Disparos intempestivos: análises do problema e soluções para os disparos intempestivos dos diferenci

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DOSSIER

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o electricista

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disparos intempestivos

{ANÁLISES DO PROBLEMA E SOLUÇÕES PARA OS DISPAROS INTEMPESTIVOS DOS DIFERENCIAIS POR "SIMPATIA"} Uma das causas mais habituais de disparos intempestivos de diferenciais em instalações de baixa tensão é o coloquialmente denominado "disparo por simpatia". Estes disparos consistem na abertura simultânea de um ou vários dispositivos diferenciais que protegem saídas em paralelo da mesma instalação. Neste caso pode-se dizer também que se perdeu a selectividade horizontal entre diferenciais.

Este fenómeno deve-se principalmente às correntes de fuga que circulam através das capacidades das instalações. Estas capacidades podem ter duas origens: › As capacidades de isolamento dos condutores eléctricos (cabos). › Os filtros capacitivos (condensadores) ligados à terra dos receptores electrónicos existentes nas instalações. Quando numa instalação são geradas correntes de fuga de alta frequência ou transitórios de curta duração, verifica-se uma baixa resistência de passagem através das capacidades anteriores. Os cabos, pela sua constituição, apresentam uma parte activa (condutor) e uma parte não activa (isolante). Se este cabo se encontra junto a um condutor de protecção (cabo de terra), as únicas resistências ou impedâncias que existem entre a parte activa e a terra, são o isolante dos condutores activo e de protecção (este isolante actuará como dieléctrico ) e o ar (ver fig. 1). Esta constituição é análoga à que apresenta um condensador, que contém um dieléctrico entre as armaduras ou partes condutoras. Por conseguinte podemos dizer que um cabo, em relação à terra, apresenta o mesmo comportamento que um condensador (ver fig. 2). Quanto maiores forem as

Figura 1 . Condutor activo e terra. Figura 3 . Capacidade das linhas.

Figura 2 . Cabos, corte longitudinal.

longitudes dos cabos nas instalações, maiores serão as capacidades de ditos cabos em relação à terra, repartidas por toda a instalação. A capacidade das linhas depende da secção destas e das suas longitudes, assim como do tipo de isolante ou dieléctrico que apresentem de fabrico (ver fig. 3). Como capacidades que são, a impedância que apresentam em relação à terra, irá variar em função da frequência da corrente. Quanto maior for a frequência, menor será a

impedância capacitiva, aumentando deste modo as correntes de fuga capacitivas à terra (ver fig. 4).

Figura 4 . Impedância capacitiva xc e corrente capacitiva Ic.

Deste modo, em instalações onde tenhamos receptores que gerem correntes de fuga permanentes de alta-frequência, estas circularão na maioria pelas capacidades em direcção à terra para retornar ao neutro do transformador que fechará o circuito com as


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