Jornal da Manhã - sexta-feira - 29.11.2019

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Jornal da Manhã

sexta-FeIRa, 29 de novembRo de 2019

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FEIRA

Balanço da Expo-Ijuí confirma superávit "Missão cumprida." É com essa afirmação que a presidente da Expo-Ijuí, Nadine Dubal, conclui seu mandato à frente da feira deste ano. O demonstrativo de resultados financeiros foi apresentado na manhã de ontem, no auditório da Associação Comercial Industrial de Ijuí (ACI). À tarde, a presidente esteve no Grupo JM e conversou com a reportagem, enumerando receitas e deduções. Isso porque, ao longo do dia, Nadine foi, segundo ela, muito questionada sobre o aumento no valor de investimentos realizados no Parque de Exposições Wanderley Burmann - R$ 130 mil, em 2018, e R$ 305,9 mil em 2019. "Neste ano, com as condições que recebemos o Parque, tivemos que gastar, para deixá-lo em dia, desde a poda de árvores, troca de fechaduras e alambrados, corte de gramas. Então, existe uma diferença de R$ 188 mil", disse, acrescentando que durante a apresentação, pela manhã, destacou a importância da prefeitura, proprietária do Parque de

Exposições, realizar manutenção, no mínimo, trimestral, do local, que é utilizado ao longo do ano para outros eventos, inclusive a Feira dos Negócios da Indústria de Ijuí (Fenii). Nadine destaca que o maior aporte de recursos foi realizado em manutenção e equipamentos no Parque de Exposições, com aumento de 135% - melhorias que agora poderão ser usufruidas pela comunidade. O segundo maior repasse foi para a prefeitura, referente aos ingressos, R$ 179,9 mil, taxas e impostos, R$ 40,7 mil; e pagamento da taxa de luz, R$ 102 mil. "A prefeitura, pela Expo-Ijuí, recebeu entre reinvestimento do parque e recursos que serão repassados, R$ 629 mil. É mais de meio milhão, é mais do que o valor que sobra líquido de toda a feira, que é gestão da ACI", resume a empresária. Em entrevista ao Grupo JM, Nadine afirmou que a missão foi cumprida e os objetivos, que eram dois, alcançados: o fortalecimento do agronegócio e concluir a

feira com superávit. "Primeiro, o fortalecimento do agronegócio, e conseguimos. Pelo respaldo dos próprios expositores deste ano, que nos deram retorno, pelos que já renovaram, e pelos expositores que já estão nos procurando e colocando em seu aporte financeiro a participação no ano que vem. Segundo, tínhamos muito claro que não queríamos deixar débito para a feira, que tinha um histórico de estar se recuperando, e o presidente Nilo [Leal da Silva] foi muito pontual quando nos disse que gostaria de ter resultado positivo e trabalhamos todos juntos para isso", afirma Nadine. O resultado bruto da feira foi de R$ 775,8 mil. Retirando os investimentos realizados no Paque, de R$ 305,9 mil, o resultado líquido deste ano foi de R$ 459,8 mil. "Então, missão cumprida de que deixamos a feira com resultado positivo." A Expo-Ijuí conta com quatro tipos de receita, que neste ano totalizaram em torno de R$ 2,5 milhões: comercialização dos

Demei realiza investimentos na Praça O Demei Distribuição realiza investimento em eficiência energética na Praça da República. O planejamento teve início em maio de 2017, quando o projeto foi encaminhado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "Buscamos algo que pudesse ser visualizado pela população. Juntamente com esse projeto, que é bastante extenso, está sendo feito um trabalho com as escolas, procurando ensinar aos alunos o uso correto da energia, para que se tenha eficiência não somente na Praça, mas nos lares e empresas", conta o presidente do Demei Distribuição, Rubem Härter. Os recursos são parte da tarifa paga pelos consumidores, que é destinada à eficiência energética, e o projeto foi elaborado em parceria com a Unijuí e prefeitura. "São mais de 160 luminárias, com 16 cores em cada uma delas, e foram adaptadas dentro da Universidade pelo curso de Engenharia Elétrica, e caso sejam furtadas, o autor do furto terá uma grata surpresa que irá explodir na hora de ligá-las, pela voltagem", alerta. O projeto é exclusivo e coordenado por um sistema central instalado na Secretaria Municipal de Cultura, localizada na Praça da República. A inauguração está marcada para domingo, às 20h,

Rubem Härter

com sincronização das cores e presença das etnias. "Elas escolheram uma música natalina. O som irá tocar na Praça e as bandeiras destes países serão projetadas através de luzes." Na noite de ontem, o Demei realizou teste da iluminação para ajustes finais. A distribuição das luminárias foi projetada pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Unijuí. "É algo que irá atrair, será um diferencial na Praça da República neste fim de ano. E é algo que ficará e temos condições de fazer algo muito bonito."

Ainda em entrevista ao Grupo JM, Härter fez um balanço do fechamento do ano da autarquia. Segundo ele, os números são positivos e melhores em relação ao ano anterior. "No final do ano passado e início deste tivemos vários ajustes, participamos de uma audiência pública na Câmara de Vereadores porque havia uma preocupação." O principal ajuste, destacado pelo presidente, foi a nova Lei dos Parcelamentos para dívidas com o Demei. "Isso deu um equilíbrio financeiro muito forte, importante e terminamos o ano com capacidade de investimento. Há muitas empresas se instalando em Ijuí, é um momento muito favorável, principalmente para o comércio, então, constantemente estamos tendo que fazer melhorias, colocando mais transformadores, o aumento de carga vem acontecendo. Tivemos em novembro momentos com grande intensidade de consumo e estamos preparando com investimentos para que possamos ter um verão tranquilo." Para 2020, está projetada a construção de um alimentador desde a subestação até o Centro - e cerca de R$ 2 milhões de investimentos em redes. O balanço de 2019 será apresentado em abril do próximo ano.

Presidente da ACI, Nilo Leal da Silva participou da apresentação do balanço

espaços - R$ 1,6 milhão; comercialização de ingressos, R$ 695,4 mil; comercialização de ingressos permanentes, R$ 24,3 mil; e patrocínios, R$ 170 mil. "Do resultado, são deduzidas todas as despesas operacionais, administrativas e as deduções de repasses, como os R$ 115 mil para Fenadi, o valor sobre os ingressos, a taxa de luz mais o ISS, que são taxas e impostos, que passamos à prefeitura. Tudo isso sai desse montante, fora as contratações." Ao longo da feira, Nadine teve alguns enfrentamentos. Ao final do evento, em entrevista ao Grupo JM, ela chegou afirmar ter sido vítima de machismo. Questionada ontem sobre como está lidando com a situação pós-feira,

ela reafirmou ser uma mulher de coragem e com vontade de fazer a diferença na comunidade. "Sou mulher, mas não sou uma mulher que possa ser vista como sexo frágil, pelo contrário, sou de muita posição, vou para o enfrentamento. Dentro da ACI, em nenhum momento tive absolutamente nada de negativo por ser mulher, mais jovem, pelo contrário, sempre tive incentivo do grupo. Fora isso, tive sim alguns enfrentamentos na feira, com expositor, pelo fato sim de ser mulher, e, num segundo momento, sofri uma intimidação, onde houve mistura do âmbito pessoal, profissional e institucional, também por ser mulher, e levei adiante porque isso encoraja outras mulheres."

Preços pagos ao produtor tiveram redução O mês de outubro registrou valorização do Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelo Produtor Rural (IIPR) de 1,15%. Mas, no acumulado de 12 meses o indicador aponta uma queda de 1,21%. O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do mesmo período também apresentaram resultado negativo de 2,12%. Os dados compõem o Relatório de Outubro dos Índices de Inflação do Agronegócio do RS, divulgados pela Farsul, nesta semana. Este é o quinto mês consecutivo que o IICP tem queda, fechando outubro com resultado 0,06% menor que o mesmo período do ano passado. O destaque fica com os fertilizantes, com retração de 11%. O principal fator foi a variação cambial que teve um declínio no último mês. A economista do Sistema Farsul, Danielle Guimarães, indica o câmbio como principal fator na composição dos indicadores. No resultado do IIPR está também o preço da soja influenciado pelo momento do grão nos EUA, "o principal fator de influência é a expectativa de uma queda na safra americana que parece se confirmar. O plantio teve atraso, a colheita está atrasada e com

uma produção menor. Isso afeta o mercado internacional com a alta no preço do produto". Na relação com o IPCAAlimentos, fica comprovado, no curto prazo, o descolamento entre os preços que o produtor recebe e aquele pago pelos consumidores. Enquanto houve a retração de 1,21% no IIPR o IPCAAlimentos teve alta de 3,01% no acumulado em 12 meses. Nos primeiros cinco meses de 2019, o IICP valorizou mais rapidamente que o IPCA. Após, o acumulado passou a indicar a redução nos custos de produção, enquanto o IPCA elevou até atingir 2,54% em 12 meses. "Acontece que quando a gente tem momentos de crise econômica como o Brasil passou no ano de 2017, esses produtos que a maior parte fica no mercado interno, os produtores sentem muito no bolso a queda do consumo durante a crise, produtos como leite sentem muito a crise econômica porque os produtores acabam se adaptando às novas condições de redução. Então, a gente viu nas exportações uma possibilidade de escoar esses produtos que não tinham consumo interno e acabam valorizando o preço dos produtos brasileiros aqui dentro", finaliza.


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