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luzes
casamento de tecnologias na próxima geração de écrans Custódio Pais Dias, Diretor
Na tentativa de obter écrans capazes de apresentar imagens com contraste, brilho e cores irrepreensíveis os fabricantes têm tentado várias tecnologias distintas, que apresentam melhor desempenho numas vertentes e pior noutras. Num futuro muito próximo, a compatibilização de diferentes tecnologias poderá juntar o melhor de todos os mundos e proporcionar écrans com desempenho notável em todos os aspetos. Há já mais de uma década que dispomos de écrans constituídos por LED orgânico, vulgarmente conhecidos pela sigla OLED, que se posicionaram como sendo a referência na qualidade da imagem reproduzida. Tal deve-se ao facto de com esta tecnologia se conseguirem pixéis de um negro profundo (o que melhora muito o contraste), ângulos de observação da imagem muito alargados e uma muito extensa palete de cores. Simultaneamente, as tecnologias Quantum Dot (QD) proporcionaram aos écrans LCD uma evolução muito positiva no que se refere à pureza das cores e ao brilho que apresentam. Num futuro muito próximo parece ser possível fazer o casamento das duas tecnologias referidas para que os écrans possam apresentar um desempenho excecional, tanto no que se refere ao contraste, como no que se refere ao brilho, à pureza das cores e à palete de cores disponíveis. Esta compatibilização de tecnologias, cuja designação ainda não está definida, mas que poderá adotar a sigla QD-OLED, para além do excelente desempenho, poderá permitir obter écrans com preços mais acessíveis do que os OLED. De uma forma simplificada, poderemos dizer que nos atuais écrans LCD os LED são ativados em simultâneo, sendo a imagem criada através da filtragem da luz que eles emitem. Contudo, dado que o processo de filtragem não é cem por cento eficaz, nas zonas em que deveriam apresentar um negro profundo alguma luz passa através do filtro e o contraste fica prejudicado. Na tecnologia OLED os díodos vermelho, verde e azul, que formam cada pixel emissor de luz só são ativados quando são necessários. Assim, nesta tecnologia, os pixéis que devem aparecer a negro, sem luz, estão verdadeiramente desligados e apresentam um negro profundo, o que melhora muito o contraste e a definição da imagem. No entanto, os écrans OLED apresentam uma fragilidade na qualidade do desempenho, que está ligada ao envelhecimento dos LED. O envelhecimento dos díodos vermelho, verde e azul, não acontece em simultâneo, verificando-se uma degradação da cor emitida e a crescente incapacidade de reproduzirem fielmente as cores. A utilização da tecnologia QD em conjunto com a OLED melhora a situação do seu envelhecimento. As nanopartículas semicondutoras da QD absorvem fotões e usam a sua energia para emitir luz com um comprimento de onda diferente (o mesmo princípio de funcionamento que é utilizado nas lâmpadas fluorescentes). Assim, num écran QD-OLED todos os díodos emitem luz azul, que são os que têm menor envelhecimento, as cores vermelha e verde são obtidas cobrindo os díodos necessários com nanopartículas que emitem luz nessas duas cores. Disto resulta um écran tão fino como uma folha de papel, com uma extensa palete de cores e uma longevidade acrescida na manutenção da fidelidade das cores. Por ter como base a tecnologia OLED, os níveis de negro são excelentes como os desta tecnologia, tal como a extensão dos ângulos de visão. A tudo isto acresce, ainda, uma eficiência na utilização da energia superior à que se consegue com os écrans OLED e LCD, o que, atualmente, não é menos importante. Sendo esta a última edição do ano de 2021, cumprindo a tradição, a equipa da revista agradece a todos os que, ao longo do ano, contribuíram para que ela pudesse manter-se uma realidade com a qualidade que lhe é exigida. Para o ano de 2022, enviamos votos de saúde e felicidade e afirmamos que gostaríamos de poder continuar a contar com todos para manter esta realidade, que, afinal, é de todos. Um grande bem-haja. www.oelectricista.pt o electricista 78
Num futuro muito próximo parece ser possível fazer o casamento das duas tecnologias referidas para que os écrans possam apresentar um desempenho excecional, tanto no que se refere ao contraste, como no que se refere ao brilho, à pureza das cores e à palete de cores disponíveis. Esta compatibilização de tecnologias, cuja designação ainda não está definida, mas que poderá adotar a sigla QD-OLED, para além do excelente desempenho, poderá permitir obter écrans com preços mais acessíveis do que os OLED. De uma forma simplificada, poderemos dizer que nos atuais écrans LCD os LED são ativados em simultâneo, sendo a imagem criada através da filtragem da luz que eles emitem. Contudo, dado que o processo de filtragem não é cem por cento eficaz, nas zonas em que deveriam apresentar um negro profundo alguma luz passa através do filtro e o contraste fica prejudicado.