Boletim de Conjuntura Econômica CMC - 4º Trimestre/2016

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2016 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONร MICA

CMC Conjuntura e Mercados Consultoria

4ยบ TRIMESTRE Outubro Dezembro

Ano II - nยบ 4 - Marรงo/2017


Sumário

Março/2017

Apresentação

3

Editorial

4

Macroeconomia

5

Setorial

7

Regional

9

Valuation

11

CMC


Apresentação

CMC Expediente:

O Boletim de Conjuntura Econômica é uma publicação da Conjuntura e Mercados Consultoria (CMC) que apresenta uma análise conjuntural do último trimestre nas áreas de Macroeconomia, Setorial, Regional e Valuation. Sob diferentes enfoques, o material traz uma análise diferenciada do atual quadro econômico do país, utilizando-se de dados coletados ao longo do último trimestre. Busca-se oferecer à sociedade elementos que contribuam para um maior entendimento do quadro conjuntural da economia, a partir de uma linguagem simples e acessível a qualquer cidadão. Desse modo, o principal objetivo do Boletim de Conjuntura Econômica é trazer um panorama completo da economia brasileira, a fim de contribuir para o conhecimento público. O Boletim de Conjuntura Econõmica pertence ao projeto de extenção Conjuntura e Mercados Consultoria (CMC) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A reprodução do conteúdo publicado neste informativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim de Conjuntura Econômica CMC e a devida data de publicação.

Boletim de Conjuntura Econômica Conjuntura e Mercados Consultoria Ano II | Número 4 | Outubro - Dezembro | Março 2017 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Reitor Prof. Dr. Marcus Vinícius David Vice Reitora Profa. Dra. Girlene Alves da Silva Pró-Reitora de Extensão Profa. Dra. Ana Lívia de Souza Coimbra Faculdade de Economia (UFJF) Diretor Prof. Dr. Lourival Batista de Oliveira Júnior Chefe de Departamento Prof. Dr. Eduardo Gonçalves

Conjuntura e Mercados Consultoria - CMC Orientadora Geral Fernanda Finotti Cordeiro Perobelli Professores Orientadores Admir Antônio Betarelli Jr. Diogo Fernandes Fernanda Finotti Cordeiro Perobelli Fernando Salgueiro Perobelli Wilson Luiz Rotatori Corrêa Apoio Administrativo Lourdes Vieira Pinto da Silva Boletim Macroeconomia Matheus Martinez de Carvalho Josiele de Paula Nunes Vinicius Pimenta Delgado Ribeiro Nardy Boletim Setorial Apolo Reis Bezerra Lucas Resende Freitas Maria Eduarda de Paula Fernandes Matheus Lily Serrão Dilon Boletim Regional Gabriel Henrique Ribeiro Barbosa Inácio Fernandes Araújo Junior Leandro Venâncio Pereira Leonardo Igor Araújo de Souza Joyce Aparecida Guimarães Silva Ramon Goulart Cunha Boletim Valuation Bruno Perry Barbosa Cristhian Patrick Campos da Silva Idala Carolina Carvalho Alves Juliana Graziele Laurindo Kamilla Menezes Avelar Vinícius Farnezi Versiani Edição/Diagramação/Comunicação Pedro Barbosa Capetti Porto Luiza de Paula Rodrigues

Processos Conjuntura e Mercados Consultoria Proc. 23071.007553/2015-40 Economia nas Escolas Proc. 23071.007554/2015-94 Grupo de Conjuntura Econômica Proc. 23071.007557/2015-28 Endereço para correspondência: Faculdade de Economia - Conjuntura e Mercados Consultoria (CMC) Rua João Lourenço Kelmer, s/n. Campus Universitário. Bairro São Pedro, Juiz de Fora – MG. BRASIL. CEP 36036330 Telefone: (32) 2102-3552 / (32) 98487-4645 Email: cmc.ufjf@gmail.com

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Editorial

CMC

Antes de decidir sobre o que escreveria nesse Editorial, um colaborador me sugeriu que falasse sobre as ideias de um grande economista brasileiro. Pensei um pouco a respeito – a ideia parecia boa – mas decidi fazer o inverso. Decidi falar das ideias de pessoas jovens, que ainda aspiram ao título de economista. Apesar da pouca experiência, para mim essas pessoas já fazem muita diferença na sociedade em que vivem. Refiro-me aos alunos que participam (bem como aos que já participaram) de um projeto ligado à CMC chamado ‘Economia nas Escolas’. Em 2014, quando a CMC ainda era quase que só uma ideia na minha cabeça, fui convidada a ministrar uma palestra na Semana de Economia da UFSJ. Imediatamente aceitei, com a condição de que os alunos daquela instituição me ajudassem a levar nossos alunos, para que eles também participassem do evento. Desse contato e de um projeto social que os alunos da UFSJ desenvolviam, surgiu a ideia do ‘Economia nas Escolas’. O objetivo era ajudar a formar cidadãos capazes de tomar decisões financeiras conscientes e assumir seu papel na sociedade a partir do entendimento de conceitos econômicos relevantes, ensinados por nossos alunos da graduação aos alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas. Apesar de toda a vontade dos alunos envolvidos, liderados primeiro pelo Sposito e depois pelo Guilherme, o início não foi fácil. Nenhuma escola parecia poder nos receber. Compreensível. Com poucos recursos materiais e humanos e um plano de trabalho apertado, nosso projeto parecia mais um fardo que uma ajuda real. Com muita persistência e graças à ação de pessoas comprometidas, como a Érika, fizemos um piloto na Escola Cenecista Monteiro Lobato. Depois, na Escola Normal. Foram experiências válidas, que motivaram os alunos participantes, sob a batuta da super colaboradora Tatiana Vidal, a escreverem um artigo sobre a vivência. Os resultados foram apresentados em dois congressos e posteriormente publicados no International Journal of Knowledge, Engineering and Management. Orgulho total das alunas responsáveis, Gabriele, Idala, Kamilla. Mas foi apenas nesse ano, graças à paixão por ensinar de um professor do ensino fundamental, não por acaso pai de outra aluna extremamente comprometida, a Joyce, que o projeto ganhou corpo, além de um pouco mais de alma. Abrindo um espaço de duas horas semanais, por um ano inteiro, em suas aulas de Matemática na Escola Municipal União da Betânia, o Altamir fez toda a diferença. Joyce, Kamilla, Christian, Juliana, Bruno e Gabriel são os alunos da Economia que atualmente ministram palestras sobre o tema para duas turmas do oitavo ano e uma turma do nono da escola municipal. A cada semana, os alunos da UFJF preparam e apresentam aos alunos da União da Betânia um pouco da dinâmica econômica e financeira do país e do mundo por meio de conceitos-chave, como moeda, inflação, produção, emprego, comércio internacional, planejamento financeiro, poupança e investimento. A partir da exposição de fatos relacionados à história (a origem do dinheiro, das instituições, da moeda local), à geografia (globalização e comércio internacional), à economia (inflação, emprego, produção, câmbio) e a finanças (planejamento, poupança, investimento), na velocidade que é possível, esses alunos de Economia da UFJF estão se esforçando para formar futuros cidadãos capazes de entender notícias e fatos relevantes e tomar decisões financeiras cotidianas. Em bairros economicamente deprimidos, como as Granjas Betânia, a falta de emprego e de renda poderia tornar mais difícil o ‘sonhar grande’ de Jorge Paulo Lehman. Mas não mais. A cada encontro, quando um dos alunos da UFJF chega na sala de aula, cerca de 60 crianças têm acesso a conceitos e ideias capazes de inspirar desejos, abrir novas perspectivas e, principalmente, fornecer instrumentos capazes de fazer com que eles, se assim desejarem, se tornem agentes, junto às famílias, de decisões financeiras e pessoais mais conscientes. Para mim, que observo tudo semanalmente, não é pouca coisa. Como lâmpadas que se acendem, vejo rostos que se iluminam ao, finalmente, entenderem uma situação antes nebulosa. É o futuro, plantado à moda antiga, como é possível, mas com muita esperança e vontade de fazer dar certo. No coração, também já vejo ali grandes futuros economistas em ação.

Fernanda Perobelli é professora da Faculdade de Economia da UFJF e Coordenadora Geral do projeto Conjuntura e Mercados Consultoria (CMC)

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Macroeconomia

O IBC-Br é utilizado como indicador em número índice para balizar as expectativas no sentido, positivo ou negativo, da variação da série do PIB, porém, não pode ser avaliado como indicador exato da intensidade da variação. Os indicativos de melhora da economia brasileira não vêm convencendo o mercado, e a mediana das projeções de mercado no Boletim Focus do Banco Central projeta resultados piores para nossa economia. Na publicação de 7 de outubro, apontava-se uma queda do PIB de 3,15% em 2016 e crescimento de 1,3% para 2017. A última publicação que trouxe expectativas para o PIB de 2016, feita no dia 06 de janeiro de 2017, apontava para uma queda de 3,49%, e a mais recente, do dia 20 de janeiro de 2017, aponta para crescimento de apenas 0,5% este ano.

0,00 3° tri/14 -1,00

Variação em taxa (%)

O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre teve queda real de 2,87% em relação ao mesmo período do ano anterior, porém queda menor do que registrado nos quatro trimestres anteriores (gráfico 1). Na mesma comparação, destaque para o desempenho bastante negativo do setor agregado da Agropecuária (-5,99%), enquanto Indústria (-2,88%) e Serviços (-2,21%) obtiveram queda na atividade semelhantes na comparação dos mesmos períodos.

Gráfico 1 – PIB trimestral comparação trimestre igual/ trimestre do ano anterior 4° tri/14

1° tri/15

2° tri/15

3° tri/15

4° tri/15

1° tri/16

2° tri/16

3° tri/16

-0,64

-2,00 -2,87

-3,00 -3,58 -4,00

-5,00

-6,00

-5,76

Fonte: Elaboração própria CMC Jr - IBGE

Gráfico 2 – Índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) acumulados em 12 meses 11,00

10,71

10,50 10,67 10,00 9,32

9,50 Variação em % a.a.

O quarto trimestre da economia brasileira traz, por números preliminares, uma expectativa de melhora do panorama geral. Os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontam para uma estabilidade da atividade econômica e até mesmo um início de retomada de crescimento no mês de novembro.

CMC

8,97

9,00 8,50 8,00 7,50 7,00 6,50

6,29 6,00 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16

jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16

Fonte: Elaboração própria CMC - Banco Central

Gráfico 3 – Taxa de desocupação (Pnad Contínua) 13,0

O mercado de trabalho ainda não mostra sinais de reação, havendo aumento da taxa de desocupação medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo IBGE. O nível de desocupação fechou novembro em 11,9% ou 12,132 milhões de pessoas que procuraram emprego e não conseguiram, contra 11,8% ou 12,022 milhões de pessoas em setembro (gráfico 3).

11,90

12,0

Em taxa (%)

11,2 11,0

10,0

9,0

9

8,0 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 Fonte: Elaboração própria CMC - IBGE

Gráfico 4 – Histórico cotação Dólar x Real (Dez/15 - Dez/16) R$ 4,17

R$ 4,20 R$ 4,00 R$ 3,85 R$ 3,80 (1 USD)

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo acumulado em 12 meses (gráfico 2), fechou o mês de dezembro em 6,29% a.a, dentro da meta do Banco Central (4,5% ± 2 p.p.). O índice que estava em 8,48%a.a. em outubro teve forte desaceleração, e os grupos de alimentação, habitação e transporte contribuíram em grande parte para esse comportamento. A expectativa do Boletim Focus para o IPCA acumulado em 12 meses para 2017 é de 4,7%, que ficaria dentro da meta que, para 2017, é de 4,5% ± 1,5 p.p.

R$ 3,60 R$ 3,44 R$ 3,40 R$ 3,20

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novembro16

outubro-16

setembro-16

agosto-16

julho-16

junho-16

maio-16

abril-16

março-16

fevereiro-16

Fonte: Elaboração própria CMC - Reuters

dezembro16

R$ 3,12

R$ 3,00 janeiro-16

A forte valorização do Real frente ao Dólar americano (gráfico 4) em 2016 foi reduzida no 4° trimestre e a moeda norte-americana, que iniciou outubro em R$3,25, fechou dezembro em R$3,44.


Macroeconomia Gráfico 5 – Balança Comercial Brasileira (Dez/15 - Dez/16) 18 000 17 000 Em milhões de reais (R$)

O câmbio ainda impulsiona as exportações brasileiras, e a balança comercial continua a obter saldos positivos (gráfico 5), obtendo saldo no trimestre em R$11,5 bilhões e acumulado no ano em R$47,7 bilhões. As exportações somaram no quarto trimestre de 2016, R$45,9 bilhões, e em comparação com o terceiro trimestre de 2015 houve uma pequena queda de 1,62%. As importações continuam a reagir, no quarto trimestre totalizaram R$34,36 bilhões.

CMC

16 000 15 000 14 000 13 000

Exportação

12 000

Importação

11 000 10 000

Na comparação trimestre/trimestre igual ano anterior, o quarto trimestre registrou uma queda de 7,64% se comparado com o mesmo período de 2015, no terceiro trimestre -13,19%, no segundo trimestre -21,38% e no primeiro trimestre -33,41%. Na comparação mês/mês igual ano anterior, dezembro de 2016 registrou aumento nas importações se comparado a dezembro de 2015 em 9,3%, R$11,2 bilhões contra R$10,5 bilhões.

9 000

Fonte: Elaboração própria CMC - Banco Central

Gráfico 6 – Resultado primário do Governo Central 3,0

R$93.036 mi R$86.086 mi

2,0

R$75.291 mi

1,0 Em % do PIB

A situação fiscal do Governo teve sútil melhora no quarto trimestre. As contas do Governo acumularam em 2016, de janeiro a novembro, um resultado primário negativo em R$94,01 bilhões (gráfico 6), 1,5% do PIB, e deve ficar bem abaixo da previsão feita pelo próprio governo Temer quando assumiu, que era de R$170,5 bilhões, 2,73% do PIB, levando em conta a projeção de um PIB nominal para 2016 de R$6,25 trilhões. A dívida bruta do Governo Central chegou a 70,5% do PIB em novembro (gráfico 7). Por outro lado, o custo médio da dívida vem caindo, segundo dados fornecidos pelo Tesouro Nacional. O custo médio da dívida pública federal acumulado em 12 meses, que estava em 16,4% ao ano em janeiro, em setembro passou para 12,75% a.a., e atingiu 12,02% a.a. em julho.

0,0 2011

2012

2013

-1,0

2015

Jan-Nov

- R$55.712 mi

- R$94.012 mi -2,0

Fonte: Elaboração própria CMC - Banco Central *Utilizando a projeção do PIB para 2016 do Governo Federal

Gráfico 7 – Razão dívida bruta Governo Central/PIB 71,0

70,5 70,1

70,0

Razão em % do PIB

69,0

A queda na inflação abriu espaço para corte na taxa básica de juros Selic, que permanecia em 14,25% a.a. desde julho de 2015. O comitê do COPOM realizou três cortes em sequência, sendo o último de 0,75p.p., acima do que o esperado pelo mercado, mantendo a Selic então em 13% a.a. Na ata da reunião, o Banco Central deu a entender que esse é só o início de uma série de cortes e a expectativa de mercado fornecida pelo Boletim Focus é de 9,5% para a Selic no final de 2017.

2014 - R$20.472 mi

68,0

67,5

67,0

66,0

65,0

64,0 64,1 63,0

Fonte: Elaboração própria CMC - Banco Central

O ano de 2017 começa agitado no cenário internacional e dúvidas quanto ao futuro de grandes potências como Estados Unidos e China, além da conturbada saída do Reino Unido da União Europeia, podem atrapalhar a agenda econômica brasileira. O governo continua a defender a calma, mas a retomada do controle fiscal ainda pesa e atrasa a retomada dos investimentos e do consumo das famílias.

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Setorial Em meio a mudanças no cenário macroeconômico o crédito define se aumenta ou abaixa de preço. Enquanto a redução da taxa básica de juros (Selic) e da inflação (IPCA) pressionam para queda no preço do crédito, os recentes aumentos da taxa de desemprego eleva o risco de inadimplência, pesando a favor do seu aumento. No meio dessa “luta de braços”, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), das seis linhas de crédito pesquisadas, três tiveram suas taxas de juros reduzidas no mês (juros do comércio, cartão de crédito-rotativo e cheque especial) e três tiveram suas taxas de juros elevadas no mês de dezembro (CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiro).

CMC Gráfico 8 – Evolução da Taxa de Juros Pessoa Física e Jurídica (% a.a) 160

120 108,16

100

80 74,32 60 65,16 51,81 40

Pessoa Física

Mesmo com resultados negativos, o último trimestre de 2016 apresentou uma melhora em relação aos demais. Para 2017 é esperado uma melhora nas expectativas do consumidor alavancados pela liberação do dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com dados da Pesquisa de Confiança do Consumidor (ICC – IBRE/FGV), em uma escala de 0 a 200, em que abaixo de 100 pontos indica pessimismo e acima otimismo, o mês de dezembro apresentou 79 pontos. Ainda que pessimista, é possível ver a melhora de 14 pontos em relação ao mesmo período do ano anterior (Gráfico 9 – linha laranja). O setor industrial terminou o ano em situação difícil, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ainda assim, dezembro de 2016 foi melhor que o ano anterior e alguns dados sugerem que o pior pode ter ficado para trás.

Pessoa Jurídica

Fonte: Elaboração própria CMC - Anefac

Tabela 1 – Volume Mensal de Comércio

Analisada em conjunto, a taxa de juros média geral teve nesse último trimestre de 2016 a primeira redução dos últimos dois anos durante o mês de outubro e continua desde então em queda. Na comparação (mês/mês-anterior), a taxa média de juros destinadas a pessoas físicas passou de 157,47% a.a. (novembro) para 156,33% a.a. (dezembro), sendo esta a menor taxa de juros desde agosto/2016. Já para pessoas jurídicas, passaram de 75,93% a.a. (novembro) para 74,32% a.a. (dezembro), essa por sua vez a menor taxa de juros desde julho/2016. (Gráfico 8).

Atividades COMÉRCIO VAREJISTA (2) 1- Combustíveis e lubrificantes 2- Hoper, supermercados, prods. Alimentícios, bebidas e fumo

MÊS/MÊS ANTERIOR (1) Taxa de Variação (%) OUT NOV Dez -0,4 1,0 2,1 -1,4 -0,2 2,1 -0,6

2.1- Super e hipermercados

-0,8

3- Tecidos, vestuário e calçados 4- Móveis e eletrodomésticos 4.1- Móveis 4.2 - Eletrodomésticos 5- Artigos farmacêuticos, med., ortop. e de perfumaria 6- Livros, jornais. Revistas e papelaria 7- Equipamentos e material para escritório informática e comunicação 8- Outros arts. de uso pessoal e doméstico COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO 9- Veículos e motos, partes e peças 10- Material de consumo

0,4 0,2 -0,2 0,7 -0,4 1,1 -0,4 -0,4 -5,4

Acumulado Taxa de Variação (%) NO ANO 12 MESES -6,2 -6,2 -9,2 -9,2

1,0

-3,0

-3,1

-3,1

0,8 -1,5 2,0 -

-3,3 0,1 -2,5 -

-3,1 -10,9 -12,6 -12,1 -12,8

-3,1 -10,9 -12,6 -12,1 -12,8

0,2 -0,3

0,1 -1,1

-2,1 -16,1

-2,0 -16,1

5,3 4,3 0,2 -1,3 7,7

1,9 -3,9 -0,1 1,8 2,1

-12,3 -9,5 -8,7 -14,0 -10,7

-12,3 -9,5 -8,7 -14,0 -10,7

Fonte: Elaboração própria CMC - IBGE

Gráfico 9 – Índice de Confiança do Consumidor e Índice de Confiança dos Empresários Industriais 90

90 85 79

80

80

65

70

Em pontos

O índice de volume de vendas do comércio varejista, a partir da Pesquisa Mensal do Comércio (PME – IBGE) (Tabela 1), no último trimestre de 2016 recuou (-1,2%) em relação ao trimestre imediatamente anterior, mantendo a sequência de oito trimestres em queda, enquanto na comparação com igual trimestre do ano anterior houve um recuo ainda maior (-5,5%). No acumulado de 12 meses, o ano de 2016 finalizou com variação negativa (-6,2%) para o setor. As atividades que menos sofreram, mas ainda sim apresentaram resultados negativos foram: “Artigos farmacêuticos” (-2,1%) e “Supermercados” (-3,1%); e os mais prejudicados: “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-16,1%) e “Móveis e eletrodomésticos” (-12,8%).

156,33

139,78 140

70

60

60

50

50

45,2 48

36

40

40

30

30

ICC

ICEI

Fonte: Elaboração própria CMC - ICC (IBRE/FGV) e ICEI (CNI)

Tabela 2 – Volume Mensal de Serviços Aividades

B ras il 1 S erviç os pres tados às famílias 1.1 S erviç os de alojamento e alimentaç ão 1.2 O utros s erviç os pres tados às famílias 2 S erviç os de informaç ão e c omunic aç ão 2.1 S erviç os de T IC 2.1.1 T elec omunic aç ões 2.1.2 S erviç os de T ec nologia da Informaç ão 2.2 S erviç os audiovis uais 3 S erviç os profis s ionais 3.1 S erviç os téc nic o-profis s ionais 3.2 S erviç os adminis traivos e c omplementares 4 T rans portes 4.1 T rans porte terres tre 4.2 T rans porte aquaviário 4.3 T rans porte aéreo 4.4 Armaz enagem e c orreios 5 O utros s erviç os Aividades T urís ic as

Fonte: Elaboração própria CMC - IBGE

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Mês /igual mês do ano anterior

Ac umulado (taxa de variaç ão)

O UT

NO V

DE Z

NO ANO

-3,1 -3 -2,9 -3,6 -2 -0,6 -2,3 5,6 -10,3 -0,1 -12,9 4,2 -7,1 -7,1 -20,2 -6,1 -4,9 1,8 -2,9

0,1 -2,7 -2,4 -4,4 -1,1 -0,6 -2,7 6,7 -3,6 2,5 -8,6 6,4 -1,1 -1,9 -19,1 2,5 2,8 6,3 0,2

-1,5 0,7 -0,3 7,4 -4,8 -4,8 -4,4 -6,1 -4,5 0,5 -3,5 2 -1,5 -0,6 -19,3 0,4 -0,1 6,8 0,9

-0,1 1 0,4 4,7 -0,6 -0,2 -1,1 2,9 -3,4 0,8 -5,1 2,8 -1,2 -1 -8,5 -3,3 0,6 4,2 -0,1

12 ME S E S -0,1 1 0,4 4,7 -0,6 -0,2 -1,1 2,9 -3,4 0,8 -5,1 2,8 -1,2 -1 -8,5 -3,3 0,6 4,2 -0,1


Setorial Ainda que a produção em dezembro tenha caído em relação ao mês anterior, a queda em 2016 foi a menos intensa dos últimos quatro anos. Além disso, a utilização da capacidade instalada (UCI) aumentou 1 ponto percentual na comparação dezembro de 2015, primeiro crescimento desde março de 2014. Outra boa notícia é que os estoques da indústria terminaram o ano abaixo do planejado, o que sugere que poderá ter aumento da produção. O Índice de Confiança da Indústria (ICEI – CNI) em dezembro voltou a mostrar falta de confiança (48 pontos) após quatro meses seguidos acima do nível de confiança (50 pontos). Apesar das quedas recentes, o ICEI ainda mostra crescimento de 12 pontos quando comparado ao observado em dezembro de 2015. (Gráfico 9 – linha azul).

CMC Gráfico 10 – Participação por Região na Produção Dez/16 5,20%

3,60%

10,70% 39,70%

40,80%

Sul

Centro-Oeste

Sudeste

Nordeste

Fonte: Fonte: Elaboração própria CMC - ICC (IBRE/FGV) e ICEI (CNI)

Analisando o setor de serviços, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS - IBGE/Tabela 2), o volume de serviços prestados no último trimestre de 2016 aponta um recuo de 2,8% em relação ao terceiro trimestre, representando a maior retração já vista por sua série histórica iniciada em 2012. Entretanto, em dezembro de 2016 o setor já apresenta uma sensível recuperação de 0,6% no volume de vendas, se comparado ao mesmo anterior. Assim, a taxa acumulada para o ano de 2016 atingiu -5,0%, com uma queda de receita nominal na ordem de 0,1%. Sem o ajuste sazonal, o transporte aéreo praticamente foi o único setor a registrar um crescimento no volume de serviços em dezembro (7,0%), atingindo 1,3% no acumulado do ano. Em contrapartida, as atividades como transporte terrestre (-10,4), serviços técnico-profissionais (-11,4), transporte aquaviário (-9,5%) e “serviços técnico-profissionais” (-11,4%) foram aquelas com piores resultados em seu volume de vendas. A produção agrícola brasileira fechou o ano de 2016 com indicadores aquém ao mesmo período (dezembro) de 2015, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA - IBGE). A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas se desenvolve centralizada principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste (Gráfico 10) e apresentou variação negativa de 12,2%, equivalente a uma queda de 25,7 milhões de toneladas, além de uma redução de 0,9% da área a ser colhida. Dentro desse mesmo grupo, arroz, milho e soja juntos representam 92,2% da estimativa da produção e responderam por 87,8% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,8% na área da soja e reduções de 2,1% na área do milho e de 9,3% na área de arroz. No que se refere à produção, as avaliações foram negativas em 1,8% para a soja, em 14,0% para o arroz e em 25,7% para o milho, quando comparadas a 2015. Durante o último ano o produtor rural enfrentou problemas que fogem ao seu controle e atrapalham no desempenho do setor, como dificuldades climáticas e forte variação cambial. Como incentivo, o governo federal disponibilizou R$ 185 bilhões aos produtores rurais para que invistam em custeio e comercialização através do Plano Agricultura e Pecuário 2016/2017.

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Norte


Regional O nível de atividade econômica nos municípios do estado de Minas Gerais foi analisado a partir do Indicador de Atividade Econômica Municipal (IAEM). A distribuição espacial da atividade econômica em Minas Gerais medido pelo IAEM, no mês de outubro de 2016, é mostrada na Figura 1. A classificação dos munícipios mineiros, por mesorregião do estado e percentil do IAEM, é detalhada na Tabela 3. No Percentil 25% estão os 213 municípios com menor nível de atividade no estado, enquanto o Percentil 100% apresenta os 43 municípios que estão entre os 5% com maior nível de atividade. Nota-se a concentração de economias com baixa atividade nas mesorregiões do Norte de Minas, Vale do Rio Doce e Zona da Mata Mineira. Enquanto as economias com maior nível de atividade estão aglomeradas nas seguintes mesorregiões: Metropolitana de Belo Horizonte, Sul/Sudoeste de Minas e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. A Tabela 4 apresenta a classificação dos maiores municípios de Minas Gerais, a partir do IAEM do mês de outubro/2016. O ordenamento do nível econômico é feito para o último período, nos últimos seis anos (out/2011 a out/2016). Apenas um município se manteve na mesma posição ao longo de todo o período, a saber: Belo Horizonte. Vale destacar que Betim, pela primeira vez, deixou de ser a 2ª colocada e passou a figurar na 4ª posição. Por sua vez, Juiz de Fora é a única representante da Zona da Mata Mineira entre as economias com o maior nível de atividade do estado. Além disso, a cidade ficou fora da 7ª posição somente em outubro de 2011, em que ocupava a 5ª posição e em outubro de 2014, quando ficou na 9ª colocação. O Índice de Atividade Bancária (IAB) e o Índice de Arrecadação Municipal (IAM) vêm sendo, dentro do estado, os mais importantes para o nível econômico do município. A atividade bancária do município de Juiz de Fora é uma das maiores do estado, sendo assim, ainda que em alguns períodos ocorram diminuição, em valor, das operações observadas, o fator da proporcionalidade perante as demais cidades mineiras faz com que a movimentação bancária permaneça contribuindo positivamente com o nível da atividade econômica de Juiz de Fora. Tal fato, vale também no que diz respeito a arrecadação municipal.

CMC Figura 1 – IAEM para os municípios de Minas Gerais Julho de 2016

Fonte: Elaboração própria CMC - Boletim IAEM

Tabela 3 – Distribuição espacial do IAEM nas mesorregiões de Minas Gerais – Julho de 2016

Fonte: Elaboração própria CMC - Boletim IAEM

Tabela 4 – Decomposição do IAEM para Juiz de Fora – julho de 2016

Fonte: Elaboração própria CMC - Boletim IAEM

Gráfico 11 – Decomposição do IAEM para Juiz de Fora – julho de 2016

A decomposição do IAEM para o município de Juiz de Fora é apresentada no Gráfico 11. Em outubro de 2016, o município apresentou perda na arrecadação (IAM), bem como que no saldo de empregos (IME) e na abertura externa (IAE). No que se refere ao IAM, a principal razão para a sensível queda foi, principalmente, a diminuição em 35,33% na arrecadação de IPVA no município, quando comparada a setembro de 2016. No que diz respeito ao IME, a redução foi devido à queda no saldo de empregos no setor agrícola e pecuária. Fonte: Elaboração própria CMC - Boletim IAEM

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Regional Em relação à abertura comercial, a queda foi motivada principalmente pela redução das importações de produtos da mineração e da manufatura (queda de 83,55% e de 21,37%, respectivamente, quando comparadas a setembro de 2016). De forma análoga, o município registrou ganho na atividade bancária (IAB) para o mês de outubro de 2016, o que foi motivado pela alta em todas as variáveis que fazem parte do subíndice, com exceção dos depósitos à vista por parte do Governo, que teve queda de 7,43%. Cabe destacar que a alta no IAB foi incentivada, principalmente, pelo aumento de 93,08% dos depósitos bancários e de 64,38% nas operações de diversos recebimentos, tais como IOF, contribuições previdenciárias, tributos federais, estaduais e municipais, além do FGTS.

CMC Gráfico 12 – IAEM para os municípios de Minas Gerais Julho de 2016

Fonte: Elaboração própria CMC - Boletim IAEM

A evolução do IAEM para Juiz de Fora entre os meses de outubro de 2015 e de 2016 é representada no Gráfico 12. É possível observar que em comparação com outubro de 2015 o IAEM obteve alta, mas na Tabela 2 não há ganho de posições no ranking. Isso se explica pelo fato de que as economias que se encontram a frente de Juiz de Fora tiveram uma atividade proporcionalmente maior. O aumento no nível de atividade econômica do município, em comparação com outubro de 2015, justifica-se em função do IAM e do IAB. No que tange a arrecadação, ocorreu aumento no recolhimento de ICMS no setor agropecuário (413,35%), no setor manufatureiro (16,37%) e no setor de serviços (26,65%), além do aumento de 17,92% na arrecadação de IPVA. Já os ganhos na atividade bancária se deram em função do aumento em todas as variáveis do subíndice, com destaque para a elevação dos depósitos bancários e das operações por recebimento, respectivamente, 33,31% e 99,67%. Vale destacar que o IAEM foi criado a partir de um trabalho desenvolvido pela CMC no âmbito da Faculdade de Economia da UFJF. Mensalmente os dados de atividade econômica são divulgados para os 853 municípios de Minas Gerais. A metodologia de elaboração do IAEM e os resultados para os demais municípios podem ser consultados no endereço eletrônico da CMC.

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Valuation

Os destaques positivos do trimestre ficaram por conta das empresas pertencentes à indústria de commodities. Começando pela Vale (VALE5), que apresentou alta de 48,79% em seus papéis, impulsionada pela alta do preço de minério de ferro, que em dezembro chegou a 79,95 dólares por tonelada, um aumento de 41% desde o mês de setembro (gráfico 14). Seguindo a tendência do setor, as ações da CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) avançaram 14,09% e 14,85% respectivamente (gráfico 15). Outro setor que apresentou bons resultados foi o financeiro, com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB3) subindo 21,18% e 46,78% respectivamente. Apesar do corte na taxa de juros Selic, que deve diminuir o spread bancário, os bancos podem ganhar na retomada da concessão de empréstimos.

Gráfico 13 – Ibovespa x Dólar x Selic 115 110 105 100 95 90

IBOV

Dólar

Fonte: Elaboração própria CMC - Economática

Gráfico 14 – Vale 30

26

22 R$

O Ibovespa encerrou o ano de 2016 em recuperação, depois de ter sofrido sucessivas quedas entre novembro e dezembro. A última semana do ano registrou uma puxada no índice, alcançando novamente os 60.000 pontos (gráfico 13). No quarto trimestre, a alta foi de apenas 1,29%, evidenciando a grande volatilidade apresentada no período. Em novembro, depois de chegar aos 64.000 pontos, maior marca do ano, o índice perdeu força devido principalmente à grande instabilidade da economia internacional. A eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos mexeu com as expectativas dos investidores, criando espaço para um possível aumento da taxa de juros norte-americana, com incertezas associadas no mercado brasileiro.

CMC

18

14

10

VALE5

Fonte: Elaboração própria CMC - Economática

Gráfico 15 – CSN X Usiminas

Outra empresa que também se destacou negativamente foi a Gafisa (GFSA3). Ela, que vinha mantendo uma tendência de alta de 5,96% entre janeiro e setembro, caiu 24,39% no trimestre final de 2016. Seus índices de mercado também são preocupantes, com um índice P/L de -8,22 e uma margem líquida de -32,03%. A empresa também não conseguiu acompanhar o indicador IMOB, índice que demonstra o desempenho das principais empresas que atuam no setor imobiliário, e que subiu 39,12% no ano. Em relação à renda fixa, com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir 0,75 pontos percentuais na taxa Selic, os títulos pós-fixados se tornam menos vantajosos quando comparados aos títulos pré-fixados.

14 12 10

R$

8 6 4 2 -

CSNA3

USIM5

Fonte: Elaboração própria CMC - Economática

Gráfico 16 – Oi x Gafisa 3,50

3,00

2,50 R$

Por outro lado, algumas empresas não apresentaram bons resultados entre outubro e dezembro do ano passado. Mesmo com a recuperação judicial da Oi (OIBR4), que alimentou as expectativas dos investidores, resultando em uma alta de cerca de 177% entre junho e agosto de 2016, a empresa não conseguiu manter o ritmo e despencou 17,58% no último trimestre (gráfico 16). Alguns dados da empresa são alarmantes e justificam a queda, como margem líquida negativa em 73,12% e uma dívida bruta de R$ 15,9 bilhões. Cotada no final de 2016 a R$ 2,25, as ações da Oi estão praticamente virando pó, a despeito de ainda ser uma das maiores empresas de Telecomunicação do Brasil.

2,00

1,50

1,00

OIBR4 Fonte: Elaboração própria CMC - Economática

11| Boletim de Conjuntura Econômica - Conjuntura e Mercados Consultoria | Nº 4 - Março 2017

GFSA3

Selic


Valuation

Gráfico 17 – Ibovespa x Cotação Saca de Milho 18

70000

16

60000

14 10

40000

8

30000

6

20000

4 2

10000

0

0

Fonte: Elaboração própria CMC

Em 2017, um maior volume de emissão de debêntures é esperado. O Ministério dos Transportes aprovou o projeto Libra Terminais Santos, com investimento de R$ 400 milhões captado por meio de debêntures. Também o Ministério das Cidades autorizou o projeto de Saneamento em Mato Grosso, com emissão de debêntures prevista dentro de um ano. Importante lembrar que debêntures ligadas ao setor de infraestrutura possuem isenção de Imposto de Renda. Entre os papéis que não contam com tal benefício, Lojas Renner aprovou a emissão de R$ 300 milhões em debêntures da companhia por meio de oferta pública, com a finalidade de aumentar o capital de giro da empresa. O prazo de vencimento dos títulos será de três anos, ou seja, até 2020. Os rendimentos desses papéis costumam ser bons, porém não possuem seguro do Fundo de Garantia de Crédito, o que aumenta seu risco. A partir de 2017 faremos também o acompanhamento do mercado futuro. Esse mercado tradicionalmente atrai muitos especuladores pelo seu alto nível de volatilidade e consequentes possibilidades de ganhos. Como esperado, o risco também é elevado, já que é permitido ao operador manter posições altamente alavancadas, o que exige um bom gerenciamento de riscos nas operações. Atualmente, a principal função econômica dos Mercados Futuros é fornecer proteção contra a oscilação de preços e mercadorias através de contratos de hedge (principalmente para produtores agrícolas). Na outra ponta, esses mercados também atraem especuladores, que enxergam possibilidades de ganhos altíssimos nas negociações, em comparação com outros mercados. Todavia, as possibilidades de ganhos também carregam um alto risco, o que exige do investidor um bom gerenciamento de suas operações. Muitos fatores podem afetar os preços dos contratos de futuros, desde a taxa de juros até variações climáticas. Em geral, uma importante variável para os contratos agropecuários é a taxa de juros (Selic), observando-se geralmente uma correlação positiva. Também é possível notar a correlação negativa entre o Ibovespa e os contratos agropecuários, como mostra o gráfico abaixo. Contudo, essa tendência não é sempre verificada para todas as commodities, o que pode ser notado nas cotações da saca de café, que recorrentemente apresentam uma correlação oposta à cotação do milho, quando comparada ao Ibovespa.

Fonte: Elaboração própria CMC

12| Boletim de Conjuntura Econômica - Conjuntura e Mercados Consultoria | Nº 4 - Março 2017

IBOVESPA

50000

12

04/01/2016 15/01/2016 29/01/2016 15/02/2016 26/02/2016 10/03/2016 23/03/2016 06/04/2016 19/04/2016 03/05/2016 16/05/2016 30/05/2016 10/06/2016 23/06/2016 06/07/2016 19/07/2016 01/08/2016 12/08/2016 25/08/2016 08/09/2016 21/09/2016 04/10/2016 18/10/2016 31/10/2016 14/11/2016 28/11/2016 09/12/2016

SACA DE 60KG POR DÓLAR

Dentre os títulos dessa categoria, estão disponíveis no site do Tesouro Direto as Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em 2019 (taxa de rendimento de 10,36%) e 2023 (taxa de rendimento de 10,84%). Entretanto, como o título pré-fixado é um investimento de médio a longo prazo, os títulos "ponta pré" (aqueles que pagam a taxa contratada mais a variação de um índice de inflação) são uma boa opção para investimentos de curto prazo. Nesta categoria, o site do Tesouro Direto oferece seis títulos cujo indexador é o IPCA, os quais diferenciam-se pelo ano de vencimento e valor mínimo para aplicação, embora todos possuam taxas de rendimento que variam entre 5% e 6% acima do IPCA.

CMC


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