EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS 28
revista técnico-profissional
o electricista ADENE
eficiência energética em edifícios
INTRODUÇÃO A melhoria substancial da eficiência energética para utilização final e a promoção das fontes de energia renováveis são componentes fundamentais das políticas de energia e ambiente da União Europeia e partilhadas por todos os Estados-membros. A Direcção Geral de Energia e Transportes (DG TREN) da Comissão Europeia tem vindo a contribuir para esse objectivo através de um conjunto de acções e iniciativas direccionadas para os diversos sectores de actividade. Assim, aos edifícios, onde o consumo de energia é elevado e existe um significativo potencial de economias de energia economicamente viáveis, foi dedicada especial atenção. Com efeito, os edifícios são responsáveis por 40% do consumo de energia na Europa, um valor superior ao do registado nos sectores industrial e dos transportes. Neste contexto, há a destacar a Directiva comunitária1 relativa ao desempenho energético dos edifícios - que os Estadosmembros devem transpor para o direito nacional até Janeiro de 2006 - destinada a garantir que esse potencial seja efectivamente aproveitado. A Directiva assenta em quatro eixos fundamentais:
› assegurar a aplicação em toda a UE de uma metodologia comum para calcular o desempenho energético de cada edifício, tendo em conta as condições climáticas locais; › o estabelecimento pelos Estados-membros de normas mínimas para o desempenho energético aplicáveis tanto aos edifícios novos como aos existentes que sejam objecto de obras importantes de renovação; › a implementação de um sistema de certificação energética dos edifícios, e › a inspecção regular das caldeiras e dos sistemas de ar condicionado acima de uma determinada dimensão para verificar a sua eficiência energética e as emissões de gases com efeito de estufa. De salientar ainda, duas outras iniciativas da C.E. com impacto no sector dos edifícios: › Programa GreenBuilding que tem por objectivo melhorar a eficiência energética e promover a integração das energias renováveis em edifícios não-residenciais; › Livro Verde sobre Eficiência Energética ("Fazer Mais com Menos Energia") que pretende colocar o tema "economias de energia" no topo da agenda comunitária, incluindo em particular os edifícios enquanto sector responsável por uma fatia significativa dos consumos de energia. De acordo com estudos recentes, tendo como horizonte 2010, mais de 1/5 do actual consumo de energia pode ser reduzido e até 45 milhões de toneladas de CO2 podem ser evitadas através da introdução de tecnologias (equipamentos e sistemas) energéticas eficientes nos edifícios (novos e existentes), tecnologias essas já disponíveis no mercado. Assim, na perspectiva de aproveitamento do potencial de economias de energia, são a seguir analisadas algumas componentes dos edifícios - "equipamento de escritório", "iluminação" e "envolvente" - e identificadas algumas medidas de eficiência energética aplicáveis.
1
Directiva 2002/91/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro de 2002, relativa
ao desempenho energético dos edifícios, publicado no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L1/65, de 4.1.2003.