4 | Espaço ERPIS
2 SDSHO GR Centro de Dia na ocupação dos utentes Boas práticas » 2.ª Parte 1
Mónica Teixeira, 2Ana Soares e 3Catarina Teixeira
1
Diretora de serviços do Centro de Apoio Social
de Vila Nova de Monsarros 2
Equipa técnica do Centro de Apoio Social
de Vila Nova de Monsarros 3
Gerontóloga
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Planificação das atividades no Centro de Dia Tendo em conta o supramencionado, por Benet (2002), consideramos pertinente divulgar o nosso contributo, enquanto instituição, e enquanto profissionais, no que diz respeito à dinamização das atividades de ocupação em Centro de Dia. O sucesso na dinamização de atividades, significativas para os utentes, tem por base uma avaliação integral do individuo, através da recolha do maior número de informações relacionadas com o mesmo (passado, presente e aspirações futuras). Devendo ter em consideração fatores como: a idade (funções biológicas e sociais do indivíduo), família, educação, emprego, acontecimentos significativos para a pessoa em particular, interesses, aspirações, capacidades/limitações dos indivíduos, entre outros. Tende a ser fundamental manter um equilíbrio entre as potencialidades e as limitações (inevitáveis no processo de envelhecimento) e que para tal seja possível é necessário desenvolver/promover a aceitação das limitações. O sucesso da aceitação passa por, entre outras, potenciar as capacidades dos utentes, de modo a permitir a vivência des-
ta etapa de vida de um modo mais positivo, para o próprio idoso e para os outros que o rodeiam. O objetivo primordial da intervenção no âmbito da ocupação é conseguir proporcionar aos utentes um envelhecimento bem-sucedido, tendo por base o modelo da otimização seletiva com compensação proposto por Baltes e Baltes (1991). Deste modo, para o referido modelo, o envelhecimento bemsucedido baseia-se na seleção de metas, otimização dos meios para atingir essas metas e procura de compensações quando os meios disponíveis para atingir as metas estiverem ausentes. Os autores referem, ainda, que a definição inclusiva de envelhecimento bem-sucedido, com base na interação destes três mecanismos, requer uma análise conjunta de indicadores de natureza objetiva e subjetiva, por meio dos quais seja possível compreender a variabilidade interindividual a todo o momento observada nos idosos, em termos de interesses, valores, saúde, recursos disponíveis, capacidades de realização, entre outros. Para Freund e Baltes (1998), a seleção é considerada como uma orientação para o desenvolvimento, através da definição de objetivos e resultados de-
sejáveis. A otimização quer dizer aquisição, aplicação, coordenação e manutenção de recursos internos e externos envolvidos no alcance de níveis mais altos de funcionamento. Pode ser realizada mediante a educação, a prática e o suporte social dirigidos à cognição, à saúde, à capacidade atlética e às habilidades artísticas e sociais. Já a compensação envolve a adoção de alternativas para manter o funcionamento como sejam: o uso de aparelhos auditivos, uso cadeira de rodas, a utilização de pistas visuais para compensar problemas de orientação espacial, entre outros. Em cada caso de envelhecimento bemsucedido, existe uma apropriação criativa, individualizada e socialmente apropriada, dos mecanismos de seleção, otimização e compensação por isso, cabe aos técnicos através de ações direcionadas à individualidade de cada utente, o encaminhamento/ incentivo para a sua aplicação. Este modelo tem demonstrado ter efeitos positivos na satisfação com a vida e na qualidade de vida das pessoas idosas (Ouwehand, De Ridder & Bensing, 2007). Ao atingirem estados de crescente vulnerabilidade, as pessoas idosas recorrem a