electrotecnia básica: instalações elétricas de baixa tensão

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FORMAÇÃO

o electricista

revista técnico-profissional

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José V. C. Matias Licenciado em Engenharia Electrotécnica (IST) Professor do Ensino Secundário Técnico

electrotecnia básica

INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE BAIXA TENSÃO

Neste artigo vamos abordar os Métodos de Referência, importantes para a determinação da intensidade máxima admissível para cada canalização. Abordamos também sucintamente a constituição de uma Instalação Colectiva e iniciamos o tema Instalações de Utilizador. (continuação da edição anterior)

7› MÉTODOS DE REFERÊNCIA Quando se pretende escolher a secção de um condutor para alimentar um dado circuito eléctrico ou um dado receptor, habitualmente consultamos uma tabela que, para certas condições de funcionamento (temperatura, humidade, tipo de canalização, existência ou não de outros condutores ou cabos nas proximidades, entre outras), nos indica qual a intensidade máxima admissível Iz para as diferentes secções normalizadas dos condutores. Assim, a secção S1 suportará uma corrente permanente de valor máximo Iz1, a secção S2 suportará uma corrente permanente de valor máximo Iz2 e assim sucessivamente. Escolhe-se, evidentemente, a secção que tiver uma intensidade admissível Iz maior do que a intensidade de serviço IB (intensidade absorvida pelo receptor ou a intensidade que percorre o condutor): Iz > IB . Visto que existe uma enorme variedade de situações diferentes (categorias, naturezas e classes das Influências Externas, isolamentos diferentes dos condutores e cabos, número de condutores por circuito, diferente, entre outras), o que originaria um número elevadíssimo de tabelas, houve necessidade de encontrar um método que simplificasse este trabalho de consulta de tabelas e reduzisse o seu número. Esse método foi designado por Método de Referência. Como é que se utiliza o Método de Referência? Da seguinte forma. Primeiro que tudo, as diferentes canalizações são classificadas nas

RTIEBT (Parte 5, Secção 52), com a indicação do Método de Referência a utilizar canalização a canalização. Os Métodos de Referência definidos são: A, B, B2, C, D, E, F, G. Obtida a referência do método a utilizar, vamos consultar um outro Quadro, entre vários Quadros (Anexo III, Parte 5 das RTIEBT), referente ao condutor ou cabo, número de condutores carregados e isolamento respectivo, que vamos utilizar e que tenha o Método de Referência previamente encontrado. Esse Quadro irá indicar-nos o valor da intensidade admissível Iz, para a nossa secção, bem como para as características gerais indicadas. Notas: 1. O condutor de protecção não conta como condutor carregado. 2. No caso de cabos trifásicos, o condutor neutro também geralmente não conta como condutor carregado.

No Quadro 9 apresentamos apenas quatro canalizações eléctricas, com a indicação dos respectivos Métodos de Referência, retirada das RTIEBT. No Quadro 10 temos uma Tabela de valores de Iz, para os Métodos de Referência A, B e C, para dois condutores carregados, em cobre e isolados a PVC.

Exemplo

Descrição

N.º ref.ª do modo de instalação

Método de Referência

1

2

3

4

Condutores isolados em condutas circulares (tubos) embebidas em elementos da construção, termicamente isolantes

1

A

Cabos multicondutores em condutas circulares (tubos) embebidas em elementos da construção, termicamente isolantes

2

A2

Condutores isolados em condutas circulares (tubos) montadas à vista

3

B

Cabos mono ou multicondutores (com ou sem armadura) fixados às paredes

11

C

Quadro 9 . Exemplos de modos de instalação das canalizações.


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