COLUNA
Empreender e Inovar ĂŠ Preciso! Parece estar a tornar-se consensual aquilo que de hĂĄ muito ĂŠ evidente. Portugal evoluiu imenso ao longo dos Ăşltimos 20 anos de integração na UniĂŁo Europeia, mas nĂŁo conseguiu atĂŠ ao presente momento dar o salto que ĂŠ necessĂĄrio no que diz respeito Ă construção de uma sociedade inovadora, competitiva e empreendedora. Ainda assim, importa sublinhar os progressos registados ao longo da Ăşltima dĂŠcada, reconhecidos por exemplo nos resultados recentemente disponibilizados pelo estudo GEM-Global Entrepreneurship Monitor, referentes a 2007, que evidenciam progressos significativos. Estes nĂŁo podem porĂŠm servir senĂŁo de alento para fazer ainda mais e melhor, face a um conjunto de objectivos estratĂŠgicos de afirmação da Portugalidade que colectivamente ainda nĂŁo fomos capazes de vencer integralmente. Mais do que tentar apurar responsabilidades, se calhar de todos nĂłs, importa, isso sim, recuperar do atraso ainda existente a este nĂvel. SĂł atravĂŠs de uma efectiva, consistente e constante aposta no empreendedorismo e inovação (assente na prĂĄtica, que nĂŁo apenas no discurso, seja este de polĂticos, empresĂĄrios, ou acadĂŠmicos), seremos capazes de garantir o novo modelo de desenvolvimento econĂłmico que temos tardado em alcançar, o Ăşnico que nos pode servir face ao ambiente internacional de competitividade em que vivemos. Encontrando por via disso as janelas temporais de meses ou anos onde encontraremos os espaços de actividade econĂłmica em que podemos e temos de ser imbatĂveis face a outras latitudes ou longitudes. A concretização deste desĂgnio estratĂŠgico nĂŁo se obtĂŠm em meses, mas terĂĄ necessariamente de ocorrer em menos de uma dĂŠcada. Outros paĂses, incluindo alguns de reduzida dimensĂŁo populacional e localização adversa (vejam-se os casos da Finlândia, Irlanda ou Singapura) jĂĄ mostraram que assim ĂŠ e tem de ser, dando-nos o melhor exemplo de como tal nĂŁo sĂł ĂŠ possĂvel como vale a pena. Faz-se com determinação, objectivos claros e alinhamento de todos os agentes sociais em torno de prioridades claramente assumidas e perseguidas.
situadas fora dos territórios habituais. Importa para tal desenvolver iniciativas, programas e apostas coerentes. Mas estas têm necessariamente de ser acompanhadas de alteraçþes profundas de atitudes e pråticas. Colectivamente começåmos e bem a falar muito mais de inovação e de empreendedorismo. Mas serå que estamos a praticar estes conceitos com a mesma intensidade com que deles falamos? Serå que lhe dedicamos a atenção, prioridade e recursos adequados? Serå que valorizamos suficientemente bem quem faz diferente? Dentro desta panóplia de desafios, a Universidade de Coimbra tem vindo a efectuar, tambÊm ela, uma trajectória de evolução apreciåvel ao longo da última dÊcada. Realidades como o GATS (www.uc.pt/gats), IPN (www.ipn.pt), BIOCANT (www.biocant.pt), e CoimbraiParque (www. coimbraiparque.pt) fazem parte de um ecossistema que se traduz jå actualmente em resultados muito significativos: 40 milhþes de Euros de facturação anual associada a empresas de base tecnológica incubadas, realidades incontornåveis de sucesso como CRITICAL, WIT, ISA, CRIOESTAMINAL ou BLUEPHARMA, inúmeras iniciativas de apoio à inovação e empreendedorismo, incluindo o primeiro acordo de comercialização de uma patente da própria Universidade de Coimbra, firmado no presente ano de 2008. Procurando levar esta mensagem muito para alÊm dos seus próprios muros, a Universidade de Coimbra tem vindo a concretizar um conjunto de iniciativas concretas direccionadas nesse mesmo sentido, onde se incluem:
Pedro Saraiva Vice-reitor da Universidade de Coimbra pas@eq.uc.pt
f IRUPD¸œR GH DFWLYRV H SHUVRQDOL]DGD SDUD empresas, bem como o estabelecimento de parcerias e projectos conjuntos com estas, de modo a promover a existĂŞncia de apostas cada vez mais consistentes em empreendedorismo, “impreendedorimoâ€? e IDI, incluindo a recente qualificação da Universidade de Coimbra para receber os vales de IDI disponibilizados a PME pelo QREN. Como se pode ver, atravĂŠs desta simples amostragem, tambĂŠm nestes domĂnios a Universidade de Coimbra, como outras, passou jĂĄ das palavras aos actos. É neste domĂnio da concretização que importa continuar a incidir com particular determinação, pelo que o desafio final que aqui coloco se prende justamente com esta absoluta necessidade de passagem das intençþes aos actos. Ao longo da prĂłxima semana sugiro que cada um de vĂłs se consiga libertar da rotina para, seja na vida familiar, profissional ou social, praticar uma acção concreta de mudança, que quebre com o status quo. Quando todos ganharmos tal tipo de hĂĄbitos sistemĂĄticos de concretização da inovação e empreendedorismo em mĂşltiplos contextos e inĂşmeras situaçþes, estou convicto que Portugal vai passar a caminhar a passos ainda mais largos na direcção certa, a Ăşnica viĂĄvel. Empreender e Inovar ĂŠ realmente preciso, agora mais do que nunca, ou, melhor dito ainda, agora ou nunca!
>>>> Caminhar no sentido da inovação e do empreendedorismo obriga-nos a mudar constantemente de rumo, em busca de novos desafios e soluçþes
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robĂłtica
f UHDOL]D¸œR GH FXUVRV GH HPSUHHQGHGRULVPR presenciais em vårios concelhos, e igualmente em Angola; f HVWDEHOHFLPHQWR GH SDUFHULDV H SURMHFWRV GH colaboração com empresas, autarquias e o mais variado tipo de entidades, nacionais e internacionais; f GLVSRQLELOL]D¸œR GH FXUVRV GH FXUWD GXUD¸œR baseados em ensino a distância (www.uc.pt/ elearning), a aceitarem neste momento prÊinscriçþes, incluindo um curso sobre empreendedorismo e outro sobre inovação e empreendedorismo, o que possibilita fazer chegar os nossos contributos a qualquer ponto do globo, nos dias ou horas mais convenientes;