Hidratação: A importância de adaptar de acordo com a estação climática

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6 | Espaço Associação Brasileira de Gerontologia

Hidratação

A importância de adaptar de acordo com a estação climática

Milena Yuri Suzuki Diretora de Suporte à Profissão da Associação Brasileira de Gerontologia

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Nathália Cristina R. D’Abruzzo Nutricionista pela Universidade Cruzeiro do Sul

O

corpo humano é constituído, em sua grande parte, por água, a qual é utilizada para diversas funções do organismo, como por exemplo para o transporte de nutrientes e regulação da temperatura corporal, além de compor tecidos e células (Constant, 2010). A desidratação é muito comum nos idosos e está entre as causas mais frequentes de internamento entre estes indivíduos, visto que há maior perda de fluidos e diminuição do consumo hídrico. O motivo pelo qual a desidratação e não ingestão de líquidos está tão presente nesta população pode estar relacionado com medo da incontinência; falta de informação sobre a recomendação de água adequada; alterações sensoriais; demência; perda da mobilidade; fatores fisiológicos e até mesmo ambientais (Wotton & Munt, 2008; Mentes, 2006). As mudanças climáticas e as estações do ano contribuem para o aumento do risco de desidratação. No verão e primavera as ondas de calor são prevalentes, o que aumenta a perda de fluidos, e no inverno e outono há a diminuição da sensação de sede que é potencializada nos idosos devido ao deficit de recetores que a ativam. Os sinais que podem ser considerados como indicadores de desidratação são: diminuição de peso; confusão mental; cãibras e cansaço muscular; astenia e urina escura (Vivanti et. al., 2008) A desidratação pode levar a complicações de outras patologias: aumenta o risco para situações de tromboembolia, infeções

“A desidratação é muito comum nos idosos e está entre as causas mais frequentes de internamento entre estes indivíduos, visto que há maior perda de fluidos e diminuição do consumo hídrico.”

urinárias e pulmonares, insuficiência renal, úlceras por pressão e diabetes (Schols et.al.2009). Desta forma é importante prevenir a desidratação, atentar-se aos seus sinais e às estações do ano que levam a alterações climáticas. Nas estações do ano onde as temperaturas são mais amenas (outono e inverno) a sensação de sede é menor, portanto, deve-se estimular a ingestão de água mesmo que não sintam sede: estabelecendo horários regulares para o consumo hídrico e facilidade no acesso às bebidas (garrafas de água visíveis em locais onde o idoso permanece por mais tempo); tornar a bebida mais atraente visualmente com frutas e folhas aromatizadas; uso de chás, cafés e chocolates quentes. Já no verão e primavera, as temperaturas são mais elevadas e é importante aumentar a frequência hídrica e oferecer bebidas mais refrescantes para facilitar o consumo, como sumos naturais, smoothies e sorbets de frutas à base de água. Outras estratégias incluem: consciencialização da família e/ou equipa de saúde, assistência para beber, apoio e proximidade no uso da casa-de-banho e uma maior variedade de bebidas à disposição. É importante considerar também as preferências do idoso, uma vez que podem ter prazer e


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