flexibilidade horária em cada um dos centros;

AÇÕES 1. Levar a cabo ações formativas, previstas nos padrões institucionais de formação. 2. Implementar ações e projetos que derivem de cada ação formativa. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 2: Fortalecer o papel de liderança pedagógica das 31


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III. LINHAS ESTRATÉGICAS

4. LINHA ESTRATÉGICA ECONÓMICA E FINANCEIRA Com a linha estratégica, económica e financeira, pretende-se implementar um modelo de gestão de centro que assegure a sua sustentabilidade e fomente o desenvolvimento da Instituição. Assenta em cinco objetivos específicos: OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 1: Promover a ocupação dos Centros para manter a sua viabilidade. DESCRITORES 1. Dar a conhecer o nosso Projeto Educativo Institucional a toda a comunidade educativa e na sua envolvente; 2. Proceder à realização de ações de comunicação que possam permitir o aumento das atividades do Centro e, por consequência, os seus resultados. AÇÕES 1. Elaboração de um plano de marketing; 2. Procura de sinergias ou parcerias com outras instituições e empresas da área geográfica onde se encontrem inseridas. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 2: Criar processos de planificação, avaliação e revisão económica. DESCRITORES 1. Desenvolver em cada Centro um modelo de controlo orçamental; 2. Envolver as equipas de direção na análise da informação económica; 3. Dar a conhecer e sensibilizar toda a comunidade educativa para a relevância das inscrições e matrículas e sobre a informação económica do Centro. AÇÕES 1. Aplicar e cumprir o modelo de controlo orçamental; 2. Realizar um plano de informação económica. 32

OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 3: Incrementar fontes geradoras de receita e de financiamento. DESCRITORES 1. Oferecer outros serviços complementares, como: o serviço de refeitório, a criação de atividades extracurriculares, a venda de livros e manuais escolares, a venda de materiais didáticos, a venda de uniformes; 2. Procurar outras fontes de financiamento, tais como: a rentabilização de espaços; a criação de plataformas de formação; a promoção do intercâmbio escolar (desportivo ou outro) e o desenvolvimento de projetos consistentes e sustentáveis em parceria com outras empresas, instituições, entre outros, ainda que dependentes da angariação de fundos. AÇÕES 1. Criar planos de autofinanciamento; 2. Criar planos de atividades extracurriculares. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 4: Aumentar a rentabilidade dos ativos. DESCRITORES 1. Criar novas atividades que permitam descentralizar o uso das instalações; 2. Criar processos que possibilitem a aprovação de investimentos e de desinvestimentos. AÇÕES 1. Criar um plano de investimentos e de desinvestimentos. OBJETIVO ESPECÍFICO N.º 5: Otimizar a gestão dos recursos. DESCRITORES 1. Desenvolver um modelo de controlo analítico que permita visualizar a rentabilidade das diferentes linhas de atividade e tomar decisões de forma mais criteriosa; 2. Partilhar recursos humanos e materiais com


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os nossos centros e com outras instituições; 3. Criar alianças com outras organizações (como por exemplo, Administração Pública, Universidades e outras empresas e instituições de iniciativa privada); 4. Estimular a existência de uma central de compras para as despesas mais significativas. AÇÕES 1. Criar um plano de centralização de recursos; 2. Existência de uma central de compras.

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“Não encerres em ti a luz que te foi dada.”

Madre Trindade

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IV. APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO PEI Centros Educativos Congregação das Religiosas Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus

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IV. APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO PEI 1. AVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO — 2. DIVULGAÇÃO

1. AVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO

2. DIVULGAÇÃO

O Projeto Educativo dos Centros Educativos da Delegação Portuguesa da Congregação das Religiosas Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus (CRESEMD) foi concebido no sentido de traduzir os grandes princípios humanistas e de educação para os valores, adotados desde a sua fundação.

O presente Projeto Educativo, após aprovação pelos órgãos competentes, deverá ser divulgado a todos os membros da comunidade educativa, no início do ano escolar, através de uma sessão aberta à comunidade.

O Projeto Educativo deve também ajustar-se às transformações e exigências da realidade envolvente e da sociedade em geral, pelo que se afirma, essencialmente, como um documento dinâmico, aberto a periódicas revisões e atualizações. A Direção assume a responsabilidade de garantir o cumprimento deste projeto e avaliar a atividade da Escola em função do mesmo.

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Ficará, igualmente, disponível para consulta permanente, em suporte papel, na Biblioteca, bem como na Secretaria das diversas Comunidades Educativas e, editado em formato digital, nas suas plataformas.


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CONTACTOS DOS CENTROS EDUCATIVOS

EXTERNATO PAULO VI Rua de S. Gonรงalo, 24-30 4710-310 BRAGA

EXTERNATO Mร E DE DEUS Rua da Penha de Franรงa, 243 1170-304 LISBOA

Tel.: 253 208 361 Email: geral@externatopaulovi.org

Tel.: 218 149 048 Email: geral@externatomaededeus.org

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CENTRO DE ASSISTÊNCIA INFANTIL NOSSA SENHORA DAS DORES Av. Conselheiro Ferreira Lobo, 37 E 2760-033 CAXIAS

CENTRO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA Rua Teófilo Braga, 2 7090-286 VIANA DO ALENTEJO

Tel.: 214 432 147 Email: direcao@centroinfantilnsd.com

Tel.: 266 953 136 Email: direcao@centroicmaria.com

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