O futuro da robótica e automação

O futuro da robótica e automação

UREĂ‹WLFD

com a colaboração de: Jacob Pascual Pape, Sales Manager do Sul da Europa da Universal Robots Dirk Folkens, Diretor Comercial da EPSON para o Mercado Europeu Juvêncio Reis, Fimel Nuno Mineiro, Roboplan

Helena Paulino

'266,(5 7(1'ù1&,$6 '$ 52%Ú7,&$ $ 1þ9(/ ,%¡5,&2

Um pouco por todo o mundo tem orescido a necessidade de implementar mais e mais soluçþes e produtos de automação e robótica aplicada a todos os setores.

VĂĄrias empresas de renome internacional tĂŞm apostado, nos Ăşltimos tempos, cada vez mais no desenvolvimento e inovação de soluçþes na Ă rea da automação e robĂłtica uma vez que hĂĄ uma maior necessidade em implementar soluçþes do gĂŠnero. AtĂŠ mesmo no setor domĂŠstico começam a surgir pequenas “ajudasâ€? para as donas de casa nas suas lides domĂŠsticas, como o tĂŁo conhecido robot de cozinha que faz tudo o que ĂŠ necessĂĄrio segundo dita o slogan, ou o aspirador inteligente sem ďŹ os, ou as tĂŁo conhecidas bimbys, e muitos outros instrumentos que cozinham, limpam e tratam da casa quase sem ajuda humana.

E se jå se observa este desenvolvimento no setor domÊstico, o que não estarå a acontecer no setor industrial onde a redução de tempo obtida pela automatização de aplicaçþes e funçþes se traduz numa redução de custos e ganhos incríveis na produção? As solicitaçþes das empresas são muitas, as soluçþes apresentadas ao mercado crescem diariamente e este Ê um setor em plena expansão, onde todos os dias surgem mais desenvolvimentos e inovaçþes.

Robots que ajudam humanos nas mais

diversas funçþes ou que substituem humanos, que auxiliam humanos com deďŹ ciĂŞncia, que preenchem a sua solidĂŁo.

SerĂĄ este o futuro em termos mais gerais? E se assim for, o que nĂŁo acontecerĂĄ a um plano muito maior, num contexto industrial? SerĂĄ um mercado e um setor em constante mutação, sempre a querer melhorar, a querer automatizar com mais e melhor eďŹ ciĂŞncia.

Quais as tendĂŞncias para o futuro da robĂłtica? Fomos questionar isso mesmo a Jacob Pascual Pape, Sales Manager do Sul da Europa da Universal Robots, a Dirk Folkens que exerce o cargo de Diretor Comercial da EPSON para o Mercado Europeu, a JuvĂŞncio Reis da Fimel, e ainda a Nuno Mineiro da Roboplan. As respostas ou previsĂľes, como lhe queiram chamar, encontram-se jĂĄ de seguida.

NOVOS PROCESSOS DE PRODUĂ‡ĂƒO DERAM ORIGEM A NOVAS APLICAÇÕES MAIS EXIGENTES Desde hĂĄ alguns anos que se tem veriďŹ cado um aumento de aplicaçþes robĂłticas no setor industrial, muito para

alĂŠm do setor automĂłvel onde, segundo alguns especialistas foi o setor onde se começou a desenvolver a indĂşstria robĂłtica. Na PenĂ­nsula IbĂŠrica, segundo Jacob Pascual Pape, Sales Manager do Sul da Europa da Universal Robots, o setor automĂłvel foi durante muitos anos o principal motor de desenvolvimento da robĂłtica e automação, utilizando mais de 60% dos robots existentes no mercado. “A indĂşstria automĂłvel tem mĂşltiplas unidades onde podemos vender robots e justiďŹ car novos desenvolvimentosâ€?, registou Dirk Folkens, Diretor Comercial da EPSON para o Mercado Europeu, “mas hoje em dia, a indĂşstria automĂłvel jĂĄ estĂĄ repleta de robots, apesar de estarem a surgir projetos de grande envergadura nos paĂ­ses com economias emergentes como ĂŠ o caso da China, Ă?ndia, RĂşssia e Brasil.â€?

A realidade atual começa a demonstar algumas alteraçþes graças Ă versatilidade da utilização dos robots atuais pela sua facilidade de exibilização, ligeireza e possibilidade de trabalhar com pessoas, alĂŠm da abertura e desenvolvimento para a ĂĄrea da automatização de processos que, como corrobora Jacob Pascual Pape, com os robots industriais seria impensĂĄvel. Dirk Folkens relembrou que, com o passar do tempo e as inovaçþes que tĂŞm surgido, os robots tornaram-se mais inteligentes atravĂŠs da utilização de novas tecnologias e de tĂŠcnicas sensoriais, o que pode justificar o interesse e utilidade nas outras indĂşstrias. Segundo Dirk Folkens, “os modelos especiais (como as versĂľes de sala limpa, por exemplo), sĂŁo exemplos desta tendĂŞncia e, por isso, acredito que esta percentagem de robots utilizados na indĂşstria em geral, comparados com os utilizados na indĂşstria automĂłve,l irĂĄ aumentar cada vez mais.â€?

JuvĂŞncio Reis da Fimel explica esta tendĂŞncia com nĂşmeros: “no ano passado instalĂĄmos uma unidade e este ano prevemos instalar seisâ€? em setores industriais alĂŠm do automĂłvel.

JĂĄ Nuno Mineiro da Roboplan contrapĂľe, ditando que “o setor automĂłvel continua a ser o grande cliente devido Ă s exigĂŞncias de baixo custo de fabrico, qualidade, prazos de entrega, entre outros, e a

um papel preponderante no desenvolvimento e difusão da robótica e, por isso, as empresas e marcas relacionadas com a robótica devem colaborar em vários projetos, sendo que a sua especialização e investigação poderão levar a grandes

desenvolvimentos dentro das marcas de robótica. Em termos de relação com as empresas, há quem as tenha mais acentuadas e próximas e outras marcas que se distanciam das mesmas. O conhecimento é algo que se constrói ao longo

do tempo, e as marcas de robótica têm a noção de que a investigação pode ser mais frutífera se tiver a ajuda de investigadores ligados à formação e ao meio universitário.

Contudo Nuno Mineiro lança algumas reflexões à indústria e à própria sociedade: “se por outro lado, encontramos muitas vezes projetos mal executados onde infelizmente se chega a ver equipamentos parados por má gestão do investimento.

Dizemos muitas vezes que não há investimento suficiente, mas também é verdade que há muito investimento mal feito e de onde não se tiraram as devidas consequências. Há empresas no mercado que de forma repetida deixam os clientes com os problemas por resolver, o que me leva a pensar que os clientes são ainda muito imaturos na forma como avaliam os fornecedores neste ramo de tecnologia.” E continua: “precisamos, sem dúvida, de mais investimento mas também de melhor investimento e de um escrutínio mais rigoroso de quem são as empresas que exercem a sua atividade de fornecedor de uma forma séria, isenta e profissional”.

PUB