autoconsumo solar fotovoltaico: pontos-chave que todos os especialistas devem conhecer

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informação técnico-comercial

autoconsumo solar fotovoltaico: pontos-chave que todos os especialistas devem conhecer O enorme potencial do autoconsumo em Portugal. Juanjo Catalán Prysmianclub.pt

Em Portugal, não temos produção própria nem de petróleo nem de gás, energia primária que devemos importar, o que prejudica a nossa balança comercial e penaliza a competitividade das nossas empresas. No entanto, gozamos de uma situação privilegiada a nível de radiação solar. Uma mudança de cenário com a entrada do PNEC Com a aprovação em 2019 do Plano Nacional Energia e Clima (PNEC), o governo define objetivos muito ambiciosos, entre eles o de satisfazer em 2030, 80% da procura de eletricidade de Portugal com energias limpas e o de eletrificar 65% da economia portuguesa até 2050. Esta transformação reduziria drasticamente a atual dependência do país da energia importada, que é de cerca de 75%. O PNEC será o principal impulso para a reconfiguração do sistema elétrico nacional com o objetivo de alcançar 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade em 2030, o que “implica uma duplicação da produção renovável e o fecho das centrais de produção elétrica de carvão até 2030”. Nesta transição, a eficiência energética é e continuará a ser uma prioridade, transversal à economia e intrinsecamente ligada à sua competitividade. O grande desafio de impulsionar o autoconsumo em Portugal Qualquer uma das 1600 000 instalações fotovoltaicas domésticas da Alemanha ou das 800 000 do Reino Unido, produziriam no nosso território, pelo menos 50% mais de energia devido à elevada insolação média da nossa península. Apesar disto, o número de instalações de autoconsumo fotovoltaico é muito reduzido em Portugal quando comparado com o destes países. 78

Esta conjuntura precisa de ser invertida com uma maior proatividade de todos os agentes da cadeia de valor dos setores da construção e, em menor medida, da indústria. Do estudo arquitetónico aos construtores e empresas de reformas de casas e, claro, às empresas de engenharia, instaladores, entre outros, que incorporem nos seus projetos, como proposta de melhoria, antes que estas acabem por ser obrigatórias, o que ocorrerá a muito curto prazo, soluções com autoconsumo nas quais esteja implícita a eficiência energética. Todos estes agentes representam um vasto mundo de profissionais com um altíssimo poder prescritivo que podem ser um acelerador extraordinário da transição energética necessária. Sem esquecer as possíveis externalidades que ocorreriam se, como efeito colateral deste processo, se fomentasse o desenvolvimento de um setor profissional e industrial português para servir este mercado fotovoltaico, que está destinado a tornar-se massivo num futuro não muito distante. Um setor de alta tecnologia e valor acrescentado, que precisaria de perfis profissionais qualificados e que contribuiria para a tão desejada mudança no nosso desgastado modelo produtivo nacional. Os profissionais envolvidos em qualquer projeto que parta da fórmula eficiência energética e autoconsumo devem analisar todos os parâmetros que permitam alcançar o maior valor acrescentado possível associado à viabilidade económica.

Viabilidade de uma instalação de autoconsumo Um aspeto fundamental para analisar a rentabilidade de uma instalação de ASF é o acoplamento entre a produção e o consumo de eletricidade, pelo que conhecer o perfil de consumo diário e ser capaz de o acoplar tanto quanto possível é fundamental. De um modo geral, este acoplamento é mais fácil para as empresas do que para os particulares. Nas casas, o armazenamento da eletricidade produzida em baterias para consumo posterior requer atualmente um aumento substancial do investimento. É uma boa solução em caso de substituição de equipamentos de aquecimento e AQS a gás ou óleo por bombas de calor, aerotermia, entre outros, tendo em conta que um dos principais consumos se concentra na climatização (entre 60 e 70%), valores que oscilam dependendo da zona climática onde se encontra a instalação. A possibilidade de considerar o carregamento de veículos elétricos como consumo doméstico merece um capítulo à parte. Critérios a avaliar na instalação fotovoltaica a montar: 1. Relação entre a energia autoconsumida e o excedente produzido; 2. Relação entre geração fotovoltaica e o consumo anual; 3. Poupança anual obtida na fatura graças à instalação; 4. Investimento necessário. O veículo elétrico é o melhor aliado do autoconsumo Sem dúvida, um aspeto prioritário que recomenda a incorporação de baterias de apoio numa instalação de ASF é quando há consumos


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