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entrevista
“se a energia for mais segura, resiliente e sustentável, a vida também se torna mais rica e sustentável” por Marta Caeiro
Numa altura em que o combate às alterações climáticas é mais premente do que nunca, no mundo empresarial a luta fazse agora pelas metas de desempenho ambiental. Na Schneider Electric, referência global em gestão de energia e automação, a transição energética representa um desafio que pressupõe a convergência total do digital com o elétrico. João Rodrigues, Country Manager Portugal traz-nos a visão da Schneider sobre este “novo mundo elétrico”, expondo a estratégia adotada pela empresa em prol de uma missão: tornar o futuro mais sustentável, eficiente e resiliente. revista “o electricista” (oe): O que é para si este “novo mundo elétrico” da Eletricidade 4.0? João Rodrigues (JR): Na Schneider Electric dizemos que este “novo mundo elétrico” é um processo de transição energética que pressupõe a convergência total do digital com o elétrico. A escala e complexidade da Eletricidade 4.0 conduzem-nos a uma transformação diferente de qualquer outra na história – o antigo sistema está a ser descartado e as tecnologias digitais estão a moldar uma nova realidade de maior eficiência, resiliência e sustentabilidade, que nos vão permitir construir um futuro melhor. oe: Neste “novo mundo elétrico”, de que forma podem as tecnologias disruptivas melhorar as operações e aumentar o valor do negócio? Ou seja, moldar um futuro mais eficiente, sustentável e resiliente. JR: Importa referir que o nosso sistema atual é altamente ineficiente, pois os combustíveis www.oelectricista.pt o electricista 74
fósseis são difíceis de transportar e o seu sistema demasiadamente centralizado depende de cadeias de abastecimento que são muitas vezes voláteis e quase sempre apresentam grandes perdas de eficiência. A eletricidade, por outro lado, oferece um sistema amplamente mais eficiente – de facto, a eletricidade alimentada por fontes renováveis é virtualmente 100% eficiente na sua utilização final e pode ser produzida e gerida localmente e com flexibilidade. Ao mesmo tempo, tanto para empresas como para consumidores, este é o caminho mais rápido para atingir os objetivos de sustentabilidade e assegurar o apoio público. Assim, muitas das soluções tecnológicas que permitem realizar esta transição energética de que falamos já estão em operação e são claramente mais económicas, fiáveis e sustentáveis do que aquelas que pretendem substituir – o que, por si só, aporta desde logo mais rentabilidade às operações e, por isso, mais valor ao negócio. oe: Perante a emergência climática vivida atualmente, de que forma é que a Schneider se tem posicionado e que soluções digitais práticas podem responder
às questões mais urgentes deste desafio energético? JR: Esta transição da energia para a eletrificação em massa é um desafio para todos nós, empresas e particulares, pelo que devemos navegar juntos esta transição energética. O nosso posicionamento vai sempre ao encontro da velha máxima de “liderar pelo exemplo” – queremos demonstrar a nossa posição de relevo no setor e guiar outras empresas para que nos sigam no caminho da sustentabilidade, e queremos mesmo investir em empresas que possam ajudar-nos a construir o futuro com as suas soluções inovadoras, mas damos sempre o exemplo em primeiro lugar. Como exemplo, posso falar de um dos pontos fulcrais desta nossa abordagem, que apresentámos no nosso evento Innovation Summit World Tour em outubro passado: a visão “Buildings of the Future”, os edifícios do futuro, cuja mudança é imperativa e está já em marcha. Esta iniciativa visa criar edifícios mais sustentáveis, resilientes, inovadores, hipereficientes e centrados nas pessoas. Acreditamos que com a abordagem de design certa e a implementação das novas tecnologias digitais podemos satisfazer