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O papel do Centro de Dia na ocupação dos utentes Boas práticas » 3.ª Parte Mónica Teixeira, 2Ana Soares e 3Catarina Teixeira
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Diretora de serviços do Centro de Apoio Social
de Vila Nova de Monsarros 2
Equipa técnica do Centro de Apoio Social
de Vila Nova de Monsarros 3
Gerontóloga © Freepik
Exemplos práticos de atividades individuais e de grupo e considerações genéricas Tal como expusemos anteriormente, todas as atividades subsequentemente mencionadas são realizadas em contexto real, num Centro de Dia integrado em meio rural, com outras respostas socais associadas e com um número máximo de 30 utilizadores diários. Deste modo, o modelo de ocupação apresentado poderá, no nosso entender, contribuir para a replicação dos procedimentos operacionais usados, primordialmente em ambientes similares. No que concerne às atividades individuais o foco prende-se, como já mencionámos, em cativar os indivíduos de modo a compreender exatamente quais as suas necessidades, preferências, limitações, potencialidades e de que forma cada um se sente inserido/integrado na instituição e no grupo. Considera-se fundamental este tipo de trabalho junto dos indivíduos através da promoção e incremento de atividades de ocupação significativas, resultantes de uma escolha livre e voluntária. Consideramos uma diversidade de formas de proporcionar resposta às necessidades ocupacionais
dos utentes e de os manter preenchidos no dia a dia, de modo a que experimentem sentimentos de utilidade e de importância a nível individual e ou coletivo. Assim sendo, elencamos seguidamente uma listagem de contributos práticos previamente experienciados no Centro de Dia em análise. Primeiramente destacamos a importância das criações em cadeia, isto é, distribuição das diversas tarefas em que cada utente possui uma função diferente, mas essencial para o resultado final. Destacamos deste modo o seguinte exemplo: mensalmente os utentes participam numa aula de ginástica interinstitucional com todos os idosos do concelho. O local de realização da atividade é previamente calendarizado para diversas infraestruturas dos diferentes locais do concelho (com dimensão para acolher 150 a 300 participantes). No momento em que a atividade se realiza na comunidade, do Centro de Dia em questão, os utentes criam, desenvolvem e oferecem um acessório de ginástica (previamente aferido com o monitor da atividade) a todos os participantes para a realização da aula. Assim sendo, a atividade “ginástica” começa com a dinâmica da definição e conceção dos acessórios, a qual
descrevemos seguidamente: a criação de sacos de peso em tecido (aproveitamento de retalhos), com diferentes pesos e atilhos para a utilização nas mãos e pernas/pés de forma a adaptar-se a idosos com as mais variadas características bio fisiológicas (capacidade física, doença, entre outras); assim sendo, necessitámos de participantes para colocar areia em sacos, outros para vedar os mesmos sacos com fita-cola a toda a volta, outros para costurar os retalhos em forma de saco, outros para cortar o trapilho no tamanho certo, outros para costurar os atilhos nos sacos e outros a fechar os sacos. Para além deste exemplo de objeto, ao longo dos últimos 5 anos, os utentes criaram cordas entrançadas em trapilho, canas compridas protegidas nas extremidades com balões e trapilho, bolas de areia com balões, canas curtas com fita de seda na ponta,
“(...) as rotinas ocupacionais dos indivíduos mais velhos contribuem para que esta fase da vida seja satisfatória e produtiva.”