Manutenção preventiva de instalações frigoríficas

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Dossier

João Miranda Garcia Prof. Adjunto Equiparado da EST Setúbal/IPS Especialista em refrigeração da OE joao.garcia@estsetubal.ips.pt

Manutenção preventiva de instalações frigoríficas Introdução Nos nossos dias, com o aumento da importância dos aspectos relacionados com a eficiência energética das instalações, o papel da manutenção preventiva ganha um relevo acrescido, tendo em conta a relação directa que existe entre o estado de manutenção dos equipamentos e a eficiência das instalações. Uma das áreas onde este aspecto ganha cada vez mais relevo é a área das instalações frigoríficas. Efectivamente, com o recente aumento do número de grandes superfícies comerciais, como são os hipermercados, mas também com a alteração do espectro das pequenas superfícies de bairro, que passaram de pequenos supermercados familiares, tradicionais, para a esfera dos grandes grupos económicos, a manutenção das instalações frigoríficas ganha uma nova importância.

Rotinas de manutenção sem paragem da instalação No que se refere à refrigeração, tal como noutras áreas, a manutenção periódica começa com o arranque da instalação. Uma vez concluída a instalação de um sistema de refrigeração, o instalador deverá fornecer instruções completas sobre os cuidados a ter com o sistema, nomeadamente com o arranque, operação e manutenção dos equipamentos. De modo a facilitar a tarefa das equipas de manutenção, as instruções devem ser claras e precisas, indicando as rotinas de manutenção a realizar e a frequência com que estas devem ser realizadas. Tal como noutro tipo de instalações é fundamental a existência de Planos de Manutenção Preventiva (PMP) referentes a todos os equipamentos. Uma instalação frigorífica, seja ela de grande ou pequena potência, é constituída pelos equipamentos frigoríficos principais, compressores, condensadores, evaporadores e válvulas de expan-

Figura 1 – Centrais frigoríficas.

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Figura 2 – Condensadores Frigoríficos.

são, mas também pelos equipamentos anexos, auxiliares, de controlo, de regulação, de segurança e automáticos de funcionamento. Dependendo do tipo e dimensão da instalação, assim as rotinas de manutenção deverão ser adaptadas à instalação específica. Deverão também ser consideradas as indicações dos fabricantes dos diversos equipamentos que constituem a instalação frigorífica. No entanto genericamente apresentam-se de seguida um resumo das principais rotinas tipo a considerar para uma instalação frigorífica do tipo médio (50 a 300 kW de potência frigorífica instalada).

Semanalmente 1. Verificar as pressões de funcionamento, nos manómetros dos compressores, a pressão de aspiração (baixa) e a pressão de Condensação (alta) das centrais frigoríficas ou compressores individuais; 2. Verificar as regulações das pressões de condensação e vaporação nos pressóstatos de alta e baixa; 3. Verificar o nível de óleo nos compressores. Se estiver baixo, deixe o compressor funcionar continuamente a carga total durante 3 a 4 horas, verificando o nível de óleo a cada 30 min. Se o nível se mantiver baixo, adicione óleo; 4. Observar a pressão do óleo. A leitura no manómetro do óleo deverá ser de aproximadamente 140 a 240 kPa superior à leitura do manómetro da aspiração; 5. Verificar o estado dos filtros de óleo e das linhas de líquido e de aspiração. Limpe ou substitua os filtros, se necessário; 6. Verificar as condições gerais de funcionamento, como as pressões de funcionamento (alta e baixa) do sistema; 7. Verificar o estado dos visores de líquido do Fluido Frigorigénio, nomeadamente, grau de humidade, existência de impurezas, existência de bolhas de ar no circuito;

Figura 3 – Manómetros de alta

Figura 4 – Pressóstato de alta

e baixa pressão.

e baixa pressão.


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