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Seringas Só no Agulhão Projeto já permitiu recolher mais de 102 mil seringas em cinco meses
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unca como hoje se falou tanto sobre políticas que promovam a melhoria dos cuidados de saúde prestados às populações. Atenta à emergência destas preocupações, a Associação de Farmácias de Portugal (AFP) tem-se dedicado à elaboração de soluções para responder aos desafios da nossa sociedade. Foi nesse sentido que criámos em 2019, o projeto-piloto pioneiro “Seringas Só no Agulhão”, um projeto que ambicionamos alargar, em breve, a todo o país. Manuela Pacheco Lançado em parceria com a empresa Stericycle, o programa Presidente “Seringas Só no Agulhão” tem como finalidade recolher nas farda Associação mácias as seringas e agulhas usadas pelos doentes diabéticos, de Farmácias bem como de todos aqueles que utilizam medicamentos injetáde Portugal (AFP) veis. Para esse efeito foi instalado nas farmácias aderentes um contentor próprio – o Agulhão. Embora sendo um projeto-piloto, os resultados obtidos durante os primeiros cinco meses do programa confirmam o sucesso e a relevância desta iniciativa: entre julho e novembro de 2019 foram recolhidas nas farmácias aderentes mais de 102 mil seringas e agulhas. Recorde-se que até à data não existe nenhum sistema de recolha nacional para este tipo de resíduos. O único sistema de recolha de seringas disponível está inserido no âmbito do PTS (Programa de Troca de Seringas) – um programa especialmente dirigido às Pessoas que Utilizam Drogas Injetáveis (PUDI). Nestes casos, as farmácias recolhem as seringas usadas (que depois são destruídas) e, em troca, devolvem aos cidadãos material esterilizado. Mas os doentes diabéticos vivem há décadas com o problema de não saberem o que fazer com as suas seringas e agulhas. A AFP sabe que nestes casos a solução mais comum passa por colocar as seringas dentro de garrafas de plástico que depois são depositadas no lixo. Por considerar que este não é, de todo, o destino ideal para resíduos desta natureza, a AFP criou o projeto “Seringas Só no Agulhão” para encontrar uma solução ambientalmente segura que permita aos utilizadores de medicamentos injetáveis entregarem as suas seringas usadas nas farmácias. Com o Agulhão, os cidadãos passam a ter ao seu dispor, pela primeira vez, uma solução segura, ecológica e gratuita para as suas seringas usadas. Nesta fase, o projeto-piloto “Seringas Só No Agulhão” está “(...) os doentes diabéticos implementado em 10 farmácias dos convivem há décadas com o celhos do Porto, Vila Nova de Gaia, Matoproblema de não saberem sinhos, Gondomar, Braga e Vila Verde. As o que fazer com as suas farmácias aderentes são as seguintes: Farseringas e agulhas.” mácia Costa Macedo (Vila Verde); Farmácia Cristal (Braga); Farmácia da Areosa (Rio Tinto); Farmácia de Aguiar (Gondomar); Farmácia Falcão (Porto); Farmácia Henriques (Porto); Farmácia Leça do Balio (Leça do Balio); Farmácia Monte da Virgem (Vila Nova de Gaia); Farmácia Padrão da Légua (Custoias); Farmácia Portela (Vila Nova de Gaia). Apesar de estar circunscrito ao Norte do país, a AFP tem a ambição de alargar o projeto a nível nacional.
Um projeto pioneiro que promove a Saúde Pública e defende o meio ambiente Segundo as estimativas da AFP, com base nos dados IQVIA, todos os anos são gerados em Portugal mais de 250 milhões de resíduos (seringas e agulhas) em ambulatório. São resíduos que, devido à inexistência de uma recolha segura, vão parar ao lixo comum. Se o projeto “Seringas Só no Agulhão” deixar de ser um projeto-piloto e passar a ser um programa de âmbito nacional, acreditamos que uma elevada percentagem destes resíduos passará a ser tratada de forma adequada quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista de Saúde Pública. Por todas estas razões, em 2020, a AFP estará focada na sensibilização das autoridades competentes para os benefícios do programa “Seringas Só no Agulhão” e para a importância do desenvolvimento de soluções de recolhas de seringas para os utilizadores de medicamentos injetáveis nas farmácias de todo o país. Da mesma forma, a AFP continuará a trabalhar para divulgar o Agulhão junto das populações, para que possam beneficiar desta solução inovadora. Vamos também apostar no desenvolvimento de novos programas que vão de encontro às necessidades de saúde dos cidadãos. Porque esta é a nossa missão: trabalhar de perto com os farmacêuticos para melhor servir a comunidade.