NOTA TÉCNICA
Iluminação: das Tochas aos LED’s Nos primórdios da iluminação usaram-se inicialmente tochas de fibras torcidas impregnadas de material combustível. As lamparinas de azeite, são uma evolução das tochas já na idade média. Chegaram até ao século XIX, onde na iluminação pública das cidades os funcionários das autarquias acendiam ao cair da noite, coluna a coluna, subindo e descendo escadas portáteis. O passo seguinte foi a evolução para as lâmpadas de gás, sendo este gerado pela reacção de pingos de água de um pequeno reservatório sobre rochas com hidrocarbonetos. Estes equipamentos eram apelidados de “gasómetros”. Em finais do século XX (Edison e Swan cerca de 1870) foi inventada a lâmpada eléctrica, de arco voltaico em corrente contínua. Esta levou à rápida evolução da produção de electricidade inicialmente para alimentar a iluminação pública. Posteriormente a lâmpada eléctrica evoluiu para lâmpadas de filamento incandescente, com a descoberta do tungsténio. Possuem eficiências entre 10 e 15 lm/W. Mais tarde, já no século XX foram inventadas as lâmpadas de descarga com gás e mercúrio, primeiro de baixa pressão (lâmpadas fluorescentes, com eficiência entre 30 a 75 lm/W) e depois as de alta pressão (lâmpadas de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão, com eficiência entre 45 a 60 lm/W), ainda hoje usadas na iluminação de espaços comerciais e industriais, pela qualidade cromática da luz. Temos também as de iodetos metálicos que vieram melhorar ainda mais a qualidades cromáticas da luz produzida, principalmente ao nível da restituição de cores. Com as lâmpadas incandescentes e as de descarga foi inventada a lâmpada de luz mista que agrega as duas tecnologias. Entretanto foram também inventadas outras lâmpadas de descarga, substituindo o mercúrio por sódio. Estas lâmpadas, nas versões de baixa pressão apresentam uma cor marcadamente alaranjada, com total alteração das cores dos objectos iluminados, e nas de alta pressão (lâmpadas de VSAP), também com cor alaranjada apresentam uma evolução no rendimento luminoso, superior a 90 lm/W. Foi difícil a introdução das lâmpadas de sódio na iluminação pública, merecendo muitas críticas devido às suas cores “quentes” alaranjadas (em torno de 3.000º K)
Josué Morais Director Técnico e à má restituição de cores. Hoje, são muito apreciadas, principalmente na iluminação de monumentos devido às suas cores “quentes”. Habituamo-nos entretanto à sua presença na iluminação pública e ao seu efeito “quente” que produz à noite, apesar de alguma “contaminação luminosa” que muitas vezes produz. Em meados do século XX foi inventada a lâmpada de indução, que resulta da evolução da lâmpada de descarga de baixa pressão (fluorescente), mas sem quaisquer filamentos ou passagem de corrente eléctrica da alimentação no seu interior, tendo por princípio de funcionamento a utilização de bobinas de indução magnética à volta dos tubos fechados (normalmente circulares ou quadrangulares). A excitação magnética induz no interior do tubo correntes eléctricas induzidas que provocam a emissão de luz. Estas lâmpadas apresentam uma boa eficiência, idêntica às de sódio, mas com uma duração que pode atingir as 100.000 horas (até 20 anos com utilização de 10 horas/dia). É uma lâmpada de acendimento instantâneo, não apresentando os tempos de espera no arranque das lâmpadas de descarga. A sua aplicação, estranhamente, tem sido diminuta. Temos agora um novo paradigma: a iluminação por lâmpadas de LED (Light Emission Diod, Díodos Emissores de Luz). Em muitas cidades e vilas estão já instalados sistemas de iluminação com esta tecnologia. Voltamos à iluminação com luz branca de tons “frios”, com temperaturas de cor entre 4.500º K e 5.500º K. A elevada eficiência deste tipo de lâmpadas, atingindo já os 100 lm/W na tecnologia MICROLED, e a sua elevada duração, superior a 50.000 horas (as de sódio vão de 8.000 a 10.000 horas), são argumentos de peso para a sua utilização. Voltamos à iluminação pública com a luz branca, qual regresso às origens. A eficiência luminosa e a elevada duração, ambas ainda em evolução, parecem convincentes para acreditar que o futuro da iluminação poderá passar pelas lâmpadas de LED’s.
ARTIGO TÉCNICO cogeração (2.ª parte): evolução da cogeração no mundo 103
FICHA FORMATIVA DE ILUMINAÇÃO eficiência energéticana iluminação pública: 1.ª parte 139
DOSSIER sensores em edifícios 109
FORMAÇÃO 149
REPORTAGEM VI jornadas tecnológicas 123 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL sensores para edifícios da ABB 125 STEINEL - IR QUATTRO: nova gama de detectores de presença Control PRO 127 PALISSY GALVANI: detectores e fotocélulas para controlo de luminárias 133 EEE: eficiência e eficácia energética 137
ITED ficha técnica n.º 13 155 CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 159