TDT: implementação fácil? A primeira abordagem

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DOSSIER

revista técnico-profissional

o electricista

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Luis Peixoto Televes

TDT: implementação fácil?

{A PRIMEIRA ABORDAGEM}

HDTV, DVB-T, HDMI 1.3, MPEG-4, Multiplex, Gap Filler, TDT, Simulcast, DAT... Terminologias que, com maior ou menor dificuldade, entrarão no vocabulário do telespectador português. São termos e acrónimos directamente ligados à Televisão Digital Terrestre, tecnologia que, finalmente, em 2009 (Maio?) estará disponível no éter português. Como ultimo país da Comunidade Europeia a disponibilizar o serviço de televisão digital terrestre (TDT) partimos atrasados para a meta definida ao nível das instâncias comunitárias: Ano de 2012 - Switch off. Ou seja passado o 2012 não poderão continuar a existir emissões analógicas de TV em território europeu. Partimos atrasados, outros começaram bem mais cedo do que nós. Em Espanha estas emissões iniciaram-se em 1999, e 2009 será já ano de switch-off para algumas regiões. Switch-off significa apagão total e definitivo de emissões analógicas que cubram determinada região ou comunidade. Significa o fim da simultaneidade de emissões analógicas e digitais – Simulcast - , significa que toda ( 100% ) uma comunidade está coberta pelas emissões Digitais Terrestres e que tem à sua disponibilidade, no mercado, os equipamentos necessários para poder usufruir de um sistema de recepção Digital Terrestre. Partimos atrasados, não porque na altura da primeira partida, falsa como claramente se viu, não houvesse tecnologia disponível como na altura se argumentou, mas sim porque estrategicamente se entendeu beneficiar a televisão por assinatura, Cabo e Satélite DTH, havia que amortizar o tremendo gasto financeiro originado sobretudo pela expansão da rede de cabo em todo o território nacional e só havia uma forma: cativar assinantes, fosse de que forma fosse!

Quantos assinantes não existem neste momento que apenas o são porque desejaram ter acesso aos 4 canais livres (C1, RTP2, TVI e SIC) e acabaram comprometidos com um operador (Satélite) só porque na sua localidade remota não conseguem captar convenientemente as emissões analógicas e a alternativa foi adesão ao pacote mínimo de um operador de satélite. Outros vivem nos grandes centros em edifícios cujos empreendedores acertaram com os Operadores, sobretudo de Cabo, negócios vantajosos para ambas as entidades esquecendo-se claramente de salvaguardar o direito de opção e decisão, a que legalmente um condómino tem acesso : Que serviço pagar e a quem? Refiro-me claramente a todos aqueles Edifícios projectados e construídos desde 2000 que deveriam possuir instalações colectivas de televisão (Decreto Lei 59/2000) e que por forte e agressiva intervenção comercial por parte dos Operadores, por um lado, e sobretudo por ignorância quanto à lei por parte dos Empreendedores, não possuem dita infra-estrutura colectiva. Estes Edifícios

podemos defini-los como “Tecnologicamente Hipotecados”, apesar de terem sido construídos em plena Era das comunicações e serviços facilitados dentro do Lar. A não ser que as Assembleias de Condóminos procedam às inevitáveis obras de adaptação para instalação de um sistema de recepção e distribuição de sinal colectivo de televisão, a expensas próprias, passaremos a ver apartamentos de quinhentos mil a um milhão de euros, com antenas DAT (Digital Antena Terrestre) nas janelas e varandas!

Antena DAT Figura 1

Com mais facilidade se adaptarão à recepção colectiva da Televisão Digital Terrestre


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