25/01/14
Jornal O Mossoroense
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Mossoró-R N, dom ingo 30 de m arço de 2008
Civone Medeiros Civone Medeiros é natalense, nascida na Maternidade Januário Cicco, em 1972. Civone é artista performer, produtora cultural e poeta. Sua influência é diretamente atribuída a baluartes da poesia natalense e prefere fazer performances, onde demonstra mais liberdade de expressão poética. Em 2000, Civone promoveu um intercâmbio cultural entre Natal e Viena chamado "A Arte na Esquina do Brasil", o qual surgiu a partir de um texto sobre Guaraci Gabriel. De 97 até 99 foi um período de pré-produção e escolha do elenco de artistas natalenses que iriam fazer uma turnê pela Áustria. Atualmente, Civone é produtora cultural em vários eventos e continua fazendo suas performances poéticas. Por ALEXANDRO GURGEL alex-gurgel@oi.com.br O Mossoroense - Quais as principais influências da sua forma de fazer poesia? Civone Medeiros - Minha influência é diretamente atribuída a baluartes da poesia natalense como Falves Silva, Dorian Lima, Venâncio Pinheiro, Plínio Sanderson, Dunga, Bianor Paulino e tanto outros que faziam a cultura acontecer desde os anos setenta. OM - Em 2000, você promoveu um intercâmbio cultural entre Natal e Viena chamado "A Arte na Esquina do Brasil". Como foi esse intercâmbio cultural? CM - A idéia surgiu a partir de um texto sobre Guaraci Gabriel. Durante 97 até 99 foi um período de pré-produção e escolha do elenco de artistas natalenses que iriam fazer uma turnê pela Áustria. Meu maior orgulho foi poder levar artistas como Cleudo Freire, Embola Funk, Otávio Augusto, Guaraci Gabriel, Lenilton Lima, Afonso Martins, Ceiça de Lima, Rosa Marciel, Isaías Ribeiro e tantas outras pessoas para Viena. Consegui tudo isso sem uma prata no bolso. Felizmente, conseguimos obter um sucesso enorme e as portas estão abertas até hoje. OM - Uma das suas mais importantes instalações é "Sacra Vulva", a qual você faz parte de um estudo que envolve arqueologia, antropologia e mitologia. Como surgiu a idéia para fazer essa performance? CM - A inspiração veio do encontro com uma imagem feminina antiga, datada de 35 mil anos, uma escultura da "Vênus de Willendorf", encontrada a 20 km de Viena. Nas minhas pesquisas pela Grécia, eu também encontrei uma deusa grega chamada "Baubô", cuja sensualidade é muito cultuada. Ela é cheia de ironias, exibe sua vagina para lembrar o culto de fertilização que existia. Depois, procurei em outras literaturas e descobri que na Índia, entre os esquimós, na África e em várias culturas do mundo inteiro existe uma relação sagrada com a vulva. Foi minha forma de homenagear as mulheres, uma maneira de homenagear a vida, porque todo mundo nasceu de uma vulva.
www2.uol.com.br/omossoroense/300308/conteudo/entrevista.htm
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