renováveis na lusofonia
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Novos projetos de renováveis aprovados em Angola O Governo de Angola tinha aprovado em abril de 2021 um acordo para a elaboração de estudos de viabilidade técnica, económica, financeira e ambiental, no valor de mais de mil milhões de dólares para levar energia a 60 comunas de Malanje, Bié, Moxico, Lunda-Norte e Lunda-Sul, através do desenvolvimento, construção e financiamento de sistemas híbridos de geração solar fotovoltaica com sistema de armazenamento com baterias de ião-lítio e a expansão da rede elétrica como novas redes de distribuição.
No final de abril de 2022, o Governo aprovou o ajuste direto no valor de 1027 milhões de euros para executar a empreitada do projeto de engenharia, fornecimento, supervisão, construção e teste dos sistemas com o grupo português, Manuel Couto Alves (MCA), Associado da ALER, que ficará responsável pela empreitada. Estima-se que o impacto ambiental positivo relativamente à emissão de CO2, seja entre 4,6 e 7,9 milhões de toneladas. Para além do impacto ambiental, os efeitos sociais do projeto, de inclusão, dinamização da sociedade, formação, educação, qualidade de vida, entre outros, traduzem-se num valor que é 3,4 a 5,9 vezes superior ao investimento. Para além deste projeto, o Governo angolano assinou também no mês de Maio, um contrato no valor de 1,95 mil milhões de dólares com a Global Sun África, constituído pela Sun Africa LLC e Omatapalo – Engenhara e Construções e Omatapalo Inc, para a execução das obras para a electrificação de 26 sedes municipais e 56 comunas, nas províncias do Namibe, Kuando Kubango, Huíla e Cunene, através de sistemas híbridos de geração solar fotovoltaica e programas integrados de abastecimento de água potável, que prevê a construção de 65 mini-redes solares de produção de energia elétrica, armazenamento de energia elétrica, infraestruturas de ligação e a expansão da rede de distribuição de água. Através deste documento, o Governo angolano autoriza ainda a construção de mais duas centrais fotovoltaicas nas localidades de Catete com 104 MW e Laúca com 400 MW, cujo contrato engloba o desenvolvimento, conceção, fornecimento, supervisão, construção e teste. 12
Banco Mundial insiste na aposta nas energias renováveis em África David Malpass, Presidente do Banco Mundial, afirmou que as energias renováveis são “um alicerce fundamental para a segurança e melhorias em geral no crescimento e no nível de vida” durante a sua participação no Fórum de Governação 2022, organizado pela Fundação Mo Ibrahim. Indica ainda que, apesar do gás natural ser importante como combustível de transição, África deve apostar nas energias renováveis para crescer economicamente, dando o exemplo de crises como a guerra na Ucrânia que influenciam a dependência de África relativamente à energia proveniente de outros continentes. Como soluções, refere que a aposta passa por novos investimentos em manutenção de hidroelétricas e barragens, no aumento da eficiência energética, incluindo ar condicionado, e investimentos necessários na rede para absorver as energias renováveis: “Estes vários passos serão essenciais na transição de África da agricultura de subsistência para a atividade económica produtiva na agricultura, serviços, indústria e setores públicos”. De acordo com estudo publicado pela Fundação Mo Ibrahim , África é o continente com o mais baixo nível de acesso a energia, onde apenas 55,7% da população tem eletricidade, contra uma média de 90% no resto do mundo. Segundo o mesmo estudo, mais de 930 milhões têm de usar combustíveis poluentes, como carvão, madeira ou gasolina, para cozinhar, agravando os riscos de saúde, resultando em quase 500 mil mortes prematuras por ano.
Ainda assim, 22 países africanos já usam energias renováveis como principal fonte de eletricidade, sobretudo energia hídrica, mas também solar e geotérmica, sendo que, Moçambique é um dos oito países africanos onde mais de 90% da eletricidade é gerada de energias limpas. No entanto, muitos países africanos defendem a exploração das grandes reservas de gás no continente para desenvolver-se socioeconomicamente tendo em conta as crises resultantes da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia, que aumentaram os preços da energia, cereais e fertilizantes. Os países africanos criticam a União Europeia por ter anunciado na cimeira climática COP26, em 2021, a suspensão do financiamento europeu a projetos de hidrocarbonetos no estrangeiro.