DOSSIER
revista técnico-profissional
o electricista
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Lazaro Garcia Vazquez, Rui Pedro Raimundo Garcia Engenheiros Eletrotécnicos, Membros do CPI
utilização de LEDs em projecto luminotécnico {1.ª PARTE}
1› INTRODUÇÃO Colocou-me a revista “o electricista“ o desafio de abordar sem paixões e sem ideias pré-concebidas o papel do projectista de iluminação na escolha de LED’s como uma das fontes de iluminação artificial: “A temática que lhe proponho é sem dúvida um tema controverso, que se prende com a utilização indevida dos LEDs em situações que aconselham uma outra solução e a falta de qualidade de alguns produtos presentes no mercado que prometem mundos e fundos e na realidade apresentam muitas deficiências.” Resolvi aceitar o desafio propondo abordar de forma genérica qual é efectivamente o nosso papel como projectistas de iluminação independentes das marca que, não deixando de ser actuais, temos a obrigação de: › Não embarcar em modas; › Informar os nossos clientes das vantagens e inconvenientes das diferentes soluções; › Providenciar para que os diferentes fornecedores falem com verdade indicando-nos os valores reais que cada equipamento nos possibilita; › Avaliar sempre se os custos inerentes a cada solução não serão incomportáveis para os nossos clientes. No texto que apresentamos procuraremos salientar os objectivos dos projectos de iluminação para espaços interiores, sistematizar os condicionantes de base para a escolha da fonte a instalar para conseguir iluminar com base na energia eléctrica. Não incluímos neste artigo a problemática da iluminação exterior a qual, só por si, consideramos que deverá corresponder a outro artigo.
A iluminação está prioritariamente ao serviço do ser humano, não deverá condicioná-lo mas sim garantir-lhe o bem estar e o desempenho correcto das actividades que se pretendem levar a efeito em cada local.
2› TIPOS DE ILUMINAÇÃO 2.1› Geral Ambiente Trata-se da iluminação geral dos espaços onde as pessoas se movimentam, substituindo a luz natural nos períodos nocturnos ou em espaços sem fenestração. Permite a circulação e permanência das pessoas, não tendo o objectivo único de garantir os níveis de iluminação para tarefas que necessitem de grande minúcia ou sejam de duração prolongada, no entanto deverá garantir a percepção visual de todo o espaço. É aceitável algum contraste, que tem muitas vezes vantagens decorativas.
2.2› Pontual, Cénica ou de Observação Neste capítulo englobamos iluminações dirigidas sobre peças de arte, quadros informativos, posicionamento especial de móveis sobre os quais se quer atrair a atenção e iluminação de montras. Este tipo de iluminação concentra uma dissipação de calor acentuada, devendo os técnicos de climatização, sempre que possível, evitar que esse calor se espalhe pelo ambiente a climatizar.
2.3› Iluminação de Trabalho Até há relativamente pouco tempo, era dado especial interesse em conseguir iluminações de trabalho em conjunto com a iluminação geral do ambiente.