robótica
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COLUNA SOCIEDADE PORTUGUESA DE ROBÓTICA
Robótica com Ciência em Busca de Eficiência
Eng.º José Bandeira jose.bandeira@flupol.pt Diretor-Geral da FLUPOL - Surface Engineering, Lda.
A eficiência, traduzida numa melhoria contínua de produtos e processos, é o princípio orientador para o sucesso de qualquer atividade económica.
Quando nos centramos no setor secundário e pensamos nos meios requeridos por um processo industrial, em particular na mobilização de recursos materiais e humanos envolvidos na extensa cadeia de geração de valor que medeia entre o desenvolvimento e a chegada do produto às mãos do utilizador final, facilmente nos apercebemos do nível de risco envolvido e da imperiosa necessidade de permanente fortalecimento dessa cadeia para evitar que se rompa, condenando a empresa a um inevitável fracasso.
temos que assumir que necessitamos de identificar quais os elos fortes que a nós cumpre assegurar e quais os elos fracos que teremos que consolidar com o apoio de parceiros externos.
Cientes da impossibilidade de dominar com excelência todos os elos dessa cadeia, seja qual for a dimensão de uma organização, mas de uma forma ainda mais evidente quando falamos de uma PME,
Aqui se abre uma enorme possibilidade de interação entre a indústria, a Universidade e, em particular, os institutos que são o elo de ligação privilegiado entre ambos. O controlo dos parâmetros de processo em tempo real, o rápido processamento da informação recolhida e a pronta intervenção na correção de desvios são uma inesgotável fonte de potencial cooperação entre as entidades referidas.
Seja qual for a atividade da empresa, a eficiência do seu processo fabril é um dos elos onde a organização tem forçosamente que ser forte. O domínio desse processo está intrinsecamente ligado ao seu controlo em tempo real e à capacidade de atuação imediata sobre ele.
Gostaria de abordar neste ponto o caso concreto de um projeto com um enorme potencial económico, resultante de uma íntima cooperação entre uma em-
presa e uma instituição de referência da nossa estrutura científica e tecnológica. Falamos da FLUPOL e do INESC TEC, envolvidos no desenvolvimento do primeiro protótipo industrial de uma célula robotizada programada por demonstração com base numa tecnologia patenteada pela UP. Este projeto, que contou com o apoio do QREN, conduziu à demonstração de que é possível democratizar a utilização da robótica na indústria pela criação de um interface de comunicação entre o homem e a máquina que elimina a necessidade de conhecimento de programação por parte daquele. Não vou aqui alongar-me sobre o projeto em concreto, que foi batizado com o acrónimo SIIARI e cujo protótipo pode ser visualizado no YouTube buscando por "FLUPOL"; quero, isso sim, com este exemplo ilustrar um pouco do mundo de possibilidades de desenvolvimento que se abrem quando se formam equipas de trabalho integradas, constituídas por investigadores e quadros das empresas, partilhando competências e assumindo de forma sinergética o papel de elos da mesma cadeia de geração de valor.