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dossier sobre projeto eletrotÊcnico de infraestruturas de telecomunicaçþes
o quĂŞ? Mais um Manual ITED? Paulo Mourato Mendes Trabalhador da ANACOM desde 1991, com responsabilidades nas ĂĄreas das ITED/ITUR desde 2000
Charles Kettering, inventor e filĂłsofo americano, disse um dia: “As pessoas sĂŁo muito abertas Ă s coisas novas, desde que elas sejam exatamente como as coisas antigasâ€?. A ANACOM alterou mais uma vez o regulamento das infraestruturas de telecomunicaçþes em edifĂcios, constituindo a 4.ÂŞ edição do Manual ITED. Mas afinal o que hĂĄ de novo? As alteraçþes sĂŁo assim tĂŁo profundas que possam ser consideradas uma novidade?
DESENVOLVIMENTO No dia 1 de abril de 2020 (com a garantia de que esta informação ĂŠ ‍ܪ‏IJINLSF F &3&(42 QFSऋTZ T .9*) ST XJLZNRJSYT IJ ZR QTSLT caminho iniciado em 2004, com a sua 1.ÂŞ edição. Fruto de um laborioso entendimento entre a Normalização Europeia e aquilo que a ANACOM tem entendido como o melhor para Portugal, as diversas ediçþes deste regulamento permitem uma atualização permanente das normas tĂŠcnicas aplicĂĄveis Ă s infraestruturas de telecomunicaçþes ITX JINKऑHNTX VZFQVZJW VZJ XJOF F ‍ܪ‏SFQNIFIJ F VZJ XJ IJXYNSFR VZJW sejam novos ou reconstruĂdos. E o que nos traz de novo esta 4.ÂŞ edição? Relembremo-nos que a base deste Manual, o Decreto-Lei n.Âş 123/2009, apesar de algumas RTIN‍ܪ‏HFŕ¤‹ŕ¤˜JX FT QTSLT IT YJRUT HTSYNSZF F TGWNLFW F ZRF GFXJ tecnolĂłgica jĂĄ com alguns anos. E os avanços tĂŠcnicos nĂŁo param, o que nos poderĂĄ levar a pensar que esta base legal poderĂĄ necessitar de um ajuste, porque nĂŁo dizĂŞ-lo, de “Tiltâ€?! 2FX TX F[FSऋTX YJHSTQखLNHTX YFRGŕ¤?R XJ WJ‍܍‏JYJR SF 3TWRFQN_FऋइT Europeia e existe sempre uma grande base de conhecimento, XTQNIN‍ܪ‏HFIF UJQF FUWT]NRFऋइT IF &3&(42 ऄ WJFQNIFIJ UTWYZLZJXF que nos transporta para esta nova edição. Sob o ponto de vista de regime importa salientar a possibilidade de elaborar projetos de 4.ÂŞ edição desde a sua entrada em vigor, em 1 www.oelectricista.pt o electricista 72
de abril de 2020. Existe ainda a possibilidade de se efetuarem projetos pela edição anterior, o ITED3, mas sĂł atĂŠ 31 de julho de 2020. Salientase tambĂŠm a necessidade dos projetistas e instaladores realizarem formação de atualização de 5 em 5 anos. JĂĄ existem novas unidades de formação no CatĂĄlogo Nacional de Qualificaçþes, adaptadas ao ITED4, bem como novos procedimentos para as açþes de formação de engenheiros e engenheiros tĂŠcnicos, tudo isto numa entidade formadora perto de si! Uma das grandes novidades deste ITED4 ĂŠ a muito debatida, e tambĂŠm desejada, Caixa de Acesso Multioperador, a CAM. Este elemento ĂŠ instalado em paredes, ou muros, facilitando o acesso e a entrada dos cabos de operadores que servem o edifĂcio. A CAM YJR HTRT UWNSHNUFQ TGOJYN[T F XNRUQN‍ܪ‏HFऋइT ITX FHJXXTX UTW [NF subterrânea, ou seja, aqueles que eram realizados exclusivamente atravĂŠs da Câmara de Visita Multioperador (CVM), Ă luz do ITED3. Assim, o projetista pode optar pela utilização indistinta de uma CVM ou de uma CAM, de acordo com o que considera mais adequado ao edifĂcio. E se for caso disso atĂŠ pode instalar as duas, se entender ser a melhor solução, nomeadamente para retirar cabos das fachadas. Neste caso poderĂĄ utilizar a CVM, e respetiva tubagem, para a passagem dos cabos colocados nas fachadas, sendo a CAM o ponto de entrada dos cabos de operadores exclusivos do edifĂcio. Solução muito adequada Ă s nossas reconstruçþes e Ă retirada dos inestĂŠticos cabos depositados nas fachadas! A CAM ĂŠ sempre instalada nos limites da propriedade. Se for HTQTHFIF SZR RZWT UTIJ ‍ܪ‏HFW [NWFIF YFSYT UFWF T NSYJWNTW HTRT UFWF T J]YJWNTW 8J KTW HTQTHFIF SZRF UFWJIJ IJ[J ‍ܪ‏HFW [NWFIF UFWF T J]YJWNTW Mas existe aqui uma exceção para o caso dos edifĂcios construĂdos: na impossibilidade de instalar uma CVM, ou uma CAM virada para T J]YJWNTW F (&2 UTIJ ‍ܪ‏HFW HTR FGJWYZWF UFWF T NSYJWNTW IT JINKऑHNT XNYZFऋइT RZNYT KF[TWअ[JQ UWNSHNUFQRJSYJ VZFSIT J]NXYJ IN‍ܪ‏HZQIFIJ TZ mesmo impossibilidade, na alteração de fachadas. Outra grande alteração trazida pelo ITED4 ĂŠ a solução para os edifĂcios sem espaços comuns, com entradas independentes, normalmente traduzido pela inexistĂŞncia de quadro elĂŠtrico de serviços comuns. Para este tipo de edifĂcios podemos considerar UWTOJYTX FZYखSTRTX ‍ܪ‏HFSIT HTRUQJYFRJSYJ NSIJUJSIJSYJX JR termos de infraestruturas ITED. Existe aqui uma situação que exige o nosso cuidado! Vejamos como exemplo moradias em banda, ou andares-moradia, que embora independentes, sĂŁo considerados um Ăşnico edifĂcio, com base no licenciamento municipal. Para estes casos, dado que estamos perante um edifĂcio com vĂĄrios fogos, teremos de considerar a obrigatoriedade de cada um deles receber os sinais de TDT. E jĂĄ que estamos a falar em TDT, tambĂŠm existem novidades nas instalaçþes de cabo coaxial: as ligaçþes permanentes deixaram de estar limitadas em distância, sendo necessĂĄrio cumprir a classe de ligação TCD-C-M, com as atenuaçþes e slope GJR IJ‍ܪ‏SNITX ST .9*) Basta que o cabo coaxial seja de boa qualidade, para conseguirmos estabelecer ligaçþes de comprimento bastante superior a 100 metros. SĂŁo boas notĂcias! E aquilo que aparentemente poderia ser um recuo nas JXUJHN‍ܪ‏HFŕ¤‹ŕ¤˜JX Yŕ¤?HSNHFX TZ XJOF F TGWNLFYTWNJIFIJ IF NSXYFQFऋइT das seis tomadas que constituem a Zona de Acesso Privilegiado (ZAP) em todos os fogos, ĂŠ na verdade um grande facilitador da implementação das infraestruturas nos edifĂcios. Para alĂŠm da prĂłpria