Ética empresarial

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luzes

ética empresarial Em tempos em que se clama que o liberalismo é o melhor modelo para o funcionamento da economia assistimos, mais ou menos atónitos, a um desfilar de casos de má prática empresarial, com prejuízo para a empresa, para a economia e, consequentemente, para a sociedade. Quer se queira, quer não, qualquer empresa, mesmo que de capital unicamente privado, tem uma função social. Pelos trabalhadores que emprega, pelas matérias-primas que utiliza, pelos produtos ou serviços que lança no mercado e, ainda, pela interação com o meio ambiente durante o processo produtivo ou de realização do serviço, por tudo isto a empresa acaba por ter influência na sociedade. Assim sendo, a prática empresarial não é algo que diga respeito unicamente ao proprietário e/ou gestor da empresa. Por isso, para além das necessárias medidas punitivas a aplicar nos casos em que a prática empresarial transgride a lei, a sociedade tem de arranjar formas de promover as boas práticas empresariais. Os danos provocados à sociedade em resultado de más práticas empresariais justificam, certamente, que se faça algum investimento na promoção das boas práticas. Habitualmente, as ações preventivas acabam por ser menos dispendiosas do que as ações corretivas, conseguindo-se melhores resultados. Apesar dos casos de práticas empresariais danosas que vão sendo noticiadas, há que reconhecer que no tecido empresarial português, maioritariamente formado por pequenas e médias empresas, a prática empresarial é globalmente positiva, embora possa sempre ser melhorada em diversas vertentes. Embora sem grande expressão mediática, temos desde 2002 uma Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE) com o objetivo de intervir nas áreas da Ética e da Responsabilidade Social em Portugal. Desde a sua criação esta associação tem participado na elaboração de normas relativas às suas áreas de atuação, bem como na realização de ações que pretendem justamente promover as boas práticas empresariais. É a uma dessas ações que resolvi dedicar este editorial. Reconhecendo a importância que tem a prática empresarial no bem-estar na sociedade no seu todo, a APEE lançou o programa “Reconhecimento PRÁTICAS RS”, que pretende “distinguir a implementação de políticas e modelos de boa governação em organizações dos setores público e privado, com ou sem fins lucrativos, com boas práticas em responsabilidade social”. O programa contempla o reconhecimento em várias categorias, nomeadamente: Direitos Humanos, Trabalho Digno e Conciliação, Ambiente – Redução de Impactes, Ambiente – Água e Energia, Mercado, Comunidade, Voluntariado, Partes Interessadas e, finalmente, Comunicação. Segundo o programa, são variadas as vantagens em obter o reconhecimento, todas ligadas à possibilidade de o publicitar publicamente. As candidaturas estão abertas até ao fim do próximo mês de fevereiro e as condições podem ser obtidas no website do programa. Em tempos difíceis, o reconhecimento público do que se faz bem dá-nos força para continuar a lutar. Cumprindo a tradição, por ser este o último número da revista do ano, quero agradecer às pessoas, empresas e instituições que connosco colaboraram para manter viva esta publicação, que vai já na sua quinquagésima edição e que se quer ao serviço de todos. A todos um grande bem-haja, votos de Boas Festas e que o Novo Ano seja o tal, em que tudo vai realmente melhorar. Bom Ano Novo! Custódio Pais Dias, Diretor

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Custódio Pais Dias, Diretor

Reconhecendo a importância que tem a prática empresarial no bem-estar na sociedade no seu todo, a APEE lançou o programa “Reconhecimento PRÁTICAS RS”, que pretende “distinguir a implementação de políticas e modelos de boa governação em organizações dos setores público e privado, com ou sem fins lucrativos, com boas práticas em responsabilidade social”.


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