DOSSIER
revista técnico-profissional
o electricista
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Mário Jorge de Andrade Ferreira Alves Dep. de Engenharia Electrotécnica Instituto Superior de Engenharia do Porto
ABC do osciloscópio
{5.ª PARTE › ESTADO DA TECNOLOGIA}
(continuação da última edição)
1› CONSIDERAÇÕES INICIAIS São diversos os tipos de osciloscópios existentes na actualidade. Neste contexto, os osciloscópios analógicos têm vindo a cair em desuso, dado o aparecimento de alguns osciloscópios de amostragem (“reais” e “virtuais”) com muito mais potencialidades e custos aproximados. Os osciloscópios analógicos utilizam-se sobretudo quando existem fortes restrições orçamentais, nomeadamente a nível de instituições (e.g. de ensino) que têm que dotar os seus laboratórios com uma grande quantidade de equipamentos, com orçamento limitado. Note-se porém que a aquisição de competências na utilização de um osciloscópio analógico habilita uma apreensão rápida das funcionalidades adicionais de um osciloscópio de amostragem. Podemos mesmo considerar que a função ‘autoset’ dos osciloscópios de amostragem torna a sua utilização mais simples do que a de um osciloscópio analógico, independentemente de todas as funções e potencialidades adicionais que possamos encontrar. Alguns fabricantes destacam-se por estabelecerem os referenciais do estado da
São diversos os tipos de osciloscópios existentes na actualidade. Os osciloscópios analógicos têm vindo a cair em desuso, dado o aparecimento de osciloscópios de amostragem com muito mais potencialidades e custos aproximados.
arte nestas tecnologias, disponibilizando osciloscópios de amostragem “topo de gama”. São os casos da Tektronix, Lecroy e Agilent (antiga Hewlett Packard). Dado que a concorrência a nível de osciloscópios de baixa gama é muito forte, estes fabricantes apostam em modelos para aplicações especiais, tais como análise de barramentos de comunicação em computadores e análise da integridade dos sinais em redes de comunicação. Disponibilizam por isso larguras de banda extremamente elevadas, adequadas para analisar sinais de altas frequências tais como os existentes numa rede Gigabit Ethernet. Um mercado em franca expansão é o dos osciloscópios “virtuais” (baseados em computador), existindo um número crescente de modelos e fabricantes, tanto de módulos de entrada/saída (I/O) externos como de placas de I/O internas. Existem também algumas soluções (não comerciais) de osciloscópios baseados na placa de som dos PCs, mas que apresentam fortes limitações. Existem também alguns simuladores de os-
ciloscópio disponíveis. Os simuladores de osciloscópio representam virtualmente um osciloscópio no PC, normalmente incluindo um gerador de sinais (também virtual) para servir de fonte de sinal. Os simuladores de osciloscópio são normalmente utilizados para fins comerciais (demonstrações) e/ou para fins de aprendizagem. No resto desta parte apresentam-se e comparam-se as características principais de alguns tipos de osciloscópios, nomeadamente de baixo custo, topo de gama e baseados em computador. Note-se que as características foram obtidas a partir dos websites indicados para cada caso. Note-se que a largura de banda de alguns osciloscópios de amostragem anunciadas pelos fabricantes não parecem realistas, dado que as frequências de amostragem não são suficientemente elevadas para isso ser verdade. Tal como foi já referido numa das partes já publicadas, a frequência de amostragem deve ser pelo menos 5 vezes superior à maior componente frequencial do sinal em análise.