DOSSIER
revista técnico-profissional
o electricista
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Paulo Martins ATEC
edifícios inteligentes Verificamos continuamente constantes mudanças e avanços na ciência e na tecnologia que invadem todas as esferas da sociedade. A arquitectura não escapa a esta evolução e vai, portanto, acompanhando o desenvolvimento da informática, o desenvolvimento técnico dos diferentes sistemas de controlo e das novas tecnologias da comunicação que se encontram envolvidos num prédio. Surge assim o conceito de Edifícios Inteligentes. Os Edifícios Inteligentes devem ter certas características que os distinguem como tais, nomeadamente: › Flexibilidade; › Segurança; › Conforto; › Altamente rentáveis e ecológicos. Na concepção do projecto é necessário considerar o local e a sua envolvente, a localização, orientação, forma e desenho das estruturas, o tipo de materiais de construção e acabamentos. É igualmente imprescindível integrar o uso de elementos naturais, tais como dispositivos de controlo do clima, quer para desumidificar, sombrear ou controlar o vento, quer para controlo de iluminação. Um Edifício Inteligente deve ser integrado no meio ambiente no qual está inserido, tanto no seu interior como no exterior para produzir assim um menor impacto, tirando partido de todos os sistemas naturais que possam existir (refrigeração passiva, ventilação e iluminação natural), sendo estes completados por eficientes sistemas electrónicos e electromecânicos que vulgarmente designamos por sistemas de Domótica.
DOMÓTICA O conceito de Domótica em si é relativamente recente, no entanto, não é na tecnologia que este conceito é inovador, mas sim na aplicação da tecnologia automática à vida doméstica e profissional. A evolução da Domótica resulta em dois conceitos diferentes. Por um lado, temos o conceito de Automação Residencial ou Home Automation, sistemas que ‘comandam de forma automática’ toda a vida no edifício, isto é, que gerem e controlam acções e consumos, fornecendo relatórios detalhados sobre o consumo e a poupança, dando
prioridade a umas acções sobre outras. Transmite aos habitantes do edifício a sensação de que estão a viver com um ‘administrador’, que os liberta das rotinas diárias (abrir ou fechar estores, ligar luzes de forma automática, ajustar a temperatura correctamente, efectuar leituras automáticas da água, electricidade e gás). O edifício é dotado de vida própria, capaz de controlar funções, desencadear acções, simular cenários e rotinas de habitabilidade quando os habitantes estão de férias. Na ausência dos habitantes consegue comunicar tentativas de intrusão, estabelece contacto com as autoridades e organismos competentes quando ocorre um alarme de incêndio, de inundação, fuga de gás, entre outros. Por outro lado, existe a Gestão Técnica de Edifícios ou Building Management Systems, isto é, sistemas de controlo e de gestão de edifícios. A Gestão Técnica de Edifícios permite efectuar a gestão e monitorização de toda a infra-estrutura, sistemas de segurança e sistemas