52 | Entrevista
5LFDUGR 3RFLQKR “Qualquer país que não respeite os mais velhos é um país sem memória” texto e fotos por André Manuel Mendes
Com o envelhecimento da população a ser uma realidade cada vez mais atual, muito se tem discutido sobre a forma de potenciar a qualidade de vida numa idade mais avançada, quer em termos individualizados como no que respeita a cuidados e serviços prestados a idosos. O Ageing Congress é um verdadeiro exemplo de proatividade na procura de soluções para as problemáticas apresentadas no envelhecimento, colocando em discussão as temáticas mais prementes em torno desta realidade e ouvindo os profissionais mais experientes e qualificados nas suas áreas de intervenção. A revista “Dignus” conversou com Ricardo Filipe da Silva Pocinho, Professor Adjunto da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, Doutorado em Processos de Formação e em Psicogerontologia e Presidente da Anges – Associação Nacional de Gerontologia Social, que nos deu a conhecer todo o trabalho desenvolvido para a promoção de um envelhecimento com qualidade.
Dignus: O que é o Ageing Congress? Ricardo Pocinho (RP): O Ageing Congress, é um evento internacional sobre envelhecimento, que surge antes da fundação da ANGES, ainda que com outras designações, Congresso Internacional de Gerontologia Social entre 2011 a 2013, e Conferência Internacional de Envelhecimento Ativo, 2014 a 2017, hoje assumese como um dos maiores eventos sobre esta importante temática, quer pelo número de pessoas envolvidas, quer pelas instituições parceiras que aumentam a cada nova edição.
Dignus: Qual a pertinência de um evento desta índole em território nacional? RP: Este evento, tem máxima pertinência e relevância, não só porque Portugal é um país extremamente envelhecido mas, e sobretudo, porque não há soluções imediatas para contrariar esta tendência e se vamos ser cada vez mais um país envelhecido, há que discutir, não este facto que é do conhecimento de todos, mas antes formas das pessoas que hoje vivem mais anos manterem a qualidade de vida, sentirem-se integrados na sociedade e com acesso à saúde e às prestações sociais.
Dignus: Como foram selecionadas as temáticas para as apresentações do Ageing Congress? RP: A ANGES, que a cada ano lidera a organização do evento, tem durante todo o ano elevado contacto com organizações sociais, cuidadores, técnicos, empresas que servem o setor, escolas e universidades, quer pelas suas ações de formação, quer pelos eventos em que participa ou mesmo pelas reuniões onde intervêm. É o profundo conhecimento das necessidades que mais contribui para a definição de temáticas, ouvimos todos sobre o que tem utilidade ser discutido. Não agradamos a todos, contudo esgotamos todos os eventos e isso é para nós motivo suficiente para que no encerramento de um Ageing Congress anunciemos o próximo. Dignus: Qual a avaliação que a organização faz do evento? RP: A organização faz uma avaliação extremamente positiva, e o nosso único indicador é a satisfação dos parceiros e de todos os que de alguma forma colaboram. Este é um congresso para os que participam e não para que a Anges tenha algum proveito, fazemos este evento para que dele resulte ciência e propostas de intervenção, para que a vida