O Coronel de Amendoeira

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98 “Como era o nome do seu pai?”,

boteco.

indagou o dono do

“Gercino.”

O nome era familiar a Assuero, mas não lembrou onde o tinha ouvido. O ambiente era de camaradagem, e logo o estranho estava à vontade no grupo. Assuero perguntou-lhe quais as mercadorias que estava vendendo. “Várias”, respondeu o estranho. “Inclusive este revólver, se vocês se interessarem.”

E puxou, debaixo do paletó surrado que usava, um revólver niquelado, de cabo de madeira. Acrescentou: “Calibre 38.”

O susto foi geral, mas os olhos límpidos e a cara de menino do jovem tranquilizaram os medrosos. Alguém perguntou se o revólver era de verdade. Todos riram com a pergunta. O jovem, imperturbável, respondeu que sim, e indagou se eles gostariam de ver uma demonstração no quintal atrás do boteco. Foram todos para lá. Um dos presentes pegou uma lata, colocou-a em cima de um pedaço de tronco de árvore e incitou o jovem: “Vamos ver. Atire!”

Assuero estava ao lado do atirador. Avaliou o tamanho da lata, a distância em que se encontravam do alvo, e pensou que seria difícil atingi-la. Só se o revólver fosse mesmo bom e o atirador excelente.


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