4 | Espaço ERPIS
O papel do Centro de Dia na ocupação dos utentes Boas práticas » 1.ª Parte 1
Mónica Teixeira, 2Ana Soares e 3Catarina Teixeira
1
Diretora de serviços do Centro de Apoio Social
de Vila Nova de Monsarros 2
Equipa técnica do Centro de Apoio Social
de Vila Nova de Monsarros 3
Gerontóloga
O Centro de Dia em Portugal permite ao indivíduo a permanência no seu contexto comunitário através da disponibilização de serviços diversificados. Destes a ocupação é o tema central em análise, tendo a resposta social um papel primordial na sua realização. Assim, aborda-se a temática da planificação de atividades e monitorização das mesmas nas vertentes: anual, mensal, semanal, diária e individual e coletiva, através de exemplos práticos e experienciados no Centro de Dia em análise.
Introdução O Centro de Dia em Portugal apresenta-se, na atualidade, como uma resposta social, desenvolvida em equipamento, que se fundamenta na prestação de um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção do indivíduo no seu meio sociofamiliar. A resposta disponibiliza, aos seus utentes, uma diversidade de serviços tais como refeições, convívio/ocupação, cuidados de higiene, tratamento de roupa e férias organizadas (Bonfim & Saraiva, 1996).
O tema central explorado no presente trabalho é o funcionamento do serviço de ocupação num Centro de Dia. Deste modo, os autores, através da sua experiência empírica, descrevem as suas práticas diárias num Centro de Dia dimensionado para 30 utentes, integrado em meio rural, situado na beira litoral e que se encontra acoplado a outras respostas sociais direcionadas à Terceira Idade e outras direcionadas à infância. O trabalho em causa pretende dar a conhecer, de forma despretensiosa, as boas práticas realizadas ao nível da ocupação dos mais velhos para que possam ser replicadas em Centros de Dia similares. Deste modo, o presente artigo divide-se em duas partes: a primeira delimita de modo concetual o modelo de Centro de Dia existente em Portugal e uma segunda parte na qual são exploradas aprofundadamente experiências empíricas ao nível da ocupação com idosos. Assim, a segunda parte foca-se na planificação e execução de atividades em Centro de Dia. A planificação engloba a metodologia usada para estruturar atividades de ocupação nas amplitudes: anual, mensal, semanal, diária e individual e coletiva assim como a sua monitorização.
No que concerne à execução foram elencados exemplos práticos experimentados no contexto prático em análise, nas mesmas amplitudes da planificação. Por fim, no último ponto, serão realizadas algumas considerações centrais sobre a importância do Centro de Dia na dinamização da ocupação dos utentes/utilizadores da resposta social.
Centro de dia em Portugal uma abordagem concetual Definição e objetivos do Centro de Dia Centro de Dia surge, em Portugal, como estrutura comunitária e implanta-se progressivamente a partir da década de 70 (Serdi, 1975). Apresenta como objetivo inicial a rentabilização dos recursos existentes na comunidade, de modo a satisfazer as necessidades dos indivíduos. Deste modo, o Centro de Dia começa por se definir como um “conjunto de serviços no qual e/ou pelo qual, são organizadas atividades agrupadas que permitem às pessoas conservarem-se no seu meio familiar e social” (Serdi, 1975). Esta primeira definição foca-