Manual Ciências Ambientais Espetaculares - Bloco I

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Ciências Ambientais Espetaculares Verão em Projeto – BLOCO I Prof. Dr. Joaquim C. G. Esteves da Silva Dr.ª Sónia de Jesus Rocha Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Julho, 2018


Ciências Ambientais Espetaculares

2018

Índice

Produção de bioetanol -------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Produção de biodiesel -------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Produção de um bioplástico ------------------------------------------------------------------------------------------------

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Produção de sabão -----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Densidade da água e dos produtos derivados de petróleo --------------------------------------------------------

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Produção de bioetanol … a partir de uma solução aquosa de glicose Notas introdutórias O carvão, o petróleo e o gás natural são denominados por combustíveis fósseis e são considerados fontes de energia não renováveis. Os combustíveis fósseis são constituídos fundamentalmente por carbono e a sua combustão interfere com o ciclo do carbono, contribuindo para a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. As alternativas aos combustíveis ou os combustíveis alternativos são as soluções encontradas para resolver um problema ambiental inerente ao uso desenfreado de combustíveis fósseis e à eminente crise energética. Uma das estratégias energéticas implementada a nível mundial tem sido a produção de biocombustíveis, nomeadamente biodiesel e bioetanol. O biodiesel tem sido produzido para substituir parcial ou totalmente o gasóleo, enquanto o bioetanol pretende substituir parcial ou totalmente a gasolina. Os biocombustíveis são soluções muito restritas por continuarem a investir no ciclo do carbono. Ao investir no ciclo do carbono permanece o problema do envio de dióxido de carbono para atmosfera durante a combustão dos combustíveis. Em termos idealistas, a estratégia deverá passar pela maior eficiência no uso, pela necessidade de economizar a energia e por minimizar as implicações ambientais da sua utilização. A produção de bioetanol pode ser feita usando várias técnicas e matérias-primas. São exemplos de matérias-primas: cana-de-açúcar, cereais (milho, trigo), erva, amido, celulose e frutas. A nível laboratorial, a produção de bioetanol compreende as seguintes etapas: (1) uso de glicose ou a obtenção de glicose a partir de outros glícidos; (2) fermentação alcoólica; (3) destilação. Os glúcidos ou glícidos (vulgarmente designados por hidratos de carbono ou açúcares) são compostos orgânicos.

Os

glúcidos

podem

ser

classificados

em:

monossacarídeos,

oligossacarídeos

polissacarídeos. A tabela 1 mostra exemplos de monossacarídeos. Tabela 1 – Exemplos de monossacarídeos.

Glicose

Frutose ou Levulose

Galactose

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e


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A tabela 2 mostra exemplos de oligossacarídeos. Tabela 2 – Exemplos de oligossacarídeos.

Sacarose

Maltose

Lactose

Os polissacarídeos podem desempenhar funções de reserva ou estrutural. Os polissacarídeos de reserva são o amido (figura 1) e o glicogénio. Os polissacarídeos estruturais são a celulose e a quitina. Os polissacarídeos são constituídos por numerosas unidades de monossacarídeos.

Figura 1 – Amido.

Os glícidos que reduzem o reagente de Fehling (Licor de Fehling) são conhecidos por açúcares redutores. Todos os monossacarídeos são açúcares redutores. Os oligossacarídeos exemplificados na tabela também são açúcares redutores, à exceção da sacarose, sendo designado por açúcar não-redutor. O bioetanol produz-se a partir do monossacarídeo – glicose, C6H12O6, na presença de uma suspensão de leveduras (leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae). Se não houver inicialmente glicose, mas um oligassacarídeo ou um polissacarídeo, deve-se proceder à hidrólise destes para obter glicose. Para confirmar se durante a hidrólise de facto se formou glicose, deve-se retirar uma pequena amostra e proceder ao teste com o Licor de Fehling. O aparecimento de um precipitado de óxido de cobre(I) (Cu2O) de cor tijolo geralmente permite comprovar a hidrólise e a formação de glicose. Após a confirmação de que de facto se formou glicose é que se procede à fermentação alcoólica. Obviamente que o processo é facilitado se for usada a glicose como matéria-prima. Durante a fermentação alcoólica ocorre a seguinte reação química, descrita através da equação de palavras 1 e respetiva equação química 1: glicose(aq)  etanol(aq) + dióxido de carbono(g) C6H12O6(aq)  2C2H5OH(aq) + 2CO2(g)

(Equação de palavras 1) (Equação química 1)

A fermentação alcoólica deve ocorrer em meio anaeróbio, ou seja, na ausência de oxigénio. Durante a fermentação alcoólica surgem bolhas gasosas à superfície, evidência da formação de um gás durante a reação química. Pode-se comprovar que o gás formado é o dióxido de carbono recorrendo à água de cal. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

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O dióxido de carbono formado durante a fermentação alcoólica vai turvar a água de cal (evidência da presença de dióxido de carbono). A água de cal em contacto com o dióxido de carbono forma um depósito de cor esbranquiçado de carbonato de cálcio, de acordo com a equação de palavras 2 e respetiva equação química 2:

hidróxido de cálcio(aq) + dióxido de carbono(aq) ⇄ carbonato de cálcio(s) + água(ℓ)

Ca(HO)2(aq) + CO2(aq) ⇄ CaCO3(s) + H2O(ℓ)

(Equação de palavras 2) (Equação química 2)

Após a fermentação alcoólica procede-se à destilação para a recolha do destilado (álcool etílico ou etanol).

Material 

Suporte universal

Noz

Garra

Matráz com tubuladura lateral

Rolha

Frasco de plástico

Frasco de vidro com rolha

Mangueira

Balão redondo de fundo redondo

Proveta de 100 mL

Pipeta conta-gotas

Vareta de vidro

Gobelé

Matráz

Espátula

Banho termostático

Proveta de 50 mL

Evaporador rotativo

Reagentes 

Fermento de padeiro

Água desionizada (ℓ)

Solução aquosa de glicose a 30%

Solução de água de cal, Ca(HO)2(aq)

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Parte A – Fermentação alcoólica 

Preparação de levedura a partir do fermento de padeiro

Esquema de montagem:

Figura 2 – Suspensão de leveduras no banho termostático.

Procedimento experimental: 1. Preparar uma suspensão de leveduras (leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae) a partir do fermento de padeiro a 10%. 2. Colocar o recipiente contendo a suspensão de leveduras no banho termostático (figura 2), a uma temperatura de 30ºC, no mínimo durante 2 horas.

Fermentação alcoólica

Esquema de montagem:

Figura 3 – Turvação da água de cal.

Procedimento experimental: 1. Colocar cerca de 100 mL de solução aquosa de glicose a 30% num matráz com tubuladura lateral. 2. Adicionar cerca de 50 mL de suspensão de leveduras à solução aquosa de glicose. 3. Rolhar o frasco e dirigir a mangueira para o tubo de vidro que contém água de cal (figura 3). 4. Observar a turvação da água de cal, enquanto ocorre a fermentação alcoólica.

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SUGESTÃO Substituir a glicose por sumo de maçã ou sumo de uva. Fazer a fermentação alcoólica do sumo de maçã ou de uva diretamente com fermento de padeiro seco. Misturar 70 mL do sumo e 1 g de fermento de padeiro seco num frasco. A mistura é agitada para dissolver o fermento de padeiro. Deixar fermentar durante aproximadamente uma semana. Posteriormente, proceder à destilação.

Parte B – Destilação do etanol no evaporador rotativo Esquema de montagem:

Figura 4 – Evaporador rotativo.

Procedimento experimental: 1. Transferir a mistura fermentada para o balão de fundo redondo do evaporador rotativo. 2. Colocar o balão de fundo redondo no local apropriado e verificar se está preso. 3. Ligar a torre de arrefecimento do condensador, verificando se a temperatura da água está em 5,5 ºC. 4. Ligar a bomba de vácuo, verificando que a torneira da coluna de arrefecimento está fechada. 5. Ligar e ajustar a temperatura do banho de aquecimento do balão a 60 ºC. 6. Ligar o elevador, descer o balão, de modo a que fique mergulhado na água do banho, e fixar uma rotação moderada. 7. Observar a destilação do etanol e, após cerca de 30 minutos, recolhê-lo para o frasco apropriado. 8. Retirar com cuidado o balão de fundo redondo com o resto do fermentado com a ajuda do parafuso e transferir o resíduo para o recipiente apropriado.

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Produção de biodiesel … a partir de óleo alimentar usado

Notas introdutórias 

O indicador ácido-base: solução alcoólica de fenolftaleína permite identificar as soluções básicas ou alcalinas através do aparecimento da cor carmim, após a adição de algumas gotas do indicador a uma solução.

O indicador universal em papel permite determinar o valor de pH de uma solução.

A produção de biodiesel ocorre através de uma reação de transesterificação (figura 1). O

O

CH2 O C R1

CH3 O C R1

O

O

Catalisador CH O C R2

+

3 CH3OH

O

CH2 OH

CH3 O C R2

+

CH OH

O CH2 O C R3 Triacilglicerol

CH3 O C R3

CH2 OH

Biodiesel

Glicerol

Álcool (Metanol)

Figura 1 – Reação entre o óleo alimentar e o metanol, na presença de um catalisador (hidróxido de sódio).

Material 

Anel adaptado a um funil

Condensador

Balança

Espátula

Balão de fundo redondo de 250 mL

Funil de Bückner

Barra magnética

Funil de decantação de 250 mL

Bomba de vácuo

Garra

Bureta de 25 mL

Noz

Cabeça de destilação

Gobelé

Matráz

Mangueira

Matráz de 250 mL com tubuladura lateral

Manta de aquecimento

Papel de filtro

Matráz de 250 mL

Pipeta conta-gotas

Proveta de 50 mL

Pipeta graduada de 1 mL

Suporte universal

Pipeta graduada de 10 mL

Termómetro

Placa de aquecimento com agitação magnética

Vareta de vidro

Placa com agitação magnética

Frasco

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Reagentes 

Hidróxido de sódio (NaHO) sólido

Regularizadores de ebulição

Metanol (CH3OH)

Óleo alimentar usado (OAU)

Procedimento experimental A – Filtração do óleo alimentar usado (OAU).

Figura 2 – Filtração por vácuo.

1. Medir 200 mL de óleo alimentar usado, com uma proveta. 2. Fazer a montagem de uma filtração por vácuo (figura 2). 3. Filtrar, por vácuo, o OAU. Notas: (1) Pode substituir a filtração por vácuo pela filtração por gravidade. (2) Se a filtração por vácuo for efetuada com trompa de água, não esqueça de fechar a água antes de aliviar a pressão no matráz com tubuladura lateral. B – Evaporação da água contida no OAU.

Figura 3 – Aquecimento do óleo alimentar usado.

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1. Transferir o OAU filtrado no interior de um gobelé. 2. Colocar uma barra magnética no interior do gobelé. 3. Aquecer o OAU, numa placa de aquecimento, até cerca de 100ºC durante 5 minutos (figura 3). 4. Deixar arrefecer o OAU antes de o misturar com uma solução de metanol. Notas:

(1) Deve recolher a barra magnética no final da experiência. (2) Deve ter em consideração a escala de temperatura do termómetro. C – Preparação da solução de ácido sulfúrico em metanol.

No caso de OAU o teor de ácidos gordos livres pode ser elevado pelo que deve fazer a sua conversão em ésteres metílicos recorrendo a uma reação de esterificação (catálise ácida). Esta operação tem que ser efetuada dentro da hotte.

1. Medir, numa balança, 100 g de metanol. 2. Medir com uma balança (usando uma pipeta graduada com muito cuidado e dentro da hotte) 3 gramas de ácido sulfúrico concentrado para dentro (adição lenta) do gobelé contendo o metanol.

D – Reação de esterificação.

Figura 4 – Montagem de um refluxo.

1. Medir numa balança 100 g de OAU. 2. Colocar o OAU no interior de um balão de fundo redondo de 250 mL. 3. Adicionar a solução de ácido sulfúrico em metanol ao OAU, que se encontra no balão de fundo redondo. 4. Adicionar 5 a 6 esferas de vidro (regularizadores de ebulição) ao balão de fundo redondo. 5. Fazer a montagem de um refluxo (figura 4). Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

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6. Aquecer a mistura a 65ºC durante aproximadamente uma hora (refluxo com cerca de uma gota por segundo). 7. Transferir o conteúdo do balão para um funil de decantação. Ter o cuidado de não transferir os regularizadores de ebulição para o funil de decantação. 8. Deixar repousar, no mínimo, durante 1 hora. 9. Recolher a camada inferior e usa-la para a produção de biodiesel. 10. Recolher num frasco a camada superior (solução de ácido sulfúrico em metanol).

Nota: Deve recolher a barra magnética no final da experiência.

E – Preparação da solução de hidróxido de sódio em metanol.

Figura 5 – Preparação da solução de hidróxido de sódio em metanol.

1. Medir, numa balança, 30 g de metanol. (Este valor corresponde a 30% do volume de OAU.) 2. Medir 1,0 gramas de hidróxido de sódio sólido numa balança. (Este valor corresponde a 1% de OAU). 3. Misturar, num gobelé, o hidróxido de sódio e o metanol na hotte, colocando o gobelé contendo a barra magnética numa placa com agitação magnética (figura 5). F – Reação de transesterificação.

Figura 6 – Montagem de um refluxo.

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1. Medir numa balança 100 g de OAU. 2. Colocar o OAU no interior de um balão de fundo redondo de 250 mL. 3. Adicionar a solução de hidróxido de sódio em metanol ao OAU, que se encontra no balão de fundo redondo. 4. Adicionar 5 a 6 esferas de vidro (regularizadores de ebulição) ao balão de fundo redondo. 5. Fazer a montagem de um refluxo (figura 6). 6. Aquecer a mistura a 65ºC durante aproximadamente uma hora (refluxo com cerca de uma gota por segundo). 7. Transferir o conteúdo do balão para um funil de decantação. Ter o cuidado de não transferir os regularizadores de ebulição para o funil de decantação. 8. Deixar repousar, no mínimo, durante 6 horas (figura 7). 9. Separar a camada inferior da camada superior. 10. Recolher num frasco a camada inferior (glicerol). 11. Deixar no funil de decantação a camada superior (biodiesel).

Figura 7 – Decantação em funil.

Nota: Deve recolher a barra magnética no final da experiência. G – Lavagem do biodiesel. 1. Adicionar 20 mL de água desionizada ao biodiesel. 2. Agitar ligeiramente o funil de decantação. 3. Deixar repousar. 4. Quando observar 2 camadas distintas no conteúdo do funil de decantação, retirar para um recipiente a camada inferior. 5. A porção retirada do funil de decantação, denominada por águas de lavagem, deve ser recolhida imediatamente no frasco rotulado de águas de lavagem. 6. Deixar permanecer no interior do funil de decantação a camada superior. 7. Adicionar 15 mL de solução aquosa de ácido clorídrico a 0,5% (m/m) ao conteúdo do funil de decantação. 8. Agitar ligeiramente o funil de decantação. 9. Deixar repousar. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

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10. Quando observar 2 camadas distintas no conteúdo do funil de decantação, retirar para um recipiente a camada inferior. 11. A porção retirada do funil de decantação, denominada por águas de lavagem, deve ser recolhida imediatamente no frasco rotulado de águas de lavagem (o mesmo do ponto 5). 12. Deixar permanecer no interior do funil de decantação a camada superior. 13. Adicionar novamente 20 mL de água desionizada ao conteúdo do funil de decantação. 14. Agitar ligeiramente o funil de decantação. 15. Deixar em repouso. 16. Quando observar 2 camadas distintas no conteúdo do funil de decantação, retirar para um recipiente a camada inferior. 17. Determinar o valor de pH do conteúdo do recipiente, que contém a camada inferior. a. Se o valor de pH for maior do que 7 (solução básica ou alcalina, a 25ªC), deve adicionar 15 mL de solução aquosa de ácido clorídrico ao conteúdo do funil de decantação. i. Agitar ligeiramente. ii. Deixar em repouso. iii. Quando observar 2 camadas distintas no conteúdo do funil de decantação, retirar para um recipiente a camada inferior. iv. Determinar o valor de pH da camada inferior. v. Repetir estes procedimentos até obter o valor de pH igual a 7. b. Se o valor de pH for 7 (solução neutra, a 25ºC) a lavagem do biodiesel termina. c. Se o valor de pH for menor do que 7 (solução ácida, a 25ºC), deve-se adicionar 30 mL de água desionizada ao conteúdo do funil de decantação. i. Agitar ligeiramente. ii. Deixar em repouso. iii. Quando observar 2 camadas distintas no conteúdo do funil de decantação, retirar para um recipiente a camada inferior. iv. Determinar o valor de pH da camada inferior. v. Repetir estes procedimentos até obter o valor de pH igual a 7. 18. Todas as águas de lavagem referentes ao ponto 17 devem ser recolhidas no frasco rotulado de águas de lavagem (o mesmo do ponto 5 e 11).

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H – Secagem do biodiesel.

Figura 8 – Evaporação da água do biodiesel.

1. Transferir o conteúdo do funil de decantação para um gobelé de 250 mL. 2. Colocar no interior do gobelé uma barra magnética. 3. Colocar o gobelé numa placa de aquecimento com agitação magnética. 4. Colocar um termómetro a medir a temperatura do biodiesel durante o aquecimento. 5. Ligar a placa de aquecimento e a agitação magnética (figura 8). 6. Aquecer o biodiesel até à temperatura de 65ºC, durante cerca de 10 a 15 minutos (até o biodiesel ficar transparente e de cor amarela). 7. Deixar arrefecer o biodiesel. 8. Guardar o biodiesel num frasco.

Nota: Deve recolher a barra magnética no final da experiência.

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Produção de um bioplástico … a partir do amido.

Figura 1 – Bioplástico obtido a partir de amido.

Material 

Placa de aquecimento com agitação magnética

Barra magnética

Suporte universal

Garra

Noz

Termómetro digital

Gobelé 500 mL

Vareta de vidro

Gobelé 100 mL

Espátula

Balança

Pipeta conta-gotas

Placas de esferovite

Garrafa de esguicho

Reagentes 

Amido

Farinha de arroz

Glicerina comercial

Glicerina obtida no processo de produção de biodiesel

Água desionizada

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Esquema de montagem

Figura 2 – Aquecimento e agitação da mistura de água desionizada, amido e glicerina.

Procedimento experimental 1. Medir 6,25 g de amido, numa balança. 2. Colocar 125 mL de água desionizada no interior do gobelé de 500 mL. 3. Transferir o amido para o gobelé contendo água desionizada. 4. Com o auxílio de uma pipeta conta-gotas, adicionar 1 mL de glicerina à mistura. 5. Colocar uma barra magnética no interior do gobelé. 6. Colocar o gobelé em cima de uma placa de aquecimento com agitação magnética. 7. Introduzir um termómetro na mistura. 8. Ligar o aquecimento e a agitação magnética. 9. Medir cerca de 30 minutos de cozedura da mistura, a 95ºC, sujeita a uma agitação de 900 rpm. 10. Transferir o bioplástico para a placa de esferovite. 11. Aguardar 1 a 2 dias e observar o bioplástico formado. 12. Repetir os procedimentos anteriores, mas usando 3,125 g de amido e 3,125 g de farinha de arroz, em vez de 6,25 g de amido (50% de amido). 13. Comparar o bioplástico formado em cada uma das situações.

Em alternativa à glicerina comercial, pode ser usada a glicerina extraída do processo de produção de biodiesel. 14. Repetir os procedimentos anteriores usando a glicerina obtida no processo de produção de biodiesel em vez de glicerina comercial. 15. Comparar o bioplástico obtido a partir de amido, amido e farinha de arroz, glicerina comercial e glicerina obtida no processo de produção de biodiesel.

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Produção de sabão … a partir do OAU e/ou glicerina obtida durante a produção de biodiesel.

Figura 1 – Sabão.

Material  Proveta de 100 mL

 Balão de fundo redondo de 100 mL

 Proveta de 50 mL

 Cabeça de destilação

 Placa de aquecimento

 Adaptador de termómetro

 Vareta de vidro

 Condensador

 Forma

 Alonga

 Termómetro

 Frasco

 Suporte universal

 Gobelé de 250 mL

 Garra

 Gobelé de 100 mL

 Noz

Reagentes 

Glicerina (proveniente da atividade experimental – produção de biodiesel)

OAU

Indicador universal em papel

Solução aquosa de hidróxido de sódio 6 mol/dm3

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Procedimento experimental A – Sabão diretamente a partir do OAU

1. Medir 60 mL de óleo usado para um gobelé de 250 mL. 2. Medir 30 mL de solução aquosa de hidróxido de sódio 6 mol/dm3 para o gobelé contendo o óleo usado e aquecer a cerca de 50 ºC (controlar com termómetro). 3. Continuar a aquecer a mistura, agitando constantemente com uma vareta de vidro, até a mistura começar a solidificar. 4. Verter para o interior de uma forma. 5. Deixar ficar na forma até solidificar.

B – Sabão a partir da glicerina 1. Medir 60 mL de óleo usado para um gobelé de 250 mL. 2. Fazer a destilação simples da glicerina recolhendo o metanol (ponto de ebulição = 65 ºC) num frasco para ser reutilizado na produção de biodiesel. 3. Enquanto decorre a destilação medir 30 mL de solução aquosa de hidróxido de sódio 6 mol/dm3 para um gobelé de vidro de 100 mL e aquecer a cerca de 50 ºC. 4. Quando terminar a destilação transferir a glicerina sem metanol ainda quente para um gobelé de 250 mL e adicionar a solução aquosa de hidróxido de sódio quente. 5. Continuar a aquecer a mistura a 45 ± 5ºC, agitando constantemente com uma vareta de vidro. 6. Manter o aquecimento até a mistura começar a solidificar. 7. Verter para o interior de uma forma. 8. Deixar ficar na forma até solidificar.

Nota: Antes de usar este sabão deve-se testar o seu valor de pH.

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Densidade da água e dos produtos derivados de petróleo Poluição da água do mar com produtos derivados de petróleo Notas introdutórias São inúmeros os produtos derivados de petróleo. No final do século XX, era possível encontrar nos postos de combustível uma grande diversidade de produtos derivados de petróleo (figura 1), destinados à iluminação, aquecimento e ao setor do transporte.

Figura 1 – Coloração dos produtos derivados de petróleo. Os frascos estão numerados por ordem crescente, da esquerda para a direita, e o conteúdo de cada um dos frascos é: frasco 1 – gasolina 98; frasco 2 – gasóleo de aquecimento; frasco 3 – petróleo de iluminação; frasco 4 – gasóleo agrícola; frasco 5 – gasolina 95; frasco 6 – gasóleo rodoviário.

Atualmente têm surgido alterações nos combustíveis a usar no setor dos transportes. O petróleo e os produtos derivados de petróleo também contribuem para a poluição da água do mar.

Material    

Tabuleiro de plástico transparente Barreiras de cortiça Proveta Coador

Reagentes    

Azeite Água Serrim Detergente

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Esquema de montagem

Figura 2 – Divisão do tabuleiro em 3 partes.

Figura 3 – Posicionamento da mancha de azeite no tabuleiro.

A

B

C

Figura 4 – Posicionamento da mancha de azeite no tabuleiro.

Procedimento experimental 1. Colocar água num tabuleiro de plástico transparente. 2. Colocar duas barreiras de cortiça de forma a dividir a área do tabuleiro em 3 partes (figura 2). 3. Com uma proveta, medir 5 mL de azeite. 4. Transferir o azeite para a parte central do tabuleiro contendo água (figura 3). 5. Observar o que acontece. 6. Observar qual a substância mais densa e qual a menos densa. 7. Deslocar lentamente as barreiras de cortiça, de modo a reduzir a área contaminada. 8. Observar o que acontece. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

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9. Retirar uma barreira da caixa, de modo a que a mancha de azeite se alastre por uma maior área. 10. Recolocar a barreira de modo a ter duas partes do tabuleiro com água contaminada com azeite (figura 4). 11. Adicionar uma pequena quantidade de serrim a uma das zonas contaminadas – zona A (figura 4). 12. Observar o que acontece. 13. Esperar algum tempo e posteriormente, com o auxílio de um coador, retirar o sólido do interior do tabuleiro e transferir para um recipiente. 14. Observar as alterações na água do tabuleiro. 15. Comparar as 3 zonas do tabuleiro. 16. Adicionar uma pequena quantidade de detergente a uma das zonas contaminadas – zona B (figura 4). 17. Observar o que acontece. 18. Observar as alterações na água do tabuleiro. 19. Comparar as 3 zonas do tabuleiro.

Tópicos de reflexão 

O que acontece quando há derrame de petróleo no mar? Mistura-se, flutua ou afunda?

O que fazer em caso de derrame de petróleo ou de um produto derivado de petróleo no mar?

O azeite flutua na água ou afunda na água? Se fosse petróleo em vez de azeite, o que aconteceria?

Qual o melhor método para remover o azeite da água? Pode-se usar esse método em caso de derrame de petróleo ou de um produto derivado de petróleo no mar?

Se houvesse um derrame de petróleo na água do mar, qual o melhor método para evitar que o petróleo contaminasse a praia?

Qual é a diferença entre adicionar serrim ou detergente à água do mar contaminada com azeite?

Planeia uma estratégia para impedir a deslocação do petróleo ou de um produto derivado de petróleo desde o local do acidente até à costa.

Quais as consequências de um derrame de petróleo?

Já observaste algum derrame de petróleo ou de um produto derivado de petróleo no mar junto à costa?

O que observaste? Alguém atuou para removê-lo? Como o fez?

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