entrevista
“DNV tem já um longo historial em serviços de consultoria eólica e solar” Daniela Ribeiro, Gestora de Mercado da DNV em Portugal, falou com a “renováveis magazine” sobre as instalações híbridas, quais os seus desafios técnicos e o que pode a DNV oferecer neste âmbito. Qual será o papel da bioenergia na descarbonização e das comunidades energéticas foram outros assuntos abordados pela sua importância na transição energética. por Helena Paulino
renováveis magazine (rm): O que pode a DNV oferecer numa instalação híbrida? Daniela Ribeiro (DR): Somos frequentemente solicitados a apoiar na otimização das instalações híbridas, considerando tanto aspetos técnicos (em termos de produção energética, disponibilidade de terreno e restrições), como económicos (como o CAPEX, OPEX e previsão de preços de venda de energia). A DNV tem já um longo historial em serviços de consultoria eólica (onshore e offshore) e solar, e experiência no hidrogénio, armazenamento e outras instalações de energia renovável, como hidroelétricas, energia das ondas e marés, energia geotérmica e biomassa. Também temos o nosso próprio modelo de previsão do preço de energia, que podemos utilizar na análise de otimização, caso seja necessário. Além da otimização oferecemos ainda uma gama de serviços de consultoria e certificação, incluindo soluções integradas para a monitorização de dados de operação dos parques.Também estamos a fornecer atualmente serviços de otimização das interligações e controladores das instalações, sendo estes serviços muito utilizados e necessários nas instalações híbridas. rm: Tem sido uma área de negócio a que a DNV se tem dedicado mais ultimamente? Existe alguma razão concreta para isso acontecer? DR: Sim, os sistemas de energia híbrida são cada vez mais vistos como uma ótima solução para reduzir a intermitência de energia e maximizar o uso dos pontos de ligação da rede, principalmente em locais onde se observa uma boa
64
complementaridade de diferentes fontes renováveis. Acoplar o sistema híbrido com uma solução de armazenamento também permite armazenar a energia excedente, arbitrar serviços com a rede e fornecer serviços auxiliares. rm: A Siemens Gamesa contratou a DNV para realizar a certificação de conformidade do código de rede em toda a sua instalação híbrida “La Plana” sem diesel. Como correu este projeto? DR: La Plana é um projeto-piloto híbrido perto de Zaragoza, na Espanha, que combina 850 kW de energia eólica, 245 kWp de painéis solares fotovoltaicos, 3 geradores a diesel opcionais e 2 tipos de tecnologias de armazenamento de energia de bateria com HPC. A equipa de certificação da DNV emitiu uma certificação de conformidade com o código de rede para esta instalação, que documenta que a mesma oferece o desempenho elétrico necessário para suportar a estabilidade da rede. rm: A junção de energia solar a uma instalação convencional pode aumentar a produção elétrica da instalação durante o dia e, sobretudo, sem emissões adicionais. Além disso, requer um menor investimento. Com tantas vantagens, quais os motivos para não haver ainda um maior investimento em instalações híbridas? DR: É importante fazer uma análise caso a caso para entender qual o investimento necessário e as possíveis restrições para hibridizar um ativo. No entanto, alguns dos principais motivos pelos quais não existe um maior investimento em projetos