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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA BRUNNO LOPES CHAGAS

DESIGN DE PRODUTO: CARREGADOR DE APARELHOS MOVEIS PARA CICLISTAS

Florian贸polis 2015


BRUNNO LOPES CHAGAS

DESIGN DE PRODUTO: CARREGADOR DE APARELHOS MOVEIS PARA CICLISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado.

Orientador: Prof. Tiago André da Cruz

Florianópolis 2015


BRUNNO LOPES CHAGAS

DESIGN DE PRODUTO: CARREGADOR DE APARELHOS MOVEIS PARA CICLISTAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 01 de Julho de 2015. ______________________________________________________ Prof. e Orientador Tiago André Cruz Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Roberto Forlin Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Kamilla Souza Universidade do Sul de Santa Catarina


RESUMO

O universo das tecnologias móveis, no que compreende principalmente aparelhos como tablets, smartphones e laptops, encontra-se em uma constante e crescente popularização. Esses aparelhos demonstram possuir cada vez mais utilidades e aplicabilidades no dia a dia dos brasileiros, e os ciclistas não são exceção, isso inclui os estudantes com notebook que vão para a aula até atletas com GPS. Apesar de os dispositivos móveis agilizarem muito as tarefas do cotidiano, suas baterias necessitam constantemente de recargas, e quanto mais funções eles exercerem, mais rápido elas descarregam. O presente projeto tem como objetivo elaborar uma forma fácil e ecológica de recarregar os aparelhos móveis dos ciclistas brasileiros, sem prejudicar a mobilidade do usuário e atendendo as necessidades do público-alvo. Para isso, foram pesquisados os aparelhos móveis mais usados pelos ciclistas de Florianópolis até o momento de finalização deste trabalho, além dos modelos de bicicletas e formas de energias sustentáveis. Isso tudo unido com formas orgânicas resultou em um produto pequeno, de fácil manuseio e portátil.

Palavras-chaves: Design de produto; Tecnologia; Mobilidade; Bicicleta; Ecológica.


ABSTRACT

The universe of mobile technologies, in which mainly comprises devices such as Tablets, Smartphones and laptops, is a constant and growing popularity. They show has increasingly utilities and applicability in day-to-day life of Brazilians, and cyclists are no exception, this includes students with notebook going to class to athletes with GPS. Despite the very devices streamline the daily tasks they constantly require refills, and the more quickly unload functions. This project aims to prepare an easy and environmentally friendly way to recharge mobile devices Brazilian cyclists without disrupting user mobility and meeting the target audience's needs. The appliances were surveyed most used by cyclists Florianopolis to date this work, in addition to bicycle models, and forms of sustainable energy, it all united with organic shapes resulted in a small product, easy to use and portable.

Keywords: Product design; Technology; Mobility; Bicycle; Ecological.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Metodologia de projeto de design de Munari .................................. 16 Figura 2 – Ciclo de vida do Design Sustentável ............................................... 20 Figura 3 – Comparação do ciclo biológico e do ciclo técnico ........................... 25 Figura 4 – Dínamo simples............................................................................... 27 Figura 5 – Componentes do aerogerador ........................................................ 28 Figura 6 – Sistema fotovoltaico ........................................................................ 29 Figura 7 – Usina maremotriz no porto de Pécem, Ceará ................................. 30 Figura 8 – Esquema de ligações de biogás ..................................................... 30 Figura 9 – Infográfico da produção do etanol de palha e de bagaço de cana-deaçúcar .............................................................................................................. 31 Figura 10 – Mapa cicloviário de Florianópolis. ................................................. 37 Figura 11 – Diagrama: computação móvel, pervasiva e ubíqua....................... 39 Figura 12 – Equipe Specialized-Lululemon ...................................................... 41 Figura 13 – Ciclista urbano............................................................................... 42 Figura 14 – Equipamento de ciclismo .............................................................. 42 Figura 15 – Celerífero de 1790 na exposição “A História da Bicicleta – Um Passeio por 10 Modelos Clássicos” ................................................................. 44 Figura 16 – Biciclo inglês, de 1870, na exposição “A História da Bicicleta – Um Passeio por 10 Modelos Clássicos” ................................................................. 45 Figura 17 – Partes de uma bicicleta ................................................................. 46 Figura 18 – Descarrilador para sistema de câmbio .......................................... 46 Figura 19 – Marcha cubo da Rohloff ................................................................ 47 Figura 20 – Bicicleta Tandem........................................................................... 48 Figura 21 – Bicicleta recumbente ..................................................................... 48 Figura 22 – Tabela da relação de altura do ciclista em relação ao quadro ...... 49 Figura 23 – Quadro de bicicleta ....................................................................... 49 Figura 24 – Coroa, pedais, corrente e catraca (pinhão) ................................... 50 Figura 25 – Comparação entre o tamanho das rodas da bicicleta ................... 51 Figura 26 – Garfo de bicicleta .......................................................................... 51 Figura 27 – Brasileiros que possuem celulares................................................ 54 Figura 28 – Vista em corte horizontal da célula de chumbo-ácido ................... 55 Figura 29 – Processos de carga/descarga em bateria de níquel-hidreto metálico e níquel cádmio ................................................................................................ 55 Figura 30 – Exemplo do cálculo de autonomia................................................. 56 Figura 31 – Kit de farol e lanterna .................................................................... 64 Figura 32 – Ciclo computador .......................................................................... 64 Figura 33 – Painel semântico do público.......................................................... 65 Figura 34 – Painel semântico do estilo............................................................. 66 Figura 35 – Painel semântico de tecnologia móvel .......................................... 66 Figura 36 – Painel semântico do ecodesign..................................................... 67 Figura 37 – Bicicleta vintage Pashley Britannia................................................ 68 Figura 38 – Bicicleta infantil Oceano Noby....................................................... 68 Figura 39 – Características técnicas de bicicletas 1......................................... 69 Figura 40 – Características técnicas de bicicletas 2......................................... 70 Figura 41 – Características técnicas de smartphones...................................... 72 Figura 42 – Modelos de laptops ....................................................................... 74 Figura 43 – Características técnicas de tablets................................................ 75


Figura 44 – Características técnicas de carregadores portáteis 1.................... 76 Figura 45– Características técnicas de carregadores portáteis 2..................... 77 Figura 46 – Possibilidade 1 .............................................................................. 79 Figura 47 – Possibilidade 2 .............................................................................. 80 Figura 48 – Possibilidade 3 .............................................................................. 80 Figura 49 – Formas .......................................................................................... 81 Figura 50 – Público .......................................................................................... 82 Figura 51 – Harmonia....................................................................................... 82 Figura 52 – Fácil montagem............................................................................. 83 Figura 53 – Exemplos de comunicação com o usuário .................................... 83 Figura 54 – Cores escolhidas........................................................................... 84 Figura 55 – Dínamo dissecado......................................................................... 85 Figura 56 – Bateria de íons-lítio recarregável (Xbox One) ............................... 86 Figura 57 – Painel semântico do conceito........................................................ 87 Figura 58 – Formas geométricas da bicicleta................................................... 88 Figura 59 – Imagens de inspiração (répteis e anfíbios).................................... 89 Figura 60 – Imagens de inspiração (Scyphozoa e lulas luminescentes) .......... 90 Figura 61 – Imagens de inspiração (folhas e flor) ............................................ 91 Figura 62 – Imagens de inspiração (besouros, peixes e conchas luminescentes) ......................................................................................................................... 92 Figura 63 – Imagens de inspiração (pássaros) ................................................ 93 Figura 64 – Alternativa 1 (disco duplo)............................................................. 94 Figura 65 – Alternativa 2 (forma triangular) ...................................................... 95 Figura 66 – Alternativa 3 (triângulo e círculo)................................................... 96 Figura 67 – Alternativa 4 (barra e círculo) ........................................................ 97 Figura 68 – Alternativa 5 (círculo) .................................................................... 98 Figura 69 – Alternativa 6 (círculo) .................................................................... 99 Figura 70 – Alternativa 7 (círculo) .................................................................. 100 Figura 71 – Alternativa 8 (círculo) .................................................................. 101 Figura 72 – Alternativa 9 (triângulo) ............................................................... 102 Figura 73 – Alternativa 10 (círculo) ................................................................ 103 Figura 74 – Alternativa 11 (pássaro) .............................................................. 104 Figura 75 – Alternativa 12 (lula transparente e luminosa) .............................. 105 Figura 76 – Alternativa 13 (lula transparente e luminosa) .............................. 106 Figura 77 – Alternativa 14 (besouro luminoso)............................................... 107 Figura 78 – Alternativa 15 (flor) ...................................................................... 108 Figura 79 – Alternativa 16 (folha) ................................................................... 109 Figura 80 – Alternativa 17 (folha) ................................................................... 110 Figura 81 – Alternativa 18 (folha) ................................................................... 111 Figura 82 – Alternativa 19 (pássaro) .............................................................. 112 Figura 83 – Alternativa 20 (água-viva) ........................................................... 113 Figura 84 – Estudo das alternativas 1 ............................................................ 115 Figura 85 – Estudo das alternativas 2 ............................................................ 116 Figura 86 – Estudo das alternativas 3 ............................................................ 117 Figura 87 – Estudo das alternativas 4 ............................................................ 118 Figura 88 – União para formar o produto final................................................ 120 Figura 89 – Produto na bicicleta..................................................................... 120 Figura 90 – Produto na bicicleta vista 2 (polia ligada á roda)......................... 121 Figura 91 – Produto final ................................................................................ 124 Figura 92 – Encaixe USB ............................................................................... 125


Figura 93 – Encaixe ....................................................................................... 126 Figura 94 – Partes externas ........................................................................... 127 Figura 95 – Encaixe é remoção do suporte na bicicleta................................. 128 Figura 96 – Encaixe é remoção do carregador .............................................. 129 Figura 97 – Entrada USB ............................................................................... 130 Figura 98 – Vista explodida ............................................................................ 131 Figura 99 – Corte lateral................................................................................. 131 Figura 100 – Cores......................................................................................... 132 Figura 101 – Desenho Técnico 1 ................................................................... 133 Figura 102 – Desenho Técnico: corte lateral.................................................. 134 Figura 103 – Bateria....................................................................................... 134 Figura 104 – Gancho...................................................................................... 135 Figura 105 – Suporte para bicicleta 1............................................................. 136 Figura 106 – Suporte para bicicleta 2............................................................. 137 Figura 107 – Borracha interna para suporte da bicicleta 1............................. 138 Figura 108 – Bobina dínamo .......................................................................... 139 Figura 109 – Primeiro teste de mockup (isopor)............................................. 151 Figura 110 – Carregador portátil para celulares (desmontados) .................... 152 Figura 111 – Comparação de tamanho do Mockuo com o carregador desmontado.................................................................................................... 152 Figura 112 – Montagem do mockup final 1 .................................................... 153 Figura 113 – Montagem do mockup final 2 .................................................... 154 Figura 114 – Comparação entre o modelo 3D e o mockup............................ 155


LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Estrutura cicloviária em cidades do Brasil (km). ............................ 36 Gráfico 2 – Brasileiros que acreditam que a tecnologia móvel contribui para uma vida melhor............................................................................................... 53 Gráfico 3 – O que os brasileiros acham sobre os aparelhos portáteis ............. 53 Gráfico 4 – Pesquisa sobre a relação entre homens e mulheres ciclistas ....... 59 Gráfico 5 – Pesquisa sobre a relação de idade dos ciclistas............................ 59 Gráfico 6 – Distância percorrida entre a residência e a escola, o trabalho ou a faculdade.......................................................................................................... 60 Gráfico 7 – Pesquisa sobre o modo de utilização da bicicleta.......................... 61 Gráfico 8 – Pesquisa sobre a utilização constante das bicicletas .................... 61 Gráfico 9 – Custo anual das bicicletas ............................................................. 62 Gráfico 10 – Aparelhos móveis dos ciclistas .................................................... 63 Gráfico 11 – Principais aparelhos que o ciclista carrega quando está andando de bicicleta ....................................................................................................... 63


Sumário Introdução .............................................................................................. 10 1 Projeto ................................................................................................. 12 1.1 OBJETIVOS GERAIS ............................................................................. 12 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 12 1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 12 1.4 ESCOPO ................................................................................................ 14 1.5 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA................................................... 14 1.6 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO .................................................... 15 1.6.1 Metodologia de pesquisa ................................................................. 15 1.6.2 Metodologia de projeto..................................................................... 16

2 Fundamentação teórica ..................................................................... 18 2.1 DESIGN DE PRODUTO ......................................................................... 18 2.1.1 Design ecológico .............................................................................. 19 2.2 DESIGN E MOBILIDADE........................................................................ 32 2.2.1 Conceitos de mobilidade e tecnologia ubíqua.................................. 32 2.2.2 Mobilidade urbana............................................................................ 33 2.2.3 Mobilidade e ciclismo ....................................................................... 35 2.2.4 Mobilidade tecnológica..................................................................... 38 2.3 BICICLETAS........................................................................................... 40 2.3.1 Tipos de usuários ............................................................................. 40 2.3.1 Design de bicicletas ......................................................................... 43 2.4 APARELHOS MÓVEIS ........................................................................... 51 2.4.1 Uso de aparelhos móveis no Brasil .................................................. 51 2.4.2 Armazenamento de energia em aparelhos móveis .......................... 54

3 Pesquisa de campo ............................................................................ 58 3.1 PÚBLICO ................................................................................................ 58 3.2 PESQUISA DE CAMPO SOBRE BICICLETAS ...................................... 67 3.3 PESQUISA DE CAMPO DE APARELHOS MÓVEIS.............................. 71 3.4 MERCADO ............................................................................................. 76 3.5 POSSIBILIDADES DE TENDÊNCIA ...................................................... 79

4 Conceito .............................................................................................. 81 4.1 PAINEL SEMÂNTICO DO CONCEITO................................................... 86

5 Geração e análise das alternativas ................................................... 88 5.1 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS ............................................................ 88 5.2 ESTUDO DAS ALTERNATIVAS........................................................... 113 5.3 ALTERNATIVA ESCOLHIDA................................................................ 123

6 Desenho Técnico .............................................................................. 133 7 Considerações finais........................................................................ 140 Referências .......................................................................................... 142 Apêndice............................................................................................... 151



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Introdução Há muito tempo a bicicleta é usada como transporte no Brasil: em 1895, ela já era usada na parte sul do país e no estado de São Paulo. Em 1898, a empresa Caloi já fabricava os veículos em território Brasileiro. Assim, tornou-se a primeira empresa a produzir em massa produtos esportivos em território brasileiro (VIEIRA et al. FREITAS, 2007). E desde então, a bicicleta é algo muito comum nas cidades brasileiras. O transporte cicloviário (bicicleta como meio de transporte) ficou muito popular entre os brasileiros no século XXI. Hoje, o Brasil tem uma frota de 50 milhões de bicicletas, que representam 7,4% do deslocamento urbano, uma média estimada de 250 mil viagens por dia (BERTOLDI, 2006). Os ciclistas profissionais e semiprofissionais das cidades, além de usarem aparelhos eletrônicos durante o transporte cicloviário, também usam muitos desses aparelhos em seu dia a dia, por exemplo: um GPS para guiar-se na cidade ou um laptop para fazer trabalhos acadêmicos ou planilhas de plano de negócios. A nova geração de brasileiros preza muito por tecnologia, praticidade e mobilidade. Esse pensamento, aliado ao intenso movimento e ao mercado competitivo das grandes metrópoles, gerou uma necessidade vital desses aparelhos, os quais passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros que têm telefone móvel para uso pessoal chegam a 69,1% da população, sendo sua maior concentração nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste (IBGE, 2014). Mas apesar de todas as vantagens que esses aparelhos trazem, existe um problema que ainda persiste: a necessidade da eletricidade para que funcionem. Antes, os aparelhos eram fixos e não tinham a necessidade de recargas, já que a energia vinha direto da rede de distribuição elétrica. Porém, com o surgimento dos aparelhos móveis, passou a haver a necessidade de começar a armazenar energia nos aparelhos, o que se deu por meio de baterias, para que


11 eles pudessem ser usados em qualquer lugar, como em uma sala de aula, no escritório de trabalho ou até mesmo em uma praça pública. Agora, é possível ouvir música, ler e-mails ou falar com alguém a partir de qualquer lugar. O presente trabalho tem como objetivo oferecer uma alternativa fácil que possa suprir a função de abastecer os aparelhos eletrônicos portáteis de ciclistas brasileiros sem prejudicar a mobilidade que a bicicleta oferece aos usuários.


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1 Projeto 1.1 OBJETIVOS GERAIS

Desenvolver o design de um aparelho que possa armazenar energia para carregar os aparelhos eletrônicos portáteis dos ciclistas. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS •

Descrever os conceitos de sustentabilidade e design sustentável;

Descrever a utilização de bicicletas e de aparelhos móveis;

Identificar uma forma de gerar energia que seja prática para aparelhos móveis;

Efetuar um levantamento dos aparelhos portáteis mais comumente usados pelos brasileiros;

Identificar as necessidades do público-alvo quanto à utilização dos aparelhos eletrônicos portáteis;

Criar um modelo digital de testes do encaixe do produto na bicicleta;

Criar um modelo de apresentação.

1.3 JUSTIFICATIVA

Os brasileiros que moram em cidades sabem a necessidade de ter sempre por perto pelo menos um celular, para ser usado não só em emergências como também para trabalho ou lazer. O fato é que esses mesmos usuários também têm consciência de que esses aparelhos precisam de recargas constantes. Por isso, muitos desenvolveram rotinas para se lembrarem de carregar seus aparelhos. Mas, devido às demandas da vida moderna, às vezes, acabam ficando sem tempo para esses detalhes que são de extrema importância. Assim, muitas vezes, os usuários acabam saindo de suas residências com recargas incompletas, que acabam danificando a bateria dos aparelhos, ou até mesmo sem carga nenhuma.


13 Atualmente, após sair de casa, uma pessoa, geralmente, só tem a possibilidade de carregar seus aparelhos ao chegar ao seu destino, e mesmo assim, não há garantias de que ele terá tempo ou oportunidade de efetuar a recarga necessária. Além do tempo que perde para recarregar os aparelhos eletrônicos, o brasileiro também tem de se preocupar com a bateria “viciada”, ou seja, após um tempo de uso relativamente curto, as baterias já não conseguem reter a carga necessária para o funcionamento prolongado (MORAZ, 2006). Assim, o aparelho tem de receber uma nova carga de energia, o que prejudica o rendimento do usuário. Outro ponto importante nesse contexto é o incentivo ao uso de fontes de energia alternativa. Este projeto não trata de inventar uma forma de gerar eletricidade; na verdade, ele propõe deixar mais acessível e atraente para o público uma fonte de energia já existente para, dessa forma, não apenas ser visado pelos ciclistas, mas também incentivar mais pessoas a usarem bicicleta como forma de locomoção. A bicicleta é um exemplo típico de um objeto (...) para cumprir as mais diversas atividades: trabalho, lazer, competições esportivas e outros (FILHO, 2006).

Para algumas pessoas, a bicicleta é um meio de transporte alternativo que parece ser a solução para os problemas crônicos do espaço urbano; para outras, é um meio de vida, de cuidar do corpo e da mente e de fazer exercícios. Durante o dia, nossos corpos produzem muita energia cinética (TORTARA et al., 2010). Contudo, mesmo que a energia esteja tão presente em nossas vidas, utilizá-la é muito difícil, pois trata-se de algo que não podemos ver ou pegar. Por isso, muito da energia gerada pelo nosso próprio corpo se perde em forma de calor no ambiente. Aproveitar a energia humana de maneira mais eficiente é algo promissor, além de trazer vários benefícios ecológicos, sociais, tecnológicos e financeiros. Um produto que não necessita ficar plugado na tomada para armazenar energia e que utiliza a energia produzida pela própria bicicleta de maneira mais eficiente pode ajudar os ciclistas a melhorarem seu desempenho durante o seu dia, além de economizarem tempo e dinheiro.


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1.4 ESCOPO

Muitos ciclistas fazem altos investimentos em suas bicicletas, contudo, infelizmente, alguns acessórios são esteticamente pouco atraentes e acabam decepcionando os compradores, pois quebram a harmonia e a estética do veículo. O produto desenvolvido por este projeto deve ser especificamente voltado para um público que será identificado por meio de entrevistas com ciclistas clientes das principais lojas esportivas de Florianópolis. Com isso, será possível conhecer características financeiras, sociais e culturais do consumidor desse segmento na cidade. O desenvolvimento deste projeto, por mediação de metodologia de pesquisa e de projeto, deve ser realizado na Grande Florianópolis, com foco no comportamento e nas necessidades do público-alvo. É importante destacar que o produto não será direcionado para bicicletas infantis. Por fim, será produzido um modelo de apresentação para a melhor compreensão do projeto.

1.5 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA

O projeto definiu sua pesquisa como: ergonomia para um design esportivo. Essa escolha foi feita por haver situações, para um ciclista, em que um produto com um design eficiente pode representar a diferença entre um bom desempenho e um baixo rendimento. As condições que podem diminuir o rendimento durante o cotidiano, como o desconforto na hora de instalar o equipamento na bicicleta e a ineficiência, são eliminadas quando se faz um bom estudo de ergonomia e esses estudos são adequadas às capacidades e limitações físicas e psicológicas do usuário.


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1.6 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 1.6.1 Metodologia de pesquisa Este Trabalho de Conclusão de Curso será desenvolvido a partir do método de pesquisa exploratório. Isso significa que ele visa proporcionar maior familiaridade com os problemas encontrados na recarga de aparelhos portáteis para ciclistas, tornando esses problemas explícitos ou construindo hipóteses sobre ele. A pesquisa exploratória é o primeiro passo de qualquer pesquisa, que acontece quando o tema escolhido é pouco explorado e o pesquisador precisa incorporar características inéditas e buscar novas abordagens. Ela é feita por meio de levantamento bibliográfico, entrevistas, análise de exemplos sobre o tema estudado. (REIS, 2008, p.55)

Este trabalho tem como base diretrizes de pesquisas bibliográficas, pesquisa de campo e coleta de dados. O Procedimento Técnico da pesquisa bibliográfica tem como referência livros, matérias e outras fontes já publicadas (PRODANOV et al. 2013) sobre o funcionamento de baterias e geradores e design ecológico para facilitar a fabricação do produto e eliminar métodos ineficientes. Essa parte da pesquisa está centrada na leitura, interpretação e análise nas áreas de design de produto, ergonomia, materiais e processo de produção. A abordagem deste projeto é qualitativa, ou seja: será feita uma abordagem direta para a coleta de dados, os quais serão interpretados e para os quais serão atribuídos significados relevantes. Será necessária a realização de uma pesquisa de campo, a qual se voltará ao público-alvo e às suas necessidades no dia a dia em relação aos aparelhos eletrônicos e ao manejo das bicicletas. Com isso, será definida a questão central da pesquisa, a partir da qual será desenvolvido o estudo da pesquisa. Nessa etapa, se questionará como, por que, o que, quem, qual, quantos, quando, onde ou não especificado (PRODANOV et al. 2013). Essas perguntas

serão

feitas

pelo

pesquisador

para

o

público-alvo

em


16 estabelecimentos que vendam produtos esportivos e acessórios para bicicletas, preferencialmente. Por fim, será realizado um teste piloto ou, se possível, um pré-teste para saber se o produto consegue ser acoplado adequadamente a uma bicicleta.

1.6.2 Metodologia de projeto O método do designer italiano Bruno Munari tem uma grande abrangência dentro do campo do projeto de design: “o método de projeto é mais do que uma série de operações necessárias, dispostas em ordem lógica, ditada pela experiência”. (MUNARI, 2008). A metodologia de Munari é dividida em etapas, o que faz com que o trabalho fique organizado e linear, e é ótima para quem precisa obter resultados rápidos. Essa metodologia é dividia em 12 etapas, mostradas pela figura a seguir. Figura 1 – Metodologia de projeto de design de Munari

Fonte: MUNARI (2008, p. 66)


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De acordo com a metodologia de Munari, um problema não se resolve por si só; no entanto os problemas já contêm todos os elementos para que o designer encontre a solução. Um problema pode ter mais de uma solução, e é preciso definir por qual optar na hora de fazer um projeto. Qualquer que seja o problema, é possível dividi-lo em partes para que possa ser melhor analisado. Essa operação ajuda o designer, porque tende a pôr em evidência os pequenos problemas singulares que se ocultam nos projetos. O problema em questão é a energia para aparelhos móveis. Ao se definir um projeto, deve-se estabelecer uma forma para se proceder até chegar ao resultado esperado. A proposição inicial sempre é que se tem um problema a ser resolvido, para o qual se deseja alcançar uma solução. A definição do problema será a energia gerada pelo próprio ciclista para o aparelho móvel. A coleta de dados será feita por meio de pesquisa de mercado, de público-alvo, de concorrentes e de modelos de bicicletas populares. A análise dos dados será feita por meio de uma coleta de informações em lojas de esporte e revendedoras de bicicleta. Também serão coletadas informações sobre os carregadores portáteis disponíveis no mercado. A criatividade tomará o lugar das ideias para a solução antes de se decidir por uma solução. A criatividade recolhe também outros dados, possibilidades e materiais a serem usados, tecnologias e tudo o que estiver à disposição do projeto. Depois do levantamento dos dados sobre os materiais e sobre as técnicas que podem ser usadas, a criatividade trabalhará na experimentação dos materiais e dos instrumentos. Isso é importante para que o designer tenha ainda outros dados com os quais ele possa estabelecer relações úteis ao projeto. Da experimentação, o designer pode criar modelos para demonstrar as possibilidades ou técnicas e usá-las no projeto. Nessa etapa do projeto, tornase importante que o designer realize uma verificação do modelo ou dos modelos (caso surja mais de uma solução). Com todos os dados à disposição, pode-se começar a preparar os desenhos construtivos com todas as medidas precisas e todas as indicações necessárias à realização do protótipo.


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2 Fundamentação teórica 2.1 DESIGN DE PRODUTO

O termo design pode ser interpretado de várias formas, uma vez que engloba as mais variadas áreas do conhecimento, como a engenharia e o desenho industrial. A percepção do design está geralmente associada a aspectos relacionados à forma dos produtos, como aparência, estilo, embalagem, cor, acabamento; além disso, o design também costuma ser associado aos aspectos tecnológicos dos produtos (FERREIRA, 2011). No design de produto (também conhecido como design industrial), trabalha-se principalmente no desenvolvimento, conceito e produção de diversos tipos de produtos. O designer, por sua vez, encontra uma necessidade ou um problema para poder solucionar da melhor maneira possível. A cultura industrial, que deu origem ao design de produtos, iniciou-se com a Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra com a mecanização das indústrias têxteis até as atuais áreas dos manufaturados (MORAES, 2008). O designer pode participar da fabricação e do desenvolvimento de novas peças, além de trabalhar no aprimoramento de peças já comercializadas. Para alguns especialistas, o design de produto é o tipo de design mais conhecido pelo público, pois é comum que os consumidores já tenham tido contato com o design de produtos por meio das criações de designers mais populares, principalmente os de móveis, moda e automóveis (MOZOTA et al., 2003). O autor do livro “Gestão do Design: Usando o Design para Construir Valor de Marca e Inovação Corporativa” explica que os designers de produto intervêm em praticamente todos os setores, o que inclui (MOZOTA et al., 2003): - Design de engenharia, especialmente engenharia mecânica; - Design industrial, trabalhando com design de conceito, que objetiva refinar uma solução original para um sistema, para uma função existente ou para uma nova função;


19 - Design industrial, trabalhando com design de adaptação, o que consiste em adaptar um sistema conhecido a uma nova tarefa e exige designs originais para peças ou componentes; - Design industrial, com design de variação, mais conhecido como “restyling”, quando se busca variar o tamanho ou a organização de certos aspectos de um sistema sem modificar sua função primária. No Brasil, todo o trabalho de concepção de produto e de sistemas de produtos para serem produzidos industrialmente refere-se especificamente às especialidades do design de produtos em conjunto com as do design gráfico (FILHO, 2006). O design está associado ao produto final e ao desenvolvimento. Avaliase que esse processo de desenvolvimento deve apresentar algumas características fundamentais, por exemplo: o design deve ser sistemático, pois deve usar procedimentos metodológicos desenvolvidos cientificamente com o intuito de guiar o projetista para uma solução rápida e precisa. O processo de design também deve ser criativo, ou seja, o projetista desenvolve técnicas que possam auxiliar na elaboração de novas soluções para novos ou antigos problemas. Apresentar soluções criativas é, atualmente, um dos mais importantes aspectos de competitividade. Devido à sua característica de ser multidisciplinar, o design pode se envolver com diversos departamentos de uma empresa, e assim ter grande influência nas diversas etapas do desenvolvimento de um produto. O design deve ser proativo no sentido de antecipar possíveis problemas que possam ocorrer nas etapas subsequentes do desenvolvimento de produtos. Por fim, o design deve ser interativo, por isso, não se deve esperar que as diversas etapas do desenvolvimento de produtos sejam realizadas de forma independente. Todo o processo deve ser reavaliado constantemente com o intuito de eliminar o máximo de erros possível (FERREIRA, 2011).

2.1.1 Design ecológico 2.1.1.1 Design e sustentabilidade


20 Atualmente, é muito importante, para um designer, desenvolver um produto que atenda as necessidades dos clientes produzindo o menor impacto ambiental possível – esses projetos são mais conhecidos por ecodesign. É importante saber a diferença entre “ecodesign” e “design sustentável”, pois um design pode ter a característica de ambos, mas também pode ser só ecológico sem ser sustentável. Um design sustentável funciona a partir do estudo detalhado do “ciclo de vida do produto”, o qual abrange desde a matéria-prima e os materiais até o planejamento, o desenvolvimento, a produção, o uso e o descarte do produto. Em cada etapa, devem ser considerados os impactos ambientais decorrentes e avaliadas as possibilidades de melhorias até mesmo com o desenvolvimento e emprego de novas tecnologias (MANZINI, 2008). Figura 2 – Ciclo de vida do Design Sustentável

Fonte: PRAXEDES (2011)

Design sustentável não implica em o meio ambiente receber impacto nulo, mas em o designer tentar reduzir ao máximo os efeitos prejudiciais ao meio ambiente em todas as etapas do ciclo de vida de um produto, da extração até o seu descarte (KAZAZIAN, 2005). Um bom design trabalha com as aplicações dos conceitos do pensamento ecológico ao Design de Produtos dentro da filosofia de preservação do meio ambiente e dos paradigmas de sustentabilidade (FILHO, 2006). É possível começar a pensar na sustentabilidade a partir de algumas técnicas simples aplicadas ao ecodesign, por exemplo, a redução da


21 quantidade de embalagens para um mesmo produto ou a utilização de embalagens retornáveis. Esse planejamento na etapa de criação de um produto não parece expressivo, no entanto reduz o uso de materiais e o custo total do produto. O designer pode também começar a desenvolver um produto sustentável pensando em materiais biodegradáveis, derivadas de fontes sustentáveis e que podem ser encontrados em regiões perto de fábricas onde o produto será produzido. Isso permite que se tenha uma diminuição no custo com transporte e no consumo de combustível. A sustentabilidade pode ser ampliada mediante a utilização do potencial encontrado nos diversos ecossistemas, sem prejuízo aos sistemas de sustentação de vida (LOURES, 2009). Na hora de desenvolver um produto, o designer pode optar por alguns caminhos. Em um deles, o objetivo do design seria usar pouca tecnologia e agir mais como meio de conscientização do impacto ambiental e como estilo de vida do consumidor. Seu benefício ecológico seria inexistente ou muito insignificante, devido à pequena escala e à natureza do projeto. Nesse contexto poderiam ser citados os móveis feitos de PET ou de materiais reciclados, quando o exercício conceitual do design é mais ilustrativo do que funcional. Ações de ONGs em relação ao reuso e à reciclagem de materiais seriam uma forma de design ecológico, mas não sustentável. Pode-se usar como exemplo um móvel feito de latas, construído com varias latas grudadas e prensadas (LOMBARDI, 2013). Nesse caso, quantas latas de spray e cola seriam usadas para cada móvel? Seriam necessárias para realmente diminuir o seu impacto ainda que local? E no final do seu uso, o que aconteceria com as latas de spray? Com um pouco mais de tecnologia, já se sai de algo que se assemelha a um artesanato para se chegar ao design de produtos industriais. Nesse contexto, o design incorporaria materiais reciclados ou remanufaturados de outros produtos e processos, que são adquiridos pelo designer para a fabricação do seu design ecológico. Como exemplo, podemos citar o uso de madeira certificada, que viria de um “ciclo sustentável externo” de outra empresa para a fabricação de móveis ecológicos. No design ecológico, o designer não tem controle sobre o ciclo de


22 vida do produto; ele apenas adquire algo sustentável (reciclado ou remanufaturado) para o seu projeto. A preocupação com o meio ambiente está presente desde a etapa de requerimentos do projeto, que ocorre por meio de diferentes ferramentas e estratégias de análise do ciclo de vida, dos materiais, do processos, da manufatura e do descarte. 2.1.1.2 Conceitos de sustentabilidade

O tema sustentabilidade tem apresentado crescente interesse entre pesquisadores acadêmicos. Sua importância se deve principalmente às mudanças climáticas que ocorrem devido às ações predatórias do homem no meio ambiente (SCHAUN, 2012). O conceito de desenvolvimento sustentável aparece pela primeira vez em 1987, quando a Comissão Mundial para o Ambiente da ONU definiu o Desenvolvimento Sustentável como “aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer suas próprias necessidades” (BRIAN, 2008). O fato é que o conceito de Desenvolvimento Sustentável vem sendo refinado ao longo das décadas que separam a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente de 1972, ocorrida em Estocolmo, e a Rio+20, ocorrida em 2012 no Rio de Janeiro (ONU, 2012). Vários acadêmicos afirmam que a sustentabilidade é composta de três dimensões que se relacionam: econômica, ambiental e social. Essas dimensões também são conhecidas como Tripple Bottom Line (SCHAUN, 2012). A dimensão econômica não inclui apenas a economia formal, mas também as atividades informais provenientes de serviços de terceiros. A dimensão ambiental estimula as empresas a considerarem os impactos de suas atividades sobre o meio ambiente, na forma de utilização dos recursos naturais. E a dimensão social consiste nos aspectos sociais relacionados aos seres humanos em um ambiente de trabalho (SCHAUN, 2012).


23 2.1.1.3 Impacto ambiental e design O designer deve prever o futuro do produto ou serviço para reduzir seu impacto ambiental desde a seleção da matéria-prima e a fabricação até seu uso e descarte (KAZAZIAN, 2005). No Brasil, o órgão responsável pela legislação e emissão de medidas relacionadas com o meio ambiente é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)1. Em nível federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é responsável pelo cumprimento das normas legais estabelecidas pelo Governo para o meio ambiente2. Tudo o que se produz acaba influenciando de alguma forma o meio ambiente, pois os resíduos resultantes das indústrias são, normalmente, eliminados de três formas: na água, na atmosfera ou em áreas isoladas. A poluição do meio ambiente pode provocar a contaminação de alimentos e gerar um risco para a saúde da população. Por isso, diante dos perigos ambientais, é preciso mudar hábitos e costumes do cotidiano, e o designer pode ajudar nessa mudança, tanto conscientizando a população quanto mudando a forma dos produtos que se encontram no mercado. Com isso, o consumidor passa a ter uma opção de escolha mais consciente. A avaliação de ciclo de vida (histórico de um produto através de suas fases: produção, distribuição, consumo e descarte) permite verificar os impactos positivos e negativos de um produto, sistema ou processo sobre o meio ambiente. Essa análise envolve todas as etapas do processo produtivo, desde a matéria-prima ao pós-consumo e a destinação final dos resíduos. 2.1.1.4 Design sustentável As empresas estão cada vez mais aplicando conceitos do design para melhorar suas produções e criar valor em todo o ciclo de vida dos seus produtos e serviços. O conceito de design já deixou de ser inteiramente ligado a questões estéticas. Um número cada vez maior de empresas passa a entender que esse 1 2

Disponível em: <www.mma.gov.br/port/conama/> Acesso em: 11 de nov. de 2014. Disponível em: <www.ibama.gov.br/> Acesso em: 11 de nov. de 2014.


24 campo do conhecimento pode ser bastante útil também no desenho de processos, na construção da experiência do usuário e nas questões ligadas à sustentabilidade. O design sustentável busca projetar produtos e serviços que estejam em sintonia com as questões ambientais e ecológicas não apenas durante a sua produção e consumo, mas também no descarte, na sua reciclagem ou na reutilização (MANZINI, 2008). Pensar em design sustentável significa desenvolver produtos que ocasionem o mínimo de dano ambiental em todo o seu ciclo de vida útil de cada item disponibilizado no mercado. Isso gera um problema no pós-uso, quando o consumidor se desfaz do material que adquiriu para comprar um modelo mais recente. Por isso, é preciso pensar no design sustentável sob dois pontos de vista: no início da cadeia produtiva, a fabricação deve ser planejada de maneira a consumir o mínimo de matérias-primas; em segundo lugar, é preciso pensar no descarte ou sua reutilização (MANZINI, 2008). Uma tendência em relação ao design sustentável é a inspiração na natureza para encontrar soluções (GEORGE, 2011). O design deve olhar para os ecossistemas e, a partir dele, estabelecer os melhores caminhos. Nesse caso, a inspiração no design serve tanto para soluções no desenho de produtos quanto para os processos produtivos.

2.1.1.5 Materiais ecológicos e sustentáveis Materiais para o design de produtos são muitos e variados, e o conhecimento de suas características pode ser determinante para um produto ter uma boa aceitação e durabilidade e não ser um fracasso no mercado. Outro ponto muito importante sobre a escolha dos materiais é que eles determinam os custos de produção, sendo que não é necessariamente ruim um produto ser caro, se o que o designer quiser representar for luxo e ostentação. Para um design sustentável, no qual se utilizam diversos materiais para obter o produto final, seja para desenvolver o produto ou no acabamento, o investimento em materiais ecológicos se demonstra mais prático e, em alguns


25 casos, até mais barato. O designer pode escolher entre vários materiais para a confecção de seu produto, no entanto ele não precisa sacrificar a qualidade quando escolher utilizar materiais reciclados (GOLOMBISKY, 2013). O design sustentável tenta reduzir ao máximo os efeitos prejudiciais ao meio ambiente em todas as etapas do ciclo de vida de um produto, inclusive na escolha de materiais (KAZAZIAN, 2005). O arquiteto William MCDonough e o químico Michael Braungart desenvolveram um conceito para a nova economia mundial, o qual consiste em um ciclo da cadeia produtiva que se fecha da mesma forma que se fecha o ciclo da natureza. A ideia é que não seja mais produzido lixo, que tudo seja reaproveitado, já que o fim de um ciclo é o início de outro (BRAUNGART et al, 2014). Figura 3 – Comparação do ciclo biológico e do ciclo técnico

Fonte: RANGEL (2014)

É muito comum haver pessoas que reciclam o próprio lixo, mas que não verificam a indústria onde é feito o produto ou a embalagem. Ainda que bem intencionada, essa abordagem limitada mantém o modelo de fabricação “cradle to grave”, ou seja, do berço à cova (BRAUNGART et al, 2014). Esse é um modelo que ainda cria significativas quantidades de lixo e de poluentes. Para uma melhor utilização dos materiais, é necessário optar por materiais que impliquem em redução de boa parte da geração de resíduos, em uso racional de recursos como energia e água e que sejam ambientalmente corretos.


26 As normas sobre Análise do Ciclo de Vida (ACV) preveem os principais métodos para analisar o ciclo de vida de um produto. As normas do ACV servem como guia para interpretar os resultados e preveem exemplos para ilustrar como aplicar o processo. Para isso, a análise do material deve considerar (NASCIMENTO, 2008): - o consumo de matérias-primas e seus processos de extração e produção; - os processos de produção dos materiais intermediários utilizados na fabricação do produto; - o processamento de todos os materiais até se chegar ao produto final; - a utilização do produto durante toda a sua vida útil; - a reciclagem, o tratamento e a disposição dos materiais resultantes do produto descartado ao final de sua vida útil. Os produtos possuem um ciclo de vida que deve ser estudado e mensurado. Para tal, usamos a técnicas da “Análise do Ciclo de Vida”, que avaliam os impactos ambientais desde a extração dos recursos naturais para fabricação de matérias-primas até o uso e descarte do produto pós-consumo. 2.1.1.6 Energia limpa

A energia limpa é conhecida como o tipo de energia que não libera resíduos ou gases poluentes geradores do efeito estufa e do aquecimento global durante seu processo de produção ou durante a utilização do produto (CUNHA, 2006). As fontes de energia limpa mais conhecidas são: •

Energia eólica (força do vento);

Energia solar (raios solares);

Marés (energia contida nas marés dos mares e oceanos);

Biogás (mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano);

Bicombustíveis ou Etanol (cana-de-açúcar e milho).

E importante lembrar também da diferença entre fonte de energia (o que faz a hélice ou pistão se mover) e o aparelho que gera a eletricidade, ou seja, para que a energia seja sustentável, o que vai fazer a máquina criar uma corrente elétrica não deve criar poluentes, ou criá-los apenas em quantidades que não abalem o meio ambiente.


27 Para o presente projeto, deve-se pensar no fato de que nem todas as fontes de energia limpa podem ser consideradas “portáteis”, mas quase todas têm o mesmo principio básico para gerar energia através de um gerador como o dínamo. O dínamo gera corrente contínua (CC), enquanto um alternador gera corrente alternada (CA). A diferença entre elas é o tipo do dínamo e o que faz com que ele gire para fornecer energia (FEATHERS, 2013). Ou seja, qualquer força que faça esses geradores se moverem são fonte de energia. Figura 4 – Dínamo simples

Fonte: HOOD

RIDE WOLKS CLUB ERECHIM

(2012) As fontes de energia limpa não geram gases do efeito estufa (ou geram muito pouco) e não favorecem o aquecimento global do planeta. A energia limpa é também um importante fator para se garantir o desenvolvimento sustentável do planeta. A proteção do meio ambiente e a qualidade de vida dependem da produção e do consumo de energia de fontes limpas. Um dos principais problemas da energia limpa é o fato de as pessoas, muitas vezes, não entenderem seus benefícios; ocasionalmente, por falta de conhecimento, acham que esse tipo de energia pode não ser funcional. E as pessoas que sabem da importância de fontes de energia renováveis, muitas vezes, têm ideias errôneas sobre seu funcionamento; alguns até mesmo creem que necessitariam possuir turbinas enormes em suas residências ou que a energia poderia ser interrompida em dias nublados ou sem vento (MOKOWER, 2009). Esse tipo de problema não é verdade, pois o gerador que fornece


28 energia através das fontes renováveis é perfeitamente capaz de abastecer baterias

que

armazenam

energia

para

uma

distribuição

adequada

(CHIARAVALLOTI, 2011). Um exemplo, em termos mais físicos, é a caixa de água em uma residência: não é sempre que a caixa de água está utilizando a água; então, enquanto a água não é consumida, ela é estocada até o momento de ser usada, ou seja, os residentes não precisam esperar que a água venha do reservatório da cidade para a sua torneira. Algumas das principais vantagens e desvantagens das fontes de energias limpas já descritas nesse trabalho: A energia eólica, para a produção de energia elétrica, trabalha com o aproveitamento energético eólico (transformação da energia do vento em energia elétrica). Mas poucos sabem que esse tipo de energia também apresenta desvantagens e impactos significativos ao meio ambiente, principalmente pelo uso de enormes aerogeradores: eles produzem muito barulho, o que impossibilita que sejam instalados perto de residências, parques e usinas eólicas; além disso, necessitam de grandes espaços abertos e geram poluição visual (ROAF, 2013). Figura 5 – Componentes do aerogerador

Fonte: Centro

de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (2012)


29 Uma fonte de energia limpa que foge do princípio de usar um gerador para transformar energia cinética em eletricidade é a energia fotovoltaica, também conhecida como energia solar. Nos sistemas fotovoltaicos, a radiação solar é convertida em energia elétrica pelos semicondutores, que são convertidos em células fotovoltaicas. Os semicondutores feitos de silício são os mais usados na construção das células, e o seu rendimento é cerca de 12% a 14%, devido à reflexão na superfície que evita uma total absorção da radiação (COMETTA, 2000). A energia solar, a longo prazo, é barata e se paga sozinha. Por esse motivo, tem sido muito usada não só em residências, mas também na produção de energia elétrica em grande escala, através de parques e usinas solares em todo o mundo (COMETTA, 2000). Figura 6 – Sistema fotovoltaico

Fonte: SCHMITT

(2014)

A utilização da energia das ondas e dos mares apresenta diversas vantagens, entre as quais a constância e a previsibilidade da ocorrência das marés, o que por sua vez garante energia ilimitada. Além disso, as marés são uma fonte inesgotável de energia, apresentam fiabilidade e são uma fonte de energia não poluente. Infelizmente, também apresentam desvantagens, como os custos de instalação, que são bastante elevados, e a característica de as usinas só poderem ser instaladas em regiões relativamente perto do mar; além


30 disso, sua construção pode acarretar grandes impactos na vida marinha (BURATTINI, 2008). Figura 7 – Usina maremotriz no porto de Pécem, Ceará

Fonte: FERREIRA (2014)

O Biogás tem como seu principal componente o metano: é uma mistura gasosa de dióxido de carbono e metano produzidos naturalmente pela ação de bactérias em matérias orgânicas, geralmente esterco de bovinos ou até mesmo do esgoto humano. Sua principal vantagem é o fato de ser uma fonte de energia renovável. Contudo a quantidade de energia gerada pelo biogás não é constante, ou seja, varia ao longo do período de produção dos animais (TRIGUEIRO, 2005). Figura 8 – Esquema de ligações de biogás

Fonte: SUPER REDE (2012)


31

O etanol é produzido através da biomassa, e sua principal vantagem é emitir menos poluentes do que a gasolina derivada do petróleo. Infelizmente, são necessárias grandes áreas para plantação vegetal (BURATTINI, 2008).

Figura 9 – Infográfico da produção do etanol de palha e de bagaço de cana-de-açúcar

Fonte: Costa (2013)

2.1.1.7 Produtos sustentáveis

Cada vez mais, as empresas têm se preocupado em desenvolver os chamados “produtos sustentáveis”. Esses produtos apresentam benefícios ao meio ambiente, que podem decorrer do uso de uma embalagem reciclável ou de uma tecnologia de economia de energia. Alguns aspectos podem contribuir para que um produto possa ser considerado

sustentável:

a

utilização

de

matérias-primas

naturais

e

biodegradáveis, por exemplo. Outra alternativa é desenvolver o produto com um processo de produção ecológico, com reaproveitamento de sobras e de resíduos tanto da própria produção quanto de outras empresas. Além disso,


32 trabalhar com um baixo consumo de energia e de água também influencia muito no desenvolvimento de um produto sustentável. E possível usar a análise do ciclo de vida do produto para desenvolvimento e melhora de um produto, para criar uma definição de planejamento estratégico, fazer uma gestão de impactos ambientais de produtos e serviços além de um marketing ecológico responsável (CHEHEBE, 1997). É comum ver, no mercado, vários selos indicando que um produto é ecologicamente correto. Existem critérios que indicam que um produto foi feito respeitando aspectos sociais e ambientais, por exemplo, as certificações de origem da matéria-prima. Um dos selos mais conhecidos no mundo todo é do FSC, sigla em inglês para Conselho de Manejo Florestal3, cujo símbolo é uma pequena árvore. Esse selo em um produto atesta que ele é oriundo de florestas plantadas ou de áreas de florestas nativas com manejo responsável. Também existem selos para comprovar que o produto faz um consumo consciente de energia, por exemplo, o selo Procel da Eletrobrás. Com objetivo de orientar o consumidor no ato da compra, ele indica os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, o que proporciona economia na conta de energia elétrica4.

2.2 DESIGN E MOBILIDADE

2.2.1 Conceitos de mobilidade e tecnologia ubíqua As tecnologias móveis, sem fio e ubíquas ganharam muita importância nos últimos anos com o crescimento da telefonia móvel, da banda larga e de redes sem fio; assim, a mobilidade em vários aparelhos torna-se cada vez mais presente. Mobilidade: sf lat mobilitate 1. Propriedade do que é móvel ou do que obedece às leis do movimento. 2. Deslocamento de indivíduos, 3 4

Fonte: <www.fsc.org.br> Acesso em: 22 de out. 2014. Fonte: <www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp> Acesso em: 22 de out. 2014.


33 grupos ou elementos culturais no espaço social. 3. Movimento comunicado por uma força qualquer. (...). (WEISZFLOG, 2004)

Pelo fato de ser uma área de pesquisa nova, é comum que se entendam os termos mobilidade, tecnologia ubíqua, ubiquidade, design móvel e tantos outros como sinônimos, mas é importante destacar que este projeto será centrado no estudo de tecnologias móveis e mobilidade urbana. Para explicar melhor o que é mobilidade, Mark Weiser apresentou sua visão mais recente sobre tecnologia ubíqua. Ele propôs que os computadores se tornariam parte do ambiente, incorporados em uma variedade de objetos, dispositivos e displays do dia a dia (CHAPMAN, 2011).

2.2.2 Mobilidade urbana E importante compreender o sentido de mobilidade porque, antes de ser um usuário de aparelhos móveis, o ciclista também usa a bicicleta como meio de transporte, ou seja, ele é móvel em um ambiente urbano ou rural. Com isso, abre-se um novo leque de estudos para mobilidade. Mobilidade urbana pode ser designada como a relação entre leis para beneficiar as condições em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano. Uma legislação instituída pala presidente Dilma Rousseff em 2012 institui o que é mobilidade urbana. A lei federal no 12.587 descreve os princípios, diretrizes e objetivos da política nacional de mobilidade urbana5: I. Acessibilidade universal; II. Desenvolvimento

sustentável

das

cidades,

nas

dimensões

socioeconômicas e ambientais; III. Equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; IV. Eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano; V. Gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana; VI. Segurança nos deslocamentos das pessoas; 5

Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587 .htm>. Acesso em 28 de out. 2014


34 VII. Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e serviços; VIII. Equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros; IX. Eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana. O Art. 6o da Política Nacional de Mobilidade Urbana é orientado pelas seguintes diretrizes: I. Integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito dos entes federativos; II. Prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado; III. Integração entre os modos e serviços de transporte urbano; IV. Mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas na cidade; V. Incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos poluentes; VI. Priorização

de

projetos

de

transporte

público

coletivo

estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado; e VII. Integração entre as cidades gêmeas localizadas na faixa de fronteira com outros países sobre a linha divisória internacional. O Art. 7o da Política Nacional de Mobilidade Urbana apresenta os seguintes objetivos: I. Reduzir as desigualdades e promover a inclusão social; II. Promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais; III. Proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e à mobilidade; IV. Promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades; e


35 V. Consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da construção contínua do aprimoramento da mobilidade urbana. É possível notar que a constituição brasileira visa proporcionar o acesso ao espaço urbano através da priorização dos modos de transporte coletivo e não motorizados de maneira efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável. Apesar de os nomes não sugerirem, a mobilidade urbana e a sustentabilidade têm muitas semelhanças: em seu conceito geral, os dois ramos de pesquisa buscam alternativas de matriz energética menos prejudiciais para o meio ambiente, em que cada minuto do dia é precioso, e o desperdício de tempo e de energia no trânsito faz da otimização e da fluidez uma questão importante (FRANCO, 2008). Tendo em vista o conceito de mobilidade urbana, pode-se considerar que a utilização de bicicletas no meio urbano viabilizaria todos os requisitos benéficos e solucionaria os problemas de mobilidade e poluição nas grandes cidades.

2.2.3 Mobilidade e ciclismo Para solucionar os problemas de mobilidade urbana, o uso das bicicletas pode ser importante, pois elas se apresentam como uma opção saudável, barata e agradável para se locomover. A bicicleta pode ser usada como esporte, lazer e transporte urbano ou fora da estrada. Além disso, pode ser um grande aliado do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, bem como das questões relativas à crise de mobilidade urbana nas grandes cidades. A ideia de se adotarem bicicletas como meio de locomoção está começando a aumentar, e várias cidades estão investindo em vias exclusivas para ciclistas. Apesar de algumas cidades ainda não investirem em ciclovias, o uso da bicicleta como meio de transporte está cada vez mais intenso no Brasil. Uma pesquisa realizada pela Mobilize (organização brasileira dedicada à mobilidade


36 urbana) mostra a extensão das ciclovias no Brasil6. Dentre as cidades da lista, o Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar na relação entre malha cicloviária e malha viária: a cidade tem 240 km de ciclovias que se adéquam às necessidades dos ciclistas. A segunda cidade com mais investimento no transporte cicloviário, segundo a pesquisa, é Curitiba, com 2,7% de malha cicloviária em relação à malha viária total: há 118 km de ciclovias na capital. Sorocaba está na terceira colocação na lista, com 70 km, seguida de Brasília, com 47 Km, São Paulo, com 35,5 km, Belo Horizonte, com 19 km, Salvador, com 18 km, Cuiabá, com 14,5 km e Porto Alegre, com 7 km. Gráfico 1 – Estrutura cicloviária em cidades do Brasil (km).

300 250 200 150 100 50 A le gr e

Po rt

o

C ui ab á

B ra sí lia Fl or ia nó po lis Sã o Pa ul B el o o H or iz on te Sa lv ad or

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Fonte: Ribeiro (2014)

Apesar de não estar na listagem feita pela Mobilize, Florianópolis possui 43 Km de ciclovias7, o que a colocaria em quinto lugar nessa classificação, à frente de São Paulo.

6

Disponível em: <www.mobilize.org.br/estatisticas/28/estrutura-cicloviaria-em-cidades-dobrasil-km.html> Acesso em: 12 de nov. de 2014. 7 Disponível em: <www.diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2012/10/mapa-mostraonde-estao-as-vias-ciclisticas-de-florianopolis-3936533.html> Acesso em: 12 de nov. de 2014.


37 Figura 10 – Mapa cicloviário de Florianópolis.

Fonte: Google Maps (2014)

Em várias cidades da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, vias exclusivas para bicicletas já existem há anos. A Holanda, por exemplo, possui uma das maiores ciclovias, que se integra a um dos melhores projetos de mobilidade urbana (PESSEGUEIRO, 2014), enquanto Paris implantou, há pouco tempo, 371 quilômetros de ciclovias8. O ciclismo pode ser considerado um esporte de equipe ou individual, em que o sujeito utiliza a bicicleta para disputar corridas em estradas, pistas cobertas ou não, terrenos acidentados com aclives e declives dentre outros, o que permite também a prática do esporte-lazer (TUBINO, 2007). Além disso, há grupos de pessoas que dependem da bicicleta como meio de transporte para estudar, trabalhar ou passear.

8

Disponível em: <www.conexaoparis.com.br/2011/08/11/mapa-das-pistas-ciclaveis-de-paris/> Acesso em 12 de nov. de 2014


38 No meio urbano, a bicicleta vem ganhando destaque. Em 2007, o Ministério das Cidades criou o “Caderno de Referência para elaboração de: Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades” (BOARETO et al. 2007).

2.2.4 Mobilidade tecnológica Pode-se ilustrar a mobilidade tecnológica com os vários tipos de aparelhos móveis usados no dia a dia, como palmtops, celulares, tablets, computadores portáteis e similares. Sistemas móveis são os sistemas que podem facilmente ser movidos fisicamente ou cujas capacidades podem ser utilizadas enquanto eles estão sendo movidos (B’Far, 2004). Como os aparelhos possuem tal mobilidade, eles costumam oferecer recursos e benefícios não encontrados em aparelhos comuns: armazenamento de dados local ou remoto através de conexão com ou sem fio; comunicação com outros aparelhos móveis ou fixos; sincronização e transferência de dados com outros aparelhos, entre outros benefícios. Para ser classificado como um aparelho móvel, um dispositivo deve oferecer a possibilidade de acesso imediato e rápido com o usuário fora de casa ou em movimento. Em 1988, Mark Weiser, considerado o pai da computação ubíqua, lançou a ideia de que, no futuro, computadores habitariam os mais diversos objetos e estariam 24 horas em nossas vidas (PIMENTEL, et al. 2012), de forma tão natural que seriam quase invisíveis para o usuário. Mesmo o notebook mais poderoso, com acesso a uma rede de informação mundial, ainda concentra a atenção em uma única caixa. Comparando à escrita, carregar um super-portátil é como carregar um livro muito importante. Personalizar este livro, mesmo escrevendo milhões de outros livros, não significa capturar o real poder da Literatura (PUBLISHERS, 1995).

Weiser e Brown, para quem a computação eletrônica passou por grandes eras, sintetizam as grandes tendências na história da tecnologia computacional da seguinte maneira (TORI, 2010): - A era do mainframe: muitas pessoas compartilhando um computador. - A era do computador pessoal: um computador para uma pessoa.


39 - A era da computação ubíqua: uma pessoa compartilhada por muitos computadores. Essa ideia de compartilhamento que temos hoje veio após uma transição pelo período da Internet e da computação distribuída para a população. A computação ubíqua está posicionada entre a computação móvel e a computação pervasiva (TORI, 2010).

Figura 11 – Diagrama: computação móvel, pervasiva e ubíqua

Fonte: Ferreira (2011)

Na computação móvel, um dispositivo e os serviços associados a ele possuem a capacidade de serem móveis, o que os permite serem carregados ou transportados; além disso, ocupam-se da exploração da conexão a uma rede (COULOURIS, 2013). É possível ver esse conceito na utilização de redes sem fio, acesso à internet através de dispositivos celulares ou mesmo através do próprio celular, tablet ou laptop. Também há a utilização de aplicativos como o Bluetooth, que pode ser usado para conectar o aparelho a fones de ouvido sem fios, a impressoras fotográficas ou a mouses sem fio. A

computação pervasiva

caracteriza-se

pela ideia de

que

os

computadores usados em um ambiente de trabalho serão visíveis e com funções óbvias ou imperceptíveis, sendo discretos e sutis (COULOURIS, 2013). Os aparelhos móveis vêm se tornando cada dia mais comuns na realidade dos brasileiros, integrando-se à vida das pessoas sem que estas sequer percebam. Cada vez mais, designers e empresas de interface trabalham para tornar o computador algo comum para todos, sem a necessidade de que os usuários dominem uma linguagem, técnicas ou conhecimentos em informática.


40 Pode-se dizer que os portáteis se tornaram parte da vida dos brasileiros, integrando-se cada vez mais às pessoas como um acessório do dia a dia. E a tendência é que essa integração aumente mais ainda nas próximas gerações de usuários.

2.3 BICICLETAS 2.3.1 Tipos de usuários O ciclista é uma pessoa que se utiliza da bicicleta tanto como meio de transporte quanto como objeto de lazer. Dentre os usuários de bicicletas, há dois tipos de ciclistas: o profissional e o amador. A principal diferença entre o ciclista profissional e o amador é que o profissional usa a bicicleta como esporte, é dedicado e tem um alto valor agregado em sua bicicleta; além disso, o ciclista profissional costuma participar de competições e passa muito tempo treinando (VIEIRA, et al. 2007). Esse público está sempre em movimento, é energético e consome muitos produtos para melhorar o desempenho. Para os ciclistas profissionais, celulares e aparelhos portáteis de música são comuns em seus bolsos e mochilas durante o treino; porém perder tempo para recarregar esses aparelhos pode ser algo desvantajoso em sua rotina. Além disso, devido ao alto custo de suas bicicletas, a aparência acaba, indiretamente, influenciando em suas compras, já que quebrar a harmonia de sua bicicleta pode diminuir o valor agregado a ela.


41 Figura 12 – Equipe Specialized-Lululemon

Fonte: Carvalho (2013)

O treinamento de um ciclista profissional (Figura 12), geralmente, consiste em sempre melhorar a resistência ao exercício. Em outras palavras, esse ciclista passa muito tempo em cima da bicicleta. Alguns ciclistas profissionais vivem de competições e patrocínios. As competições podem chegar a 200, 300, 400 e 600 km, e há provas de até 1.000 km9, como uma das mais extensas do Brasil, que ocorre também em Florianópolis. O ciclista amador, por sua vez, usa a bicicleta como meio de transporte. Para ele, uma bicicleta e um veículo tão comum quanto um carro. Ele pode não gastar tanto dinheiro em acessórios quanto os ciclistas profissionais, porém os acessórios simples que facilitem seu cotidiano sempre são bem-vindos para esse tipo de usuário.

9

Mais informações sobre a prova encontram-se no sítio dos organizadores. Disponível em: <www.audaxfloripa.com.br/home/> Acesso em: 12 de nov. de 2014.


42 Figura 13 – Ciclista urbano

Fonte: Herrera (2014)

Um ciclista amador, geralmente, gasta apenas com a bicicleta e um capacete, que pode custar de R$ 60,00 a R$1000,00. Alguns ciclistas podem gastar um pouco mais, apenas pelo prazer de se vestir bem ou pelo conforto. Figura 14 – Equipamento de ciclismo

Fonte: Diário de Pernambuco (2013)


43 2.3.1 Design de bicicletas O estudo do design de bicicletas inclui projetos, fabricação, produção e manutenção. A bicicleta surgiu como um veículo eficaz e barato, sem a necessidade de combustível ou de ser puxado por animais, leve e com uma manutenção relativamente simples. A história da bicicleta como um meio de ajudar a mobilidade da população é muito antiga. A primeira ideia de desenvolver um veículo que aumentasse a velocidade do usuário e que o ser humano fosse a fonte de energia para fazer o veículo andar foi de Leonardo Da Vinci (FILHO, 2006). Estudos realizados por Leonardo Da Vinci, registrados no museu de Madri e pesquisados pelo professor Piccus, da Universidade de Massachusetts, nos EUA, demonstram o surgimento da transição da “bicicleta” sem pedais para a com pedais e corrente, o que ampliava a velocidade que esse veículo alcançava e diminuía o esforço físico do usuário. Nos séculos XV e XVI, foram desenvolvidos diversos veículos de duas e quatro rodas acionados por mecanismos compostos de corrente, alavanca e outros dispositivos (FILHO, 2006). Apesar dos esboços de Leonardo Da Vinci, a história das bicicletas tem início em 1790, quando o conde Francês Méde de Sivrac construiu o primeiro veículo movido a duas rodas, dando início oficial à história da bicicleta (FILHO, 2006). No entanto o nome da bicicleta era outro: no primeiro projeto de um veículo com todas as características das bicicletas modernas, este era chamado de celerífero, derivado das palavras latinas celer, que significa rápido, e fero, que significa transporte (VIEIRA, 2007), ou seja, transporte rápido. Tratava-se de um veículo muito primitivo, em que as duas rodas eram ligadas por uma trave de madeira e movidas por impulsos alternados dos pés sobre o chão.


44 Figura 15 – Celerífero de 1790 na exposição “A História da Bicicleta – Um Passeio por 10 Modelos Clássicos”

Fonte: Bicicleta na Rua (2009)

Em 1816, o barão alemão Karl Friederich von Drais adaptou essa tecnologia e apresentou o invento batizado de Draisiana. Com esse novo veículo, Von Drais percorreu o trajeto entre Beaun e Dijon (HART-DAVIS et al, 2013), e essa passou a ser a mais rápida viagem feita por um humano sem o auxílio de um animal. Sem dúvida, esse veículo rudimentar oferecia dificuldades de equilíbrio e desconforto para movimentar os pedais. Mas a partir desse produto, a bicicleta desenvolveu-se até o modelo conhecido atualmente, que é uma eficaz forma de locomoção. Uma sucessão de fatos, na segunda metade do século XIX, consolidou a bicicleta como um dos mais populares veículos de transporte, lazer e prática esportiva (VIEIRA, 2007).


45 Figura 16 – Biciclo inglês, de 1870, na exposição “A História da Bicicleta – Um Passeio por 10 Modelos Clássicos”

Fonte: Bicicleta na Rua (2009)

Como para todo produto esportivo, os campeonatos e as competições são os principais meios de divulgação. Esses eventos beneficiam as fábricas, que promovem e justificam os seus produtos, e com as bicicletas não é diferente. As bicicletas profissionais usadas em competições internacionais são reguladas pela Union Cycliste Internationale (UCI), que tem como objetivo garantir que um atleta vença uma corrida por causa de sua habilidade, e não pela tecnologia (UCI, 2014). Uma competição deve ser realizada entre os humanos, e não entre as bicicletas; por isso, a UCI tende a ser conservadora quanto ao projeto das bicicletas, fazendo com que os designs mais elaborados, futuristas e inovadores acabem não sendo aceitos em todas as competições. É comum que as bicicletas usadas como meio de transporte tenham poucas mudanças nesses componentes. Geralmente, os designs da direção e do quadro são os que mais variam nesse tipo de bicicleta.


46 Figura 17 – Partes de uma bicicleta

Fonte: Alexandre (2014)

Porém, para ciclistas mais exigentes, existem significativas diferenças na escolha de certas peças de sua bicicleta. Um exemplo são os descarriladores (Figura 19), o mecanismo que move a corrente de uma engrenagem para outra e permite que o ciclista possa mudar a força exercida durante o percurso. Outro exemplo são as marchas de cubo (Figura 20), que fazem um trabalho parecido com os descarriladores, mas que permitem que se troque de marcha mais suavemente e diminuem o risco de a corrente cair; além disso, é possível trocar de marchas até com a bicicleta parada. Esses são alguns aspectos aos quais os ciclistas mais experientes prestam atenção durante a compra e que podem encarecer ou barateá-la (PLAS, 2010). Figura 18 – Descarrilador para sistema de câmbio

Fonte: Pianelli Bicicletas (2014)


47 Figura 19 – Marcha cubo da Rohloff

Fonte: Pedaleiro (2008)

Outras duas peças que interferem muito no custo e no rendimento das bicicletas são freios a disco e suspensão. No entanto, apesar de esses dois componentes aumentarem muito o preço das bicicletas, para Rob van der Plas e Stuart Baird, eles não são tão importantes assim para o uso urbano (PLAS, 2010). No Brasil, é comum as fábricas forçarem a compra desses componentes em bicicletas de melhor qualidade. O ciclista pode estar disposto a pagar mais por um quadro melhor ou por uma transmissão mais confiável, mas, para ter isso, é obrigado a comprar a suspensão e o freio a disco direto de fábrica. Bicicletas especiais para pessoas muito altas ou muito baixas têm um projeto diferente das bicicletas disponíveis no mercado e geralmente são mais caras também. Outros tipos de bicicleta que fogem do design convencional são: as bicicletas tandem, que são as bicicletas com dois ou mais lugares (Figura 21); as bicicletas dobráveis, que apesar de não serem um produto inventado recentemente estão conseguindo nos últimos tempos uma grande popularidade pelo seu design diferente e conveniente; e a bicicleta recumbente (Figura 22), em que o ciclista pedala inclinado para trás, como se estivesse sentado; além dos triciclos e dos monociclos (PLAS, 2010).


48 Figura 20 – Bicicleta Tandem

Fonte: Lapierre Bikes (2014)

Figura 21 – Bicicleta recumbente

Fonte: Fernandez; Franco; Gutierrez; Godoy; Lanari; Pessolano (2013)

Após a demonstração de que uma bicicleta pode ter muitas formas e tamanhos, a seguir, serão descritas algumas partes de uma bicicleta e o funcionamento de cada uma delas para que se percebam sua funcionalidade e seu design. Os dados foram obtidos do livro “Universo olímpico: uma enciclopédia das Olimpíadas”, escrito por Eduardo Colli, seguindo as normas da UCI. O quadro tradicional é composto por três tubos principais com 45 milímetros de diâmetro ou por três peças ovaladas ou achatadas de 75 milímetro de largura. As dimensões e inclinações dependerão diretamente das medidas do ciclista, segundo a tabela a seguir (COLLI, 2004).


49 Figura 22 – Tabela da relação de altura do ciclista em relação ao quadro

Fonte: Colli (2004, p. 192)

A rigidez e a dureza do quadro são proporcionais à altura do ciclista. É comum os ciclistas mais altos escolherem os quadros mais duros e pesados para evitar grandes esforços e, nas decidas em alta velocidade, evitar grandes oscilações e vibrações (COLLI, 2004). Figura 23 – Quadro de bicicleta

Fonte: Faraway (2012)

Quanto mais curto for o quadro e mais fechado for o ângulo do tubo frontal, maiores serão a rigidez e a maneabilidade. Alguns estudos mostram que, se o ângulo do tubo for de 45 graus e o garfo tiver um avanço de 40 milímetros, a bicicleta em estradas urbanas, principalmente decidas, terá uma maneabilidade superior (COLLI, 2004).


50 É importante ressaltar que o tamanho indicado por Eduardo Colli é apenas uma referência. Existem páginas on-line10 onde é possível conferir se o quadro que o ciclista pretende comprar tem tamanho e comprimento indicados para o seu biótipo: o ciclista preenche o formulário com suas medidas e um cálculo indica a medida ideal para o seu quadro perfeito. A coroa é fixada no lado direito da bicicleta, e sua função é impulsionar a corrente. Uma bicicleta de estrada utiliza duas coroas, enquanto na bicicleta mountain bike é comum haver três coroas, todas ovaladas e assimétricas para minimizar o chamado “ponto morto”, que é alcançado nos pontos mais baixos e mais altos da rotação do pedal (COLLI, 2004). Figura 24 – Coroa, pedais, corrente e catraca (pinhão)

Fonte: A Ciência do Cotidiano (2009)

O pinhão, também conhecido como catraca, é uma esfera dentada de distintos tamanhos situada ao lado da roda traseira. Em quantidade, variam de 6 a 8 e são fixados em paralelo, com 13 a 24 dentes por pinhão. O espaço percorrido pela pedalada de um ciclista de corrida é estabelecido pela relação entre o número de dentes da coroa e do pinhão, a distância percorrida pelo pedal e o diâmetro da roda traseira (COLLI, 2004). As rodas de uma bicicleta constituem-se do conjunto de aro, raio, eixo, pneus e têm um diâmetro de 55 cm no mínimo e 70 cm no máximo. O raio, feito em duralumínio ou titânio, mede 19 milímetros de largura, pesa cerca de 200 gramas e tem a parede lateral suficientemente larga para o funcionamento das pastilhas do freio (COLLI, 2004).

10

Na página <www.nograu.com.br/bikefit/bikefit.php>, é possível obter um cálculo personalizado para o tamanho do quadro. Acesso em: 03 de nov. de 2014.


51 Figura 25 – Comparação entre o tamanho das rodas da bicicleta

Fonte: Espírito Outdoor (2014)

A distância entre as extremidades inferiores do garfo dianteiro não pode ultrapassar 10,5 cm, e a distância entre as extremidades inferiores do garfo traseiro não pode ultrapassar os 13,5 cm (COLLI, 2004). Figura 26 – Garfo de bicicleta

Fonte: Guiné (2009)

2.4 APARELHOS MÓVEIS

2.4.1 Uso de aparelhos móveis no Brasil Para ajudar a entender o mercado dos aparelhos móveis e a influência que esses produtos exercem na vida dos brasileiros, foram coletadas várias informações a respeito das atividades executadas e dos tipos de aparelhos mais populares entre os usuários de dispositivos móveis.


52 É importante lembrar que aparelhos móveis têm como uma das principais características a capacidade de serem usados em qualquer momento ou lugar, até mesmo durante a movimentação do usuário (B’Far, 2004). Os novos aparelhos móveis são fáceis de usar e muito intuitivos, e a maioria pode ser facilmente manuseada enquanto o usuário está em movimento, tanto através de um menu principal quanto por comando de voz. Todos possuem baterias que podem ser recarregadas, e mesmo os que podem ser levados para qualquer lugar, mas necessitam de uma mesa para o uso (como no caso dos laptops), não necessitam ficar ligados na tomada para serem usados. Hoje é comum ver pessoas que não “vivem” sem celular, que não abrem mão de estar com seu dispositivo conectado à Internet. E quais são esses aparelhos? Bom, existem muitos deles, e a cada dia surgem mais no mercado, de diversos tipos e formatos. Eles podem ser, por exemplo, os celulares, smartphones, os computadores portáteis, os palmtops, handhelds, notebooks, entre outros. Também existe a possibilidade de os ciclistas possuírem aparelhos de tocar música, lanternas (para pedaladas noturnas), câmeras fotográficas e Sistema de Posicionamento Global (GPS). Mas com a ideia da tecnologia ubíqua, muito desses aparelhos foram englobados por aparelhos como os smartphones. Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), em 2013, com brasileiros acima de 16 anos, mostra que os brasileiros acreditam que os aparelhos móveis, como smartphones e tablets, melhoram a qualidade de vida. No Brasil, 69% dos internautas acreditam que as novas tecnologias móveis contribuem para uma vida melhor, porém, em nível mundial, essa estatística é de apenas 55% (IBOPE, 2013).


53 Gráfico 2 – Brasileiros que acreditam que a tecnologia móvel contribui para uma vida melhor

69%

31%

Tecnologias móveis contribuem para uma vida melhor Não concordam ou não souberam responder

Fonte: IBOPE (2013)

Um ciclista precisa carregar pouco peso para não comprometer seu desempenho, por isso os aparelhos multifuncionais são os mais usados por eles. Para 77% dos brasileiros, os aparelhos portáteis que são multifuncionais ajudam a socializar, e 69% revelam que os dispositivos completam as tarefas diárias. Para 65%, as novas tecnologias permitem que eles atinjam todo seu potencial no trabalho, melhorando seu rendimento (IBOPE, 2013). Gráfico 3 – O que os brasileiros acham sobre os aparelhos portáteis Aparelhos portáteis ajudam a socializar

65%

77% Aparelhos portáteis completam as tarefas diárias

69%

Aparelhos portáteis permitem que atijam todo o potencial no trabalho

Fonte: IBOPE (2013)

Com esses dados, já é possível perceber que os brasileiros apreciam muito a funcionalidade dos aparelhos móveis, e o número de consumidores não para de aumentar.


54 O celular, por exemplo, é um aparelho que quase todo brasileiro possui. Segundo dados do Target Group Index, 60 milhões de pessoas possuem celular para uso pessoal, o que representa 84% da população (IBOPE, 2012). Figura 27 – Brasileiros que possuem celulares

Fonte: IBOPE (2012)

2.4.2 Armazenamento de energia em aparelhos móveis Uma bateria é essencialmente um dispositivo que converte energia química em elétrica: se for ligada a um aparelho, a corrente gerada vai fornecer energia para ele funcionar. Mas as baterias dos celulares, tablets e laptops, além de fornecerem energia, também podem ser recarregadas. Uma bateria recarregável pode ser um acumulador de chumbo-ácido, níquel-cádmio e níquel-ferro (BIRD, et al. 2009).


55

Figura 28 – Vista em corte horizontal da célula de chumbo-ácido

Fonte: Bird et al. (2009, p. 21)

Figura 29 – Processos de carga/descarga em bateria de níquel-hidreto metálico e níquel cádmio

Fonte: Ambrosio (2000)

Todos que já compraram um celular, tablet, laptop ou smartphone e leram as especificações desses dispositivos perceberam a notação “mAh”. Essa é a abreviatura padrão para o miliampere-hora, uma subunidade de medida usada para identificar a transferência de carga elétrica por meio de uma corrente estável de um ampere ao longo de uma hora (JUNIOR, 2013). Uma medida miliampere-hora não é o que mede a energia de uma bateria; a potência da bateria é medida pela unidade watt-hora ou joule, que estabelece o tempo de duração da bateria antes de precisar ser recarregada (JUNIOR, 2013). Nesse caso, pode-se dizer que quanto maior for o mAh indicado nas especificações da bateria, mais tempo o aparelho móvel tem de bateria.


56 Para calcular a autonomia do sistema, deve-se considerar a corrente do consumidor e a autonomia da bateria. Para fazer o cálculo, divide-se a capacidade da bateria em miliampere-hora pelo valor de consumo do dispositivo em miliampere (MONTEBELLER, 2011):

Autonomia = mAh . mA

Figura 30 – Exemplo do cálculo de autonomia

Fonte: Montebeller (2011, p. 122)

No entanto, com esse cálculo, considera-se uma bateria ideal, ou seja, uma bateria com 100% de sua capacidade. Na hora ligar um novo aparelho, comumente, a primeira coisa que o usuário procura é a indicação da voltagem do produto. Em cada carregador há a especificação de sua voltagem e amperagem. Mesmo sem precisar fazer muitos cálculos, a maioria das pessoas tem uma noção de como funciona a voltagem. Se um produto indica que necessita de um carregador de 5V, o usuário já tem consciência de que não poderá ligá-lo a um de 9V ou 12V, senão queimará o aparelho. O que determina o tempo de recarga de um aparelho é sua amperagem. Esse valor é, normalmente, indicado ao lado da voltagem nos carregadores (Amperes ou Miliamperes, sendo que 1A é equivalente a 1000mA e viceversa.) (MONTEBELLER, 2011). A porta USB (Universal Serial Bus) é um dos meios mais comuns de transferência de energia, pela facilidade em se conseguirem adaptadores. Pode ser ligada em computadores, carros videogames etc. Infelizmente, a maioria das entradas USB apenas fornece 500mA; nesse caso, apesar da facilidade em intercambiar aparelhos em um mesmo carregador, uma recarga irá necessitar do dobro do tempo para ser concluída (ANDERSON, 1997).


57 Mas para todo caso, não é preciso se preocupar em usar um carregador de um tablete, que pode ter, digamos, 2.1A de corrente máxima em um smartphone que tenha sido fornecido com um carregador de 1A, pois cada aparelho usa apenas o máximo de energia que consegue suportar. O importante é que a voltagem não passe do limite do aparelho. No Brasil, as tomadas domésticas têm duas voltagens, 127V e 220V, dependendo do estado (BIRD, et al. 2009). Então, os aparelhos usados nesses estados ou têm a voltagem menor ou igual a 127V e 220V ou são considerados Bivolt (quando conseguem usar as duas voltagens). Caso o usuário tenha um produto que não atenda a essas especificações, é necessário utilizar um transformador para diminuir a voltagem.


58

3 Pesquisa de campo 3.1 PÚBLICO

Para esta pesquisa, foram feitas entrevistas com 50 ciclistas na faixa etária entre 20 e 40 anos, nos dias 7, 8 e 10 de novembro de 2014, através de um questionário fechado, nas lojas de venda de bicicleta listadas a seguir. •

Bike Tech Floripa – Rod. Admar Gonzaga, 1187, Itacorubi, Florianópolis, SC;

Della Bikes – R. Juvêncio Costa, 269, Trindade, Florianópolis, SC;

Bike Dream – Av. Jorn. Rubens de Arruda Ramos, 2134, Centro, Florianópolis, SC;

Cicles Hoffmann – R. Cândido Ramos, 261, Capoeiras, Florianópolis, SC;

Stop Bike – Av. Atlântica, 425, Jardim Atlântico, Florianópolis, SC. Após as entrevistas, os dados foram analisados, para que se pudesse

ter uma melhor compreensão quanto ao público-alvo. Os resultados obtidos serão mostrados a seguir. Após análise dos dados, foi possível perceber que, em Florianópolis, predominam ciclistas do sexo masculino (86%). Apenas 14% dos ciclistas são do sexo feminino. O gráfico 4 mostra a porcentagem de homens e mulheres que são usuários de bicicletas em Florianópolis.


59 Gráfico 4 – Pesquisa sobre a relação entre homens e mulheres ciclistas

Homens

14% Mulheres

86%

Fonte: Pesquisa de campo

Saber qual é o sexo predominante do público-alvo permite que se adéque o conteúdo, a estética e a publicidade do produto. É possível desenvolver um design de produto como unissex, porém, com essa análise, o produto deve ser trabalhado para atrair preferencialmente o público masculino. Em relação à idade dos ciclistas, foi possível constatar que a maioria dos entrevistados nas lojas de Florianópolis estão na faixa dos 20 aos 25 anos de idade (40% do total); em segundo lugar, estão os ciclistas de 30 a 35 anos (38%); depois, vêm os ciclistas na faixa dos 40 aos 45 anos (18%) e, por último, os com mais de 50 anos (4%). Gráfico 5 – Pesquisa sobre a relação de idade dos ciclistas.

4% 18%

20 a 25anos

40%

30 a 35 anos 40 a 45 anos

38%

Fonte: Pesquisa de campo

50 ou mais


60 É importante saber a idade do público-alvo para que se possa elaborar um design apropriado, que pode ser desde um design jovial a um elegante e sério. O carregador necessita que a bicicleta esteja em movimento. Por isso, para esta pesquisa, foi necessário investigar o quanto, em média, um ciclista percorre por dia par ir ao trabalho, à escola ou à faculdade. Gráfico 6 – Distância percorrida entre a residência e a escola, o trabalho ou a faculdade

0% 1 km

4%

2 km

20% 40%

entre 3 e 4 km

0%

entre 5 e 6 km entre 8 e 9 km

24% 12%

13 km ou mais Não soube responder

Fonte: Pesquisa de campo

A análise do percurso dos usuários mostra que a maioria dos ciclistas percorre entre 8 km e 9 km por dia (24%); a segunda distância mais percorrida é entre 3 km e 4 km (20%); em seguida, mais de 13 km (12%); por fim, 1 km (4%). Nenhum entrevistado respondeu que pedala 2 km, 5 km ou 6 km (0%). Para entender melhor o modo como as bicicletas são usadas pelos ciclistas, esta pesquisa apresentou a seguinte pergunta: “Para qual destas atividades você mais usa a bicicleta? Transporte do dia a dia, esporte de competição ou lazer no tempo livre?”


61 Gráfico 7 – Pesquisa sobre o modo de utilização da bicicleta

Transporte do dia a dia 34% 50%

Esporte de competição

Lazer no tempo livre

16%

Fonte: Pesquisa de campo

A pesquisa mostrou que 50% dos ciclistas usam a bicicleta como meio de transporte, 34% gostam de usar a bicicleta como lazer e para manter a forma e 16% são competidores sérios que participam de campeonatos nacionais e internacionais. A bicicleta é um veículo muito popular entre os brasileiros, mas para saber o quanto ela é importante, foi feita a seguinte pergunta: “Você tem o costume de andar de bicicleta todos os dias?” Gráfico 8 – Pesquisa sobre a utilização constante das bicicletas

Sim 34% Não 66%

Apenas final de semana

0%

Fonte: Pesquisa de campo

A pesquisa mostrou que os ciclistas que usam a bicicleta como transporte e esporte utilizam o veículo praticamente todos os dias (66%); no


62 entanto os que usam a bicicleta como lazer alegam pedalar todos os finais de semana (34%). Para saber o custo da produção de um produto, é importante saber o quanto o usuário está disposto a gastar. Para isso, esta pesquisa fez a seguinte pergunta aos entrevistados: “Em média, quanto você gasta por ano na manutenção e nos acessórios de sua bicicleta?” Gráfico 9 – Custo anual das bicicletas

16%

0%

10% R$ 0,00 R$ 100,00 ou mais

4%

R$ 300,00 ou mais R$ 500, 00 ou mais R$ 700,00 ou mais

70%

+ de R$ 1.000,00

Fonte: Pesquisa de campo

Os dados obtidos mostram que 10% dos ciclistas afirmam gastar 300 a 400 reais por ano em suas bicicletas, geralmente, em consertos simples; além disso, boa parte desse público são ciclistas que responderam que pedalam apenas nos finais de semana. O público que usa a bicicleta como transporte se divide entre os que afirmaram gastar R$500,00 ou mais (35%) e os que gastam R$700,00 ou mais (2%). Todos os ciclistas que se consideram esportistas de competição afirmam gastar mais de R$1.000,00 por ano na manutenção dos veículos (16%). Existem vários aparelhos que, por suas funcionalidades, são muito importantes no nosso dia a dia. Alguns chegam a ser vitais para que se possa cumprir tarefas cotidianas. Por isso, outra pergunta do questionário foi: “Quais são os aparelhos móveis mais importantes para você?”


63 Gráfico 10 – Aparelhos móveis dos ciclistas

12% Celular (smartphone)

8%

Tablet Laptop

80%

Fonte: Pesquisa de campo

O celular ou smartphone foi considerado o mais importante ente os aparelhos móveis utilizados (80%); em segundo lugar, o laptop (12%) e, por último, os tablets (8%). Alguns dos aparelhos portáteis são usados apenas para trabalho, estudo ou diversão; assim, nem todos os ciclistas levam todos os aparelhos quando vão pedalar. Então, a última pergunta do questionário foi a seguinte: “Quais são os principais aparelhos eletrônicos que você carrega quando está andando de bicicleta?” Gráfico 11 – Principais aparelhos que o ciclista carrega quando está andando de bicicleta Kit de farol e lanterna

100% Celular ou smartphone

88%

80%

Tablet

60% 40% 20% 0%

GPS

52% 30%

26%

16%

25%

Ciclo computador Laptop

Fonte: Pesquisa de campo

Como é importante conhecer os aparelhos que os ciclistas usam durante o seu trajeto diário, cada entrevistado pôde escolher mais de uma opção para responder essa pergunta. Na lista de aparelhos que os ciclistas levam quando estão andando de bicicleta, em primeiro lugar, estão os aparelhos celulares ou


64 smartphones (88%), que são usados por quase todos da lista, com exceção de alguns ciclistas de competição; em segundo lugar na lista, está o kit de farol e lanterna (52%), que consiste em lanternas usadas para pedalar à noite. Figura 31 – Kit de farol e lanterna

Fonte: Mercado Livre (2014)

Em terceiro lugar, estão os tablets (30%), usados principalmente por ciclistas que se encontram entre os 20 a 30 anos. Depois, estão o GPS (26%), o laptop (25%) e, por último, o ciclo computador (16%), um tipo de computador de bordo. Figura 32 – Ciclo computador

Fonte: Biketown (2014)

Para melhor demonstrar o perfil do público-alvo, foram montados painéis semânticos. Painéis semânticos têm o formato de pôster e contêm imagens, textos e figuras. Possuem o objetivo de transmitir ao desenvolvedor alguns conceitos,


65 atitudes, preferências e outros fatores, sempre de maneira visual e sintetizada (FERREIRA,LUIS et al. 2012). O painel semântico funciona como o ponto de alinhamento, ajudando o projetista a ter uma coerência durante o processo criativo (FERREIRA,LUIS et al. 2012). O painel semântico do público (Figura 34) mostra ciclistas de diversas idades e estilos. E possível identificar dois padrões: o primeiro, de ciclistas com roupas especiais, que gastam mais para aumentar sua performance. É possível notar que nem todos eles são jovens, mas todos são saudáveis e dão valor à liberdade e à velocidade. Figura 33 – Painel semântico do público

Fonte: Banco de dados pessoal

O

painel

semântico

do

estilo

de

vida

mostra

juventude

e

espontaneidade. Com roupas leves e sofisticadas, o público-alvo mostra um estilo não só preocupado com a aparência, mas também que preocupado em estar preparado para um dia agitado, tanto na aula quanto no trabalho ou para manter a forma e a saúde.


66 Figura 34 – Painel semântico do estilo

Fonte: Banco de dados pessoal

O painel semântico de tecnologia móvel mostra tanto os aparelhos quanto o seu uso no cotidiano. Esses aparelhos são simples, leves e podem ser levados para qualquer lugar, por isso devem ser práticos, e como sua estética geralmente é minimalista, não se destacam do ambiente. Figura 35 – Painel semântico de tecnologia móvel

Fonte: Banco de dados pessoal

O painel semântico Ecodesign (Figura 36) mostra que o ecodesign não é o artesanato produzido a partir de sucata ou da reciclagem de materiais, mas


67 um produto abrangente que leva em consideração os aspectos estéticos, funcionais, de segurança ou de ergonomia dos produtos. É comum esse tipo de design possuir formas orgânicas e suaves, sem rugas, com linhas finas e delicadas. A maioria dos designers tenta fundir essas características com formas que representem folhas e raízes. No painel semântico a seguir, também e possível perceber a predominância das cores branca, verde e marrom.

Figura 36 – Painel semântico do ecodesign

Fonte: Banco de dados pessoal

3.2 PESQUISA DE CAMPO SOBRE BICICLETAS

Para melhor compreender o tamanho, a forma e o design das bicicletas mais populares no mercado em Florianópolis, foi realizado um levantamento nos dias 8 e 9 de novembro de 2014 em cinco lojas de venda de bicicletas localizadas na região de Florianópolis: •

Bike Tech Floripa – Rod. Admar Gonzaga, 1187, Itacorubi;

Della Bikes – R. Juvêncio Costa, 269, Trindade;

Bike Dream – Av. Jorn. Rubens de Arruda Ramos, 2134, Centro;

Cicles Hoffmann – R. Cândido Ramos, 261, Capoeiras;

Stop Bike – Av. Atlântica, 425, Jardim Atlântico.


68 Com

esse

levantamento,

foi

constatado

que

as

bicicletas

comercializadas seguem o padrão das normas da UCI. A exceção são os designs mais alternativos (como os modelos vintages, que se baseiam no design dos anos 1990 e as bicicletas dobráveis) e as bicicletas infantis. Estas seguem uma forma diferente das normas da UCI: são menores, mais leves e têm o quadro mais groso do que as bicicletas de tamanho padrão para adultos. Figura 37 – Bicicleta vintage Pashley Britannia

Fonte: Caldas (2014) Figura 38 – Bicicleta infantil Oceano Noby

Fonte: Magazineluiza (2014)

Foram encontrados nove designs muito populares nas lojas de Florianópolis, os quais serão descritos a seguir. A figura 39 mostra algumas características técnicas, como a medida do aro dessas bicicletas.


69 Figura 39 – Características técnicas de bicicletas 1

Fonte: Pesquisa de campo


70 Figura 40 – Características técnicas de bicicletas 2

Fonte: Pesquisa de campo

A bicicleta dobrável “Soul D60” está entre as mais procuradas atualmente. Um dos fatores dessa procura é ser um produto que o ciclista pode carregar facilmente, pois fica do tamanho da circunferência de sua roda; com


71 isso, permite que o usuário a carregue com apenas uma mão. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, girava em torno de R$ 1.099,00. A bicicleta Conforto Soul Miracle é voltada para o uso de lazer com conforto: é ideal para cidade, praia e parque. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, girava em torno de R$ 1.099,00. A MTB Soul Ace tem o design do quadro mais ondulado. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, era de cerca de R$ 1.199,00. A bicicleta Confort Soul Flora tem o design do quadro feito para o público feminino. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, girava em torno de R$ 1.019,00. A Confort Soul Copenhaque é adequada para ser utilizada como transporte nas cidades grandes. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, estava na faixa de R$ 1.104,00. A Oggi hacker 29 altus 21v é uma bicicleta desenvolvida para terrenos acidentados, como pedras, areia e cascalho. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, estava em torno de R$ 1.890,00. A Colnago Strada Sl 105 Shimano 10V é uma bicicleta leve muito usada para o dia a dia. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, girava em torno de R$ 6.999,90. A bicicleta Nirve Forty Nine chama a atenção pelo seu design vintage e atende a um grupo de consumidores seleto, que gosta desse estilo. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, girava em torno de R$ 2.299,00. A Roubaix Sport é uma bicicleta esportiva de alta velocidade, com design aerodinâmico e muito leve. Seu preço na loja, na ocasião desta pesquisa, era por volta de R$ 9.990,00, tornando-a a bicicleta mais cara dessa lista.

3.3 PESQUISA DE CAMPO DE APARELHOS MÓVEIS

Para melhor compreender o tamanho, a disposição e o layout dos aparelhos móveis vendidos atualmente, foi realizado um levantamento nos dias 7 e 8 de novembro de 2014 em cinco lojas de eletrônicos localizados na região de Florianópolis:


72 •

Pernambucanas – R. Deodoro, 177, Centro;

Ponto Frio – R. Trajano, 199, Centro;

Magazine Luiza – R. Felipe Schmidt, 162, Centro;

Lojas Colombo – R. Álvaro de Carvalho, 133, Centro;

Ponto Frio – R. Conselheiro Mafra, 28, Centro.

A pesquisa apontou que cinco smartphones, seis laptops e quatro tablets são os aparelhos móveis mais vendidos nessas lojas em Florianópolis. Figura 41 – Características técnicas de smartphones

Fonte: Pesquisa de campo


73 Os smartphones mais procurados são: Galaxy S511; Galaxy Pocket Neo12; Galaxy S413; Galaxy Ace 314; iPhone 5S15. As características técnicas da bateria do smartphone Galaxy S5 incluem uma bateria de lítio com autonomia de conversação de 1260 minutos ligado e autonomia em standby de 390 horas com amperagem de 2800 mAh. O smartphone Galaxy Poket Neo tem uma bateria de lítio com amperagem de 1200 mAh. O smartphone Galaxy S4 possui uma bateria de lítio com autonomia de conversação de 1020 minutos ligado e 320 horas em standby; sua amperagem é de 2600 mAh. O Galaxy Ace 3 possui uma bateria de lítio com amperagem de 1500 mAh. O iPhone 5S possui uma bateria de lítio com um tempo de conversação de 10 horas com o 3G ligado e 250 horas em standby; sua amperagem é de 1570 mAh. Os laptops preferidos pelos usuários são os das marcas Dell, Samsung, Sony (Vaio), Apple (MacBook’s), HP (ultrabook) e Positivo.

11

A ficha técnica do produto encontra-se disponível em: <www.tudocelular.com/Samsung/fichas-tecnicas/n2583/Samsung-Galaxy-S5.html>. Acesso em: 09 nov. 2014. 12 A ficha técnica do produto encontra-se disponível em: <www.tudocelular.com/Samsung/fichas-tecnicas/n2442/Samsung-Galaxy-Pocket-Neo.html>. Acesso em: 9 nov. 2014. 13 A ficha técnica do produto encontra-se disponível em: <www.tudocelular.com/Samsung/ fichas-tecnicas/n2418/Samsung-Galaxy-S4-I9500.html>. Acesso em: 9 nov. 2014. 14 A ficha técnica do produto encontra-se disponível em: <www.tudocelular.com/Samsung/fichas-tecnicas/n2475/Samsung-Galaxy-Ace-3.html>. Acesso em: 9 nov. 2014. 15 A ficha técnica do produto encontra-se disponível em: <www.tudocelular.com/Apple/fichastecnicas/n2511/Apple-iPhone-5S.html>. Acesso em: 9 nov. 2014.


74 Figura 42 – Modelos de laptops

Fonte: Pesquisa de campo

Cada notebook tem uma capacidade, dependendo da bateria que o usuário pode comprar para ele. Algumas empresas permitem que o usuário escolha a bateria que se adéque às suas necessidades de uso. A escolha de uma bateria pelo usuário também permite que ele possa adequá-la à sua condição financeira. Cada bateria tem vários tamanhos diferentes, que determinam o custo da energia (BIRD, 2009). Existem baterias de 3, 4, 6, 8, 9 e 12 células. As baterias de três células possuem uma amperagem de 2000 a 2400 mAh, com uma duração aproximada de 1 hora e 30 minutos. As baterias de quatro células têm uma amperagem de 2200 a 2400 mAh, ou seja, uma média de 1 hora e 30 minutos a 2 horas.


75 As baterias de seis células têm a amperagem de 4400 a 5200 mAh e uma duração aproximada de 2 horas a 2 horas e 30 minutos. As baterias de oito células têm a amperagem de 4400 a 5200 mAh, com a duração de 2 horas e 30 minutos a 3 horas. A bateria de nove células tem a amperagem de 6000 a 7800 mAh, com duração de aproximadamente 3 horas e 30 minutos. As baterias de doze células têm 8000 a 8800 mAh de amperagem, com uma duração de 4 horas a 4 horas e 30 minutos. É importante lembrar que a quantidade de tempo de duração da bateria é calculado através da amperagem da bateria saída da fábrica. O tempo de duração do uso do aparelho pode aumentar, caso o laptop seja menor ou tenha poucas funções. No caso de um netbook, que é muito menor, a duração é maior. Os tablets mais vendidos nas lojas pesquisadas são o iPad, da Apple, o Kindle Fire, da Amazon, e o Galaxy Tab, da Samsung. Figura 43 – Características técnicas de tablets

Fonte: Pesquisa de campo

As baterias do iPad são de lítio, com capacidade de 32,4 watts/hora, e sua capacidade de armazenamento é de 10 horas com o uso constante.


76 O tablet Kindle Fire tem uma bateria de lítio de 4400 mAh, com autonomia de 8 a 9 horas. Por sua vez, o Tablet Galaxy usa a mesma bateria do Kindle Fire, feita de lítio de 4400 mAh, com autonomia de 8 a 9 horas.

3.4 MERCADO

Foram verificados os carregadores portáteis para aparelhos móveis vendidos atualmente que se propõem a ajudar na mobilidade do usuário.

Figura 44 – Características técnicas de carregadores portáteis 1

Fonte: Pesquisa de campo


77 Figura 45– Características técnicas de carregadores portáteis 2

Fonte: Pesquisa de campo

O Nokia DC-18 é um carregador portátil com design muito simples que está disponível em diversas cores e tem a capacidade de até 1.740 mAh. O acessório possui um cabo micro USB que permite carregar qualquer aparelho com entrada USB, porém foi desenvolvido para priorizar a recarga dos smartphones. O Nokia DC-18 traz ainda um cabo com saída USB para que o DC-18 possa se “abastecer” em computadores ou tomadas. O aparelho possui um indicador mostrando quanta carga ainda há. Pesa 65 gramas e tem um formato de caixa de 5,7 cm nas laterais e 1,49 cm de espessura. O Sony CP-VLP é um carregador portátil da Sony. Talvez por ser mais compacto do que o da Nokia, possui uma capacidade de 1.400 mAh. O dispositivo vem acompanhado de um cabo com saídas USB e micro USB, que servem tanto para o carregamento do produto como o de um smartphone. Suas dimensões são de 12,1 x 3,69 x 1,59 cm, e seu peso é de 62 gramas.


78 O Nokia DC-16 é um carregador portátil com formato cilíndrico muito mais compacto do que o DC-18, porém com uma capacidade muito superior, chegando aos 2.200 mAh. O dispositivo vem acompanhado de um minicabo com extremidades USB e micro USB e é compatível com todos os smartphones. Ele tem 12 cm de comprimento e 2,3 cm de largura e pesa 75 gramas. O carregador SP4000A, da MiPow, tem uma bateria interna de 4.000 mAh e um formato parecido com um pendrive. Possui conectores USB e micro USB acoplados em seu próprio corpo. Além disso, pode ser usado para carregar até dois dispositivos simultaneamente através da saída USB extra. Suas medidas são 11,1 x 3,04 x 2,14 cm, e o peso é de 120 g. O Portable Power 2500 é um carregador da Incase. Tem a capacidade de 2.500 mAh e, segundo a fabricante, seria capaz de dar uma carga completa no iPhone. Com um cabo USB para carregamento integrado, ele possui saída USB e pode ser conectado a um cabo dock, para iPhones e iPads de modelos anteriores; lightning, para os mais novos; ou micro USB, tornando-o compatível com a maior parte dos smartphones do mercado. Ele mede 9,8 cm de altura por 6 cm de comprimento e 1,6 cm de largura e pesa 102 gramas. A SPM04, da MiPow, tem um design bastante discreto. Dentre os carregadores listados até agora, é o que tem maior capacidade, podendo chegar a 5.200 mAh. O dispositivo vem equipado com um cabo embutido com conector duplo: uma extremidade USB para carregamento no computador e uma micro USB para ser ligada ao smartphone. O SPM04 é compatível com a maior parte dos smartphones do mercado. Suas dimensões são 4,2 x 2,3 x 9,7 cm e tem peso total de 160 gramas. Ao contrário dos outros carregadores listados, o Altoids Solar usa a energia solar para carregar o smartphone. Ele fica ligado direto em seu aparelho e o mantém ligado como se fosse a própria bateria do smartphone. Seu maior problema é que tem de ficar no sol até que as pilhas recarregáveis sejam totalmente carregadas. O XD Window, apesar de ser portátil, tem um grande problema, pois necessita estar grudado em uma janela que esteja pegando sol. No que se refere a locomoção, ele só é interessante para quem usa carro, pois assim o


79 aparelho pode ficar carregando enquanto o usuário se locomove; por isso, apesar de ser um carregador portátil, não serve para os ciclistas. O Siva Cycle Atom utiliza a energia cinética produzida pela bicicleta durante as pedaladas e a armazena em uma bateria com 1300 mAh de capacidade. Segundo os criadores do produto, esse aparelho pode carregar um smartphone completamente e, apesar de ter uma entrada USB compatível com diversos aparelhos, seu desenvolvimento prioriza os smartphones. Seu design é simples, robusto e pouco atraente, fazendo com que seja atraente apenas pela promessa de energia limpa.

3.5 POSSIBILIDADES DE TENDÊNCIA

Tendência pode se definir como um movimento seguido ao longo do tempo (MEADOWS, 2013): um movimento social, espontâneo ou induzido, que define um comportamento ou características semelhantes nas pessoas. Tendências também se apresentam nas baterias extras de aparelhos móveis, que seguem um tamanho reduzido e estilo limpo; muitas acabam se assemelhando a pendrives, chaveiros, carregadores tradicionais, os que se ligam na tomada ou literalmente baterias quadradas. Figura 46 – Possibilidade 1

Fonte: Banco de dados pessoais


80 A primeira tendência muito usada nos carregadores que servem para carregar os celulares é uma forma simples, com muitas possibilidades de cores e semelhante a um simples chaveiro.

Figura 47 – Possibilidade 2

Fonte: Banco de dado pessoal

Para algumas empresas, o design clássico dos carregadores é o suficiente, pois a tendência para esses produtos acaba seguindo o padrão da própria empresa que os fabrica. Figura 48 – Possibilidade 3

Fonte: Banco de dados pessoal


81

4 Conceito Deve ser desenvolvido um carregador para aparelhos móveis cuja fonte de energia seja sustentável, através da utilização da energia cinética produzida pelo ato de pedalar de um ciclista em uma bicicleta. O conceito do produto começa a se formar a partir de tendências do ecodesign, com formas orgânicas e linhas suaves. O ecodesign, muitas vezes, utiliza linhas que representam folhas, raízes, madeira, água ou outros elementos naturais, porém de forma sutil no design, sendo uma combinação de formas e cores. Figura 49 – Formas

Fonte: Banco de dados pessoal

Durante a pesquisa, foi possível constatar que o público-alvo, em sua grande maioria, é jovem, atlético e saudável. Por isso, o design do produto deve conciliar as formas orgânicas do ecodesign para representar juventude, espontaneidade e vitalidade.


82 Figura 50 – Público

Fonte: Banco de dado pessoal

O produto, então, deve seguir formas que entrem em harmonia com a bicicleta; além disso, pode ou passar despercebido ou ser um acessório complementar para o estética do veículo. Figura 51 – Harmonia

Fonte: Banco de dados pessoal

Além disso, o produto deve ser de fácil manuseio, de modo que a montagem não precise ser feita por profissionais; sua primeira montagem deve precisar de, no máximo, uma chave de fenda, e não será necessário fazer qualquer alteração mecânica no veículo. A instalação necessária será apenas de um suporte que encaixa o produto no veículo. Depois do suporte instalado, o dispositivo poderá ser removido facilmente pelo usuário, que poderá levar todas as partes mecânicas do produto consigo e, com isso, evitar furto.


83 Figura 52 – Fácil montagem

Fonte: Banco de dado pessoal

Para que o usuário saiba quando a bateria está com carga ou sem, o produto necessita de comunicação com o usuário. Avisos e feedbacks poderão ser disponibilizados através luzes ou um display com informações visuais simples é de fácil entendimento. Figura 53 – Exemplos de comunicação com o usuário

Fonte: Banco de dado pessoal


84

O produto deve ser feito de materiais resistentes e ser duradouro para suportar o uso intenso e o ambiente externo, pois a natureza de função pode ocasionar uma agressão do clima e do terreno. Outra característica do material utilizado é sua estabilidade dimensional, já que as dimensões para os encaixes entre produto e bicicleta devem ser justas e precisas. Por fim, o equipamento será vedado, de modo que permita um sistema no mínimo resistente a água para as ocasionais chuvas e/ou lama. As cores escolhidas para o estudo seguem duas linhas de pensamento. A primeira é o ecodesign, que representa tanto o ciclista, que costuma seguir uma vida saudável e ecológica, quanto o próprio produto, que usa uma energia não poluente. Essa linha de pensamento leva às cores verde, marrom e branca, como já visto no painel semântico de ecodesign (Figura 36 – Painel semântico do ecodesign). O Segundo conjunto de cores representa a energia e

a força dos ciclistas: tanto os atletas quantos os ciclistas convencionais são energéticos, ativos e representam uma geração ativa e cheia de ação; além disso, pode remeter à energia elétrica gerada pelo próprio produto. Essa linha de pensamento traz consigo cores quentes e vivas, como o vermelho, o amarelo e o laranja. É importante ressaltar que as cores do ecodesign serão as cores principais, e qualquer outra cor será considerada em segundo plano. Figura 54 – Cores escolhidas

Fonte: Elaborado pelo autor

A mobilidade é essencial para este projeto. Por isso, o produto deve ser de fácil manuseio, deve poder ser acoplado e removido da bicicleta com facilidade pelo usuário e deve poder carregar aparelhos móveis, como


85 celulares e laptops, em qualquer lugar, mesmo que o aparelho não esteja perto da bicicleta – desse modo, torna-se uma bateria reserva. Para utilizar o carregador portátil, o ciclista deve acoplar o carregador à sua bicicleta; depois, deve pedalar normalmente pelo seu trajeto habitual. Enquanto isso, um dínamo carregará uma bateria de lítio, que poderá ser removida no final do percurso. Com isso, o usuário tem a possibilidade de carregar um aparelho móvel em qualquer lugar, sem que nem a bateria nem o aparelho móvel estejam conectados à bicicleta. Seguindo as dimensões da pesquisa bibliográfica, o produto deve ser capaz de se encaixar em um cilindro de 45 mm a 75 mm de diâmetro e poder ser guardado em uma mochila, bolsa feminina ou pochete. Os componentes internos do produto são o dínamo e a bateria de lítio recarregável. O dínamo mais comum para o uso em bicicletas possui uma detenção média de 7 cm de altura com 2 cm de raio, considerando-se apenas a parte onde se encontra o dínamo, e não suas peças de fixação e acessórios. Essas dimensões podem ter alterações, dependendo do fabricante, e seu peso é quase insignificante: algumas marcas afirmam possuir peças com apenas 0,001 Kg. Figura 55 – Dínamo dissecado

Fonte: Banco de dado pessoal


86 A bateria é recarregável e tem capacidade de 8800 mAh e 5 V. Durante a pesquisa, foram encontrados dois tipos de produtos que utilizam esse tipo de bateria disponíveis para venda: os laptops, com dimensões médias de 25 cm x 4,8 cm x 3,7 cm, e as baterias recarregáveis dos controles da nova geração de jogos da Microsoft (Xbox One), que são menores, com dimensões entre 5,6 cm x 4 cm x 2,1 cm. Figura 56 – Bateria de íons-lítio recarregável (Xbox One)

Fonte: Banco de dado pessoal

O produto possui: uma saída USB, que permite ao usuário ligar qualquer cabo USB para recargas; um adaptador, para converter o USB em uma tomada; e uma entrada, que liga a bateria ao dínamo instalado na bicicleta. Além do material resistente a água, todas as entradas e saídas do produto terão uma espécie tampa que protegerá seu interior da umidade.

4.1 PAINEL SEMÂNTICO DO CONCEITO

O painel semântico do conceito (Figura 57 – Painel semântico do conceito) mostra formas orgânicas e suaves: mesmo nos designs mais

dinâmicos, que tentam mostrar velocidade e energia (geralmente, atribuídos a esportes), é possível ver as linhas arredondadas. Com a aplicação certa de


87 formas e cores, é possível representar uma harmonia de inovação tecnológica com uma vida saudável e sustentável. Figura 57 – Painel semântico do conceito

Fonte: Banco de dados pessoal


88

5 Geração e análise das alternativas Segundo a metodologia para este projeto, deverá ser feita a geração de alternativas. A possibilidade de análise de cada alternativa isoladamente auxiliará na escolha do produto final.

5.1 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

As alternativas foram projetadas seguindo as formas do painel semântico do conceito (figura 57), onde se vê que as formas orgânicas e arrojadas16 levam para linhas suaves e com várias curvas. Para que se pudesse chegar a um produto satisfatório, foram estudados dois padrões de formas. A primeira ideia foi dividir as formas geométricas da bicicleta; assim, seria possível observar com mais clareza as formas que compõem esse veículo e harmonizar o produto com a bicicleta. Figura 58 – Formas geométricas da bicicleta

Fonte: Banco de dados pessoal

O estudo de padrões e formas resultou em dez possíveis produtos que seguem a forma geométrica da bicicleta. Esses produtos foram imperados nas

16

Arrojado: Adj. Corajoso, aventureiro, destemido.


89 seguintes formas: círculos (formas ovais, esferas e discos), triângulos e retângulos (cilindros e caixas). O segundo estudo foi mais aprofundado nas formas orgânicas, e a partir dele foram desenvolvidos mais dez possíveis produtos. Parra isso, a pesquisa foi voltada para diversas plantas e animais de formas e tamanhos diferentes. Foram analisadas formas e linhas: de anfíbios e répteis; da classe das Scyphozoa, como Medusa, Água-viva, do filo dos Cnidários (além de outros animais transparentes e luminescentes); de folhas e flores; de besouros; de peixes; de pássaros e de conchas do mar. Figura 59 – Imagens de inspiração (répteis e anfíbios)

Fonte: Banco de dados pessoal

Esses animais possuem texturas visualmente lisas e brilhantes; suas curvas suaves são aerodinâmicas e dão a sensação de velocidade, mas podem também passar a sensação de delicadeza.


90 Figura 60 – Imagens de inspiração (Scyphozoa e lulas luminescentes)

Fonte: Banco de dados pessoal

Os animais como lulas foram escolhidos devido a suas formas suaves e aerodinâmicas. Também foram escolhidos os animais da classe Scyphozoa, que possuem uma luminescência natural que os permite brilhar através de sua “pele” transparente. Essa escolha foi feita a partir da ideia de que o produto, além de servir para seu propósito original (recarregar os aparelhos eletrônicos), também possa servir para ajudar a sinalizar o ciclista durante a noite e ajudar na segurança do piloto.


91 Figura 61 – Imagens de inspiração (folhas e flor)

Fonte: Banco de dados pessoal

Também foram exploradas as formas das folhas e flores. Com isso, foi possível notar que é comum estas terem uma forma arredondada em uma extremidade e pontuda em outra; assim, apesar de não serem um símbolo de velocidade, as folhas possuem uma forma bem aerodinâmica. O que mais chamou atenção nas flores e nas folhas é que estas possuem simbolismo com leveza, tranquilidade, liberdade e, dentre todas as formas orgânicas, são as que mais representam a natureza.


92 Figura 62 – Imagens de inspiração (besouros, peixes e conchas luminescentes)

Fonte: Banco de dados pessoal

Os besouros foram escolhidos devido a suas formas arredondadas e por serem conhecidos também pela carapaça forte, o que pode servir de simbolismo para um produto resistente e durável. Assim como os besouros, as conchas do mar têm formas arredondadas e suaves e possuem o mesmo simbolismo de resistência e durabilidade. Além disso, o besouro amarelo possui uma luminescência natural. Os peixes também têm formas aerodinâmicas, mas o principal é que podem representar liberdade e suavidade. É possível notar no painel um peixe com a cabeça transparente, como os animais da classe Scyphozoa, que também são luminescentes.


93 Figura 63 – Imagens de inspiração (pássaros)

Fonte: Banco de dados pessoal

Os pássaros são símbolo de liberdade e aerodinâmica, e suas linhas suaves e arredondadas não anulam a sensação de velocidade. Para este projeto, foram escolhidos pássaros pequenos, pois os grandes poderiam transmitir a sensação errada de agressividade. As vinte alternativas mostram formas diferentes, que foram analisadas para que se chegasse a um produto final.


94 Figura 64 – Alternativa 1 (disco duplo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 1 A primeira alternativa é inspirada na forma circular das rodas da

bicicleta, e o modelo é composto por dois discos. Também possui uma entrada USB tipo A e um cabo com saída USB e entrada USB Mini, mas qualquer carregador com entrada USB pode ser usado nessa bateria. O produto seria acoplado na bicicleta por meio de um encaixe, que poderia ser facilmente removido ao se apertarem dois botões na lateral do produto; o encaixe ficaria na bicicleta, e a bateria portátil seria levada com o usuário.


95 Figura 65 – Alternativa 2 (forma triangular)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 2 A segunda alternativa foi desenvolvida a partir da forma triangular

presente nos quadros da bicicleta. Esse modelo possui dois encaixes que se prendem ao quadro da bicicleta para garantir que o produto fique seguro e não balance quando a bicicleta estiver em movimento. Para mostrar que a carga está completa, o produto possui uma luz que fica vermelha quando a bateria está sem energia, amarela quando está sendo carregada e verde quando estiver pronta para carregar um dispositivo móvel com entradas USB.


96 Figura 66 – Alternativa 3 (triângulo e círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 3 A alternativa 3 é composta de duas formas unidas: a primeira é a forma

triangular do quadro da bicicleta, e a segunda é o círculo das rodas da bicicleta. Esse modelo, além de fundir duas formas geométricas, também apresenta uma proteção para a entrada USB. Esse produto possui luzes que indicam o nível de carga da bateria interna: quanto mais luzes estiverem verdes, mais carga estará disponível para os aparelhos móveis. As luzes giram e piscam enquanto estão carregando e, quando há carga máxima, ficam verdes por completo, assim que a “janela” de proteção estiver aberta.


97 Figura 67 – Alternativa 4 (barra e círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 4 A quarta alternativa é inspirada no formato das barras que compõem o

quadro da bicicleta e do círculo das rodas. Esse modelo possui uma empunhadura com borrachas para maior conforto na hora do manuseio e uma proteção para a entrada USB, que só abre com um lacre de segurança. Também possui o sistema de luzes que indicam o nível de carga.


98 Figura 68 – Alternativa 5 (círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 5 A quinta alternativa inspira-se na forma circular das rodas; seu design

lembra um disco e possui uma proteção transparente, que permite ver o indicador de carga. O indicador de carga desse modelo é composto de um círculo luminoso que muda de cor em dégradé: passa de verde vivo, quando a carga está cheia, para amarelo e para um vermelho vivo, quando estiver sem energia. A proteção é transparente e côncava, com um botão no centro que serve como trava para a proteção, que se abre em duas partes.


99 Figura 69 – Alternativa 6 (círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 6 Essa alternativa usa uma forma circular simples, com dois botões que

servem para travar e destravar o produto da bicicleta; também tem uma proteção transparente de plástico verde e uma entrada USB. Esse modelo foi pensado para ser o mais minimalista possível.


100 Figura 70 – Alternativa 7 (círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 7 A alternativa 7 utiliza uma forma oval. É simples, possui uma proteção

transparente, uma entrada USB e forma compacta.


101 Figura 71 – Alternativa 8 (círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 8 A alternativa 8 é um simples disco com um minicabo USB que sai pela

lateral. Possui cinco luzes para indicar o nível de energia: duas verdes, uma amarela e duas vermelhas.


102 Figura 72 – Alternativa 9 (triângulo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 9 A nona alternativa usa a forma triangular e os ângulos do quadro

traseiro; possui um mostrador digital em formato de bateria que indica o nível de carga do aparelho e uma proteção transparente para proteger o mostrador e a entrada USB.


103 Figura 73 – Alternativa 10 (círculo)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 10

A décima alternativa segue uma forma oval, mas diferente da sétima alternativa (Figura 70), pois sua forma lembra um pouco uma gota de água. Tem uma entrada USB, uma proteção transparente e uma luz que acende quando o dispositivo estiver pronto para ser usado.


104 Figura 74 – Alternativa 11 (pássaro)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 11 A décima primeira alternativa é inspirada em um pássaro, com linhas

suaves e arredondadas: um conjunto perfeito entre formas orgânicas e geométricas (esferas).


105 Figura 75 – Alternativa 12 (lula transparente e luminosa)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 12 Essa alternativa é inspirada em uma lula. O modelo é transparente,

deixando visíveis todas as suas peças internas; também possui um conjunto de luzes que mudam de cor, de verde a amarelo e a vermelho, para indicar o nível de carga. Durante a carga (enquanto o aparelho está ligado na bicicleta em movimento), as luzes também piscam em padrões que ajudam a deixar o ciclista mais visível. Seu formato é similar a um míssil, misturando formas orgânicas e cilíndricas.


106 Figura 76 – Alternativa 13 (lula transparente e luminosa)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 13 A alternativa 13 também se inspira na lula e tem as mesmas funções da

décima segunda alternativa, mas com um formato mais triangular.


107 Figura 77 – Alternativa 14 (besouro luminoso)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 14 Essa alternativa é inspirada em um besouro que possui uma

biolumenescência natural e combina formas orgânicas e esféricas. Sua proteção para a entrada USB se abre como as assas do besouro, e o modelo usa sete luzes, que indicam o nível de carga da bateria interna: quanto mais luzes estiverem verdes, mais carga está disponível para os aparelhos móveis. As luzes giram e piscam enquanto a bateria está carregando; quando ela está com carga máxima, ficam verdes por completo, assim que as “asas” de proteção estiverem abertas.


108 Figura 78 – Alternativa 15 (flor)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 15 A décima quinta alternativa é inspirada em uma flor chamada copo de

leite. O aparelho se abre partindo-se ao meio, e quando fechado protege a entrada USB.


109 Figura 79 – Alternativa 16 (folha)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 16 A alternativa 16 é inspirada em uma folha com pontas finas. Esse

modelo possui um indicador de carga luminoso em forma circular que muda de cor em dégradé: passa de verde vivo, quando a carga está cheia, para amarelo e para um vermelho vivo, quando estiver sem energia.


110 Figura 80 – Alternativa 17 (folha)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 17 A décima sétima alternativa foi desenvolvida com inspiração em uma

folha mais robusta. Possui um “desenho” de folha transpassando o seu corpo e uma proteção para a entrada USB. Também possui um mostrador digital em formato de bateria que indica o nível de carga do aparelho.


111 Figura 81 – Alternativa 18 (folha)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 18 Ainda no caminho das linhas das folhas, a alternativa 18 tem um

desenho parecido com a ponta de uma lança. Sua entrada USB se encontra na parte mais arredondada e é protegida por uma película transparente. Na parte arredondada, também existem luzes que servem como mostrador de energia e giram e piscam enquanto estão carregando; quando há carga máxima, ficam verdes por completo, assim que as “asas” de proteção estiverem abertas.


112 Figura 82 – Alternativa 19 (pássaro)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 19 A alternativa dezenove segue o padrão de um papagaio do mar: a

inspiração para suas formas veio do peito e da cabeça do animal. Na parte mais arredondada, o produto possui uma luz que pisca enquanto a bicicleta estiver em movimento e serve para ajudar na segurança do ciclista durante o trajeto pela cidade. Um compartimento protegido por uma tampa guarda a entrada USB e três luzes que mostram o nível de energia: a verde significa energia cheia, a amarela que a carga não está completa e a vermelha indica que é preciso conectar a bateria na bicicleta.


113 Figura 83 – Alternativa 20 (água-viva)

Fonte: Banco de dados pessoal

Alternativa 20 A última alternativa proposta foi inspirada em uma água-viva. Esse

modelo é transparente, deixando à mostra todas as suas peças internas; também possui um conjunto de luzes que mudam de cor, de verde a amarelo e a vermelho, para indicar o nível de carga. Durante a carga (quando o aparelho está ligado na bicicleta em movimento), as luzes também piscam em padrões que ajudam a deixar o ciclista mais visível. Seu formato circular lembra um disco.

5.2 ESTUDO DAS ALTERNATIVAS

Este estudo é importante para se descobrir a aderência ao conceito. Para isso, serão analisados os seguintes requisitos: - Formas orgânicas (formas, curvas e traços presentes na natureza); - Linhas suaves (para passar uma ideia amigável, as linhas não devem mostrar agressividade);


114 - Harmonia com a bicicleta (o produto não pode prejudicar o design original da bicicleta, mas não é necessário passar despercebido); - Fácil manuseio (tanto o primeiro encaixe na bicicleta quanto a utilização do produto para carregar os aparelhos móveis devem ser de fácil manuseio); - Mobilidade (o produto deve ser pequeno o suficiente para ser levado com o ciclista para qualquer lugar); - Comunicação (o usuário deve saber o quanto de energia o aparelho tem disponível). Esses critérios são pontuados para auxiliar na escolha entre as alternativas. Os pontos variam de -2 a 2: quanto menor for o número, menos o modelo atende o requisito; quanto maior for o número, melhor atende o requisito. As somas dos valores ajudarão na escolha do produto final ou até mesmo na união de um ou mais produtos diferentes para atender todos os requisitos do conceito do produto.


115 Figura 84 – Estudo das alternativas 1

Fonte: Banco de dados pessoal


116 Figura 85 – Estudo das alternativas 2

Fonte: Banco de dados pessoal


117 Figura 86 – Estudo das alternativas 3

Fonte: Banco de dados pessoal


118 Figura 87 – Estudo das alternativas 4

Fonte: Banco de dados pessoal

Depois de terem sido feito os cĂĄlculos de todas as alternativas, foram selecionados oito designs com as maiores notas. A maior nota foi para a


119 alternativa 5 (Figura 68), que obteve nota final 9; três dos seus requisitos obtiveram pontuação máxima. A alternativa 10 (Figura 73) também teve nota final nove e quatro notas máximas; a alternativa 11 (Figura 74) recebeu nota final oito, porém teve quase todos os critérios atendidos; perdeu apenas no fator comunicação; o décimo segundo design (Figura 75) teve nota final nove e três notas máximas, e seu principal defeito foi ter um design mais agressivo do que os outros; o décimo quarto design (Figura 77) teve nota final nove e quatro notas máximas; o décimo sexto design (Figura 79) teve nota final nove e três notas máximas; o décimo oitavo (Figura 81) também teve nota final nove e três pontuações máximas; a alternativa 19 (Figura 82) teve nota final nove com três notas máximas. 1. Alternativa 5: 1+2+1+1+2+2= 9 2. Alternativa 10: 0+2+2+2+2+1= 9 3. Alternativa 11: 2+2+2+2+2-2= 8 4. Alternativa 12: 2+1+2+2+1+1=9 5. Alternativa 14: 2+2+0+1+2+2=9 6. Alternativa 16: 2+1+1+1+2+2=9 7. Alternativa 18: 2+1+2+1+1+2=9 8. Alternativa 19: 1+2+2+1+2+1=9 Depois de analisar todos os resultados, constatou-se que, apesar de não ter a maior nota, a alternativa 11 só precisaria atender ao requisito comunicação para ser o produto ideal. Para resolver isso, criou-se uma fusão da alternativa 12 com o método de informação usado nas alternativas 3, 4 e 14. O resultado dessa união foi o produto final.


120 Figura 88 – União para formar o produto final

Fonte: Banco de dados pessoal

Todas as funções do conceito são atendidas por esse produto, que possui um visual tecnológico, porém com formas e linhas suaves, e pode ser facilmente vendido em qualquer loja de esportes; sua forma não influencia negativamente a estética da bicicleta. Figura 89 – Produto na bicicleta

Fonte: Banco de dados pessoal


121 Figura 90 – Produto na bicicleta vista 2 (polia ligada á roda)

Fonte: Banco de dados pessoal

O produto foi desenvolvido para resistir ao uso intenso e ao ambiente externo que, pela natureza de suas tarefas, sofre com o clima e o atrito. O material usado na confecção da parte externa do produto será o plástico PVC, que é muito usado em tecnologias automotivas. O plástico, apesar de ser considerado por muitas pessoas danoso para o meio ambiente, por demorar em se decompor, é um material resistente, flexível, fácil de ser modelado, além de ser durável e resistente; e já que o produto foi desenvolvido para ser durável, ele não é feito para ser jogado fora; porém, caso seja necessário um descarte, decorrente de defeito de fábrica ou de danos durante a utilização, o produto pode ser devolvido ao fabricante, onde esse plástico tem a possibilidade de ser reciclado para poder voltar à circulação como um novo produto.


122 Figura 89 – Ciclo de vida do produto

Fonte: Elaboração do autor (2015)

Infelizmente, a extração do petróleo para a fabricação de plástico é prejudicial ao meio ambiente, porém o PVC é o único material plástico que não é 100% originário do petróleo, o que reduz o efeito negativo ao meio ambiente na etapa de produção do produto; além disso, o plástico PVC é um material reciclável que reduz a necessidade da extração de mais petróleo da natureza. O PVC contém, em peso, 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio – sal de cozinha –, que é uma matéria-prima renovável) e 43% de eteno (derivado do petróleo)17. A bateria de lítio é recarregável e tem uma vida útil longa; não possui um numero máximo de recargas e, caso necessite ser descartada, isso pode ser feito em qualquer loja que venda baterias, porém é aconselhado que retorne ao fabricante, que, dependendo do motivo do descarte, pode reciclar a bateria ou, no mínimo, sua carcaça de plástico PVC. As cores escolhidas para o produto são vivas e representam vitalidade, ecologia e energia; duas são cores primárias e uma secundária. O vermelho é 17

Disponível em: <www.institutodopvc.org/publico/?a=conteudo&canal_id=39&subcanal_ id=40> acesso em 17 de nov. de 2014.


123 uma cor de ação muito usada em equipamentos esportivos; é uma cor vibrante, que representa vitalidade, excitação, desejo e juventude. A cor verde é a cor da natureza e uma cor pacífica, que representa saúde e crescimento. O amarelo é uma cor energética e muito otimista, que representa clareza. Figura 90 – Escolha de cores

Fonte: Elaboração do autor (2015)

As cores escolhidas servirão como possibilidade de variação no design; o produto terá três modelos diferentes, com as cores verde, vermelha ou amarela.

5.3 ALTERNATIVA ESCOLHIDA

O carregador para ciclistas funciona da seguinte maneira: depois que o usuário

conectou

adequadamente

o

carregador

de

acordo

com

as

especificações, pode fazer seu percurso diário normalmente; assim que chegar ao fim de seu trajeto, o ciclista deverá apertar um pequeno encaixe perto do suporte que liga o produto à bicicleta. É possível remover um pequeno e leve dispositivo, que pode ser transportado no bolso do usuário, e que serve como uma bateria reserva para seus parelhos móveis, ou seja: caso o usuário esteja


124 usando um celular, tablet, smartphone ou até mesmo um laptop que esteja com a bateria fraca fazendo assim que tenha uma carga a mais, é possível conectar esse pequeno dispositivo ao aparelho para que este receba ou uma recarga total ou um suporte para ter um pouco mais de tempo de uso (dependendo do consumo energético do aparelho). O produto tem uma entrada USB, que pode ser conectada diretamente no dispositivo móvel ou por meio de um adaptador. Figura 91 – Produto final

Fonte: Banco de dados pessoal


125 Figura 92 – Encaixe USB

Fonte: Banco de dados pessoal


126 Figura 93 – Encaixe

Fonte: Banco de dados pessoal

O suporte não necessita de instalação especial: o usuário precisa apenas de uma chave Phillips para apertar um parafuso e uma porca de 5 mm; depois de encaixado na bicicleta, não é mais necessário mexer no encaixe do produto.


127 Figura 94 – Partes externas

Fonte: Banco de dados pessoal

Para fazer a primeira instalação, o usuário precisa encaixar o fixador “C” no quadro da bicicleta perto da roda traseira, de preferência. O plástico do encaixe é feito de PVC flexível, o que o permite ser aberto e posicionado na barra do quadro da bicicleta; além disso, possui uma borracha (peça “D”), que ajuda o produto ficar mais firme e não escorregar. Depois de posicionar o produto perto da roda, e só apertar o parafuso na entrada “E” até ficar bem justo. Para remover apenas o carregador do encaixe, o usuário precisa puxar a trava “B” para longe do corpo do carregador e depois puxar o carregador para baixo. O nível de energia é mostrado por pequenas lâmpadas de LED (peça “A”), que consomem pouca energia para ficarem acesas e podem ser pequenas o suficiente para esse produto. Enquanto a bateria estiver sendo carregada na bicicleta, as luzes giram e piscam, à medida que o ciclista pedala. Quando a carga estiver cheia e o usuário não estiver pedalando para encher a carga, as luzes estarão fazendo uma volta completa; quanto menos luzes estiverem acesas, menos energia a bateria possui.


128

Figura 95 – Encaixe é remoção do suporte na bicicleta

Fonte: Banco de dados pessoal


129

Figura 96 – Encaixe é remoção do carregador

Fonte: Banco de dados pessoal

O encaixe e feito por baixo pois assim a “alavanca” que é usada para encaixar e desencaixar o carregador fica voltada par cima assim facilitando o acesso do ciclista. A alavanca e de fácil acesso e manuseio, porem é bem firme e resistente.


130 Figura 97 – Entrada USB

Fonte: Banco de dados pessoal

A saída USB fica na parte mais estreita do produto, possui uma tampa protetora revestida com borracha resistente a água que veda a saída USB e é presa ao produto por uma corda de náilon à prova de água.


131 Figura 98 – Vista explodida

Fonte: Banco de dados pessoal

A parte interna do produto é composta de um dínamo uma bateria de lítio, um conector da bateria ate a saída USB, um eje (peça que gira o dínamo) acima do dínamo, que liga o dínamo até uma pequena roda serrilhado que gira em contato com a roda da bicicleta assim carregando a bateria interna do produto. O produto é isolado para ser resistente à água e não pode ser aberto pelo usuário; nenhuma parte essencial fica exposta. Figura 99 – Corte lateral

Fonte: Banco de dados pessoal


132

O produto tem 5 mm de plĂĄstico PVC revestindo as partes internas. Suas cores se alternam apenas na parte superior; a parte inferior ĂŠ sempre branca.

Figura 100 – Cores

Fonte: Banco de dados pessoal


133

6 Desenho Técnico O desenho técnico tem por finalidade a representação do produto o mais próximo possível da realidade, em formas e dimensões. Assim, é possível que qualquer um com o projeto em mãos possa reproduzir com fidelidade o produto.

Figura 101 – Desenho Técnico 1

Fonte: Banco de dados pessoal


134 Figura 102 – Desenho Técnico: corte lateral

Fonte: Banco de dados pessoal Figura 103 – Bateria

Fonte: Banco de dados pessoal


135 Figura 104 – Gancho

Fonte: Banco de dados pessoal


136 Figura 105 – Suporte para bicicleta 1

Fonte: Banco de dados pessoal


137 Figura 106 – Suporte para bicicleta 2

Fonte: Banco de dados pessoal


138 Figura 107 – Borracha interna para suporte da bicicleta 1

Fonte: Banco de dados pessoal


139 Figura 108 – Bobina dínamo

Fonte: Banco de dados pessoal


140

7 Considerações finais Durante o desenvolvimento do trabalho foi assumido o desafio de buscar uma maneira de oferecer uma alternativa ecológica e sustentável que possa facilitar o abastecimento de aparelhos eletrônicos portáteis (aparelhos com tecnologia ubíqua) para ciclistas brasileiros. Porem o objetivo deste projeto não era criar uma nova fonte de energia, mais sim usar fonte de energia renovável que já existia é criar um design que a faça ser mais acessível e atraente ao publico. O “carregador de aparelhos moveis para ciclistas” foi desenvolvido com o foco no público-alvo que são os ciclistas brasileiros, tomando todas as medidas necessárias para atender aos requisitos definidos ao longo do projeto. Seguindo todas as etapas de desenvolvimentos e realizando diversas pesquisas para conhecer ao público e definir todas as etapas do desenvolvimento do produto. Depois de toda a pesquisa, a proposta foi o desenvolvimento de um aparelho pequeno com formas orgânicas de 111mm de profundidade, 50mm de largura e 80mm de altura que é energizado por energia cinética do movimento das rodas da bicicleta sendo assim um produto ecológico sua produção foi pensada para ser um produto sustentável, tudo isso pensando na ergonomia e no público-alvo que andam de bicicleta. O desenvolvimento deste projeto permitiu a aplicação da teoria estudada na Universidade em prática, sendo possível a continuação desse projeto e o aperfeiçoando para que seja levado para o mercado, tendo em vista que os ciclistas das grandes cidades têm uma vida agitada e muito rápida, e não podem ficar sem seus aparelhos moveis, como o celular, em casos de emergência. O projeto também despertou maior interesse em desenvolver novos projetos. Este projeto poderá ainda abranger-se para outros tipos de públicos, pois incentiva a utilização de energias renováveis, um pensamento “verde”, uma vida mais saudável e econômica financeiramente, assim atraindo pessoas


141 que não costumam andar de bicicleta a começar a usar esse ecológico meio de transporte pelos benefícios a mais que o “carregador de aparelhos moveis para ciclistas” traz.


142

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150 WEISZFLOG, Walter. Michaelis: Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2004.


151

Apêndice Figura 109 – Primeiro teste de mockup (isopor)

Fonte: Banco de dados pessoal

O primeiro mockup foi feito com isopor e massa acrílica. Esses materiais foram escolhidos por serem baratos e fáceis de se achar. Sua importância foi determinar o tamanho final do produto em escala 1:1, porem são difíceis de dar um bom acabamento final.


152

Figura 110 – Carregador portátil para celulares (desmontados)

Fonte: Banco de dados pessoal

Um carregador portátil usado no trabalho. Esse produto foi desmontado para servir de comparação entre o tamanho de um carregador comum, usado apenas para carregar celulares, e o “Carregador de aparelhos móveis para ciclistas”.

Figura 111 – Comparação de tamanho do Mockuo com o carregador desmontado

Fonte: Banco de dados pessoal


153 Figura 112 – Montagem do mockup final 1

Fonte: Banco de dados pessoal


154 Figura 113 – Montagem do mockup final 2

Fonte: Banco de dados pessoal

Nas figuras 107 e 108, ĂŠ possĂ­vel ver a modelagem do mockup final feito de PU.


155 Figura 114 – Comparação entre o modelo 3D e o mockup

Fonte: Banco de dados pessoal


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