Metodologia 8D das Não Conformidades identificadas a montante. Como os problemas não são iguais, a equipa que vai tratar cada Não Conformidade, também não precisa ser sempre a mesma. Não se esqueça de definir um líder para conduzir o processo! Pedro Vale
A metodologia 8D é uma das melhores maneiras de se resolver uma Não Conformidade, e embora seja uma forma de certo modo complexa de tratá-la, faz com que se aprenda muito sobre cada problema abordado.
robótica
24
ESPAÇO QUALIDADE
vale.pedro@gmail.com
Conhecida também como MASP (Método de Análise e Solução de Problemas) e outros nomes, a metodologia 8D, cujo nome tem origem no Inglês 8 DO – ou seja, 8 ações – é, na verdade, uma forma sistemática de aplicação de várias ferramentas da Qualidade. A metodologia complementa e integra essas ferramentas, potencializando o seu alcance. Aprender a utilizar e aplicar a metodologia é algo que merece uma formação adequada. Este artigo não tem pretensão maior do que dar uma introdução ao tema.
VAMOS ENTÃO CONHECER O PROCESSO DAS OITO AÇÕES: 1D – Formar uma equipa: Primeira e importante ação do processo. A formação da equipa que irá tratar o problema, deve levar em conta as competências necessárias em cada caso. Essas pessoas vão usar os seus conhecimentos para encontrar a causa e a solução mais adequada para uma
2D – Descrever o problema: De que estamos a falar? – É importante que toda a equipa tenha uma perceção correta sobre o problema: Onde ocorreu? Como se manifestou? Qual o grau de criticidade... ? Toda a informação deve ser bem recebida, e só depois de não haver mais dúvidas sobre o que ocorreu, ou está a ocorrer, é que vamos passar para o próximo passo. 3D – Ação imediata: Claro que ninguém gosta de conviver com um problema... No entanto, a solução definitiva pode levar algum tempo. Por isso, nesse momento devem ser tomadas ações de contenção ou correção, que vão proteger os intervenientes (processo ou cliente), dos efeitos do problema. É como um torniquete que funciona para estancar uma hemorragia, mas não é a solução definitiva. É preciso estar atento durante essa fase, pois ela pode eventualmente dar pistas para a solução definitiva. A monitorização das ações imediatas é muito importante. 4D – Procurar as causas: Aqui começa o trabalho de investigação. Cada causa provável deve ser analisada até que se chegue a um consenso sobre qual é a mais provável, ou seja, a causa raiz do problema. É uma fase em que todos aprendem muito sobre os mecanismos das causas, e todas as sugestões devem ser consi-
deradas. Cada membro da equipa contribui com a sua visão do problema para a identificação de possíveis ações corretivas. Uma identificação correta poderá ser eficaz e contribuir para a resolução do problema. 5D – Verificar as ações corretivas: As melhores ações corretivas propostas no passo 4 devem ser testadas na prática, para confirmar se resolvem o problema sem consequências inesperadas ou indesejadas, como um custo elevado no processo, criação de constrangimentos, entre outros. 6D – Implementar ações corretivas: Definidas as ações que realmente eliminam o problema, devem então ser implementadas de forma permanente. É aqui que a solução é validada. Para garantir os resultados, convém acompanhar o desempenho do processo por um tempo previamente definido (eficácia). 7D – Prevenir reincidências: Quando um problema é solucionado ocorrem mudanças na rotina. Se essas mudanças não forem corretamente abordadas, corremos o risco de ver o mesmo problema aparecer de novo... Então será o momento de mudar procedimentos, especificações e IT´s, incluindo proporcionar formação no sentido de assimilar a nova forma de trabalho adotada, motivando os envolvidos. 8D – Comemorar Não, não se trata de brincadeira. O objetivo final do processo 8D realmente é esse, afinal tanto trabalho deve ser reconhecido. Felicitar a equipa é função do líder e da chefia, e o resultado obtido deve ser divulgado a todos. Isso incentiva as pessoas a participarem em futuros processos e divulga o conhecimento na organização.