Folga dos Rolamentos A FOLGA é um fator crítico na seleção de rolamentos e tem impacto direto na sua vida útil. A escolha da folga de um rolamento deve ser feita com ponderação, obedecendo a critérios estabelecidos.
robótica
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Eng.o Pedro de Figueiredo Rolamentos e Afins JUNCOR, S.A.
NOTA TÉCNICA
DEFINIÇÃO DE FOLGA DE UM ROLAMENTO E ARTICULAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS A folga interna de um rolamento é a folga que esse rolamento tem antes de ser montado no veio e/ou caixa. Esta folga inicial é um critério de construção. Outra forma de explicar o que é a folga de um rolamento, e no caso concreto de um fixo de esferas, é dizer que se trata do jogo existente entre as esferas (corpos rolantes) e as pistas interior e exterior (anéis). É, portanto, o espaço geométrico entre as três partes do rolamento: anel externo, corpos rolante e anel interno. Os valores da folga interna, para cada tipo construtivo de rolamento, são tabelados pelo fabricante e estão subdivididos em
classes, obedecendo às Normas DIN 620-4, ISO 5 753. O conceito de folga de um rolamento materializa-se na deslocação que um anel pode ter em relação ao outro. Quando essa deslocação se verifica no sentido radial, é chamada de folga radial. Quando se verifica no sentido axial, é chamada folga axial. Em alguns tipos construtivos de rolamentos existe uma interdependência entre as folgas radial e axial, como é o caso dos rolamentos fixos de esferas. Para além da folga radial e folga axial, já referenciadas, em alguns tipos construtivos pode ser encontrada a folga momento. Esta terceira folga deriva da existência e conjugação das outras duas
Grupo de folga Significado CN
Jogo radial NORMAL (CN não aparece inscrito na referência do rolamento)
C2
Jogo radial < CN (C2 aparece como sufixo, na referência do rolamento)
C3
Jogo radial > CN (C3 aparece como sufixo, na referência do rolamento)
C4
Jogo radial > C3 (C4 aparece como sufixo, na referência do rolamento)
C5
Jogo radial > C4 (C5 aparece como sufixo, na referência do rolamento)
Norma
DIN 620-4 ISO 5 753
ISO 5 753
e obtêm-se pelo deslocamento angular de um anel relativamente ao outro. É a base para a compreensão da existência de compensação angular, mesmo em rolamentos que não têm essa vocação primária. A folga inicial e a folga em serviço são diferentes e a segunda é menor do que a primeira, por ser afetada pelos ajustes de montagem e temperatura de serviço. Portanto, os rolamentos apresentam, depois de montados, uma condição de folga que é diferente da inicial e influenciada pelos ajustes de veio e caixa. E apresentam uma outra condição de folga quando em operação, que é influenciada, sobretudo, pela temperatura de serviço (onde a diferença de temperatura entre os dois anéis tem especial relevo), o projeto do veio, caixa e peças contíguas. Assim, tendo presente que a folga em serviço afeta a vida útil dos rolamentos, reveste-se da maior importância efetuar uma seleção criteriosa da folga interna inicial ajustada à aplicação. Uma folga em serviço maior do que a normal é necessária, por exemplo, no caso de se verificar a condução de calor através do veio, em caso de flexão do veio ou de erros de alinhamento. Uma folga em serviço menor do que a normal aplica-se em casos especiais, por exemplo quando é preciso garantir um guiamento de precisão das peças em rotação. A folga radial normal (grupo CN) é determinada de maneira que, em condições normais de serviço e com montagens com ajustes normais, possa ser garantida uma folga de serviço apropriada.