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gestão florestal conjunta – efeitos na redução do risco de incêndio rural e na valorização energética da biomassa
CBE – Centro da Biomassa para a Energia Tel.: +351 239 532 436 geral@centrodabiomassa.pt www.centrodabiomassa.pt
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Tendo Portugal uma das maiores taxas de área florestal da UE, 39% do território nacional, torna-se cada vez mais importante olhar para a floresta como um dos nossos principais recursos, fundamental no desenvolvimento da economia e na coesão do território. Contudo, Portugal tem um enorme desafio no que concerne ao ordenamento e gestão florestal, o regime de propriedade, maioritariamente privado (98%) e o absentismo dos proprietários florestais. Torna-se assim premente aumentar a atratividade por este setor de atividade, com a implementação de uma gestão sustentável da floresta de acordo com o seu potencial de produção, proteção, biodiversidade, recreio, respeitando todos os princípios de uso em cascata. A gestão conjunta constitui uma oportunidade para os pequenos proprietários/produtores poderem aumentar a rentabilidade das suas áreas, através da diminuição dos custos das intervenções florestais/agrícolas e pela valorização dos bens e serviços que potencialmente podem oferecer, que de forma isolada se tornaria inviável. A gestão florestal conjunta facilita também a gestão de sobrantes da atividade agrícola e florestal, incentivando e promovendo a remoção da carga combustível existente nos povoamentos, com vista à sua valorização energética, com consequência direta na redução do risco de incêndio, contribuindo efetivamente para a diminuição das queimas, que muitas vezes se transformam em grandes incêndios rurais. Este e outros temas relacionados com a gestão florestal conjunta foram abordados na Mesa de Trabalho organizada pelo Centro da Biomassa para a Energia subordinada ao tema “Promoção do agrupamento de proprietários florestais | Desafios e oportunidades”, que decorreu a 25 de junho. O principal objetivo desta sessão foi trazer à discussão a perspetiva de diferentes agentes do setor com intervenção na gestão florestal, bem como apresentar projetos desenvolvidos dentro desta temática e que poderão ser catalisadores de iniciativas congéneres. Para este fim, destaca-se o conjunto de oradores que foi possível reunir, todos com uma larga experiência no contexto florestal, de diferentes áreas, designadamente o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a CELPA – Associação da Indústria Papeleira e o Centro PINUS que reúne os principais agentes da Fileira do Pinho, entidades estas associadas do CBE, e que trouxeram a sua visão sobre os desafios e oportunidades que se deparam à gestão florestal conjunta. Foram ainda apresentados os projetos “Floresta da Serra do Açor”, que visa preservar e valorizar a paisagem devastada pelos incêndios florestais, e o Floresta@conjunta, cujos objetivos são comuns aos do projeto GEFRECON. Esta Mesa de Trabalho foi realizada no âmbito do projeto GEFRECON, GEstão FloREstal CONjunta (www.gefrecon.eu/pt/),que visa a redução do risco de incêndio florestal no território POPTEP, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa INTERREG V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020.
A gestão florestal conjunta facilita também a gestão de sobrantes da atividade agrícola e florestal, incentivando e promovendo a remoção da carga combustível existente nos povoamentos.