Guia Mais 2010 - CM COMUNICAÇÃO

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A conquista da Paraíba Por: Profª Rosa Godoy

Capitania da Paraíba - 1689 (Biblioteca Nacional - através do site)

Precedentes da Conquista

GUIA MAIS JOÃO PESSOA

Entre 1534 e 1536, o Estado Português implantou o sistema de capitanias hereditárias no seu domínio na América (Brasil), concedendo enormes faixas territoriais a particulares, para que as explorassem. Essa medida, de um lado, visava conservar o território americano de Portugal, acossado por corsários estrangeiros ingleses, holandeses e, principalmente, franceses. Estes últimos, utilizandose dos índios Potiguara, faziam enorme contrabando de pau-brasil para a Europa, com vistas ao seu emprego na tintura de tecidos.

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Uma dessas capitanias era Itamaracá, território delimitado entre os atuais Baía da Traição (Paraíba) e Igaraçu (Pernambuco), e concedido a Pero Lopes de Sousa, irmão de Martim Afonso de Sousa, o famoso chefe da expedição ao Brasil, em 1530, da qual resultaria a decisão portuguesa de ocupar o seu domínio americano de forma mais efetiva, através do sistema de capitanias hereditárias. A constante presença francesa na área, os frequentes ataques dos índios Potiguara aos portugueses, que tentavam fazer avançar a colonização ao norte de Olinda, e mais o abandono

da capitania de Itamaracá por seu donatário, descendentes e prepostos, foram alvo de preocupação do governo metropolitano português. A situação impedia o avanço da conquista lusitana para além de Pernambuco. Tentativas de instalar engenhos em uma área de ocupação indígena encontraram forte resistência dos nativos, a exemplo do chamado “massacre de Tracunhaem” (região de Goiana, Pernambuco), em que os Potiguara reagiram ao rapto de uma índia por um colono. Mais além desse fato, na verdade, estava em disputa o território entre nativos e conquistadores. Como resposta, a Coroa portuguesa (o rei Dom Sebastião) ordenou ao governador-geral do Brasil, Dom Luís de Brito, a expulsão dos franceses, a punição dos índios envolvidos no episódio de Tracunhaem e o desmembramento de Itamaracá, com a fundação de uma cidade e a criação de uma nova capitania, de iniciativa real, diferentemente das capitanias concedidas à iniciativa privada. O que estava em jogo, era a preservação do território pernambucano, onde se implantara a economia açucareira, e, assim, por extensão, o próprio projeto colonizador lusitano. Em 1574, por decreto, Itamaracá foi desmembrada e criada a Capitania


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