30 | Dossier sobre Nutrição
A importância da nutrição no olho saudável e com patologia José Salgado-Borges1, Carlos Vergés2, Cristina C.Borges3, Ricardo Casaroli-Marano4, Maria D. Pinazo-Dúran5 1
Diretor Clinico da Clinsborges (Porto) e Coordenador do Serviço de Oftalmología da Lenitudes (S M Feira);
Profesor y Jefe del Servicio de Oftalmología del Hospital Universitario Dexeus. Universidad Politécnica de Cataluña.
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Barcelona. España; 3Departamento de Química e das Biomoléculas, Escola Superior de Saúde, Politécnico do Porto e Unidad Investigación Oftalmológica “Santiago Grisolía”/FISABIO, Valencia, Espanha; 4Catedrático de Oftalmología, Departamento de Cirugía, Facultad de Medicina y Ciencias de la Salud & Hospital Clínic de Barcelona, Universitat de Barcelona, Barcelona, España; 5Profesor Titular de Oftalmología, Facultad de Medicina y Odontología (Universidad de Valencia) e Director Unidad Investigación Oftalmológica “Santiago Grisolía”/FISABIO, Valencia, España
Uma dieta rica em água, nutrientes, minerais, vitaminas A, C e E, contendo antioxidantes tal como o ómega 3, tem um papel fundamental para a saúde ocular e preservação da visão.
Introdução O aumento da expetativa de vida também tem a sua contrapartida e, de facto, o número de idosos com doenças crónicas e degenerativas relacionadas com a idade está a aumentar em todos os países. Várias teorias têm sido postuladas para demonstrar os processos que ocorrem no envelhecimento corporal, entre as quais se destaca a causada por stress oxidativo, na qual a produção de radicais livres de oxigénio é mantida
(ou aumentada) bem como a de azoto, mas a quantidade e eficácia das defesas antioxidantes são significativamente reduzidas, aumentando, deste modo, o dano oxidativo dos múltiplos órgãos e tecidos. Os nossos olhos estão expostos a agentes ambientais (radiação ionizante, poluição, fumo de tabaco, frio/calor, entre outros), mas também a agentes internos (alterações metabólicas, doenças cardiovasculares ou respiratórias, disseminação hemática de agen-
tes infeciosos, alérgeneos, toxinas, cancro e outros). Tanto os tecidos oculares externos (pálpebras, conjuntiva, córnea) como os internos (úvea, cristalino, vítreo, coróide, retina e nervo ótico) podem ser lesados pelos fatores descritos, portanto mais vulneráveis à ação danosa causada pelos radicais livres. Entre os fatores modificáveis para evitar ou controlar as doenças oculares mais prevalentes, é necessário considerar a importância da nutrição e controlo do peso corporal. Do ponto de vista básico, clínico e preventivo, apresentaremos sequencialmente informações fundamentais, não só para os profissionais de saúde, como também para a população em geral. C. Vérges e J. Salgado-Borges começarão por abordar os efeitos nutricionais da porção anterior do olho. Estes oftalmologistas dedicam-se preferencialmente ao diagnóstico e tratamento de patologias do segmento anterior, nomeadamente da córnea e do olho seco e de uma doença muito frequente na população mais idosa, a catarata. C. Campos-Borges, J. Salgado-Borges e M. D. Pinazo Durán comentarão sobre a importância do diagnóstico precoce da hipertensão ocular para evitar a neurodegeneração glaucomatosa e as implicações dos hábitos alimentares no decurso da doença.