ITED: "um salto tecnológico de 13 anos!"

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DOSSIER

revista técnico-profissional

o electricista

68

Carlos Dias

ITED

{"UM SALTO TECNOLÓGICO DE 13 ANOS!"}

Para abertura deste dossier a revista "o electricista" entrevistou Manuel Pedrosa de Barros, Director do Departamento de Tecnologias e Equipamentos - DTE da ANACOM. Passado mais de um ano desde a entrada do novo manual ITED é altura de fazer um balanço e tentar esclarecer algumas dúvidas que ainda possam persistir nos técnicos. INTRODUÇÃO O ITED tende a ultrapassar um obstáculo que existe nas nossas casas em termos de acesso à banda larga, sendo aplicável a habitações novas ou reconstruídas, não a todo o parque de edifícios do país. Pedra basilar no acesso à banda larga, vem substituir o RITA que trazia grandes desvantagens no que se refere a este tipo de acesso, por ser uma tecnologia obsoleta.

ITED - O SALTO TECNOLÓGICO NECESSÁRIO Decorria o ano de 2000 quando se operou a substituição do quadro regulamentar do RITA para o quadro regulamentar associado às Infra-estruturas de Telecomunicações de Edifícios (ITED) - continuaram as prescrições e especificações técnicas do RITA, mas já no novo regime. Em Julho de 2004, surge a nova actualização tecnológica - o novo manual ITED - e é aqui que se dá a mudança, quer para infra-estruturas que são construídas, quer no regime que anteriormente já tinha sido alterado. Mas como em tudo na vida, uma actualização tecnológica implica sempre uma mudança de mentalidades, uma nova forma de ver as infra-estruturas de teleco-

municações de edifícios. Aos olhos de uns, o ITED é um bem necessário e bem-vindo, para outros é salto do 8 para o 80. Mas será mesmo assim? Manuel Pedrosa de Barros, director do departamento de tecnologias e equipamentos (DTE) da ANACOM, não está totalmente de acordo: "Concordo que é um salto tecnológico significativo. Não concordo com a expressão 80, porque tem em si uma acepção de exagero e não me parece que o seja. Agora o que acontecia é que nós estávamos a ter as prescrições e especificações técnicas do RITA, com um quadro tecnológico que já estava obsoleto e portanto nós tão somente estamos a actualizar para o referencial europeu. Na realidade, é um salto tecnológico de 13 anos, portanto é um salto significativo." Enquanto nós apenas pensávamos no RITA, o resto da Europa estava em constante evolução: "O RITA apoiava-se em normas nacionais, notificadas à Comissão Europeia. O manual ITED é uma regra técnica nacional, também notificada à Comissão Europeia, mas que se baseia em normas técnicas europeias, que por sua vez se baseiam em normas técnicas internacionais. Saímos de um referencial técnico nacional para um referencial técnico europeu.", afirma Manuel Pedrosa de Barros.

Agora só temos de seguir o sentido da corrente, para não perdermos a carruagem tecnológica: "As normas que estão referenciadas no manual ITED datam de 2000 e estão a começar a entrar em processo de revisão. Quando tivermos o processo de revisão do referencial europeu iremos actualizando o nosso. O que aconteceu é que nós com o referencial técnico nacional deixámos a normalização técnica a perdurar demasiado tempo e quando fomos ver onde estava o referencial europeu, estávamos com uma décalage muito grande", explica Manuel Pedrosa de Barros. Devido a este grande salto tecnológico, é natural que as dúvidas sejam muitas entre os diferentes actores que desempenham funções nesta actividade. É aqui que a ANACOM tem, segundo Manuel Pedrosa de Barros, um papel fundamental: "A nossa maior actividade é justamente o esclarecimento de dúvidas e apoio externo relativamente às mais variadas dúvidas que se colocam às pessoas que estão envolvidas nesta actividade - projectistas, instaladores, operadores, câmaras municipais e entidades certificadoras."


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