dossier sobre hidrogénio
“uso da biomassa para aplicações modernas na bioenergia e na bioeconomia” Francisco Gírio do LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia lidera o laboratório colaborativo BIOREF – Laboratório Colaborativo para as Biorrefinarias, que junta o conhecimento académico com a técnica e experiência dos vários associados industriais e empresariais. Contou, em entrevista à “renováveis magazine”, a importância deste tipo de espaço de Investigação e Desenvolvimento de serviços e soluções de utilização sustentável da biomassa, contabilizando neste momento 14 projetos de investigação. Francisco Gírio acredita que o hidrogénio é uma energia onde ainda existe muito para explorar em termos tecnológicos, e daí a importância do trabalho feito pelo BIOREF que está a estudar com mais intensidade a reação do H2 renovável com o CO2 para combustíveis gasosos ou líquidos, para desenvolver soluções tecnológicas para a produção de combustíveis sintéticos eficientes e replicáveis.Venha conhecer um pouco mais nesta entrevista. por Helena Paulino
renováveis magazine (rm): O Prof. Francisco Gírio é o responsável pelo BIOREF – Laboratório Colaborativo para as Biorrefinarias que surgiu em 2019. Pode-nos falar um pouco mais sobre este projeto? Francisco Gírio (FG): Este CoLAB surgiu para ser uma entidade de I&I que se posiciona para vender serviços e soluções tecnológicas envolvendo o conhecimento especializado no uso da biomassa para aplicações modernas na bioenergia e na bioeconomia. Nascemos para servir os nossos parceiros e clientes empresariais, propondo soluções para o uso sustentável da biomassa através da sua biorrefinação em bioprodutos com valor comercial ou em soluções energéticas para o mercado da mobilidade que contribuam para a neutralidade carbónica. rm: O CoLab BIOREF é constituído por instituições do setor empresarial e por instituições universitárias. Quem são e qual o papel das instituições do setor empresarial e das instituições universitárias? FG: O CoLAB é uma entidade de interface que procura quer através do conhecimento obtido através da I&D básica realizada nos seus associados académicos (Universidades, Politécnicos e Laboratórios de Estado), quer mesmo através de alguma I&D realizada em parceria com esses associados, transferir soluções tecnológicas para os seus associados empresariais ou para outros clientes empresariais que nos procurem. Para isso, realizamos trabalho em I&D aplicada com o foco em médios-altos TRLs, 42
desenvolvendo e testando protótipos e soluções inovadoras que originem conhecimento diretamente transponível para as empresas. rm: Quantos projetos de investigação estão a decorrer neste momento e quando se prevê o seu término? FG: O CoLAB BIOREF iniciou as suas atividades em maio de 2020, no meio de uma situação pandémica e de confinamento, mas já temos neste momento em curso 10 Contratos Colaborativos Diretos (CCDs) com muitos dos nossos associados empresariais e académicos e 4 Contratos de Consultoria e Prestação de serviços tecnológicos a clientes empresariais externos. A maioria destes Contratos de I&I possuem a duração 3 anos, sendo que os contratos de consultoria a clientes externos são de curta duração, normalmente não ultrapassando os 3 meses. rm: O objetivo do Colab BIOREF é ser a ponte entre a investigação e as necessidades industriais, com o desenvolvimento de inovadoras tecnologias sustentáveis. Acredita que a indústria está a começar a sensibilizar-se mais para a sustentabilidade? FG: Sim, claramente. O número de empresas nacionais que nos contactam é cada vez maior, e nota-se que procuram soluções que lhes permitam enfrentar quer o desafio da transição energéticas, do fóssil para as renováveis, quer da utilização mais eficiente das matérias-primas que utilizam seguindo o princípio da circularidade da economia e de produzirem mais com menos. “soluções tecnológicas para a produção de combustíveis sintéticos que sejam energeticamente eficientes e passíveis de serem replicadas em qualquer lugar”