Produção e distribuição de ar comprimido: como reduzir os custos de uma forma eficaz
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"Na indústria tem-se verificado que o consumo de energia necessário para suprir as fugas representam, em média, cerca de 20% a 40% do consumo necessário para a produção de ar comprimido. Valores demasiado elevados, aos quais correspondem desperdícios consideráveis. É certo que é impossível de eliminar as fugas de ar comprimido, pelo que o valor de 5% pode-se considerar aceitável". Isabel Novais e Ricardo Santos A.Ramalhão Tel.: +351 228 348 130 · Fax: +351 228 348 139 geral@aramalhao.com · www.aramalhao.com
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Deste modo, um olhar atento sobre o SAC é essencial para evitar custos energéticos desnecessários, quer devido a consumos de energia excessivos, quer devido a possíveis gastos resultantes de manutenções que possam levar à paragem da produção ou substituição dos equipamentos. Assim, a otimização do funcionamento da central de ar comprimido é possível, atuando-se de forma contínua e preventiva. De entre as várias possibilidades de otimização destacam-se as fugas de ar comprimido, a gestão da central, otimização da pressão, dimensionamento das redes de
Os sistemas de produção de ar comprimido (SAC) consti-
distribuição, défice de manutenção (filtros, principalmen-
tuem uma das principais utilidades da grande maioria das
te), temperatura de admissão do ar, recuperação da energia
unidades fabris, existindo com maior ou menor represen-
térmica, entre outros.
tação, dependendo do tipo de atividade. De uma forma ge-
Das várias possibilidades enumeradas, a reparação das
ral, pode-se referir que o consumo associado à central de
fugas de ar comprimido constitui uma das formas mais
ar comprimido poderá representar cerca de 2% a 30% do
fáceis e eficazes de otimizar os consumos de energia na cen-
consumo total de uma instalação (dependendo do tipo de
tral de ar comprimido, na grande maioria dos casos. Na indústria tem-se verificado que o consumo de
atividade).
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energia necessário para suprir as fugas representam, em média, cerca de 20% a 40% do consumo necessário para a produção de ar comprimido. Valores demasiado elevados, aos quais correspondem desperdícios consideráveis. É certo que é impossível de eliminar as fugas de ar comprimido, pelo que o valor de 5% pode-se considerar aceitável. A título de exemplo, um compressor com um consumo específico de 0,11 kWh/m3, com uma fuga de 4 mm a 7 barg, ou seja, 1,13 m3/min, irá exigir ao compressor um consumo Figura 1. Esquema simplificado de uma central de produção de ar
adicional de 7,5 kWh. Para um regime de funcionamento
comprimido.
de 24h/dia, 300 dias/ano e um custo de energia elétrica de 0,1€/kWh, esta fuga representa 5370€ por ano.
Para além disso, analisando a estrutura de custos de exploração de uma central de ar comprimido, ao longo do ciclo de vida, verifica-se que cerca de 70% corresponde ao consumo de energia necessário para a produção de ar comprimido, 20% corresponde ao custo com a aquisição e 10% corresponde aos custos com a manutenção.
Figura 3. Fugas de ar comprimido.
Aquisição 20,0% Consumo de Energia 70,0%
Assim, torna-se urgente a implementação de um plano de Manutenção 10,0%
atuação no que diz respeito à eliminação das fugas de ar comprimido. Neste sentido, a A.Ramalhão tem vindo a desenvolver junto dos clientes rotinas de identificação e reparação de fugas de comprimido. Este método consiste em aproveitar
Figura 2. Repartição dos custos de exploração de uma central de ar
as paragens da produção das instalações para proceder à
comprimido.
análise das fugas de ar comprimido, no entanto, a inspeção