TCC arqurbuvv Design Thinking integr. à Arq. de Interiores de lojas de vestuário: projetando a Calim

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UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

CLARA DE SOUZA PASSOS PEREIRA

DESIGN THINKING INTEGRADO À ARQUITETURA DE INTERIORES DE LOJAS DE VESTUÁRIO:

PROJETANDO A CALIM

VILA VELHA 2021


CLARA DE SOUZA PASSOS PEREIRA

DESIGN THINKING INTEGRADO À ARQUITETURA DE INTERIORES DE LOJAS DE VESTUÁRIO: PROJETANDO A CALIM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha, como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Me. Sérgio Ronaldo Skrypnik Michalovzkey

VILA VELHA 2021





No cenário atual, cada vez mais os comércios estão à procura de inovar em seus espaços físicos, para aprimorar e satisfazer a experiência de compra de seus clientes. O presente trabalho tem como finalidade analisar e pontuar formas de como a Arquitetura de Interiores, juntamente com o Design Thinking, podem auxiliar na obtenção de um ponto de venda de sucesso. A atmosfera do ponto de venda e seus elementos possuem grande influência no ser humano e no seu comportamento, contribuindo diretamente na experiência de compra do cliente e na rentabilidade do comércio. A metodologia de Design Thinking tem se mostrado uma grande aliada em processos projetuais nas mais diferentes áreas, portanto será utilizada neste trabalho como ferramenta de projeto para materialização da imagem da marca - no interior comercial. Para constatar o sucesso dos projetos onde o branding foi transmitido com êxito pela arquitetura de interiores, foram elaborados estudos de casos de lojas de vestuários onde o ambiente imerge o usuário no universo da marca. O presente trabalho possui como finalidade integrar o Design Thinking ao processo projetual da arquitetura de interiores, através da elaboração de projeto para a marca capixaba Calim.

In the current scenario, a lot of brands are looking to innovate in their physical spaces, to improve their customers' shopping experience. This piece of work aims to analyze and point out ways in which interior architecture, along with Design Thinking, can help to obtain a successful store. The atmosphere at the point of sale and its elements have a significant influence on human beings and their behavior, infringing directly on the customer's shopping experience and on the profitability of the store. The Design Thinking methodology has been shown to be a great ally in project processes in different areas, so it will be used in this work as a tool to materialize the brand image - in the commercial interior. In order to verify the success of projects where branding was successfully transmitted by interior architecture, case studies of clothing stores were prepared where the environment immerses the user in the brand's universe. The purpose of this work is to integrate design thinking to the process of planning interior architecture, through the elaboration of a project for the capixaba brand Calim.

Palavras-chave: Arquitetura de Interiores. Arquitetura comercial. Design Thinking. Branding na Arquitetura.

Palavras-chave: Interior Architecture. Commercial Architecture. Design Thinking. Branding in Architecture.


Figura 1 - Pirâmide de Maslow.................................................................................................19

Figura 30 - Totem interativo de feedback na loja Renner...................................................41

Figura 2 – Modelo de Mapa de Empatia................................................................................20

Figura 31 - Diagrama explicativo da sigla ESG.......................................................................42

Figura 3 – Mapa de Prioridades...............................................................................................22

Figura 32 - Mapa de Empatia da cliente Calim.......................................................................45

Figura 4 – Business Model CANVAS......................................................................................22

Figura 33 - Moodboard do espaço Calim..................................................................................46

Figura 5 - Localização da casa FARM...................................................................................26

Figura 34 - Fluxograma da funcionária Calim........................................................................47

Figura 6 – Fachada da casa FARM..........................................................................................27

Figura 35 - Fluxograma da cliente Calim.................................................................................48

Figura 7 – Vista frontal da lanchonete Bibi Sucos..................................................28

Figura 36 - Diagrama de bolhas do espaço..............................................................................51

Figura 8 – Detalhe do forro da lanchonete com bananas figurativas....................28

Figura 37 - Planta de Construção/Demolição..........................................................................52

Figura 9 – Presença de texturas visuais que remetem à natureza........................28

Figura 38 - Layout da loja física Calim......................................................................................52

Figura 10 – Vista do lance de escada que leva ao terceiro pavimento...................29

Figura 39 - Visão da entrada do espaço....................................................................................53

Figura 11 – Araras de exposição das peças e ambientação com vegetação........29

Figura 40 - Canto do café e Painel Outono...............................................................................54

Figura 12 – Araras de exposição das peças e decoração pontual...........................30

Figura 41 - Painel Verão.................................................................................................................54

Figura 13 – Composição de um dormitório com os produtos da linha home......30

Figura 42 - Painel Inverno.............................................................................................................55

Figura 14 – Composição de sala de estar e jantar com produtos da linha home.31

Figura 43 - Painel Primavera.......................................................................................................55

Figura 15 – Terraço da casa FARM com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas....31

Figura 44 - Setor administrativo do espaço............................................................................55

Figura 16 – Localização da loja Sense......................................................................32

Figura 45 – Provador......................................................................................................................56

Figura 17 – Fachada da loja Sense..........................................................................................33

Figura 46 - Espelho auxiliar e papel de parede.....................................................................56

Figura 18 – Layout esquemático da loja Sense......................................................33

Figura 47 - Planta Luminotécnica e de Pontos Elétricos....................................................57

Figura 19 - Arara em serralheria branca com prateleira em madeira......................34

Figura 20 - Arara em serralheria branca com prateleira em madeira......................34 Figura 21 – Balcão de atendimento em madeira ripada.........................................35 Figura 22 - Parede revestida em pedras naturais cinzas........................................35 Figura 23 – Provadores..............................................................................................................36 Figura 24 - Espaço de descanso e espera...........................................................................36 Figura 25 - Trilhos de iluminação suspensos..........................................................37 Figura 26 - Totens de compra online na Guide Shop Amaro em Ipanema..............39 Figura 27 - Guide Shop Amaro em Ipanema.......................................................................40 Figura 28 - Guide Shop MadeiraMadeira em Joinville............................................40 Figura 29 - Painel de LED na loja Riachuelo........................................................................41


INTRODUÇÃO

INTERIORES COMERCIAIS E SUA INFLUÊNCIA SOB O CONSUMIDOR 2.1 POR DENTRO DO INTERIOR

O QUE É DESIGN THINKING?

ESTUDOS DE CASOS

O FUTURO DO PONTO DE VENDA FÍSICO NO CENÁRIO PÓS-PANDEMIA

3.1 ETAPA 01: DESCOBERTA

20

4.1 CASA FARM - HISTÓRICO E

5.1 LOJAS HÍBRIDAS

39

20

DESCRIÇÃO DA MARCA

5.2 TECNOLOGIA NO VAREJO

40

5.3 SUSTENTABILIDADE

41

COMERCIAL

14

3.2 ETAPA 02: IMERSÃO

26

2.1.1 AROMAS

14

3.3 ETAPA 03: ANÁLISE E

2.1.2 SONS

14

INTERPRETAÇÃO

21

PROGRAMA DE ATIVIDADES 26

2.1.3 ILUMINAÇÃO

14

3.4 ETAPA 04: IDEAÇÃO

22

4.1.2 O PROJETO

2.1.4 CORES E MATERIAIS

15

3.5 ETAPA 05: PROTOTIPAGEM

23

4.2 SENSE - HISTÓRICO E

2.1.5 COMUNICAÇÃO VISUAL

16

3.6 ETAPA 06: MVP

24

DESCRIÇÃO DA MARCA

2.1.6 TEMPERATURA

16

3.7 ETAPA 07: PADRONIZAÇÃO

24

4.2.1 LOCALIZAÇÃO E

2.1.7 MOBILIÁRIO

17

3.8 CONCLUSÃO

24

PROGRAMA DE ATIVIDADES 32

2.1.8 LAYOUT

17

4.1.1 LOCALIZAÇÃO E

4.2.2 O PROJETO

27 32

33


APRESENTANDO E ANALISANDO A CALIM

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ESPAÇO CALIM

6.1 ANÁLISE DA CLIENTE CALIM

45

7.1 PROGRAMA DE ATIVIDADES

51

6.2 RELAÇÃO MARCA-ESPAÇO

46

7.2 ALTERAÇÕES NA PLANTA ORIGINAL

52

6.3 RELAÇÃO USUÁRIO-ESPAÇO 47

7.3 LAYOUT, MATERIAIS E MOBILIÁRIO

52

6.3.1 FUNCIONÁRIAS CALIM

47

7.4 ILUMINAÇÃO E PONTOS ELÉTRICOS

57

6.3.2 CLIENTES CALIM

48

REFERÊNCIAS



Em meio a um mercado marcado por constantes mudanças e pela distribuição

Dito isso, o tema do projeto se mostra extremamente relevante no cenário atual

exacerbada de informações e propagandas pelos mais diferenciados canais de

pois, além da integração entre as áreas de Arquitetura e Urbanismo e Design,

mídia, cada vez mais as marcas percebem a necessidade de inovar em seus

propõem uma forma inovadora de marketing para as marcas, onde a Arquitetura

produtos e na forma como esses são apresentados aos seus clientes. O ambiente

transmite com eficiência a essência da marca em seu interior e possibilita uma

da loja, assim, se torna extremamente importante na cativação de novos clientes

nova experiência de compra ao consumidor contemporâneo.

e na construção de conexões para que exista uma fidelização dessa clientela.

O presente trabalho se estrutura em oito capítulos, onde o segundo e o terceiro

O presente trabalho busca explicitar como a Arquitetura de Interiores,

são constituídos por uma revisão de literatura sobre Interiores Comerciais e

juntamente com o Design Thinking, podem auxiliar o empreendedor a conectar a

seus Elementos e Design Thinking, respectivamente. No capítulo 4, foram

sua marca ao consumidor, tornando seu comércio mais rentável e reforçando

elaborados dois estudos de caso, o primeiro sobre a loja da marca FARM, e o

através de seu espaço físico o posicionamento da sua marca perante o mercado.

segundo sobre a loja da marca Sense. Para contextualizar o trabalho no atual

Portanto, coloca-se que esse projeto possui como objetivo geral trazer a

cenário do comércio varejista, o quinto capítulo discorre sobre o futuro das lojas

materialização do branding de marcas nos interiores comerciais, para que haja a

físicas. Os capítulos seis e sete possuem como conteúdo o resultado final do

integração entre a marca e o local físico onde ela se insere. Dessa forma, a

trabalho, que é o projeto de arquitetura de interiores da marca Calim, onde o

Arquitetura de Interiores aliada ao Design Thinking funcionará como auxiliar

design thinking será utilizado como ferramenta no processo projetual. Por fim, no

numa maior conexão entre cliente e marca.

oitavo capítulo, foram feitas as considerações finais sobre o trabalho e seus

Além disso, pode-se citar como objetivos específicos:

resultados.

• Realizar uma contextualização sobre os elementos que compõem a atmosfera do interior comercial e como esses influenciam no comportamento do ser humano; • Destacar e explicar as etapas da metodologia de Design Thinking e como ela pode auxiliar no processo projetual arquitetônico de interiores comerciais; • Pesquisar e redigir estudos de caso sobre interiores de marcas que são do segmento de vestuário e acessórios e que trazem sua imagem ao espaço físico;

• Propor um modo de aplicação do design thinking à interiores de marcas através da elaboração de projeto de arquitetura de interiores para uma marca capixaba, integrante no segmento de vestuário e acessórios, sendo essa a Calim. Para a elaboração do trabalho, foi utilizado como metodologia a revisão

bibliográfica de autores especialistas nos assuntos abordados e a elaboração de dois estudos de caso, para análise e pontuação do que foi pesquisado.



No cenário atual, o consumidor, quando deseja adquirir um bem, está à procura

• Sociais (experiência com funcionários e clientes da loja e quantidade de clientes

de muito mais que apenas um produto. Segundo Scarpin e Gouveia (2014), essa

no espaço);

procura que vai além do produto está no desejo da vivência de uma experiência

• Gustativos (quando existe degustação de alimentos).

de compra. Para que se ofereça isso, é necessário que arquitetos elaborem

Além desses fatores, a autora Pilar Zorrilla (2002) construiu um modelo

projetos que possibilitem experiências e vivências únicas, incorporando, além de

conceitual dos diferentes elementos que constituem o “ambiente global” de um

composições estéticas e layout bem resolvido, os desejos e necessidades do

ponto de venda. Os elementos estão categorizados em:

consumidor.

• Exterior;

Dessa forma, o interior comercial se torna mais um elemento estratégico no

• Condições ambientais;

marketing e branding da marca, com o qual se torna possível possuir um

• Interior;

diferencial que irá cativar o cliente. Sampaio et al. (2009) constata que essa

• Social.

ambientação estratégica faz com que o consumidor tenha as percepções sobre o

Segundo Zorrilla (2002), esse “ambiente global” pode ser utilizado para

produto e a qualidade do serviço oferecido reforçadas.

influenciar favoravelmente o estabelecimento no momento da compra, cativando

Segundo Scarpin e Gouveia (2014), os ambientes comerciais que geram essa

e fidelizando o cliente que vivencie a experiência. Dessa forma, pode-se concluir

experiência diferenciada e estratégica são os que levam em conta os sentidos

que gerar uma experiência no interior comercial é ampliar a oferta dos produtos

humanos. As autoras prosseguem nessa linha de pensamento e constatam que

e dos serviços da marca, fazendo assim uma conexão forte com a clientela, que

no interior comercial existem muitos elementos que podem ser utilizados para

sempre irá “linkar” certos estímulos à marca e ao produto.

ativar esses sentidos. Esses podem ser integrados com a Arquitetura de

Schmitt (apud GOUVEIA; SCARPIN, 2014 p.10), constata que essas experiências

Interiores, sendo: materiais, cores, sabores, som, texturas e iluminação.

possuem como consequência a geração de valores emocionais, cognitivos,

Tais estímulos provocam um certo tipo de reação no usuário do ambiente, como

sensoriais, comportamentais e de identificação - e estes somam-se aos valores

estudado por Russel e Mehrabian (apud SAMPAIO et al., 2009, p.3). De acordo

funcionais do produto/serviço, pois geram conexão e sentimento entre

com os autores, estímulos físicos combinados com a personalidade dos clientes

consumidor e marca.

possuem como consequência uma influência direta no estado emocional e

Portanto, torna-se claro que o planejamento do interior comercial precisa ser

comportamental de um indivíduo.

feito com muito cuidado, colocando a experiência do cliente em primeiro lugar e,

Seguindo essa linha de raciocínio, Gatto (2002) apresenta a “atmosfera do ponto

ao mesmo tempo, levando em conta o posicionamento da marca e sua história.

de venda”. Esse conceito classifica seis fatores que caracterizam tal atmosfera,

Isso irá completar a atmosfera do ambiente, gerando a experiência de compra

sendo esses:

ideal para o público alvo.

• Táteis (materiais e condições ambientais do espaço);

• Sonoros (música ambiente e ruídos do espaço); • Olfativos (aromas naturais ou artificiais presentes no ambiente); • Visuais (cores, materiais e elementos arquitetônicos e decorativos em geral);


2.1. POR DENTRO DO INTERIOR COMERCIAL

2.1.2. SONS

Como citado anteriormente, é possível cativar e envolver o ser humano com

Outro elemento constituinte da atmosfera do interior comercial são os sons, que

muitos estímulos dentro do ambiente comercial, levando-o a ter uma experiência

são compostos pela ambientação sonora (músicas) e por ruídos derivados de

de compra memorável. Para obter esse resultado, é necessário que os cinco

atividades praticadas no ambiente ou próximos a ele. Segundo Pacheco (2014) a

sentidos biológicos sejam engatilhados dentro da atmosfera do ambiente

configuração sonora do espaço é de suma importância para o estabelecimento,

comercial. Para melhor análise de como se comporta o estímulo desses sentidos

visto que possui muita influência na experiência pessoal do consumidor, sendo

através de elementos no interior comercial, o presente trabalho irá se basear no

também uma forma de construção da imagem da marca.

modelo da autora Carine Pacheco (2014), que determina alguns fatores que são cruciais para a composição da atmosfera do comércio: aromas, sons, iluminação,

2.1.3. ILUMINAÇÃO

cores e materiais, comunicação visual, temperatura, mobiliário e layout.

A iluminação dos ambientes comerciais é muito importante e deve ser projetada

com atenção e cuidado, visto que, segundo Sackrider, Guidé e Hervé (2009), a 2.1.1. AROMAS

iluminação pode ser utilizada de forma estratégica a criar ambiências

De acordo com Pacheco (2014), muitos autores constatam que de todos os cinco

diferenciadas que valorizem os produtos e a marca, além de proporcionar a

sentidos biológicos humanos, o olfato é o que possui maior influência no

ambientação necessária para que o consumidor vivencie a experiência de

comportamento emocional, tendo que aromas fazem parte da memória afetiva do

compra da melhor forma possível.

ser humano. Dessa forma, se torna perceptível a relevância do mesmo em

De acordo com Scarpin e Gouveia (2014), através da iluminação podem-se criar

ambientes comerciais, visto que o cheiro do estabelecimento e de seus produtos

vários cenários dentro de um mesmo ambiente, ampliando o leque de sensações

poderá ser relacionado a uma experiência positiva pelo cliente.

fornecidas ao consumidor durante a estadia no estabelecimento. Nesses

O aroma de um ponto de venda, segundo Kopec (apud PACHECO, 2014, p.38) é

diferentes cenários criados, a iluminação deve ser pensada individualmente,

caracterizado por uma mistura de cheiros artificiais - perfumes, essências,

levando em consideração a função do local. Ebster e Garaus (apud PACHECO,

loções - e cheiros dos produtos, como por exemplo, tecidos, páginas de livros,

2014, p.40) sugerem que as paredes e pisos sejam iluminadas de forma mais

dependendo do tipo de comércio. Ocasionalmente, devido a infiltrações ou má

suave, possibilitando que a iluminação dos produtos seja mais intensa e

manutenção de instalações sanitárias, pouca ventilação e limpeza insuficiente,

chamativa.

aromas indesejados podem surgir.

Dessa forma, é possível perceber que toda a parte luminotécnica do projeto

Segundo Parente (2011), ao mesmo passo que bons aromas causam uma reação

comercial deve ser pensada e projetada de forma adequada, estando a par com a

positiva no consumidor, os aromas desagradáveis causam reação negativa e

proposta e conceito da marca, dessa forma reforçando seu posicionamento no

podem prejudicar o empreendimento.

mercado, valorizando seus produtos e envolvendo seus clientes.


Gurgel (2010) afirma que em situações onde a iluminação não é adequada, o

Parente (2011) faz uma análise das cores por temperatura dentro do ambiente

estabelecimento pode estar sendo prejudicado, visto que o produto não está

comercial, onde cores quentes (laranja, amarelo e vermelho, por exemplo)

sendo valorizado da forma correta e isso pode ocasionar perda de vendas e,

possuem característica de serem mais chamativas, sendo ideais para a área

inclusive, uma possível expulsão de clientela.

externa do estabelecimento - dessa forma atraindo clientela. Por outro lado,

Levando isso em consideração e tendo em mente que os produtos de um

quando cores quentes são utilizadas internamente, transmitem acolhimento e

estabelecimento

de

informalidade. A autora constata que cores frias (azul, violeta e verde, por

flexibilidade da iluminação. Sackrider, Guidé e Hervé (2009) confirmam isso,

exemplo) proporcionam sensação de algo mais formal, paciente, racional - sendo

constatando que é preciso encontrar uma forma de oferecer ao estabelecimento

ideal para experiências de compra que necessitam de maior tempo de escolha.

a possibilidade de alteração tanto nos focos luminosos quanto na temperatura de

Além disso, segundo Pacheco (2014) muitos estudos feitos na área averiguam

cor das lâmpadas. Por consequência, o projeto luminotécnico se torna

que cores possuem efeitos fisiológicos e psicológicos sobre seres humanos, e

completamente adaptável às ocasionais mudanças de localização de expositores,

isso não se mostra diferente em interiores comerciais. As cores, assim como a

cores e materiais dos produtos.

iluminação, podem provocar direcionamento de atenção para produtos, além de

mudam

periodicamente,

destaca-se

a

necessidade

respostas emocionais a certas situações criadas dentro da experiência de 2.1.4. CORES E MATERIAIS

compra, reforçando assim a conexão entre marca e cliente.

A cor é um elemento que também está presente em ambientes comerciais, e

Atualmente percebe-se que muitas marcas no setor de vestuário têm optado por

inclusive, pode ser utilizada de forma estratégica e proposital. Segundo Gurgel

dispensar cores fortes no ambiente da loja, para que exista um maior destaque

(2010), as cores, assim como os elementos previamente citados neste trabalho,

nos produtos, que por muitas vezes, possuem cores e texturas únicas que

possuem o poder de influenciar o comportamento dos consumidores dentro do

possivelmente seriam confundidos pelas aplicações de cores no ambiente.

espaço comercial.

Segundo Pacheco (2014), optar por neutralidade nas cores do ambiente torna o

As autoras Scarpin e Gouveia (2014) reforçam que em projetos de ambientes

estabelecimento mais atemporal, já que cores podem ser facilmente ligadas a

comerciais as diferentes aplicações de cores devem ser mais estratégicas do

modas passageiras.

que meramente decorativas, pois quando pensadas de forma estratégica podem

Tendo tais constatações em mente, destaca-se que a cor precisa ser pensada de

gerar a criação de ambientes com sensações diferenciadas aos usuários.

acordo com a comunicação visual da marca, se adequando ao seu

Segundo Pacheco (2014), a cor, juntamente com a iluminação, compõe a

posicionamento perante ao mercado e à mensagem que se deseja comunicar

percepção visual do espaço e por isso deve ser pensada de forma a transmitir

(SCARPIN E GOUVEIA, 2014).

com clareza o público alvo que se deseja atrair e o gênero de produtos que se comercializa.


Outro elemento que complementa a atmosfera do ambiente comercial é a textura

2.1.5. COMUNICAÇÃO VISUAL

das superfícies, que pode ser aplicada em diferentes elementos dentro do

Pacheco (2014), em seu estudo de elementos constituintes da atmosfera do

espaço, sendo em pisos, paredes, mobiliário e elementos de decoração. Segundo

ambiente comercial, cita a comunicação visual como um deles. A comunicação

Gurgel (2010), as texturas são muito importantes na composição do ambiente

visual, segundo Blessa (2003), é composta por, basicamente: orientações, placas

pois podem atuar como estimulantes no âmbito visual e sensorial, além de

e quadros decorativos, elementos onde a identidade visual da marca se destaque,

possuírem, por muitas vezes, característica ornamental.

cartazes e painéis com fotos e ilustrações de um estilo de vida que a marca

Quando utilizadas em projetos de interiores, as texturas podem ser visuais - que

sustenta, algo que motiva a experiência de compra.

são lisas, ou seja, não possuem relevo e podem ser apenas vistas - e táteis, que

Segundo Pacheco (2014), a comunicação visual indicativa precisa ser objetiva e

podem ser vistas e tocadas, pois possuem relevo (SCARPIN E GOUVEIA, 2014).

clara, captando a atenção do consumidor com poucas palavras, sendo fácil e

As texturas são elementos que podem ser decisivos no momento da composição

rápida de compreender, anunciando promoções e novidades de forma eficiente.

do ambiente comercial, sendo que de acordo com a forma que são utilizadas e

Para isso, pode-se fazer uso de tipografia sem muitas curvas e de tamanho

pensadas, influem na sensação da atmosfera. Segundo Pacheco (2014), lojas que

adequado à condição de leitura e entendimento.

possuem padrão mais alto usualmente optam por materiais com maior requinte como tecidos sofisticados, papel de parede, metais nobres e adesivos.

2.1.6. TEMPERATURA

Desse modo, percebe-se que também se torna possível que a escolha de

Pacheco (2014) traz que alguns autores pontuam que de fato a temperatura faz

materiais reforce certas sensações e percepções da loja.

parte da atmosfera comercial - como Kopec (2010) e D’Astous (2000) - porém poucos trabalhos realmente adentram nessa questão.

[...] a madeira pode sugerir convivência e calor, a pintura abundante está associada à limpidez e frescor, a seda e o cetim falam de feminilidade e sensualidade, os materiais hightech, como aço e vidro, sugerem modernidade, o tijolo representa a durabilidade e aconchego, o plástico pode ser associado a baixa qualidade ou a elementos lúdicos (PACHECO, 2014, p.43).

Portanto, é de grande importância que o arquiteto componha e projete o ambiente comercial levando em consideração todas essas variáveis que as texturas proporcionam, ao passo de que podem definir o tom e a imagem transmitida da marca.

Os autores constatam que, dentro do ambiente do estabelecimento comercial, o clima pode ser muito quente, frio, seco ou úmido. Deve-se procurar manter a temperatura e a umidade agradáveis e, segundo a norma regulamentadora NR17 (1990), a temperatura ideal para locais fechados climatizados é entre 20ºC e 23ºC e o nível de umidade relativa do ar não pode ser inferior a 40%. Tais fatores precisam ser levados em consideração pois por ser algo que possui efeito

fisiológico no ser humano, pode comprometer completamente a experiência de compra, causando irritação e possivelmente desistência da compra (KOPEC; D’ASTOUS, apud PACHECO, 2014, p.44).


2.1.7. MOBILIÁRIO

Todas as escolhas de projeto no ambiente comercial devem auxiliar no estímulo

O mobiliário presente no interior comercial pode variar de loja para loja, mas

para que o consumidor fique mais tempo no estabelecimento, fazendo com que o

sempre haverá os expositores, que podem ser, segundo Pacheco (2014):

interesse pela experiência e pelos produtos oferecidos cresça e que o cliente

prateleiras, mesas, araras, gôndolas, balcões e displays. Os expositores são as

explore todos os setores da loja (PACHECO, 2014). Para isso, o fluxo de

peças de mobiliário que mais necessitam de atenção no momento de elaboração

circulação deve ser pensado de forma a sempre ser fluido e suave, evitando

da atmosfera do estabelecimento pois determinam como o produto será exposto

interrupções e aproveitando o espaço de forma eficiente (PARENTE, 2011).

e acessado, além de qual imagem será passada da marca através do modo como

As autoras Kempen, Merwe e Sonnenberg (2006) citam que o desenho do layout

essa exposição é feita.

do ambiente comercial influencia na forma como o consumidor caminha pelo

Parente (2011) afirma que os materiais do mobiliário influenciam na forma como a

estabelecimento, portanto, é possível dizer que o layout é um elemento que

marca é percebida pelo público: se deseja passar a mensagem de preço baixo,

possui relação direta com o comportamento do cliente dentro do interior

mobiliários mais simples são utilizados, muitas vezes padronizados. Em

comercial. Outro fator que os autores citam é que o layout pode aumentar ou

contraponto, se a loja deseja comunicar que seus produtos possuem valor mais

diminuir o tempo da experiência de compra e quantos produtos os clientes

alto, utilizam mobiliários mais elaborados e compostos por vidros, metais e

visualizam. Portanto, segundo Parente (2011), é necessário que tal elemento seja

marcenaria planejada.

projetado e pensado de forma delicada e com atenção, para que atenda a todos

os que irão habitar o espaço - clientes, funcionários, parceiros. 2.1.8. LAYOUT

Concluindo, Pacheco (2014) constata que “...as decisões sobre layout deverão

O layout de um ambiente, segundo Pacheco (2014), é o desenho da configuração

conciliar, de forma equilibrada, os objetivos de maximizar simultaneamente as

física de um determinado espaço. No layout é definido o zoneamento e o fluxo do

vendas, a lucratividade das lojas, a satisfação e o conforto dos clientes e dos

ambiente, criando assim certas situações e caminhos a serem feitos.

funcionários”.

No interior comercial, a disposição de todo o mobiliário e equipamentos necessários para o funcionamento do estabelecimento são definidos no layout (BLESSA, 2003). Para que o layout do ambiente comercial fique funcional e que sua configuração fique agradável para o consumidor, Parente (2011) constata que

seu desenho precisa ser feito levando em consideração a circulação de pessoas, além dos equipamentos de exposição. A autora acrescenta que no layout são determinadas as localizações dos setores e suas relações dentro do espaço, juntamente com sua hierarquia de preferência, onde produtos que são mais

relevantes e/ou possuem fluxo de venda maior são situados em áreas mais movimentadas da loja e, em contraponto, produtos com menos fluxo de saída são colocados em áreas com menos circulação de clientes.



Segundo Brown (2010), Design Thinking é uma metodologia para a solução de

A pirâmide ilustra uma hierarquia dessas necessidades, portanto a base

problemas, utilizando-se de 3 pilares, basicamente: inspiração, ideação e

representa o nível mais baixo e o topo, o nível mais alto. As necessidades que

implementação. Tal metodologia nos traz um novo modo de tratar a resolução de

estão na base da pirâmide são classificadas como fisiológicas e de segurança, e

problemáticas, trazendo a criatividade e a contribuição colaborativa para a

as necessidades do topo são classificadas como sociais, de estima e auto

equação.

realização.

Esta abordagem possui o objetivo de gerar soluções e resultados que sejam

De acordo com Robbins (2002) esses níveis de necessidades podem ser definidos

humanizados, trazendo para a realidade o melhor para os consumidores de

como:

acordo com suas necessidades e desejos. Quando falamos disso, é importante

• Fisiológicas: necessidades do corpo humano, como fome, sede, sono, etc.;

trazer duas concepções muito importantes dentro do design que analisam e

• Segurança: necessidades de proteção e segurança contra danos físicos e

categorizam as necessidades e desejos humanos: a Pirâmide de Maslow e as

morais;

Necessidades de Kotler.

• Sociais: a sensação de pertencimento, seja a um local ou a um grupo de

A pirâmide de Maslow foi criada em 1962 por Abraham Maslow, resultante da

pessoas, amizade, afeição, aceitação, etc.;

Teoria das Necessidades de Maslow. Segundo Ferreira, Demutti e Gimenez (2010),

• Estima: fatores internos - auto respeito, independência, realização. Fatores

a satisfação humana se divide em cinco níveis, como mostrado na Figura 1.

externos - reconhecimento, atenção e status;

• Auto Realização: alcance completo do potencial do indivíduo, desenvolvimento Figura 1 – Pirâmide de Maslow

de toda sua capacidade, incluindo habilidades manuais e mentais. Um dos principais estudiosos da área de marketing, Philip Kotler (2013), categoriza de forma diferente as necessidades - em comparação a Maslow, Kotler não as classifica em hierarquia. São definidas como: •Necessidade declarada. Exemplo: o cliente quer um projeto econômico; •Necessidade real. Exemplo: o cliente quer um projeto que, quando executado, não exija muitos custos com manutenção a longo prazo - e não que seu preço inicial seja baixo;

•Necessidade não declarada. Exemplo: o cliente espera que o arquiteto o escute e entenda suas necessidades, além de o atender de forma agradável; •Necessidade de “algo mais”. Exemplo: o cliente gostaria que o arquiteto incluísse uma visita inloco ao local em que o projeto será executado;

•Necessidade secreta. Exemplo: o cliente quer ser percebido pelos conhecidos Fonte: Elaborado pela autora, adaptado conforme a pirâmide de Maslow (2021)

como um consumidor inteligente.


A IDEO, empresa de Design que é considerada a precursora do Design Thinking,

3.2. ETAPA 02: IMERSÃO

estabelece etapas para a metodologia, sendo essas: descoberta, imersão,

Seguindo para a segunda etapa do Design Thinking, partimos para a Imersão.

interpretação, ideação, prototipagem, aplicação do MVP e padronização. Tais

Nessa fase, é necessário que a coleta de dados esteja concluída para que seja

etapas serão explicadas e exemplificadas no decorrer do texto.

possível o aprofundamento em todas as questões do cliente. É uma extensão da

O Design Thinking é uma metodologia que é integrada ao projeto - seja ele de

fase de Descoberta, onde existe um avanço nas pesquisas.

Design ou Arquitetura. Como dito antes, um dos objetivos é trazer resultados

Neste momento, é preciso que se utilize de recursos (as pesquisas realizadas)

humanizados, e no presente trabalho, buscamos integrar tais efeitos inovadores

para que haja a desenvoltura do mapeamento situacional - ou mapa da empatia.

e inspiradores ao projeto dos interiores de lojas, mais especificamente de

Segundo Castilho (2019), o mapa da empatia (Figura 2) consiste em um

marcas pequenas de vestuário e acessórios.

mapeamento das informações mais importantes do seu usuário, como: seus problemas, suas necessidades, seus desejos, etc. É uma forma de compreender

3.1. ETAPA 01: DESCOBERTA

melhor o público que a marca pretende atingir, permitindo que se estabeleça

A primeira etapa da metodologia, a descoberta, é vista como uma etapa onde é

uma conexão entre projetista e consumidor.

preciso o conhecimento e a compreensão do seu cliente, de forma a enxergar

Como afirma Castilho (2019), esse mapa é composto por três elementos: objetivo,

toda essa esfera com delicadeza e atenção para melhor atendê-lo. Inclusive,

observar e inferir. Traçando os objetivos da marca, é possível que se defina quem

Brown (2010) denomina essa fase como “empatia”, pois através dela,

é o alvo, e o que o indivíduo precisa fazer (para que essa necessidade seja

conseguimos nos ver na posição de consumidor.

atendida).

Tendo isso em vista, é possível identificar que, em suma, é preciso criar uma experiência para o usuário. Os autores Stickdorn e Schneider (2014) acreditam na

Figura 2 – Mapa de Empatia

metodologia de “um dia na vida”. Nesta metodologia, o arquiteto faz uma pesquisa visando coletar dados e informações sobre o usuário, conseguindo assim, ter uma visão clara sobre qual é a experiência ideal para o cliente. Segundo Ambrose e Harris (2011), a descoberta é a fase da metodologia de coleta de dados. Portanto, possui muita importância no projeto como um todo, visto que

esses dados contém a essência da experiência. Feito o levantamento de dados, pode-se ter uma noção completa de quais perguntas se deve fazer ao usuário, identificar suas necessidades e dessa forma, conseguir propor soluções que se mostrem eficientes, utilizando do Design

Thinking. Fonte: O Analista de Modelos de Negócios (2018)


Observando o público alvo encontrado, é necessário identificar o que esse grupo

A análise dos dados coletados nessa etapa do Design Thinking é, basicamente, a

vê, fala, escuta. O terceiro e último elemento é chamado de “inferir” pois é

organização de fatos de forma que os desafios se tornem elementos chave para

composto de coisas que não são passíveis de observação, e sim de deduções

a solução do projeto, qualquer que seja. Segundo Vianna et al. (2012), os dados

como as dores e ganhos do usuário.

coletados, se não forem analisados, não passam de dados e os fatos nunca falam

Outro método que pode ser utilizado é o levantamento situacional, que segundo

por si só, requerendo interpretação para a total compreensão. Visto isso, na fase

Grando (2011), possui algumas subetapas para sua execução, sendo estas

de análise, é preciso extrair a essência desses dados, os tornando variáveis do

listadas abaixo:

problema a ser resolvido.

• Realização de um plano;

Dessa forma, essas variáveis são ferramentas muito importantes para que as

• Identificação das fontes inspiradoras;

soluções geradas atendam as expectativas dos usuários, bem como agreguem

• Convocação dos participantes da pesquisa;

valor à experiência vivida por ele.

• Elaboração de questionários e roteiros;

As ideias geradas através dessas variáveis acabam, por fim, se tornando uma

• Preparação para ir ao campo;

realidade onde o usuário é imerso e cativado pela experiência vivenciada.

• Desenvolvimento da aprendizagem e aprimoramento das práticas de pesquisa.

Portanto, percebe-se que o ser humano e suas necessidades são o alvo de todo o

Ainda sobre o desenvolvimento da Imersão, Vianna et al. (2012) diz que essa

processo.

etapa é composta por duas fases: a imersão preliminar e a imersão em

A interpretação do usuário - ou jornada do usuário, segundo Vianna et al. (2012) -

profundidade. A imersão preliminar é sobre adequar o que foi coletado na etapa

começa a partir da definição de personas. Também pode ser feita através de

de Descoberta, com os problemas e questões identificados. Já a imersão em

storytelling, segundo Brown (2010). O storytelling consiste na exposição de fatos

profundidade é, em suma, o mapeamento situacional, onde são definidos

e características do usuário através de um personagem, que torna a

objetivos mais concretos e soluções.

compreensão das circunstâncias dos fatos e características mais fácil e clara. A partir disso, é preciso que seja feita uma boa análise em relação ao modo como

3.3. ETAPA 03: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

essa persona funciona - como lida com as coisas e como ela ficaria satisfeita.

A terceira etapa é a de análise e interpretação dos fatos e do usuário. O que foi

Isso pode ser descrito como a jornada do usuário, onde é possível fazer uma

coletado nas fases anteriores, agora é processado e interpretado, a fim da

contextualização de toda a narrativa e de todos os processos pelo qual a persona

formulação de objetivos mais claros e definição de quais serão os desafios e

passa, dessa forma, identificando as motivações, as desmotivações, os

problemas a serem solucionados.

problemas e as experiências de um modo geral. Após toda essa pontuação é possível elaborar muitas ideias iniciais que possuem potencial para se tornarem soluções essenciais para o projeto.


3.4. ETAPA 04: IDEAÇÃO

Esse mapa é uma classificação das ideias, as colocando como de fácil

No início da etapa de Ideação, todas as ferramentas que foram expostas na

implementação ou de difícil implementação levando em conta pequenos/grandes

última etapa (Análise e Interpretação) são utilizadas de forma a estimular a

benefícios resultantes dessas soluções. Assim, a tomada de decisão acerca de

criatividade, para que mais soluções sejam elaboradas e que ideias inovadoras

quais ideias são melhores se torna mais prática, dando ao projetista a

apareçam.

oportunidade de identificação de quais atendem aos objetivos do projeto e,

Feito isso, de acordo com Stickdorn et al. (2020) todos os dados coletados e

também, quais são relevantes e mais viáveis.

analisados nas etapas anteriores são consultados novamente para que,

Feito isso, segundo Stickdorn e Schneider (2014), o Business Model Canvas

finalmente, o projetista comece a montar soluções tangíveis e realistas,

(Figura 4) pode ser utilizado de forma a auxiliar o projetista no momento de

avançando no caminho do Design Thinking.

deixar claros os objetivos da empresa, dessa forma, identificando muitos fatores

Nessa etapa, Ling (2015) frisa que deve ser feito um mapa de prioridades (Figura

importantes para a elaboração das soluções. Esses fatores podem ser

3) dessas ideias, fazendo assim uma filtragem das que são de fato viáveis. Feito

classificados pela análise SWOT (ou FOFA, em português), que são: fraquezas,

isso, Vianna et al. (2012) adiciona que todas essas ideias são reunidas num

forças, oportunidades e ameaças.

“cardápio de ideias”, que serão úteis em reuniões com o cliente, para prosseguir com a linha de pensamento.

Figura 4 – Business Model Canvas

Figura 3 – Mapa de Prioridades

Fonte: O Analista de Modelos de Negócios (2018)

Fonte: Ling (2015)


3.5. ETAPA 05: PROTOTIPAGEM

Na prototipagem, a ideia que foi concebida em outras etapas do Design Thinking

A quinta etapa do Design Thinking é a de prototipagem, que consiste, segundo

sai do plano abstrato e vai para o físico (BROWN, 2010). Brown também cita

Vianna et al. (2012), na produção de um resultado tangível de uma ideia (ou de

possíveis problemas e questões que podem surgir nessa etapa:

várias, se for o caso). Esse resultado tangível pode ser um protótipo físico como

[..] novos produtos ou serviços podem ser fadados ao fracasso

uma maquete, a conclusão da etapa de Estudo Preliminar de um projeto de

todo tipo de razões: qualidade inconsistente, marketing apático, distribuição não confiável ou determinação de preços pouco realistas

arquitetura, um moodboard, etc. De acordo com Vianna et al. (2012) o protótipo

(BROWN, 2010, p.105).

possui uma classificação de fidelidade ao produto final, sendo essa classificação: baixa, média ou alta fidelidade. Aplicando a classificação de fidelidade de Vianna nos itens da área de Arquitetura citados acima, temos como exemplo:

• Moodboard: baixa fidelidade, pois não possui tanta aproximação com o produto final - representa uma ideia conceituada e estruturada do que será feito, porém não mostra fisicamente tal ideia. • Estudo Preliminar: média fidelidade, pois consiste em algo mais evoluído que o

moodboard, sendo um produto técnico e possuindo caráter de projeto, ou seja, com dimensões e implantações reais, porém ainda no plano bidimensional. • Modelagem tridimensional humanizada: alta fidelidade, pois representa visualmente todo o projeto arquitetônico de forma humanizada, com mobiliário, revestimentos, e decoração. • Maquete física: alta fidelidade, pois é o desenvolvimento do projeto em espaço físico. Ainda não representa por completo o produto final, contudo exemplifica tridimensionalmente o produto final, dando uma percepção muito maior para o cliente/usuário.

De acordo com Reason, Lovlie e Flu (2015), o protótipo funciona como objeto visual e concreto da ideia, facilitando assim a compreensão dessa pelo cliente/usuário e tornando a comunicação entre projetista-cliente mais proveitosa. Essa comunicação é otimizada pois com o protótipo, pode-se

identificar pontos que precisam de melhoras, ou que atendem às expectativas do cliente e possíveis tentativas de testes.

por

Entretanto, tais falhas podem colaborar muito para o sucesso do protótipo, visto que testes e análises são feitos para que progressivamente a solução chegue mais perto ao seu resultado esperado. Nessa etapa é possível notar que existe uma ação de implementação, pois é exatamente onde se está colocando a ideia em prática e a tornando palpável. Por isso, a prototipagem é muito importante para a entrega final do projeto. De acordo com Stickdorn et al (2020), existem alguns pontos que a prototipagem

traz que auxiliam o projetista: • Identificação de diferentes aspectos de um novo conceito de um produto ou serviço, de modo a explorar os mais relevantes e, caso necessário, alterar o caminho;

• Avaliação de modo sistemático quais soluções se aplicam no cotidiano; • Criação e desenvolvimento das ideias preliminares do protótipo, contribuindo para a melhoria na comunicação, colaboração e participação das partes interessadas no projeto. Além disso, pode-se citar a coleta de feedbacks como uma ferramenta auxiliadora desse processo de aprimoramento do protótipo. Dessa forma, com as informações coletadas através de feedbacks e testes, muitas dúvidas são sanadas e o projeto pode prosseguir para uma evolução.


No manual de Design Thinking da IDEO (2015), é possível captar que o feedback é

3.7. ETAPA 07: PADRONIZAÇÃO

crítico para o processo de projetar, pois através dele as soluções (uma vez que

A última etapa do Design Thinking é a “Padronização”, que consiste na última

readequadas de acordo com os feedbacks e testes) se tornam mais atraentes

evolução do projeto - o projeto executivo.

para o cliente e o usuário.

Neste momento o projetista deve ir além do físico, e explorar ao máximo todas as experiências que pode proporcionar ao usuário que seja benéfico para a

3.6. ETAPA 06: MVP

construção de relação com a marca e com o produto.

A sexta e penúltima etapa da metodologia em estudo é denominada MVP, termo

Como citado no início do presente capítulo, o foco de toda a metodologia do

que foi concebido por Frank Robinson em 2001. Significa “produto mínimo viável”,

Design Thinking é o ser humano e todas as suas necessidades. Nessa última

que seria uma evolução do resultado da última etapa, o protótipo.

etapa, vê-se a necessidade de “amarrar” o desejo do cliente ao físico do projeto.

A evolução do protótipo, na etapa 06, é focada na geração de valor para o

Segundo Butler e Tischler (2015), para que exista tal conexão do cliente aos

usuário, avançando da seção de cunho técnico e caminhando para a satisfação de

aspectos “visíveis” (produtos e serviços), é imprescindível que o projetista se

necessidades que, por exemplo, estão no topo da Pirâmide de Maslow (1962).

atente ao máximo aos aspectos invisíveis (relações, confiança, desejo).

Visto isso, é necessário que o projetista faça análises de quais gerações de valor podem ser feitas sem que isso passe do ponto de viabilidade para o seu cliente,

3.8. DESIGN THINKING: CONCLUSÃO

fazendo com que o produto final seja algo que atenda o público alvo em suas

Tendo em vista que o Design Thinking é uma metodologia inovadora e envolve a

necessidades e que seja realístico para quem irá financiar e executar esse

solução de problemas de forma criativa, é possível constatar que a utilização da

projeto.

metodologia como ferramenta projetual para a confecção de projetos

Segundo Blank (2010), a fase do MVP é uma das mais importantes do Design

arquitetônicos e de interiores é muito benéfica.

Thinking, pois proporciona ao cliente e ao projetista economia de tempo, dinheiro

De forma geral, o arquiteto, através de todas as etapas aqui constatadas,

e inconveniências - visto que o MVP não é classificado como um produto “barato”

consegue elaborar projetos de forma muito mais dinâmica, se atentando às

mas sim como mais uma etapa onde existe a evolução do produto juntamente

necessidades de seu cliente e do público-alvo que se deseja atingir.

com aprendizado valioso que será utilizado a frente na última etapa do Design Thinking.

O MVP precisa representar a essência do seu produto final - no caso da arquitetura, o seu projeto - em poucas palavras e utilizar de poucos recursos para alcançar um determinado objetivo. Dito isso, esse “produto mínimo viável” precisa captar seu usuário para que seja notado o potencial de execução dele

efetivo.



4.1. CASA FARM - HISTÓRICO E DESCRIÇÃO DA MARCA

A casa FARM fica localizada na rua Epitácio Pessoa, em Ipanema, na cidade do

Fundada pela estilista Kátia Barros no Rio de Janeiro, a marca de vestuário e

Rio de Janeiro (Figura 5). Possui uma localização estratégica e privilegiada pois

acessórios femininos Farm está no mercado há mais de 20 anos. Em seu

está em frente à Lagoa Rodrigo de Freitas - trazendo conexão com a natureza e

princípio, a marca tinha como ponto de venda um estande numa feira de moda.

reforçando o conceito da marca.

Dado o sucesso, a Farm foi crescendo cada vez mais, hoje com muitas franquias pelo Brasil e pelo mundo.

Figura 5 – Localização da casa FARM

O conceito da marca gira em torno da mulher carioca, além de ter muitas referências à natureza e à cultura brasileira em geral. O objetivo da Farm ao produzir suas peças é de transformar a poesia da mulher carioca e da natureza em moda de forma natural, contemporânea e autêntica (FARM, 2013).

Tendo em vista toda a valorização da natureza feita pela marca, essa tem uma abordagem sustentável e, inclusive, possui uma campanha de reflorestamento no Brasil chamada “mil árvores por dia”, em parceria com One Tree Planted, SOS Mata Atlântica, IDESAM e o povo indígena Yawanawa. A campanha teve início em

2020 e ainda corre, tendo como objetivo a plantação de 1000 árvores por dia (FARM, 2020). Além disso, a Farm possui um segmento de confecção de roupas de modo sustentável: a re-Farm. Essa iniciativa reutiliza sobras de tecidos da confecção e reestiliza roupas antigas que tiveram pequenos erros em sua fabricação para que não sejam descartadas e consequentemente não haja desperdício de tecido

Fonte: GOOGLE MAPS (2021)

(FARM, 2020). A casa FARM parte do princípio de fornecer uma experiência completa da marca 4.1.1. LOCALIZAÇÃO E PROGRAMA DE ATIVIDADES

ao consumidor. Para atingir esse objetivo, a marca trouxe como programa de

De todas as lojas da Farm que existem pelo Brasil, a unidade “casa FARM” foi

atividades, além do espaço de comercialização das peças de vestuários,

escolhida para ser o estudo de caso do presente trabalho, pois a loja possui um

programações culturais como shows, workshops e palestras. O espaço também

conceito inovador, sustentável e interativo, se mostrando pertinente ao trabalho.

possui uma lanchonete.

O projeto de arquitetura e interiores foi feito pelo escritório de arquitetura Manga

Rosa. Este estudo de caso foi feito remotamente, através de análises por fotos e informações retiradas do site e do Instagram oficiais da marca.


4.1.2. O PROJETO Figura 6 – Fachada da casa FARM

O edifício do projeto de estudo possui 4 pavimentos, sendo que cada um foi designado a uma funcionalidade. Pela fachada, é possível a percepção dos níveis através do jogo de volumes que foi feito, como pode-se constatar pela Figura 6. Além disso, a presença dos elementos naturais é bastante forte e realçada pelas cortinas de vidro, que refletem o céu e a Lagoa Rodrigo de Freitas. As cortinas de vidro, por sua vez, podem ser problemáticas no quesito de conforto ambiental, visto que possibilitam o aumento de incidência solar no interior do edifício. Entretanto, no contexto da casa FARM, elas se justificam por reforçar a relação interior-exterior da loja com as o entorno imediato. É interessante notar, além

disso, que houve a escolha de não utilizar muitas cores na fachada, para que a natureza fosse o ponto âncora. O letreiro também foi feito de forma a ficar “aconchegado” na vegetação, dando maior leveza ao visual num todo. Tais escolhas estão intimamente relacionadas ao elemento “Comunicação Visual” da

atmosfera do ponto de venda, pois faz a ponte entre o conceito/branding da marca e como ele pode ser representado no meio físico.

Fonte: ASSIS (2020)


Figura 7 – Vista frontal da lanchonete Bibi Sucos

Figura 8 – Detalhe do forro da lanchonete com bananas figurativas

No pavimento térreo está localizada a Bibi Sucos, lanchonete famosa pelo Rio de Janeiro e o hall de entrada, onde existem pequenos lounges com poltronas para descanso e espera. Algo importante a ser notado é que a presença da lanchonete no térreo traz o elemento “Aroma” para o ambiente, trazendo aconchego e frescor. Consegue-se perceber a forte presença de elementos naturais ainda que numa lanchonete, com o uso de bananas figurativas no forro, e estampas de banana em algumas paredes e na porta do elevador, como visto nas Figuras 7, 8 e 9. Todos esses elementos que foram citados possuem presença marcante no ambiente, e é importante notar que compõem parte da atmosfera do ponto de venda através dessas misturas de “Cores e Materiais”. De certa forma, tais

escolhas também fazem parte do elemento “Comunicação Visual” pois ao mesmo tempo que são decorativas, também sustentam o conceito/branding da marca.

Fonte: ASSIS (2020)

Fonte: casa FARM (2020)

Figura 9 – Presença de texturas visuais que remetem à natureza

Fonte: ISNARD (2020)


A escada do edifício (Figura 10) possui paredes brancas e pisos de vidro, com

A loja de vestuário da Farm fica no segundo pavimento, onde os mostruários dão

uma estrutura vazada que é sustentada por uma coluna metálica branca, onde

continuidade à relação do projeto e da marca com a natureza e elementos

essa é aproveitada para a iluminação, sendo estrutura e trilho de luminária.

cariocas/brasileiros. Essa relação fica explícita pela presença de vegetação no ambiente e também

Figura 10 – Vista do lance de escada que leva ao terceiro pavimento

pelo elemento “Iluminação”, sendo essa clara e natural, que vem da cortina de vidro da fachada e possibilita a vista da Lagoa. O pavimento possui uma seção para o segmento de confecção sustentável que foi citado anteriormente neste texto. Para transmitir esse conceito, o mostruário foi projetado de forma simples e leve, com araras feitas de madeira e metal, como ilustrado nas Figuras 11 e 12.

Figura 11 - Araras de exposição das peças e ambientação com vegetação

Fonte: ISNARD (2020) Fonte: ISNARD (2020)


Figura 12 – Araras de exposição das peças e decoração pontual

O terceiro pavimento é denominado de “apê da FARM”, onde a marca fez um showroom de seus produtos da linha “home”, como louças, roupas de cama e elementos decorativos. A disposição do layout desse espaço foi pensada de forma a simular um apartamento, portanto, além das estantes de mostruários, o pavimento conta com mobiliários residenciais como mesas de jantar, camas, poltronas, etc., como pode ser observado nas Figuras 13 e 14. Todos esses elementos contribuem para que a experiência do cliente seja muito completa, visto que dessa forma, ele é inserido no universo da marca, fazendo com que seja cativado e afetado por todo o conceito, tornando a atmosfera do ponto de venda um sucesso, pois imerge o

usuário. Acrescentado a isso, é possível destacar que quando o usuário vive uma experiência dessa forma no ponto de venda, ele se sente pertencente ao estilo de vida que a marca oferece, aumentando as chances de se tornar um cliente fiel e

fã da marca. Fonte: ISNARD (2020)

Figura 13 - Composição de um dormitório com os produtos da linha home

Novamente, é possível perceber que os elementos mais gerais do ambiente são em cores mais neutras, variando entre branco e bege. Quando possuem cores fortes, são pontuais e coordenam com a paleta das peças. Além de valorizar o sentimento de sustentabilidade, essa escolha ajuda a valorizar os produtos da marca que, por muitas vezes, possuem a presença de cores vivas. Aqui

conseguimos perceber a importância do elemento “Cores e Materiais”, pois através dele que aconteceram essas composições nos ambientes, enriquecendo toda a atmosfera da loja.

Fonte: ADORO FARM (2020)


Figura 14 – Composição de sala de estar e jantar com produtos da linha home

Figura 15 – Terraço da casa FARM com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas

Fonte: ADORO FARM (2020)

Fonte: ADORO FARM (2020)

O quarto e último pavimento é o terraço, onde acontecem as atividades que foram

Como citado anteriormente no presente capítulo, não foi possível visitar a loja em

mencionadas previamente no texto, como workshops, shows, palestras, etc. Não

questão fisicamente, portanto os elementos de ponto de venda “Aromas”, “Sons”

foi possível encontrar fotos que mostrassem o ambiente por completo, apenas de

e “Temperatura” não puderam ser analisados. Porém, como a FARM é uma

um evento que foi feito com as mulheres indígenas da tribo Yawanawa (Figura

franquia e tais elementos possuem padronização em todas as unidades, uma

15).

visita foi feita à unidade do Shopping Vila Velha, em Vila Velha – ES para constatação de tais elementos. A FARM possui um aroma único, fresco e floral, que está presente em toda loja e também nas roupas. Por ser fresco e floral, o aroma remete à natureza e ao tropical, características que a marca sustenta. As músicas tocadas na loja também seguem essa premissa, sendo brasileiras e em sua maioria de artistas cariocas, remetendo ao estilo de vida da “garota de Ipanema” e fazendo com que o usuário se sinta pertencente desse estilo de vida. A temperatura da loja é agradável, transmitindo frescor, como uma brisa da praia.


Através das análises feitas sobre o projeto da casa FARM, é possível notar que

4.2.1. LOCALIZAÇÃO E PROGRAMA DE ATIVIDADES

projeto e marca se unem através da arquitetura, trazendo ao plano físico o

Por ser uma marca capixaba e do nicho de vestuário, a Sense foi selecionada

universo da FARM, tornando toda e experiência vivida pelo cliente muito cativante

para fazer parte do presente trabalho. A loja da marca fica localizada no primeiro

e verdadeira. Além de ser um projeto muito consistente em relação ao conceito, é

pavimento do Shopping Playstation, na Praia do Canto, em Vitória. Essa

um projeto que sustenta o branding da marca e a reafirma, fazendo com que sua

localização é ótima, visto que a Praia do Canto é muito movimentada em todos os

relação com seu público alvo e cliente seja fortalecida. Portanto, se torna

horários do dia e o Shopping fica muito próximo à vários outros atrativos do

importante notar que o projeto levou em conta todos os elementos da atmosfera

bairro.

do ponto de venda descritos no capítulo 2 do presente trabalho, além de colocarem o usuário no ponto central do projeto utilizando de ferramentas do

Figura 16 – Localização da loja Sense

design. Dessa forma, o ambiente físico obtém sucesso da tradução do

conceito/branding no espaço. 4.2. SENSE - HISTÓRICO E DESCRIÇÃO DA MARCA A Sense é uma marca de vestuário e acessórios fundada em Vitória, no Espírito

Santo, por Ana Lara Grassi e Natalia Catelan. A marca teve seu início a partir de uma conversa entre as duas fundadoras, onde discutiam sobre a falta de certas peças que gostavam no mercado. A partir dessa observação, surgiu a ideia de produzir essas peças para elas e para outras pessoas que também sentiam falta disso no mercado. Além de peças autorais, a marca também faz uma curadoria que consiste na revenda de peças de outras marcas com uma seleção mais exclusiva e refinada. A Sense possui alguns pilares onde se apoia, sendo estes: versatilidade, transformação, atemporalidade e minimalismo. A marca procura não se basear

em muitas tendências, tendo essas pinceladas nas peças, mas não como foco. Atualmente, a Sense tem em seu catálogo de produtos peças de vestuário, acessórios e também um Home Spray (fragrância que pode ser utilizada em ambientes residenciais, comercializada em frasco spray), que faz com que a

experiência de compra do cliente se estenda à sua casa.

Fonte: GOOGLE MAPS (2021)


4.2.2. O PROJETO

Tal escolha trouxe destaque à loja, ao mesmo tempo que representou e

O primeiro ponto do projeto que se destaca logo de início é a fachada da loja, pois

comunicou o minimalismo da marca. Isso a torna uma loja de fácil identificação

foi feita aproveitando o pé direito duplo e também com uma mistura de materiais:

por quem já conhece e também atrai novos clientes por seu equilíbrio estético e

alvenaria, vidro transparente e vidro opaco (Figura 17). A seção que foi feita de

clareza na mensagem, se encaixando também no elemento “Comunicação

alvenaria possui pintura verde - a cor principal da marca - e, além disso, a

Visual”.

parede carrega o nome Sense, com letreiro em aço inox. Portanto, é possível

A proposta do projeto, segundo as proprietárias, foi executar algo que tornasse o

notar que o espaço físico da loja já utiliza o elemento da atmosfera de ponto de

espaço da loja livre e fluido, onde o usuário pudesse circular livremente entre os

venda “Cores e Materiais”, fazendo essa mistura de diferentes texturas, cores e

mostruários.

materiais com êxito.

Falando do elemento “Layout” do ponto de venda, como visto na Figura 18, possui duas araras de mostruário, um manequim, dois provadores, espaço para

Figura 17 – Fachada da loja Sense

descanso/espera e balcão para atendimento. É possível notar que a área central, como intencionado, é livre - deixando o fluxo dentro do espaço mais orgânico. Figura 18 - Layout esquemático da loja Sense

Fonte: Acervo pessoal (2021)

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


Toda a parte de composição estética do interior da loja foi pensada com o intuito

Figura 20 - Arara em serralheria branca com prateleira em madeira

de fazer com que as peças de vestuário possuam maior destaque, portanto, é possível notar que foram usadas cores mais sóbrias e que não tomam a atenção dos produtos. As araras, componentes do elemento “Mobiliário”, como vistas na Figura 19 e 20, são feitas de serralheria branca com prateleiras em madeira, não obstruindo as peças e dando leveza ao ambiente e fazendo bom uso do elemento “Cores e Materiais”, como descrito no capítulo 2. Figura 19 – Arara em serralheria branca com prateleira em madeira

Fonte: Acervo pessoal (2021)

Fonte: Acervo pessoal (2021)


Comunicando com as prateleiras em madeira das araras, outro componente do

A parede dos fundos da loja que é vista na Figura 22 foi o ponto âncora do

elemento “Mobiliário”, o balcão de atendimento que está ilustrado na Figura 21

projeto, pois foi revestida com pedras naturais no tom cinza claro e seguiu o pé

possui um detalhamento em ripado, configurando maior delicadeza à peça de

direito duplo. Dessa forma, comunica com o piso cimentício e não ofusca as

marcenaria e mais uma vez trazendo textura ao ambiente.

peças, ao passo que possibilita ao ambiente um ar sofisticado e imponente, mesclando os elementos “Cores e Materiais” e “Comunicação Visual” – pela

Figura 21 - Balcão de atendimento em madeira ripada

mistura de cores e texturas e também por transmitir essa mensagem de sofisticação e leveza. Figura 22 - Parede revestida em pedras naturais cinzas

Fonte: Acervo pessoal (2021)

Fonte: Acervo pessoal (2021)


Para criar um aspecto de unidade, a parede do provador que está paralela à

O espaço de descanso e espera, na Figura 24, se estabelece no projeto seguindo

parede dos fundos, porém em outro plano também foi revestida com as pedras. O

a linha minimalista, tendo apenas um ponto de cor no material da poltrona,

provador, como visto na Figura 23, possui iluminação que foi pensada a ser

fazendo com que o ambiente tenha um espaço de conforto e delicadeza, fazendo

frontal e não indireta para que as peças possam ser provadas pelas clientes de

com que o cliente se em casa e acolhido – portanto, pode-se notar que os

forma eficiente. Novamente se percebe a presença de elementos sutis e neutros,

elementos “Cores e Materiais” e “Comunicação Visual” estão presentes em mais

que dão foco completo no produto e na cliente: paredes e cortinas brancas, além

uma cena do espaço. Outro elemento presente aqui é o “Mobiliário”, que

de comunicarem o conceito de leveza e fluidez.

transmite sofisticação e modernidade.

Figura 23 – Provadores

Figura 24 – Espaço de descanso e espera

Fonte: Acervo pessoal (2021)

Fonte: Acervo pessoal (2021)


No elemento “Iluminação”, além do que já foi citado sobre os provadores, a

Através da visita feita ao local, foi possível analisar também os elementos

iluminação geral do ambiente foi feita através de trilhos suspensos brancos, com

“Aromas”, “Sons” e “Temperatura”. Foi constatado que a marca possui um aroma

spots voltados para as peças e luminárias tubulares para a iluminação geral,

único, sofisticado e delicado, que está presente na loja e nas roupas, além do

adicionando na atmosfera mais um toque de leveza e de destaque aos produtos

mesmo ser comercializado – possibilitando que a experiência olfativa da loja se

(Figura 25). Tal escolha também estabelece um sentido de fluxo dentro do

estenda ao usuário em sua própria casa. A marca também faz uso do elemento

ambiente, se encaixado no elemento “Comunicação Visual”, onde a cliente,

“Sons”, onde as músicas que compõem o ambiente possuem uma pegada

subconscientemente, é levada através das araras até ao provador e espaço de

moderna, divertida e ao mesmo tempo sofisticadas, abrangendo um espectro

descanso, e do outro lado, da arara ao balcão de atendimento.

amplo de públicos. A temperatura do ambiente é sutil e confortável. Por meio das análises feitas a partir do presente estudo, é possível concluir que

Figura 25 – Trilhos de iluminação suspensos

o espaço físico da marca Sense condiz muito com a marca, sendo minimalista,

versátil e fluido, fazendo uso de todos os elementos da atmosfera do ponto de venda. Também é importante destacar que todos os produtos estão dispostos de forma a serem valorizados, visto que a iluminação é estratégica e esses são separados por cor, configurando organização e maior atratividade.

Fonte: Acervo pessoal (2021)



Desde o início de 2020 até a presente data, o mundo vem passando por um

Figura 26 - Totens de compra online na Guide Shop Amaro em Ipanema

momento muito delicado de pandemia, resultante do vírus COVID-19. Por isso, o comércio varejista teve de se reinventar e buscar formas de permanecer relevante num cenário onde o consumidor procura por mínimo contato físico possível. Nesse sentido, é possível projetar que essa tendência irá continuar nos próximos anos. Poucas pesquisas foram feitas a respeito desse assunto, mas a empresa Linx (2021) – especialista em tecnologia para o varejo – discorreu sobre as possibilidades do futuro do varejo e foram selecionadas algumas das tendências mencionadas para o propósito do presente trabalho.

5.1. LOJAS HÍBRIDAS As lojas híbridas já estão em uso desde o início da década passada, mas estão cada vez mais ganhando popularidade – principalmente devido ao cenário atual, onde o consumidor deseja realizar suas compras de forma rápida e ágil, além de

querer uma experiência diferenciada.

Fonte: Amaro (2021)

Segundo artigo escrito pelo Blog Bling (2018), a loja híbrida funciona como um auxílio ao consumidor, onde pode ter a experiência de conhecer o produto

Hoje em dia, o termo utilizado pelas empresas de e-commerce para esse tipo de

fisicamente e tirar suas dúvidas.

loja é “Guide Shop”, sendo “Loja Guia” em tradução livre. No Brasil, existem duas

Ainda segundo o Blog Bling (2018), as lojas híbridas não efetuam vendas físicas,

marcas que já possuem “Guide Shops” por todo território nacional, sendo essas a

portanto não possuem estoque amplo como lojas 100% físicas. Dessa forma o

“Amaro” - que atua no mercado de vestuário, mas também comercializa itens de

cliente pode apenas conhecer o produto e realizar a compra online através de

outros nichos – e também a “MadeiraMadeira”, um e-commerce de mobiliário.

totens (Figura 26) presentes na loja ou posteriormente no site da loja, e receber

As “Guide Shops”, além de proporcionarem a experiência de conhecer os

o produto no endereço cadastrado. Portanto, o usuário não sai da loja com o

produtos pessoalmente, funcionam como um “showroom”, como ilustrados nas

produto em mãos.

Figuras 27 e 28, onde o cliente pode ter uma visão mais ampla sobre como o

No caso do nicho de vestuário, o usuário pode provar e sentir a textura da peça,

produto funciona no espaço físico, fora da internet.

observar seu caimento, para então efetuar a compra online de casa ou através de totens/computadores da loja, como explicado previamente no presente tópico.


Figura 27 - Guide Shop Amaro em Ipanema

Tal modalidade de loja facilita a escolha dos clientes desses e-commerces, uma

]

vez que possibilita a experiência de conhecimento prévio do produto que está a adquirir – além de proporcionar um melhor aproveitamento do espaço físico da loja, pois não demanda estoque e caixas de atendimento. 5.2. TECNOLOGIA NO VAREJO Como citado anteriormente no presente trabalho, cada vez mais o comércio varejista está vendo a necessidade de inovar e trazer atrativos para seus pontos de venda, uma vez que o e-commerce está em crescimento acelerado – principalmente após o início da pandemia causada pelo vírus COVID-19, onde a

população ficou por muito tempo fazendo suas tarefas e adquirindo suas compras on-line. Por isso, é possível destacar que o implemento da tecnologia – que, se bem utilizada e proposta – traz rapidez e funcionalidade para o consumidor, além de também se tornar um atrativo. Fonte: Amaro (2021)

Portanto, para o propósito dessa monografia, foram selecionados alguns elementos tecnológicos que estão cada vez mais presentes em lojas físicas,

Figura 28 - Guide Shop MadeiraMadeira em Joinville

como: Painéis de LED e Totens/Computadores. Os painéis de LED já são utilizados em muitos varejos pelo mundo, onde é possível projetar imagens e vídeos que remetem à marca e à sua atmosfera, trazendo maior dinâmica no ambiente da loja. Os painéis de LED possuem muita flexibilidade em relação à tamanhos e formatos, trazendo infinitas possibilidades de instalação.

Fonte: MadeiraMadeira (2021)


Figura 29 - Painel de LED na loja Riachuelo

Figura 30 - Totem interativo de feedback na loja Renner

Fonte: TheLED (2021)

Fonte: Medium (2021)

Os totens e computadores, por sua vez, são elementos funcionais, podendo ser

5.3. SUSTENTABILIDADE

implementados também na atmosfera do ponto de venda pois podem ser

Em 1987, o conceito de desenvolvimento sustentável teve sua origem através de

encapados com elementos gráficos que trazem o conceito da marca à sua

estudos feitos pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

estética.

da ONU. Segundo o documento gerado pelos estudos (Nosso Futuro Comum ou

No tópico anterior, foi esclarecido sobre as Guide Shops, lojas que fazem amplo

Relatório de Brundtland), desenvolvimento sustentável é aquele que supre

uso desses elementos para facilitar a compra do consumidor e também são

necessidades presentes sem comprometer o suprimento de gerações futuras.

utilizados para receber feedback sobre a experiência de compra. Ao fazer isso, a

Dessa forma, ao longo dos anos, o desenvolvimento sustentável evoluiu,

marca mostra ao consumidor que se importa com seu conforto e sua opinião,

abrangendo não somente a atmosfera ambiental, mas também, social e

acrescentando valor tanto aos produtos comercializados quanto à marca.

econômica.


De acordo com o relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho): “Rumo

Figura 31 - Diagrama explicativo da sigla ESG

ao Desenvolvimento Sustentável: oportunidades de trabalho decente e inclusão social em uma economia verde” (ILO, 2012,p.1), se a indústria seguir sua produção da forma como está, o custo de produção irá aumentar, além de perder produtividade e causar crises econômicas. O estudo prevê que se o cenário se mantiver, os níveis de produtividade em 2030 e 2050 estarão, respectivamente, 2,4% e 7,2% mais baixos dos níveis atuais. Portanto, fica evidente que as empresas que compõem a indústria precisam pensar em sustentabilidade, uma vez que cada vez mais a sociedade como um todo se preocupa com o futuro de próximas gerações.

A pandemia do COVID-19 trouxe para o holofote muitos dos problemas globais que estão acontecendo atualmente, associados à degradação ambiental, falhas sanitárias e mudanças climáticas, que influenciam diretamente na economia mundial.

A sigla inglesa ESG (Environmental, social and corporate governance) – Governança ambiental, social e corporativa traduzida para o português – foi criada pelo mercado financeiro, servindo de métrica para as empresas no quesito de sustentabilidade nas gestões. O foco dessa métrica é a redução dos impactos negativos no meio ambiente e na sociedade, englobando as boas práticas sociais, administrativas e ambientais à gestão de empresas, como ilustrado na Figura 31.

Fonte: Elaborado pela autora, adaptado conforme a diagrama da revista EXAME (2021)


De acordo com Sitta e Lima (2020), empresas que adotam um modelo sustentável em sua gestão são mais resilientes em momentos de crise, pois possuem menor probabilidade de perda de capital e são menos suscetíveis a possuírem problemas enraizados em suas práticas – sejam elas produtivas ou administrativas. Ainda segundo os autores, as empresas, além de buscarem lucratividade em suas atividades, devem também se comprometer com um propósito maior, englobando o meio ambiente, boas práticas trabalhistas e administrativas. Tendo tais características em prática, a empresa se alinha com sucesso ao conceito de função social da empresa, que está presente no art. 170 da Constituição Federal

(1988). As empresas, portanto, podem seguir a ideia da ESG incentivando e estabelecendo a sustentabilidade à ética empresarial, colocando metas para reduzir impactos negativos e reparo de danos causados, além de trazer maior

consciência aos envolvidos da empresa sobre as relações entre os pilares da ESG e o processo produtivo realizado (SITTA E LIMA, 2020). Tendo isso em vista e levando em consideração o cenário atual, as empresas que adotam esse modelo de gestão e produção se tornam mais responsáveis e, dessa forma, mais atrativas ao público consumidor, pois mostram que não estão apenas atrás de lucro, mas também visam o bem-estar da sociedade e do planeta como um todo.



A Calim é uma marca de vestuário feminino, oficialmente fundada em novembro

Figura 32 - Mapa de Empatia da cliente Calim

de 2020, pela autora do presente trabalho. Como pilares da marca, encontramos: minimalismo, criatividade, personalidade e exclusividade. A Calim veio para o mercado de vestuário com a proposta de trazer mais arte e significado às peças que fazem parte de seu acervo. Além disso, une esses atributos ao conforto algo muito prezado hoje em dia por seu público alvo. No presente capítulo serão aplicados alguns dos conceitos e métodos de Design Thinking descritos no capítulo 3 do presente trabalho, para que sejam feitas análises e interpretação de dados da marca e dos usuários do espaço a ser projetado.

6.1. ANÁLISE DA CLIENTE CALIM Através da análise do público alvo pelas mídias sociais e interação um a um - foi possível unir as características em um Mapa de Empatia (Figura 32). Como citado previamente no presente trabalho, esse método é muito utilizado para a melhor

compreensão do cliente/usuário, e segundo Castilho (2019), consiste no mapeamento das informações mais importantes do seu usuário, como: seus problemas, suas necessidades, seus desejos, etc. É uma forma de compreender

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

melhor o público que a marca pretende atingir, permitindo que se estabeleça uma conexão entre projetista e consumidor.

Em suma, pode-se pontuar que a cliente da Calim é mulher e está dentro da faixa-etária de 18 a 30 anos, além de ter a vontade de mostrar sua personalidade através de suas roupas, como forma de expressão. Como a maioria dos jovens hoje em dia, está conectada nas redes sociais e adora tudo o que tenha a ver com natureza e arte - mas não deixa de curtir o moderno.

Sua rotina é cheia, composta de estudo e/ou trabalho, ocasionalmente saindo com a família e amigos para um café ou restaurante. Por conta dessa rotina, a cliente Calim busca sempre agilizar seu tempo - seja na hora de fazer comida, de arrumar a casa ou, principalmente, de se vestir. Visto isso, é possível destacar que é uma jovem que quando se fala de vestuário, gosta de estar estilosa, confortável e se sentindo bem - itens que a Calim como marca consegue fornecer.


Com a introdução do espaço físico da Calim que será projetado a seguir no

Figura 33 - Moodboard do espaço Calim

presente trabalho, essa cliente também precisará ser contemplada, portanto, é de suma importância que sejam feitas essas análises acerca de sua personalidade, para que suas necessidades e desejos sejam supridas. Como citado no capítulo 3, as necessidades e desejos humanos são analisados e categorizados através da Pirâmide de Maslow (Figura 1) e das Necessidades de Kotler. A Pirâmide de Maslow é composta por cinco níveis, que são classificados em ordem hierárquica: Fisiológicas, de Segurança, Sociais, de Estima e de AutoRealização (ROBBINS, 2002). Já as Necessidades de Kotler não possuem ordem hierárquica, e são definidas como: Necessidades declaradas, Necessidade real,

Necessidade não-declarada, Necessidade de “algo mais” e Necessidade Secreta (KOTLER, 2013). 6.2 RELAÇÃO MARCA-ESPAÇO

A Calim terá seu espaço físico projetado em uma sala comercial localizada na Praia da Costa, Vila Velha - ES, com área total de 31,45m². Por conta de ser uma

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

sala comercial, o acesso à loja será restrito e agendado previamente, por meio de contato através das redes sociais da marca ou telefone. Sendo assim, o

Retomando o que foi dissertado no capítulo 3: tópico 5 do presente trabalho, na

usuário terá uma experiência única e exclusiva, tendo um atendimento

etapa de Prototipagem do Design Thinking, existem alguns níveis de fidelidade em

personalizado, onde a marca sugere que traga no máximo dois acompanhantes.

relação aos protótipos elaborados do projeto. De acordo com Vianna et. al. (2012),

Como dito na introdução do presente capítulo, a marca tem como pilares:

essa fidelidade com o projeto final varia entre baixa, média e alta. O moodboard,

minimalismo, criatividade, personalidade e exclusividade. Portanto, tais atributos

por representar apenas a ideia conceituada do projeto, está classificado como

precisam estar presentes no espaço físico, representando a marca na

sendo de baixa fidelidade.

arquitetura de interiores. Além dos atributos da marca, é necessário que se contemple também os atributos principais do público alvo, para que o cliente possa ser cativado e envolvido, trazendo sensação de pertencimento e criando uma experiência de compra única.

Unindo as características da marca e do cliente, foi pensado, através do método moodboard, uma atmosfera visual, que pode ser vista na Figura 33.


6.3 RELAÇÃO USUÁRIO-ESPAÇO

Até que chegue o momento do atendimento no espaço, existem algumas etapas

No presente tópico, serão apresentadas quais relações os usuários terão com o

prévias para o sucesso da experiência de venda, que estão exemplificadas no

espaço físico, para que assim, o layout seja elaborado tendo em mente todas

fluxograma (Figura 34) a seguir.

essas vivências, resultando em um espaço que atenda às necessidades do seu público como um todo. Em suma, o espaço físico da Calim terá dois públicos a

Figura 34 – Fluxograma da funcionária Calim

atender: a clientela e as funcionárias. 6.3.1 FUNCIONÁRIAS CALIM Como atualmente a marca possui duas funcionárias, foi determinado que não há necessidade de um vestiário, como outras lojas com maior quantidade de

pessoas em sua equipe precisariam - seus itens pessoais ficarão guardados no toalete, onde será feita uma marcenaria abaixo da bancada com acesso restrito. Outro quesito a ser pontuado é o espaço onde funciona o “caixa”: a marca não emite notas fiscais e não recebe pagamento em dinheiro em espécie. Portanto,

não existe a demanda de possuir um “caixa” mais privativo, apenas um espaço onde as funcionárias possam ter visão de toda a loja para monitoramento e também para uso administrativo. Como a sala do espaço fica situada ao lado do Shopping Praia da Costa e com proximidade a estabelecimentos de alimentação, também não será necessária a presença de uma copa. Para lanches rápidos e eventuais reuniões com fornecedores e até mesmo clientes, o espaço terá um “canto do café”. No cenário atual do e-commerce de vestuário feminino, algo extremamente valorizado é o chamado “Provador”, onde as funcionárias da loja vestem as peças

comercializadas e gravam para as redes sociais - principalmente o Instagram. Essa prática possui muita importância pois fornece um panorama melhor para a cliente de como as peças vestem no corpo e, também, como é a modelagem da peça. Para isso, é necessário um espelho grande, onde esses clipes de vídeo

possam ser gravados.

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


A funcionária, seguindo todas as etapas descritas na Figura 31, poderá entender

Figura 35 – Fluxograma da cliente Calim

melhor a peculiaridade da cliente e assim, conseguirá organizar o espaço às suas necessidades e objetivos. Dessa forma, o atendimento se torna personalizado e mais fluido, dando maior segurança à funcionária em relação a como navegar a visita, adequando os elementos da atmosfera do ponto de venda que possuem a possibilidade de serem adequados - sendo esses: Aromas, Sons, Iluminação e Temperatura. 6.3.2 CLIENTES CALIM Como descrito no início do presente capítulo (tópico 7.1), a clientela Calim se

resume à mulheres jovens e com o desejo de estarem estilosas sem abrir mão do conforto. Saindo dessa visão macro, pontua-se que cada cliente possui sua individualidade e seus desejos únicos. Ao entrar em contato com a loja através das redes sociais, a cliente terá a possibilidade de agendar sua visita ao espaço

Calim. As principais etapas da experiência através do ponto de vista da cliente estão descritas na Figura 35.

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


Para que o espaço e a marca atendam às suas necessidades, ao agendar sua visita ao espaço Calim, a cliente irá expressar suas vontades e preferências à funcionária que estará lhe atendendo. O objetivo do espaço é realizar a imersão dessa cliente no universo da marca, trazendo uma experiência com a qual ela se sentirá satisfeita e acolhida por cada elemento do ambiente. Tais elementos compõem a atmosfera do ponto de venda como um todo, como descrito no capítulo 2 do presente trabalho, sendo esses: Aromas, Sons, Iluminação, Cores e Materiais, Comunicação Visual, Temperatura, Mobiliário e Layout. Com isso em mente, a cliente será recepcionada no espaço com algumas

escolhas de peças já feitas pensando no seu gosto e personalidade - que foram anteriormente declarados e visualizados através de conversa com as funcionárias, no momento do agendamento. Para que possa analisar e olhar as peças com calma, o espaço contará com uma

arara de acesso livre, onde a cliente poderá selecionar peças que goste além das peças previamente selecionadas pelas funcionárias. Para ter certeza de sua compra a cliente poderá provar as peças no provador, que será amplo e terá iluminação frontal - para que todos os detalhes da peça sejam evidenciados e a cliente fique satisfeita com suas escolhas. Caso a cliente traga acompanhantes, estes poderão aguardar no “canto do café”. Utilizando do espelho central, a cliente poderá mostrar ao acompanhante - ou até mesmo à funcionária - como a peça ficou e pedir opiniões. O banheiro e o “canto do café” ficarão à disposição da cliente durante toda a

experiência, para que se à vontade e sem constrangimentos.



Através de todo o repertório bibliográfico disposto nesse trabalho e, também, de

Figura 36 – Diagrama de bolhas do espaço

todas as análises feitas da marca em si e de suas clientes, além de funcionárias, se torna possível a elaboração de um projeto de interiores onde os usuários e a marca são o ponto de partida para sua execução. 7.1. PROGRAMA DE ATIVIDADES Como a sala funcionará com horário marcado e necessita de pouco espaço de estocagem, as atividades são reduzidas – por isso, será necessário um layout mais aberto e fluido, para que a circulação seja feita com maior facilidade e instintividade. Também serão levados em consideração informações coletadas

nos capítulos anteriores do presente trabalho, que contribuem para o sucesso do projeto. Temos, portanto, cinco atividades a serem desenvolvidas no ambiente: • Exposição dos produtos;

• Lounge (canto do café); • Administrativo; • Provador; • Provador externo; • Banheiro.

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Para dispor tais atividades em planta, foi elaborado um diagrama de bolhas

7.2. ALTERAÇÕES NA PLANTA ORIGINAL

(Figura 36), onde se torna possível a visualização espacial dessas atividades no

O espaço disponível para a loja se dá em uma sala comercial localizada na Praia

ambiente.

da Costa, Vila Velha - ES, com área total de 31,45m². Levando em consideração o

diagrama de bolhas que foi elaborado (Figura 36), foram necessárias algumas mudanças na planta original do imóvel, para que se adequasse às atividades do espaço, como ilustrado na Figura 34.


Figura 37 – Planta de Construção/Demolição

7.3. LAYOUT, MATERIAIS E MOBILIÁRIO Após a adequação da alvenaria e análise das atividades necessárias do espaço, além dos fatores da atmosfera do ponto de venda discutidos no capítulo 2, foi possível a elaboração de um layout (Figura 38) que, com bastante espaço livre, se torna propositalmente intuitivo e fluido, dando sensação de liberdade e conforto ao usuário. Dessa forma, conforme Pacheco (2014), cria-se uma conexão entre marca e cliente, estreitando laços e criando vínculos. Figura 38 – Layout da loja física Calim

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

A sala, de início, possuía apenas uma porta que atendia às normas de acessibilidade universal definidas pela ABNT NBR 9050, que era a porta de entrada. A porta do banheiro precisou ser alterada, pois não cumpria com a norma, tendo largura de 60cm. As paredes do banheiro também precisaram ser movidas para que fosse possível o giro de 150cm previsto na ABNT NBR 9050. Outra necessidade do espaço era a presença de um provador, que foi pensado a ser posicionado à frente do banheiro, portanto, a porta também foi movida.

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


Ao entrar, o usuário consegue ter uma visão ampla do espaço (Figura 39), onde é

Nessa área do espaço, foi feito uma mescla entre os materiais madeira e aço,

possível identificar todas as atividades presentes com suas determinadas áreas.

para transmitir a sensação de aconchego e leveza. Para que a marca “Calim”

Levando em consideração o que Parente (2011) constata, o layout precisa ser feito

fique em destaque no momento da entrada da cliente no ambiente, a identidade

levando em consideração a circulação de pessoas, além dos equipamentos de

visual se posiciona no painel de marcenaria à altura dos olhos, tornando a marca

exposição. Por isso, foi determinado que o espaço teria a menor quantidade de

identificável e fazendo com que a comunicação visual do espaço seja mais clara.

interrupções possíveis, para que também, o espaço seja aproveitado de forma

A textura de vegetação possui função de trazer o elemento natureza para esse

eficiente.

setor do ambiente, pois atua como estimulante visual e sensorial, além de ser ornamental (GURGEL, 2010).

Figura 39 - Visão da entrada do espaço

Visando atender todas as clientes da melhor forma possível, além de todo atendimento personalizado e disposição fluida do layout, o espaço será acessível,

seguindo a norma ABNT NBR 9050. Para isso, foi necessário que a porta do banheiro ficasse de frente para a porta de entrada, o que não daria muita sensação de privacidade à cliente. Contudo, foi possível contornar essa situação com a marcenaria, que está ilustrada na Figura 39. Foi pensada uma porta de

correr que abre para dentro do um painel de marcenaria, que mantém a mesma textura que a porta, camuflando a entrada para o banheiro e assim não expondo que ali fica o toalete. O “canto do café”, que é uma área mais descontraída da loja (Figura 40), foi posicionado logo adiante da área de exposição dos produtos. Por ser um ambiente mais reservado e com o objetivo de ser acolhedor e confortável, constatou-se que o canto superior direito era o lugar apropriado para a atividade. Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Para trazer maior destaque aos produtos, foi localizada uma arara e manequim ao longo da parede mais longa do espaço, de forma que se possa enxergar essa exposição de qualquer lugar do ambiente.

Para seguir com a ideia de aconchego e conforto, o mobiliário, juntamente com os materiais, foi pensado delicadamente para cumprir com o objetivo: poltronas

espaçosas de linho e madeira (conforto e leveza), tapete circular de fibras naturais (forma que remete à fluidez e acolhimento) e uma mesa de centro retangular de madeira e aço, seguindo a linha de materiais de forma coesa (para a máquina de café, xícaras, biscoitos, etc.).


Figura 40 – Canto do café e Painel Outono

Figura 41 – Painel Verão

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Outro ponto em destaque no projeto é a parede mais longa do espaço, que comporta tanto a exposição de produtos quanto o Canto do café. Para que essa

parede se “camufle” por entre as diferentes coleções de roupa da loja, foi pensado um painel que pode ser alterado a cada estação. Para melhor ilustração dessa mudança, foram feitas quatro artes abstratas, em que cada uma representa uma estação do ano: verão (Figura 41), outono (Figura 40), inverno

(Figura 42) e primavera (Figura 43). Isso faz com que a loja sempre esteja com ar de nova e atualizada, instigando as clientes a sempre visitarem o espaço para conferirem novidades e, além disso, possibilita maior flexibilidade para a marca de renovar o espaço de acordo com suas evoluções.

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


Figura 42 – Painel Inverno

No canto oposto fica o setor administrativo da loja (Figura 44), onde ficarão as embalagens para compras, computador para atividades administrativas (controle de caixa, controle da agenda do espaço, administração das redes sociais da marca). Esse setor, que consiste de uma mesa com gavetas, foi posicionado no canto esquerdo superior para que a funcionária possa ter visão de toda a loja, de forma que possa monitorar tudo o que está acontecendo durante a visita da cliente ao espaço. Dando continuidade à sensação de aconchego e leveza, o mobiliário traz as texturas de madeira e linho. A identidade visual da Calim foi colocada no mobiliário para reforçar a comunicação visual da loja e para ter função de marco, onde fica claro que aquele ambiente é administrativo. Figura 44 - Setor administrativo do espaço

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Figura 43 – Painel Primavera

Fonte: Elaborado pela autora (2021) Fonte: Elaborado pela autora (2021)


O provador (Figura 45) se estabelece de frente ao setor administrativo, com um

O espelho auxiliar (Figura 46), que está localizado no setor “Provador externo”,

espelho auxiliar entre os dois setores, onde a cliente pode pedir opiniões sobre a

como citado no tópico 3.1 do capítulo anterior, além de possibilitar que a cliente

peça provada e observar como a peça se comporta de outros ângulos e

se veja num espaço mais amplo, também possui função de marketing para a

iluminação. Nesse ambiente, o objetivo foi trazer conforto e clareza, para que a

marca, onde a funcionária poderá provar as peças da loja e mostrar para clientes

cliente se sinta à vontade e para que possa enxergar as peças com eficiência.

nas redes sociais. A parede lateral é o destaque do ambiente e, para ela, foi

Para isso, foram instalados dois perfis de led na marcenaria ao lado do espelho,

pensado um papel de parede com arte feita pela autora do presente trabalho. A

fornecendo iluminação frontal.

arte segue a paleta da marca, que dialoga com o espaço sem se tornar ofuscante.

Buscando trazer o universo da marca para perto da cliente, o bordão da Calim foi

O tema também se comunica com o conceito da Calim, trazendo de mais uma

colocado em letras de MDF na parede lateral: “seja quem você quer ser”. O

forma a natureza e a arte para o ambiente.

letreiro, além de ornamento, serve de incentivo para a cliente quando está

provando as peças, para que se sinta bem com o que está usando e com o seu

Figura 46 - Espelho auxiliar e papel de parede

ser. Figura 45 – Provador

Fonte: Elaborado pela autora (2021) Fonte: Elaborado pela autora (2021)


7.4 ILUMINAÇÃO E PONTOS ELÉTRICOS

Começando pela entrada do espaço, foi colocado um perfil de LED gap, que é

Como dissertado no capítulo 2 do presente trabalho, seguindo a ideia dos autores

instalado de forma embutida no gesso. O perfil indica o sentido do fluxo,

Sackrider, Guidé e Hervé (2009), que indicam que a iluminação pode ser utilizada

percorrendo todo o setor de exposição de produtos e fazendo a virada para o

de forma estratégica a criar ambiências diferenciadas que valorizem os produtos

setor de provador, fechando o percurso de escolha de peças/prova. O perfil gap

e a marca; foi possível elaborar um projeto luminotécnico que guiasse a cliente

possibilita que outras luminárias sejam instaladas sobrepostas a ele, portanto,

ao transitar pelo espaço e que também valorizasse tanto a marca quanto os

tirando proveito disso, foram colocados spots direcionáveis na área de exposição

produtos.

dos produtos, conferindo maior destaque e luminosidade.

Para atender às necessidades das funcionárias e, caso necessário, das clientes,

Para o canto do café, por ser um ambiente que requer uma ambiência

foi elaborado um projeto de pontos elétricos em conjunto.

aconchegante, foi necessária apenas uma luminária de piso, que é alimentada por uma tomada baixa na parede lateral.

Figura 47 – Provador

O setor administrativo possui um pendente triplo com estética moderna, para criar uma sensação de seriedade sem perder a característica despojada. Para o provador, como citado no tópico 8.3 do presente capítulo, foi pensada, além da iluminação superior pelo perfil gap, a iluminação frontal, através de

perfis de led embutidos na marcenaria.

Fonte: Elaborado pela autora (2021)



O presente trabalho possibilitou uma análise de forma geral sobre como o comércio de varejo se comporta atualmente e na expectativa do período póspandemia, através da revisão bibliográfica feita sobre o conceito da atmosfera do ponto de venda e de dois estudos de caso de pontos de venda de sucesso. Além disso, também foi possível compreender o Design Thinking como ferramenta de auxílio no processo projetual de Arquitetura e Interiores, onde funciona como um grande aliado de soluções funcionais e criativas, incentivando o projetista a utilizar de recursos variados citados no capítulo 3 do trabalho. O principal objetivo do trabalho foi integrar a ferramenta Design Thinking à Arquitetura de Interiores, utilizando de seus recursos e conceitos, a fim de

proporcionar um entendimento amplo sobre os usuários do espaço e das funções que serão exercidas. O estudo permitiu mostrar como os recursos do Design Thinking podem ser aliados do processo projetual da Arquitetura de Interiores, visto que além de

cumprir com as características de uma boa atmosfera de ponto de venda, aliou necessidades e desejos dos usuários e da marca através de diagramas e outras análises feitas. Para elaborar um projeto de Arquitetura de Interiores da marca capixaba Calim, foi possível realizar a integração dos conceitos estudados sobre a atmosfera do ponto de venda com o Design Thinking, otimizando o processo projetual. Portanto, o projeto da loja permitiu que fossem aplicados os conceitos estudados, materializando a revisão bibliográfica de forma adequada, gerando um método que respeita fluxos e funções além de trabalhar as principais características de

um ponto de venda, podendo ser utilizado como base metodológica para estudantes e projetistas da área.


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